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ESTUDO DIRIGIDO – TÓPICOS II1 Antônio Mateus Monteiro da Silva Francisco Cleirton Damasceno Holanda Gilda Maria de Oliveira Freitas Jezanias Lucas do Carmo Lima Renê Rocha Santiago Leite Thiago José Barros Simões2 1. Principais questões levantadas pelo autor R: A encruzilhada do humanismo consiste em assumir a sua historicidade sem negar a dimensão do humano. Quais os dilemas da encruzilhada do humanismo do século XXI? Algumas das questões cruciais que atravessam os debates contemporâneos dizem respeito ao sujeito? Quem é esse sujeito a quem denominamos de pessoa? Como se constitui a subjetividade? Definir qual o tipo de relação que existe entre a historicidade e a subjetividade. O que entendemos por pessoa e sua relação com a subjetividade histórica? A historicidade, sendo relativa, aparece como essencial para o ser humano, e que a essência da natureza humana reside na fragilidade das circunstâncias que a constituem. O sujeito é só o resultado das circunstâncias? As influências sociais determinam ao extremo fundir circunstância e subjetividade para constituir o enunciado da consciência ao que denominamos de pessoa? Cabe nos questionar sobre se a pessoa, enquanto referente de uma dimensão comum de humanidade. Como correlacionar alguém que parece carregar algo de universal, a pessoa, com a historicidade inegável da subjetividade? Como manter a convicção da identidade comum da pessoa humana afirmando concomitantemente sua singularidade total? E como afirmar essa singularidade sem reduzi-la a mera historicidade? A singularidade e o inédito de cada indivíduo, explicaria pela superficialidade epidérmica de cada subjetividade, que é fruto das contingências históricas de cada pessoa. 1 Trabalho apresentado para a Prof. Dra. Ir. Maria Bernadete Gonçalves de Paula, para a obtenção parcial de nota na disciplina de Tópicos Especiais de Filosofia - II 2 Alunos do curso de Bacharelado em Filosofia, pela Faculdade Católica de Fortaleza, 2021.1. Existem outros termos usados comumente para denominar aquilo que somos. Um dos mais comuns e recentes é o conceito de indivíduo. De onde vem esse conceito? Consciência, é um conceito muito utilizado na modernidade. Quais são os dilemas desta encruzilhada? Experiência de busca de sentido do ser humano. A que ou com que podemos assemelhar esse sem-fundo humano que não conseguimos explicar pela razão, mas com o qual nos confrontamos a cada dia? O poder criador do sem-fundo humano possibilita ao sujeito autoconstituir-se de forma singular, criativa. Qual o paradoxal da potencialidade criadora do sem-fundo humano? O sujeito não é uma obra desprovida de tensão, pelo contrário. Como a potencialidade criadora do humano se condensa numa subjetividade histórica? O sentido da potencialidade humana e o ethos social. Através da criação o sujeito faz do mundo em geral seu mundo pessoal e das práticas de subsistência seu modo de vida, ou seja, o sentido de sua existência. O poder criador, por sua própria (in)definição, nunca se apresenta de forma substancial ou padronizada. Como a subjetividade consegue auto-instituir-se como sujeito histórico? A subjetividade como uma auto-instituição de si. A dimensão criativa do sem-fundo humano que auto- institui o modo de ser da subjetividade. O sujeito ao interagir com a realidade através da ética se autoinstitui como subjetividade histórica. Compreensão da relação existente entre a prática ética e modo de subjetividade. Qual o dilema do sujeito contemporâneo? Práticas da liberdade. Desejos e liberdade; desejos e política; desejos e poder; desejos e ética. Autonomia na constituição do desejo do sujeito. A influência do imaginário social. De que modo a potencialidade criadora do sem-fundo humano se efetiva como prática criadora de si? A potencialidade criadora no sujeito. A potencialidade se autoinstitui. O ethos e o universo simbólico ethos e seus valores. Ética prática de transformação do mundo e de constituição do sujeito. A questão que se coloca agora é saber como direcionar do melhor modo possível a prática ética, para podermos construir um estilo próprio de subjetivação e não ser sujeitados pelos modelos estruturais fabricados para esse fim. A autonomia do sujeito e prática histórica. A prática da liberdade. Podemos atingir a liberdade? Liberdade – a construção do sujeito naquilo que ele deseja ser. O espaço de disputa política mais acirrado da sociedade de controle se encontra na luta pelo poder de produzir em grande escala e em cada indivíduo o tecido simbólico que arquiteta a formação dos desejos pessoais. Desejos dos indivíduos requer uma significativa produção de saberes. Desejo e poder, espaço disputado na contemporaneidade. A questão nuclear da autonomia reside em saber como se adquire poder sobre si. Os graus de autonomia e suas práticas. As práticas de liberdade do sujeito contemporâneo. A criação da subjetividade segue os princípios estéticos de qualquer criação. Dimensão estética e dimensão humana. Quais são os conhecimentos e habilidades que capacitam ao sujeito para uma prática ética de qualidade? Como o sujeito pode qualificar sua prática ética para criar seu estilo de vida com um máximo de autonomia sem errar caminhos ou desfalecer na tentativa? Conceito de virtude. O que é bom? Se o racional fosse a essência do bem o bem era racional? A racionalidade era o bom? O bem já se encontrava determinado pela natureza em todos os seus detalhes? A historicidade é um constitutivo essencial do poder criador da natureza humana. O que é bom é a alteridade? Qual é o referencial que a criação humana tem para definir o seu poder valorativo na alteridade? Como se entende a alteridade? Qual é o critério que o sujeito tem para definir o que é bom e justo? O ser humano tem o poder de articular projetos de negação da alteridade? O que se entende por alteridade numa tríplice dimensão? A prática ética que constitui o sujeito exige a prática da virtude, entendida esta como opção consciente pelo bem. O que exige a prática ética que constitui o sujeito? 2. Crítica do autor às teorias que defendem noção de pessoa como substância e como superfície. R: A subjetividade de fato está coligada com os fatos históricos da humanidade, neste sentido se contrapõe afirmar uma essência universal que não possibilita alterações da natureza e dos indivíduos segundo as variadas classificações do natural. A substância humana não é dada pelo fator gerador da pessoa humana, mas de forma singular em cada pessoa. Na tentativa de uniformizar a pessoa no conjunto de substância, desta forma limita a pessoa de forma universal sem alterações, sendo assim, pode-se considerar que não há um fundamento, nem entendimento total da pessoa, pois jamais encontrará uma essência única e determinada da pessoa, cada pessoa tem sua infinidade. As variadas teses sobre cada pessoa, jamais conseguirá explicá-la ou defini-la por inteiro. Todas as formas de explicações sobre o ser humano tendem a ser contrária aquilo que aparenta ser na superfície. A crítica é formada pelo fato de considerar a definição de pessoa no paradoxo de que ao morrer acaba a humanidade da pessoa, como se apenas a superfície, a parte externa fosse classificada como pessoa, limitando-se a pessoa apenas naquilo que é mostrado na superfície, por isso não se encontra explicação sobre a pessoa de uma forma plena, determinista, pois impor a pessoa apenas na superfície, limite a subjetividade de cada pessoa. Portanto, a plenitude de pessoa pode- se considerar inexistente. 3. Como o autor resolve os dilemas da encruzilhada entre sujeito e pessoa. R: A modernidade estabeleceu uma distinção mui clara entre sujeito e pessoa. O primeiro sendo aquele que se constitui na história e vive sua individualidade, que possui uma independência frente a outros sujeitos, possui uma liberdade individual e o segundocomo o opressor, o conceito de pessoa é caracterizado pela impossibilidade de revelar suas independências e diversidades, pois se trata de uma visão universal do ser que deve assumir tal posição. Todavia, o autor argumenta que ambas estão co-implicadas, ou seja, se dependem mutuamente para a construção do humano. Tais conceitos atribuídos às formas de constituição do ser humano, produz a percepção de que o conceito de pessoa deve ser desconsiderado, pois impede que a subjetividade humana apresente ao ser frente a sua realidade e o limite a ser uma “massa de manobra”, afirmando “[...] sua constituição como uma substância única e universal determinada para todas as pessoas e para todos os tempos” 3 e assim vê-se na necessidade de “Negar a existência da pessoa e do ser humano, porque ela nada mais é do que a efemeridade de uma produção histórica sobre nós mesmos.”4. Caindo nesse extremismo percebe-se a necessidade que a modernidade possui em deixar transparecer ao mundo suas diversidades e suas individualidades, excluindo toda e qualquer possibilidade de construir um ideal comum e unívoco. Para resolver o conflito de dilema de extremos, Bartolomé Ruiz apresenta que o sentido de pessoa não se reduz a uma universalidade a qual impede que o ser viva sua diversidade, não se trata de uma atitude pré-definida que não há condição de 3 RUIZ, p. 5. 4 Idém. possibilidade em seu alterada com o decorrer da histórica e também afirmar que o sujeito se trata apenas de uma individualidade, um prosopon, é reduzir o termo a uma figura pejorativa e tal não soluciona tal dilema. O autor concilia ambos termos, e mostra que compreender o sujeito histórico e descartando a pessoa, reduz o humano a um mero sentido, buscar sentido está inerente a todo ser humano, e este ser humano busca o sentido de sua historicidade. O sujeito possui uma historicidade subjetiva que não uniformiza o humano, mas faz com que ele se depare com um profundo abismo de si que “[...] remete a um sem-fundo inexaurível que emerge de forma histórica, mas que não se determina em categorias explicativas.”5 4. Como se constitui o paradoxo do poder criador do sem-fundo humano. R: O ser humano traz consigo uma força criadora que se faz presente no sem- fundo humano, uma questão altamente antropológica e existencial. Esse poder criador se realiza na potencialidade do ser em sua evolução, não sendo uma criação própria, mas algo já recebido como constitutivo do próprio ser, “[...] o poder criador é sua natureza.”6, contudo trata-se de um poder aberto, que em nenhum momento está determinado sendo desenvolvido a partir da possibilidade de “[...] auto constituir-se de forma singular, criativa.”7 O poder criador do sem-fundo humano, por ser impossível de definição ou de domínio, se encontra no espaço de paradoxo, que constitui o próprio ser. Ora tal paradoxo se dá devido o fato da necessidade de tal poder ser determinado dentro da história, a existência do poder criador do sem-fundo humano só é possível ao passo que se concretiza “[...] numa forma de subjetividade histórica, num sujeito com um estilo próprio de ser e com uma forma de viver.”8. Bartolomé Ruiz afirma que “O poder criador é aquilo que existe de comum em todo ser humano, é a dimensão comum da natureza humana que transcende a história e as culturas.”9, e que, de maneira alguma é padronizado por qualquer categoria que não seja histórica e subjetiva, onde ela se caracteriza. 5 Idém. 6 Idém, p. 6. 7 Idém. 8 Idém. 9 Idém, p. 8 5. Como o autor relaciona poder criador e sentido. R: ele relaciona através da interação para com o meio, em tudo aquilo que ele constrói, faz, então esse poder criador ele vai dar ao sujeito esse sentido naquilo que ele faz. Sua perpetuação se dá através das forças que criam as instituições, as culturas, criando uma rede simbólica de sentidos para a existência coletiva da sociedade. Sendo essa relação integra com o meio, ele estabelece a possibilidade de usar uma práxis, pois ela é totalmente aberta ao mundo dos sentidos, ajudando ao homem compreender antes de mais nada a si mesmo e aquilo que faz. 6. Como se dá o processo de auto-instituição da subjetividade como sujeito histórico. R: esse processo vai se dar pelas características que o sujeito desenvolve, sejam elas angariadas pelas ações culturais, sejam elas pelos interesses das instituições. O sujeito inicialmente é aquele que é construído em torno de si mesmos, estabelece suas relações e assim ele parte para viver em sociedade, esse sujeito parte para uma integração com todos os outros valores que ele tem e com as instituições. Portanto a subjetividade ajuda ao homem a construir o seu modo de ser através das práticas em que realiza sobre o mundo em que vive, uma relação de práxis, pois une aquilo que já se sabe com a prática da virtude, do bem. 7. Como o autor confronta a liberdade moderna com a autonomia do sujeito. R: O autor fala que a autonomia do sujeito não pode ser pensada de qualquer forma, como se fosse um tipo de voluntarismo racionalista, que é o que a modernidade expõe, pois assim, se define que a autonomia é fazer o que quer, e sabemos que não se pode levar um pensamento desses aos outros, pois assim reduzimos a liberdade também a ser esse fazer o que quer. Dessa forma, estamos dizendo que a autonomia se torna agora, na modernidade, uma escrava do desejo, porque uma pessoa sente-se livre ao realizar seus desejos. Se assim afirmarmos, estaremos colaborando com a ilusória projeção criada pelos chamados dispositivos de poder da modernidade. A autonomia do sujeito, não é fazer o que quer, mas a capacidade de produzir aquilo que eu quero, que eu desejo, para que o sujeito autônomo seja realmente esse que supera a superficialidade dos seus desejos e não seja escravo deles, sendo assim capaz de construir o que deseja ser. A liberdade na modernidade, também é muito confundida com um estado que o indivíduo está, com um direito natural, com uma dimensão antropológica, nos diz o autor, mas a liberdade consiste na prática donde o sujeito, o próprio indivíduo consegue se construir naquilo que deseja. A liberdade é exercida como prática do sujeito, como este poder que dá vida as práticas de liberdade. Se assim não for, a liberdade não passará de uma teoria vazia apresentada na história. 8. Como subjetividade constrói sua autonomia e liberdade perante os condicionamentos estruturais, políticos e sociais. R: A subjetividade só pode construir uma autonomia livre, a partir de alguns requisitos que são base da autonomia do sujeito. Primeiro, saber o que é melhor para si; segundo, capacidade para comandar seus impulsos e sua vontade; e terceiro, aprender a controlar os impulsos, pela vontade. Assim sendo, a autonomia será proporcional para acolher, rejeitar ou criar modos de vida, propostos pelo grupo social. Entretanto, existem estruturas políticas e sociais, que na contemporaneidade entrecruzam o modo do sujeito construir sua autonomia e diz que seu controle define o poder político como do sujeito, e o poder subjetivo, como das estruturas. Ademais, a autonomia do sujeito não se efetivará por conhecer e saber que os dispositivos de poder são os que procuram sua sujeição. Portanto, essa construção da liberdade autônoma da subjetividade, se dá através da prática ética que habilita para uma autonomia, que está também na constituição do desejo que por sua vez, é a prática ética no meio social. 9. Como se constrói a estética da subjetividade. R: A estética da subjetividade tem como questão central da mesma o ato da criação que, no caso está inserida no próprio homem, assim sendo, a dimensão estética traz consigo todas as capacidades criativas. Quando se refere à essa dimensão, existem alguns elementos, como por exemplo, a técnica e a habilidade que serão aliadas ao conhecimento das coisas. Para quea subjetividade seja criada, serão necessários os conceitos de capacidade e de vontade, mas para isso, se faz necessário uma ética da responsabilidade, para que os desejos pessoais e o alvo das motivações do indivíduo sejam controlados. Quando se fala na ética, citada acima, esta se refere ao campo prático, onde deve ficar claro a construção da existência subjetiva, e que esta seja feita de forma livre e responsável. Em resumo, a SUBJETIVIDADE é tida como algo particular do homem, vista a partir da realidade de cada indivíduo. 10. Como o autor descreve a instituição da ideia de bem na modernidade e qual sua proposta para a contemporaneidade. R: O indivíduo, na modernidade, é visto como um ser livre, e por ser livre, este pode decidir o que fazer ou não, de acordo com as possibilidades apresentadas. Mas, de acordo com o autor, essa liberdade não se faz de forma tão real, pois há instrumentos, como por exemplo, leis, as instituições, que os acorrentam. A proposta para os dias atuais é que este indivíduo possa agir conforme a sua vontade, sendo que isso seja feito de forma ética, visando o bem do outro, sendo assim possível encontrar a felicidade, vivendo assim o que compreendemos por alteridade. Questões pessoais 1. Assistir ao filme Tempos modernos e relacionar com o texto Antônio Mateus O filme se passa num contexto de época, onde podemos perceber que após uma crise, a modernidade foi criando meios de desumanização do homem, desvalorização do ser humano. Vemos que os trabalhadores são explorados e cada vez mais vão sendo substituídos por máquinas, que pelos donos de fábricas da época, dizia ser para uma melhoria e ajudaria o operário no seu serviço, quando na verdade, o operário estava sendo substituído por elas. E aqui podemos ver o quando o homem se torna preso a uma realidade exigente e torna-se sem liberdade, sem autonomia. É isto que faz relação com o texto, onde o autor nos apresenta como o sujeito pode ser livre em sua autonomia e quais as práticas éticas que o indivíduo precisa ter para alcançar essa autonomia, que tem também relação com o meio social e as estruturas políticas ele vive. Francisco Cleirton Um aspecto importante encontrado, tanto no filme “Tempos Modernos”, quanto no texto foi a questão do homem ser parte de uma “engrenagem” que é a sociedade. Mas, vale ressaltar que, por estar numa sociedade, no caso do texto, e na fábrica, como no filme, o homem é posto para exercer algumas funções e isso passa a fazer parte dele, e as fazem de forma quase que automáticas, pelo fato de as repetirem tanto. Gilda Maria O filme, Tempos Modernos, de Charles Chaplin, filmado em 1936 revela a vida urbana nos Estados Unidos, em 1930, após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda a sociedade norte-americana, levando grande parte da população, à fome e ao desemprego. O filme apresenta uma crítica ao sistema capitalista, ao trabalho excessivo nos quais os trabalhadores eram expostos, mostrando uma sociedade capitalista, moderna e individual, e a sua forma cruel de concentração de riquezas, as relações dos empregados às mudanças geradas pela Revolução Industrial, no século XX. O indivíduo passa a ser o mais importante condutor da produtividade, gerando valor para o capital. No filme se torna patente a história sobre o trabalho industrial, a iniciativa privada e a busca da felicidade pela humanidade. Também versa sobre temas presentes em nossa sociedade atual. O tempo chama à atenção para a vida desses operários, escravizados pelo relógio, mostrando que tempo é dinheiro, e no modo acelerado de trabalho dos operários exigidos pelo patrão, originando grandes problemas sociais decorrentes do capitalismo como também da busca pela felicidade. A criatividade do homem é extirpada pelo trabalho acelerado do trabalhador. Mas a manifestação da arte traz a liberdade para o operário. Como o filme trabalha com uma sociedade capitalista, todos os outros círculos sociais, estão fundamentados no capitalismo, inclusive a moral dos personagens está influenciada pela ética do capital. Concluindo, o filme apresenta uma sociedade mecanicista onde cada operário cumpre sua tarefa na fábrica, impedindo-o de exercitar o seu imaginário humano; o desemprego; a fome; o individualismo; a desigualdade de classe; a injustiça trabalhista e alienação do operário ao sistema econômico político capitalista. O filme pode ser também uma crítica aos operários que se comportam como ovelhas dóceis ou ao sistema político econômico que trata essas ovelhas? Jezanias Lucas No filme pode-se perceber a preocupação do homem está apenas voltada para si, para seu interesse próprio e não se preocupa com o próximo, com o outro, desconsiderando a sua relação com o outro. Assim como o presidente da fábrica que só se preocupa com a sua função de produzir, saciar seu desejo de passar o tempo supervisionando, mas não se preocupa com o cansaço dos funcionários quando ordena o aumento de produção, não se preocupa com o tempo de descanso e descontração, até mesmo refeição do trabalhador. Ao sair para o descanso o trabalhador saia condicionado a forma do serviço, com os mesmos costumes da máquina de tantas vezes que ele fazia aquele mesmo movimento durante a produção. A ilusão do trabalhador de almoçar sem ter trabalho nenhum e não necessitar fazer esforço, construíram uma máquina para dar de comer ao trabalhador, com o objetivo de suprir um garçom. Não ocupando a mão do trabalhador para não parar a produção, mas a máquina dá erro no funcionamento, e mesmo assim ela necessita de alguém para programá-la. Correndo o risco de dano a saúde e vida do trabalhador. A máquina não faz tudo sozinha, necessita de outra pessoa. Indicando que a pessoa é aquilo que está ao seu redor, pela sua experiência de vida. Mesmo que a pessoa não esteja apoiando ou vivendo daquela forma, mas o sistema o deixa condicionado a seguir aquele modo de vida. As injustiças, as desigualdades sociais, os protestos e reivindicações, entre outras práticas sempre vão existir na sociedade. O homem não é livre do sistema, mas se torna livre quando deixa os interesses forçado da história, da cultura, da sociedade, quando passar a ser o que ele é não sendo escravo dos seus desejos e interesses próprios, mas libertos de fazer escolhas certas ou erradas, mas buscando sempre sua felicidade, o que é melhor. Portanto, não podemos rotular a pessoa ao nascer, mas as suas experiências de vida, na prática, dependendo de suas escolhas é que vai dizer, ou melhor, demonstrar o que a pessoa é e tudo o que vive constitui e constrói sua conceituação de si mesmo, da sua subjetividade. Renê Rocha A relação que encontrei entre o filme e o texto está no conceito de pessoa, como aquela que é uma peça importante no trabalho, pois como Chaplin apresenta, o homem é uma peça essencial na linha de produção, pois concerta, monta, aperta os parafusos, portanto, o homem como essa peça é reduzido a um ser mecânico em que não vai ter como foco principal a sua liberdade individual, todo o conhecimento que se tem, mas sim a sua utilidade como uma peça mecânica, podemos ver isso a partir do momento em que ele realiza movimentos involuntários, como se estivesse apertando parafusos que não existem. Thiago José O filme Tempos Modernos estrelado pelo grande cineasta Charles Chaplin, rela a forte crise que passou a sociedade britânica em 1936, na qual diversos trabalhadores, pais de família ficaram desempregados, devido aos fechamentos das fábricas, ocasionando uma grande fome e o aumento dos roubos para obter alimentos e sustentar a si e a sua família. O filme mostra uma sociedade altamente mecanicista, cada trabalhador, possui sua tarefa demarcada dentro das fábricas, sendo impossibilitados de exercer alguma outra função. Eles são uma engrenagem que dão continuidade ao pleno desenvolvimento da indústria,e é necessário que trabalhem cada vez mais para que a produção aumente, quando não acontece o funcionário é dispensado da fábrica, haja vista que a procura por emprego se dá num âmbito exorbitante. Diversos temas sociais são percebidos no filme como o desemprego, a fome, injustiças trabalhistas, desigualdade de classes, individualismo, mecanicismo, ademais todos se mostram presentes nos tempos atuais. Muito se aproxima do texto, no qual mostra as encruzilhadas que o ser humano enfrenta para viver sua humanidade, todavia há um sistema que o impede de se libertar verdadeiramente de suas amarras e transformar-se como sujeito histórico. Viver na mecanicidade, distinguindo os melhores dos bons, faz com que haja mais concorrência e que a subjetividade e especialmente a alteridade se dilua cada vez mais, abrindo espaço para um individualismo construindo um indivíduo, invés de pessoa. O homem ao fazer parte constantemente desse sistema e sendo um fiel seguidor do mesmo, acaba difundindo a necessidade de se sobressair frente a seus companheiros. Este percebe-se como um ser livre dentro desse sistema, contudo sua liberdade é justamente moldada e difundida pelo mesmo, ora, as redes sociais, o Google, são ferramentas que inspiram uma liberdade, pois dá possibilidade para o indivíduo construir sua face e expor-se cada vez mais, contudo essa liberdade vem mitigada com uma infinidade de paradigmas escravistas que não fornece liberdade, mas alienação frente ao sistema. Aqueles que foram acorrentados pela dinâmica do sistema, isto se ela realmente existe, deseja cada vez mais fazer parte dele, e assim se expõe com toda consciência e “liberdade”. O filme ao relatar a situação de uma Londres, altamente individualista, injustiçada pelos donos de empresas, até, pode-se dizer que fornece um conforto para o ser humano do século 21, mas será mesmo? Um mundo cada vez mais doente e individualista, na qual as propostas de evolução são imensamente assassinas e presam pela produção em massa, pela substituição do homem pelas máquinas. Como sentir-se confortado por perceber que tal situação não se revela apenas hoje, mas que faz tempo que a situação se repete, alterando apenas as personagens? Não há conforto, há reflexão e indignação, até mais angústia, ora fazemos parte do sistema e cada vez mais estamos perdendo nossa humanidade, deixando de ser um homo sapiens-sapiens e se transformando num homo-faber que necessita trabalhar, produzir, e que não pode descansar, pois “tempo é dinheiro”. Perdemos sentimentos, enrijecemos as relações e construímos muros que separam os ricos dos pobres, os negros dos brancos, a burguesia da favela, os homossexuais dos heterossexuais, a mulher do homem, criando superiores e marginalizados 2. Escolha um aspecto do texto que lhe chamou a atenção e faça um comentário Antônio Mateus O aspecto que me chamou a atenção no texto, foi o de liberdade e autonomia. Sabendo que no mundo em que vivemos, muitas vezes, ou quase sempre, somos privados dessa liberdade e dessa autonomia, vivemos uma "liberdade", ou a entendemos como fazer o que queremos, ou aquilo que nos anima, porém muitas vezes somos pegos de surpresa porque esse tipo de liberdade é imposto como algo que nos priva de sermos nós mesmos, passando uma imagem negativa daquilo que somos e pensando sermos livres, quando na verdade estamos presos. A mesma coisa praticamente acontece com nossa autonomia, quando pensamos que sermos livres sobre nós mesmos, e acabamos por estar submisso a um modo de pensar totalmente diferente do nosso. Relacionando isso, vivemos ainda em nossos tempos, a grande luta de classes, a grande luta pelo poder, o nosso egocentrismo e esquecemos que quanto mais brigamos por isso, mas somos privados de nossos direitos de liberdade e autonomia enquanto cidadãos e povo de uma sociedade ainda antropocêntrica. Francisco Cleirton O que mais me chama atenção são os questionamentos que o autor faz sobre a definição ontológica do homem, onde este vai ter como base uma essência já pré-determinada, e que vai se modelando de acordo com a historicidade, com as vivências e seu agir em meio à sociedade, formando assim a sua identidade. Gilda Maria O sujeito pode intervir na constituição da sua subjetividade? Existem práticas, nas quais o sujeito pode instituir sua própria subjetividade e seu próprio modo de existência. Na contemporaneidade as questões referentes “quem é o sujeito que se denomina pessoa” e como se constitui a subjetividade, muito se debate. Essas questões são meramente filosóficas e não psicológicas, essa subjetividade está correlacionada com o modelo da sociedade tornando-se também um questionamento de caráter político que abrange as práticas sociais e as formas institucionais das quais se constituem a subjetividade. Como se constitui a subjetividade? Por fatores internos e externos, a qual forma do sujeito se percebe, relacionando-se como ele estabelece relações sociais, em decorrência de suas condições histórico-sociais. A historicidade se faz necessária para a constituição da subjetividade. Entende-se que o sujeito é um ser histórico e que as particularidades sociais se penetram mutuamente em sua subjetividade como partes “essenciais”, do que chamamos o nosso eu. O sujeito detém em si componentes como a historicidade e a interação com a cultura e a sociedade. Então deduz-se que a historicidade se mostra como imprescindível para o indivíduo. Na modernidade a teimosia no “eu”, sem dúvida é uma diminuição da subjetividade. Jezanias Lucas Os questionamentos do autor chamam atenção pelo fato de buscar o conceito, entendimento e cerne de pessoa, do indivíduo. Demonstrando como o homem se subjetiva e dar-se a essa constituição de si mesmo. Não existe pessoas padronizada, histórias iguais, nem culturas sociais semelhantes que fazem com que as pessoas sejam uniformes, mas existe vários meios que constituem a pessoa como a história, a relação da cultura e o meio que o homem vive. Não existe uma padronização, ou forma que constitua o ser, o indivíduo, o homem, a pessoa. Portanto a pessoa jamais vai se sentir completa, realizada, plena devido que a sua faze constitutiva, conceitual e compreensão de si mesmo é dada pelas experiências, não se firma em uma determinada teoria firmada. Não existe um humano conclusivo daquilo que ele é, na sua subjetividade, mas ao considerar incompleto, este fato histórico, cultural, determinista e realista, faz com que a pessoa seja prática inconstantemente em busca da felicidade plena, do conhecimento infinito de si mesmo, considerando-se sempre pessoa subjetivamente infinita. Por isso o conhecimento de si mesmo é uma contínua experiência. Renê Rocha O que mais me chamou atenção no texto foi o aspecto da historicidade em si, pois mostra o indivíduo como aquele ser que é e que se envolve diariamente com outras pessoas e através dessas relações ela acaba estabelecendo a construção de uma historicidade, definindo cada vez mais os seres humanos como essências individuais e assim cada um com suas particularidades Thiago José Um dos aspectos mais importantes do texto e que vejo como um dos fundamentais, pois daí parte toda a construção subjetiva do ser humano, e a comunhão do conceito de pessoa e sujeito. Ora o sujeito aquele que age, que toma suas decisões com base na sua historicidade, se unifica com a pessoa que possui seus valores universais, que sendo um homem político e vive numa polis como dizia Aristóteles, necessita de ser ele mesmo, dentro de sua historicidade, mas abrindo seu olhar para a condição humana da comunidade a qual ele pertence que possui um ethos o qual se define comunitariamente e não individualmente. Fazer a unificação entre sujeito e pessoa, como bem apresenta o texto de Bartolomé Ruiz, não se trata de descartar um e sobressair o outro, mas de dar sentidomais profundo para o ser humano que traz em si suas angústias e desejos pessoais, sem excluir sua vivência comunitária e o desenvolvimento dela, para que ele viva bem. A cultura mecanicista a todo momento deseja, separar ambos os conceitos, mas se esquece que uma dicotomia quando se trata das relações humanas, não são tão simples devido o fato de que se vive uma rede, é necessário buscar uma unidade entre sujeito e pessoa, e não uniformidade reduzindo o ser humano em mero sentido, mas em um humano que com sua diversidade de pensamento e condições históricas, vive, convive, sobrevive em meio os seus da mesma espécie.
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