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Encruzilhada do Humanismo

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ESTUDO DIRIGIDO – TÓPICOS II1 
Antônio Mateus Monteiro da Silva 
Francisco Cleirton Damasceno Holanda 
Gilda Maria de Oliveira Freitas 
Jezanias Lucas do Carmo Lima 
Renê Rocha Santiago Leite 
Thiago José Barros Simões2 
1. Principais questões levantadas pelo autor 
R: A encruzilhada do humanismo consiste em assumir a sua historicidade sem negar a 
dimensão do humano. 
Quais os dilemas da encruzilhada do humanismo do século XXI? Algumas das questões 
cruciais que atravessam os debates contemporâneos dizem respeito ao sujeito? 
Quem é esse sujeito a quem denominamos de pessoa? Como se constitui a 
subjetividade? 
Definir qual o tipo de relação que existe entre a historicidade e a subjetividade. 
O que entendemos por pessoa e sua relação com a subjetividade histórica? A 
historicidade, sendo relativa, aparece como essencial para o ser humano, e que a 
essência da natureza humana reside na fragilidade das circunstâncias que a constituem. 
O sujeito é só o resultado das circunstâncias? As influências sociais determinam ao 
extremo fundir circunstância e subjetividade para constituir o enunciado da consciência 
ao que denominamos de pessoa? Cabe nos questionar sobre se a pessoa, enquanto 
referente de uma dimensão comum de humanidade. Como correlacionar alguém que 
parece carregar algo de universal, a pessoa, com a historicidade inegável da 
subjetividade? Como manter a convicção da identidade comum da pessoa humana 
afirmando concomitantemente sua singularidade total? 
E como afirmar essa singularidade sem reduzi-la a mera historicidade? A singularidade 
e o inédito de cada indivíduo, explicaria pela superficialidade epidérmica de cada 
subjetividade, que é fruto das contingências históricas de cada pessoa. 
 
1 Trabalho apresentado para a Prof. Dra. Ir. Maria Bernadete Gonçalves de Paula, para a obtenção parcial 
de nota na disciplina de Tópicos Especiais de Filosofia - II 
2 Alunos do curso de Bacharelado em Filosofia, pela Faculdade Católica de Fortaleza, 2021.1. 
Existem outros termos usados comumente para denominar aquilo que somos. Um dos 
mais comuns e recentes é o conceito de indivíduo. De onde vem esse conceito? 
Consciência, é um conceito muito utilizado na modernidade. Quais são os dilemas desta 
encruzilhada? 
Experiência de busca de sentido do ser humano. A que ou com que podemos assemelhar 
esse sem-fundo humano que não conseguimos explicar pela razão, mas com o qual nos 
confrontamos a cada dia? O poder criador do sem-fundo humano possibilita ao sujeito 
autoconstituir-se de forma singular, criativa. 
Qual o paradoxal da potencialidade criadora do sem-fundo humano? O sujeito não é 
uma obra desprovida de tensão, pelo contrário. Como a potencialidade criadora do 
humano se condensa numa subjetividade histórica? 
O sentido da potencialidade humana e o ethos social. Através da criação o sujeito faz do 
mundo em geral seu mundo pessoal e das práticas de subsistência seu modo de vida, ou 
seja, o sentido de sua existência. O poder criador, por sua própria (in)definição, nunca 
se apresenta de forma substancial ou padronizada. 
Como a subjetividade consegue auto-instituir-se como sujeito histórico? A subjetividade 
como uma auto-instituição de si. A dimensão criativa do sem-fundo humano que auto-
institui o modo de ser da subjetividade. O sujeito ao interagir com a realidade através da 
ética se autoinstitui como subjetividade histórica. Compreensão da relação existente 
entre a prática ética e modo de subjetividade. 
Qual o dilema do sujeito contemporâneo? Práticas da liberdade. Desejos e liberdade; 
desejos e política; desejos e poder; desejos e ética. 
Autonomia na constituição do desejo do sujeito. A influência do imaginário social. 
De que modo a potencialidade criadora do sem-fundo humano se efetiva como prática 
criadora de si? A potencialidade criadora no sujeito. A potencialidade se autoinstitui. 
O ethos e o universo simbólico ethos e seus valores. 
Ética prática de transformação do mundo e de constituição do sujeito. A questão que se 
coloca agora é saber como direcionar do melhor modo possível a prática ética, para 
podermos construir um estilo próprio de subjetivação e não ser sujeitados pelos modelos 
estruturais fabricados para esse fim. 
A autonomia do sujeito e prática histórica. A prática da liberdade. Podemos atingir a 
liberdade? Liberdade – a construção do sujeito naquilo que ele deseja ser. 
O espaço de disputa política mais acirrado da sociedade de controle se encontra na luta 
pelo poder de produzir em grande escala e em cada indivíduo o tecido simbólico que 
arquiteta a formação dos desejos pessoais. 
Desejos dos indivíduos requer uma significativa produção de saberes. Desejo e poder, 
espaço disputado na contemporaneidade. 
A questão nuclear da autonomia reside em saber como se adquire poder sobre si. 
Os graus de autonomia e suas práticas. As práticas de liberdade do sujeito 
contemporâneo. A criação da subjetividade segue os princípios estéticos de qualquer 
criação. 
Dimensão estética e dimensão humana. 
Quais são os conhecimentos e habilidades que capacitam ao sujeito para uma prática 
ética de qualidade? Como o sujeito pode qualificar sua prática ética para criar seu estilo 
de vida com um máximo de autonomia sem errar caminhos ou desfalecer na tentativa? 
 Conceito de virtude. O que é bom? Se o racional fosse a essência do bem o bem era 
racional? A racionalidade era o bom? O bem já se encontrava determinado pela 
natureza em todos os seus detalhes? A historicidade é um constitutivo essencial do 
poder criador da natureza humana. O que é bom é a alteridade? Qual é o referencial que 
a criação humana tem para definir o seu poder valorativo na alteridade? Como se 
entende a alteridade? Qual é o critério que o sujeito tem para definir o que é bom e 
justo? O ser humano tem o poder de articular projetos de negação da alteridade? 
O que se entende por alteridade numa tríplice dimensão? A prática ética que constitui o 
sujeito exige a prática da virtude, entendida esta como opção consciente pelo bem. 
O que exige a prática ética que constitui o sujeito? 
2. Crítica do autor às teorias que defendem noção de pessoa como 
substância e como superfície. 
R: A subjetividade de fato está coligada com os fatos históricos da humanidade, neste 
sentido se contrapõe afirmar uma essência universal que não possibilita alterações da 
natureza e dos indivíduos segundo as variadas classificações do natural. A substância 
humana não é dada pelo fator gerador da pessoa humana, mas de forma singular em 
cada pessoa. Na tentativa de uniformizar a pessoa no conjunto de substância, desta 
forma limita a pessoa de forma universal sem alterações, sendo assim, pode-se 
considerar que não há um fundamento, nem entendimento total da pessoa, pois jamais 
encontrará uma essência única e determinada da pessoa, cada pessoa tem sua infinidade. 
As variadas teses sobre cada pessoa, jamais conseguirá explicá-la ou defini-la por 
inteiro. Todas as formas de explicações sobre o ser humano tendem a ser contrária 
aquilo que aparenta ser na superfície. A crítica é formada pelo fato de considerar a 
definição de pessoa no paradoxo de que ao morrer acaba a humanidade da pessoa, como 
se apenas a superfície, a parte externa fosse classificada como pessoa, limitando-se a 
pessoa apenas naquilo que é mostrado na superfície, por isso não se encontra explicação 
sobre a pessoa de uma forma plena, determinista, pois impor a pessoa apenas na 
superfície, limite a subjetividade de cada pessoa. Portanto, a plenitude de pessoa pode-
se considerar inexistente. 
3. Como o autor resolve os dilemas da encruzilhada entre sujeito e 
pessoa. 
R: A modernidade estabeleceu uma distinção mui clara entre sujeito e pessoa. O 
primeiro sendo aquele que se constitui na história e vive sua individualidade, que possui 
uma independência frente a outros sujeitos, possui uma liberdade individual e o segundocomo o opressor, o conceito de pessoa é caracterizado pela impossibilidade de revelar 
suas independências e diversidades, pois se trata de uma visão universal do ser que deve 
assumir tal posição. Todavia, o autor argumenta que ambas estão co-implicadas, ou seja, 
se dependem mutuamente para a construção do humano. 
Tais conceitos atribuídos às formas de constituição do ser humano, produz a 
percepção de que o conceito de pessoa deve ser desconsiderado, pois impede que a 
subjetividade humana apresente ao ser frente a sua realidade e o limite a ser uma “massa 
de manobra”, afirmando “[...] sua constituição como uma 
substância única e universal determinada para todas as pessoas e para todos os tempos” 
3 e assim vê-se na necessidade de “Negar a existência da pessoa e do ser humano, 
porque ela nada mais é do que a efemeridade de uma produção histórica sobre nós 
mesmos.”4. Caindo nesse extremismo percebe-se a necessidade que a modernidade 
possui em deixar transparecer ao mundo suas diversidades e suas individualidades, 
excluindo toda e qualquer possibilidade de construir um ideal comum e unívoco. 
Para resolver o conflito de dilema de extremos, Bartolomé Ruiz apresenta que o 
sentido de pessoa não se reduz a uma universalidade a qual impede que o ser viva sua 
diversidade, não se trata de uma atitude pré-definida que não há condição de 
 
3 RUIZ, p. 5. 
4 Idém. 
possibilidade em seu alterada com o decorrer da histórica e também afirmar que o 
sujeito se trata apenas de uma individualidade, um prosopon, é reduzir o termo a uma 
figura pejorativa e tal não soluciona tal dilema. O autor concilia ambos termos, e mostra 
que compreender o sujeito histórico e descartando a pessoa, reduz o humano a um mero 
sentido, buscar sentido está inerente a todo ser humano, e este ser humano busca o 
sentido de sua historicidade. O sujeito possui uma historicidade subjetiva que não 
uniformiza o humano, mas faz com que ele se depare com um profundo abismo de si 
que “[...] remete a um sem-fundo inexaurível que emerge de forma histórica, mas que 
não se determina em categorias explicativas.”5 
 
4. Como se constitui o paradoxo do poder criador do sem-fundo 
humano. 
R: O ser humano traz consigo uma força criadora que se faz presente no sem-
fundo humano, uma questão altamente antropológica e existencial. Esse poder criador 
se realiza na potencialidade do ser em sua evolução, não sendo uma criação própria, 
mas algo já recebido como constitutivo do próprio ser, “[...] o poder criador é sua 
natureza.”6, contudo trata-se de um poder aberto, que em nenhum momento está 
determinado sendo desenvolvido a partir da possibilidade de “[...] auto constituir-se de 
forma singular, criativa.”7 
O poder criador do sem-fundo humano, por ser impossível de definição ou de 
domínio, se encontra no espaço de paradoxo, que constitui o próprio ser. Ora tal 
paradoxo se dá devido o fato da necessidade de tal poder ser determinado dentro da 
história, a existência do poder criador do sem-fundo humano só é possível ao passo que 
se concretiza “[...] numa forma de subjetividade histórica, num sujeito com um estilo 
próprio de ser e com uma forma de viver.”8. Bartolomé Ruiz afirma que “O poder 
criador é aquilo que existe de comum em todo ser humano, é a dimensão comum da 
natureza humana que transcende a história e as culturas.”9, e que, de maneira alguma é 
padronizado por qualquer categoria que não seja histórica e subjetiva, onde ela se 
caracteriza. 
 
5 Idém. 
6 Idém, p. 6. 
7 Idém. 
8 Idém. 
9 Idém, p. 8 
 
5. Como o autor relaciona poder criador e sentido. 
R: ele relaciona através da interação para com o meio, em tudo aquilo que ele constrói, 
faz, então esse poder criador ele vai dar ao sujeito esse sentido naquilo que ele faz. Sua 
perpetuação se dá através das forças que criam as instituições, as culturas, criando uma 
rede simbólica de sentidos para a existência coletiva da sociedade. Sendo essa relação 
integra com o meio, ele estabelece a possibilidade de usar uma práxis, pois ela é 
totalmente aberta ao mundo dos sentidos, ajudando ao homem compreender antes de 
mais nada a si mesmo e aquilo que faz. 
6. Como se dá o processo de auto-instituição da subjetividade como 
sujeito histórico. 
R: esse processo vai se dar pelas características que o sujeito desenvolve, sejam elas 
angariadas pelas ações culturais, sejam elas pelos interesses das instituições. O sujeito 
inicialmente é aquele que é construído em torno de si mesmos, estabelece suas relações 
e assim ele parte para viver em sociedade, esse sujeito parte para uma integração com 
todos os outros valores que ele tem e com as instituições. Portanto a subjetividade ajuda 
ao homem a construir o seu modo de ser através das práticas em que realiza sobre o 
mundo em que vive, uma relação de práxis, pois une aquilo que já se sabe com a prática 
da virtude, do bem. 
7. Como o autor confronta a liberdade moderna com a autonomia do 
sujeito. 
R: O autor fala que a autonomia do sujeito não pode ser pensada de qualquer 
forma, como se fosse um tipo de voluntarismo racionalista, que é o que a modernidade 
expõe, pois assim, se define que a autonomia é fazer o que quer, e sabemos que não se 
pode levar um pensamento desses aos outros, pois assim reduzimos a liberdade também 
a ser esse fazer o que quer. 
Dessa forma, estamos dizendo que a autonomia se torna agora, na 
modernidade, uma escrava do desejo, porque uma pessoa sente-se livre ao realizar seus 
desejos. Se assim afirmarmos, estaremos colaborando com a ilusória projeção criada 
pelos chamados dispositivos de poder da modernidade. A autonomia do sujeito, não é 
fazer o que quer, mas a capacidade de produzir aquilo que eu quero, que eu desejo, para 
que o sujeito autônomo seja realmente esse que supera a superficialidade dos seus 
desejos e não seja escravo deles, sendo assim capaz de construir o que deseja ser. 
A liberdade na modernidade, também é muito confundida com um estado que o 
indivíduo está, com um direito natural, com uma dimensão antropológica, nos diz o 
autor, mas a liberdade consiste na prática donde o sujeito, o próprio indivíduo consegue 
se construir naquilo que deseja. A liberdade é exercida como prática do sujeito, como 
este poder que dá vida as práticas de liberdade. Se assim não for, a liberdade não 
passará de uma teoria vazia apresentada na história. 
 
8. Como subjetividade constrói sua autonomia e liberdade perante os 
condicionamentos estruturais, políticos e sociais. 
R: A subjetividade só pode construir uma autonomia livre, a partir de alguns 
requisitos que são base da autonomia do sujeito. Primeiro, saber o que é melhor para si; 
segundo, capacidade para comandar seus impulsos e sua vontade; e terceiro, aprender a 
controlar os impulsos, pela vontade. Assim sendo, a autonomia será proporcional para 
acolher, rejeitar ou criar modos de vida, propostos pelo grupo social. Entretanto, 
existem estruturas políticas e sociais, que na contemporaneidade entrecruzam o modo 
do sujeito construir sua autonomia e diz que seu controle define o poder político como 
do sujeito, e o poder subjetivo, como das estruturas. Ademais, a autonomia do sujeito 
não se efetivará por conhecer e saber que os dispositivos de poder são os que procuram 
sua sujeição. 
Portanto, essa construção da liberdade autônoma da subjetividade, se dá através 
da prática ética que habilita para uma autonomia, que está também na constituição do 
desejo que por sua vez, é a prática ética no meio social. 
 
9. Como se constrói a estética da subjetividade. 
R: A estética da subjetividade tem como questão central da mesma o ato da criação 
que, no caso está inserida no próprio homem, assim sendo, a dimensão estética traz 
consigo todas as capacidades criativas. Quando se refere à essa dimensão, existem 
alguns elementos, como por exemplo, a técnica e a habilidade que serão aliadas ao 
conhecimento das coisas. Para quea subjetividade seja criada, serão necessários os 
conceitos de capacidade e de vontade, mas para isso, se faz necessário uma ética da 
responsabilidade, para que os desejos pessoais e o alvo das motivações do indivíduo 
sejam controlados. Quando se fala na ética, citada acima, esta se refere ao campo 
prático, onde deve ficar claro a construção da existência subjetiva, e que esta seja feita 
de forma livre e responsável. Em resumo, a SUBJETIVIDADE é tida como algo 
particular do homem, vista a partir da realidade de cada indivíduo. 
10. Como o autor descreve a instituição da ideia de bem na 
modernidade e qual sua proposta para a contemporaneidade. 
R: O indivíduo, na modernidade, é visto como um ser livre, e por ser livre, este pode 
decidir o que fazer ou não, de acordo com as possibilidades apresentadas. Mas, de 
acordo com o autor, essa liberdade não se faz de forma tão real, pois há instrumentos, 
como por exemplo, leis, as instituições, que os acorrentam. A proposta para os dias 
atuais é que este indivíduo possa agir conforme a sua vontade, sendo que isso seja feito 
de forma ética, visando o bem do outro, sendo assim possível encontrar a felicidade, 
vivendo assim o que compreendemos por alteridade. 
Questões pessoais 
1. Assistir ao filme Tempos modernos e relacionar com o texto 
Antônio Mateus 
O filme se passa num contexto de época, onde podemos perceber que após uma crise, a 
modernidade foi criando meios de desumanização do homem, desvalorização do ser 
humano. Vemos que os trabalhadores são explorados e cada vez mais vão sendo 
substituídos por máquinas, que pelos donos de fábricas da época, dizia ser para uma 
melhoria e ajudaria o operário no seu serviço, quando na verdade, o operário estava 
sendo substituído por elas. E aqui podemos ver o quando o homem se torna preso a uma 
realidade exigente e torna-se sem liberdade, sem autonomia. É isto que faz relação com 
o texto, onde o autor nos apresenta como o sujeito pode ser livre em sua autonomia e 
quais as práticas éticas que o indivíduo precisa ter para alcançar essa autonomia, que 
tem também relação com o meio social e as estruturas políticas ele vive. 
Francisco Cleirton 
Um aspecto importante encontrado, tanto no filme “Tempos Modernos”, quanto no 
texto foi a questão do homem ser parte de uma “engrenagem” que é a sociedade. Mas, 
vale ressaltar que, por estar numa sociedade, no caso do texto, e na fábrica, como no 
filme, o homem é posto para exercer algumas funções e isso passa a fazer parte dele, e 
as fazem de forma quase que automáticas, pelo fato de as repetirem tanto. 
 
Gilda Maria 
O filme, Tempos Modernos, de Charles Chaplin, filmado em 1936 revela a vida urbana 
nos Estados Unidos, em 1930, após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda a 
sociedade norte-americana, levando grande parte da população, à fome e ao 
desemprego. O filme apresenta uma crítica ao sistema capitalista, ao trabalho excessivo 
nos quais os trabalhadores eram expostos, mostrando uma sociedade capitalista, 
moderna e individual, e a sua forma cruel de concentração de riquezas, as relações dos 
empregados às mudanças geradas pela Revolução Industrial, no século XX. 
O indivíduo passa a ser o mais importante condutor da produtividade, gerando valor 
para o capital. No filme se torna patente a história sobre o trabalho industrial, a 
iniciativa privada e a busca da felicidade pela humanidade. Também versa sobre temas 
presentes em nossa sociedade atual. O tempo chama à atenção para a vida desses 
operários, escravizados pelo relógio, mostrando que tempo é dinheiro, e no modo 
acelerado de trabalho dos operários exigidos pelo patrão, originando grandes problemas 
sociais decorrentes do capitalismo como também da busca pela felicidade. 
A criatividade do homem é extirpada pelo trabalho acelerado do trabalhador. Mas a 
manifestação da arte traz a liberdade para o operário. Como o filme trabalha com uma 
sociedade capitalista, todos os outros círculos sociais, estão fundamentados no 
capitalismo, inclusive a moral dos personagens está influenciada pela ética do capital. 
Concluindo, o filme apresenta uma sociedade mecanicista onde cada operário cumpre 
sua tarefa na fábrica, impedindo-o de exercitar o seu imaginário humano; o desemprego; 
a fome; o individualismo; a desigualdade de classe; a injustiça trabalhista e alienação do 
operário ao sistema econômico político capitalista. 
O filme pode ser também uma crítica aos operários que se comportam como ovelhas 
dóceis ou ao sistema político econômico que trata essas ovelhas? 
 
Jezanias Lucas 
No filme pode-se perceber a preocupação do homem está apenas voltada para si, 
para seu interesse próprio e não se preocupa com o próximo, com o outro, 
desconsiderando a sua relação com o outro. Assim como o presidente da fábrica que só 
se preocupa com a sua função de produzir, saciar seu desejo de passar o tempo 
supervisionando, mas não se preocupa com o cansaço dos funcionários quando ordena o 
aumento de produção, não se preocupa com o tempo de descanso e descontração, até 
mesmo refeição do trabalhador. Ao sair para o descanso o trabalhador saia condicionado 
a forma do serviço, com os mesmos costumes da máquina de tantas vezes que ele fazia 
aquele mesmo movimento durante a produção. 
A ilusão do trabalhador de almoçar sem ter trabalho nenhum e não necessitar 
fazer esforço, construíram uma máquina para dar de comer ao trabalhador, com o 
objetivo de suprir um garçom. Não ocupando a mão do trabalhador para não parar a 
produção, mas a máquina dá erro no funcionamento, e mesmo assim ela necessita de 
alguém para programá-la. Correndo o risco de dano a saúde e vida do trabalhador. A 
máquina não faz tudo sozinha, necessita de outra pessoa. Indicando que a pessoa é 
aquilo que está ao seu redor, pela sua experiência de vida. Mesmo que a pessoa não 
esteja apoiando ou vivendo daquela forma, mas o sistema o deixa condicionado a seguir 
aquele modo de vida. As injustiças, as desigualdades sociais, os protestos e 
reivindicações, entre outras práticas sempre vão existir na sociedade. 
O homem não é livre do sistema, mas se torna livre quando deixa os interesses 
forçado da história, da cultura, da sociedade, quando passar a ser o que ele é não sendo 
escravo dos seus desejos e interesses próprios, mas libertos de fazer escolhas certas ou 
erradas, mas buscando sempre sua felicidade, o que é melhor. Portanto, não podemos 
rotular a pessoa ao nascer, mas as suas experiências de vida, na prática, dependendo de 
suas escolhas é que vai dizer, ou melhor, demonstrar o que a pessoa é e tudo o que vive 
constitui e constrói sua conceituação de si mesmo, da sua subjetividade. 
Renê Rocha 
A relação que encontrei entre o filme e o texto está no conceito de pessoa, como aquela 
que é uma peça importante no trabalho, pois como Chaplin apresenta, o homem é uma 
peça essencial na linha de produção, pois concerta, monta, aperta os parafusos, portanto, 
o homem como essa peça é reduzido a um ser mecânico em que não vai ter como foco 
principal a sua liberdade individual, todo o conhecimento que se tem, mas sim a sua 
utilidade como uma peça mecânica, podemos ver isso a partir do momento em que ele 
realiza movimentos involuntários, como se estivesse apertando parafusos que não 
existem. 
Thiago José 
O filme Tempos Modernos estrelado pelo grande cineasta Charles Chaplin, rela 
a forte crise que passou a sociedade britânica em 1936, na qual diversos trabalhadores, 
pais de família ficaram desempregados, devido aos fechamentos das fábricas, 
ocasionando uma grande fome e o aumento dos roubos para obter alimentos e sustentar 
a si e a sua família. 
O filme mostra uma sociedade altamente mecanicista, cada trabalhador, possui 
sua tarefa demarcada dentro das fábricas, sendo impossibilitados de exercer alguma 
outra função. Eles são uma engrenagem que dão continuidade ao pleno 
desenvolvimento da indústria,e é necessário que trabalhem cada vez mais para que a 
produção aumente, quando não acontece o funcionário é dispensado da fábrica, haja 
vista que a procura por emprego se dá num âmbito exorbitante. 
Diversos temas sociais são percebidos no filme como o desemprego, a fome, 
injustiças trabalhistas, desigualdade de classes, individualismo, mecanicismo, ademais 
todos se mostram presentes nos tempos atuais. 
Muito se aproxima do texto, no qual mostra as encruzilhadas que o ser humano 
enfrenta para viver sua humanidade, todavia há um sistema que o impede de se libertar 
verdadeiramente de suas amarras e transformar-se como sujeito histórico. Viver na 
mecanicidade, distinguindo os melhores dos bons, faz com que haja mais concorrência e 
que a subjetividade e especialmente a alteridade se dilua cada vez mais, abrindo espaço 
para um individualismo construindo um indivíduo, invés de pessoa. 
O homem ao fazer parte constantemente desse sistema e sendo um fiel seguidor 
do mesmo, acaba difundindo a necessidade de se sobressair frente a seus companheiros. 
Este percebe-se como um ser livre dentro desse sistema, contudo sua liberdade é 
justamente moldada e difundida pelo mesmo, ora, as redes sociais, o Google, são 
ferramentas que inspiram uma liberdade, pois dá possibilidade para o indivíduo 
construir sua face e expor-se cada vez mais, contudo essa liberdade vem mitigada com 
uma infinidade de paradigmas escravistas que não fornece liberdade, mas alienação 
frente ao sistema. Aqueles que foram acorrentados pela dinâmica do sistema, isto se ela 
realmente existe, deseja cada vez mais fazer parte dele, e assim se expõe com toda 
consciência e “liberdade”. 
O filme ao relatar a situação de uma Londres, altamente individualista, 
injustiçada pelos donos de empresas, até, pode-se dizer que fornece um conforto para o 
ser humano do século 21, mas será mesmo? Um mundo cada vez mais doente e 
individualista, na qual as propostas de evolução são imensamente assassinas e presam 
pela produção em massa, pela substituição do homem pelas máquinas. Como sentir-se 
confortado por perceber que tal situação não se revela apenas hoje, mas que faz tempo 
que a situação se repete, alterando apenas as personagens? Não há conforto, há reflexão 
e indignação, até mais angústia, ora fazemos parte do sistema e cada vez mais estamos 
perdendo nossa humanidade, deixando de ser um homo sapiens-sapiens e se 
transformando num homo-faber que necessita trabalhar, produzir, e que não pode 
descansar, pois “tempo é dinheiro”. Perdemos sentimentos, enrijecemos as relações e 
construímos muros que separam os ricos dos pobres, os negros dos brancos, a burguesia 
da favela, os homossexuais dos heterossexuais, a mulher do homem, criando superiores 
e marginalizados 
2. Escolha um aspecto do texto que lhe chamou a atenção e faça um 
comentário 
Antônio Mateus 
O aspecto que me chamou a atenção no texto, foi o de liberdade e autonomia. Sabendo 
que no mundo em que vivemos, muitas vezes, ou quase sempre, somos privados dessa 
liberdade e dessa autonomia, vivemos uma "liberdade", ou a entendemos como fazer o 
que queremos, ou aquilo que nos anima, porém muitas vezes somos pegos de surpresa 
porque esse tipo de liberdade é imposto como algo que nos priva de sermos nós 
mesmos, passando uma imagem negativa daquilo que somos e pensando sermos livres, 
quando na verdade estamos presos. A mesma coisa praticamente acontece com nossa 
autonomia, quando pensamos que sermos livres sobre nós mesmos, e acabamos por 
estar submisso a um modo de pensar totalmente diferente do nosso. Relacionando isso, 
vivemos ainda em nossos tempos, a grande luta de classes, a grande luta pelo poder, o 
nosso egocentrismo e esquecemos que quanto mais brigamos por isso, mas somos 
privados de nossos direitos de liberdade e autonomia enquanto cidadãos e povo de uma 
sociedade ainda antropocêntrica. 
 
Francisco Cleirton 
O que mais me chama atenção são os questionamentos que o autor faz sobre a definição 
ontológica do homem, onde este vai ter como base uma essência já pré-determinada, e 
que vai se modelando de acordo com a historicidade, com as vivências e seu agir em 
meio à sociedade, formando assim a sua identidade. 
 
Gilda Maria 
O sujeito pode intervir na constituição da sua subjetividade? Existem práticas, nas quais 
o sujeito pode instituir sua própria subjetividade e seu próprio modo de existência. Na 
contemporaneidade as questões referentes “quem é o sujeito que se denomina pessoa” e 
como se constitui a subjetividade, muito se debate. Essas questões são meramente 
filosóficas e não psicológicas, essa subjetividade está correlacionada com o modelo da 
sociedade tornando-se também um questionamento de caráter político que abrange as 
práticas sociais e as formas institucionais das quais se constituem a subjetividade. 
Como se constitui a subjetividade? Por fatores internos e externos, a qual forma do 
sujeito se percebe, relacionando-se como ele estabelece relações sociais, em decorrência 
de suas condições histórico-sociais. A historicidade se faz necessária para a constituição 
da subjetividade. Entende-se que o sujeito é um ser histórico e que as particularidades 
sociais se penetram mutuamente em sua subjetividade como partes “essenciais”, do que 
chamamos o nosso eu. O sujeito detém em si componentes como a historicidade e a 
interação com a cultura e a sociedade. Então deduz-se que a historicidade se mostra 
como imprescindível para o indivíduo. 
Na modernidade a teimosia no “eu”, sem dúvida é uma diminuição da subjetividade. 
 
Jezanias Lucas 
Os questionamentos do autor chamam atenção pelo fato de buscar o conceito, 
entendimento e cerne de pessoa, do indivíduo. Demonstrando como o homem se 
subjetiva e dar-se a essa constituição de si mesmo. Não existe pessoas padronizada, 
histórias iguais, nem culturas sociais semelhantes que fazem com que as pessoas sejam 
uniformes, mas existe vários meios que constituem a pessoa como a história, a relação 
da cultura e o meio que o homem vive. Não existe uma padronização, ou forma que 
constitua o ser, o indivíduo, o homem, a pessoa. Portanto a pessoa jamais vai se sentir 
completa, realizada, plena devido que a sua faze constitutiva, conceitual e compreensão 
de si mesmo é dada pelas experiências, não se firma em uma determinada teoria 
firmada. Não existe um humano conclusivo daquilo que ele é, na sua subjetividade, mas 
ao considerar incompleto, este fato histórico, cultural, determinista e realista, faz com 
que a pessoa seja prática inconstantemente em busca da felicidade plena, do 
conhecimento infinito de si mesmo, considerando-se sempre pessoa subjetivamente 
infinita. Por isso o conhecimento de si mesmo é uma contínua experiência. 
 
Renê Rocha 
O que mais me chamou atenção no texto foi o aspecto da historicidade em si, pois 
mostra o indivíduo como aquele ser que é e que se envolve diariamente com outras 
pessoas e através dessas relações ela acaba estabelecendo a construção de uma 
historicidade, definindo cada vez mais os seres humanos como essências individuais e 
assim cada um com suas particularidades 
Thiago José 
Um dos aspectos mais importantes do texto e que vejo como um dos 
fundamentais, pois daí parte toda a construção subjetiva do ser humano, e a comunhão 
do conceito de pessoa e sujeito. Ora o sujeito aquele que age, que toma suas decisões 
com base na sua historicidade, se unifica com a pessoa que possui seus valores 
universais, que sendo um homem político e vive numa polis como dizia Aristóteles, 
necessita de ser ele mesmo, dentro de sua historicidade, mas abrindo seu olhar para a 
condição humana da comunidade a qual ele pertence que possui um ethos o qual se 
define comunitariamente e não individualmente. 
Fazer a unificação entre sujeito e pessoa, como bem apresenta o texto de 
Bartolomé Ruiz, não se trata de descartar um e sobressair o outro, mas de dar sentidomais profundo para o ser humano que traz em si suas angústias e desejos pessoais, sem 
excluir sua vivência comunitária e o desenvolvimento dela, para que ele viva bem. A 
cultura mecanicista a todo momento deseja, separar ambos os conceitos, mas se esquece 
que uma dicotomia quando se trata das relações humanas, não são tão simples devido o 
fato de que se vive uma rede, é necessário buscar uma unidade entre sujeito e pessoa, e 
não uniformidade reduzindo o ser humano em mero sentido, mas em um humano que 
com sua diversidade de pensamento e condições históricas, vive, convive, sobrevive em 
meio os seus da mesma espécie.

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