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Universidade, Ciência e Conhecimento Científico

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE ESTUDO - UNIDADE DE APRENDIZADO 1
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico Dostoiewski Mariatt de O. Champangnatte
O papel da universidade é plural e diverso, pois é conformado no mundo social por diferentes grupos. Tal observação reafirma o pressuposto sociológico de que a universidade e outras instituições são artefatos sociais que devem ser compreendidos como produtos da história humana. Além disso, é preciso dizer que tal história humana é perpassada por confluências e conflitos entre os mais variados estratos sociais, demarcada por conjunturas, isto é, pela própria temporalidade. Ou seja, a universidade é uma produção social e histórica; sua função social não está dada por uma definição natural.
No Brasil, a história da universidade é secular, pois as experiências universitárias tardaram a ganhar materialidade. Apenas no fim da década de 1820 foram estabelecidas escolas de ensino superior. A tônica dessas experiências do século XIX, no Brasil, consistiu na criação de escolas e faculdades isoladas e de formação profissional de médicos, engenheiros e bacharéis em Direito. No século XX, na história do ensino superior brasileiro, conformaram-se, propriamente, as experiências universitárias. A rigor, em princípio, tais experiências manifestaram a cultura de escolas ou faculdades, pois, por meio de decretos ou leis, foram reunidas instituições isoladas em torno do nome “universidade”.
As funções da universidade são plurais, mas é possível afirmar que a sua principal atribuição é pensar a si mesma, isto é, refletir sobre sua própria função social. Talvez isso caracterize a própria condição humana: pensar-se. E tal exercício deve ser permanente, pois, tal qual o destino de Sísifo, o pensar e o refletir precisam ser feitos e refeitos.
Esperamos que nesta apostila você possa:
1. Compreender as principais fases do desenvolvimento histórico das universidades e seu papel na sociedade contemporânea; 2. Identificar as três funções indissociáveis da universidade; 3. Relativizar o conceito de ciência; 4. Identificar as várias áreas da ciência; 5. Compreender as etapas do método científico.
Para melhor compreensão do conteúdo, este material foi dividido nas seguintes partes: 
1. A Universidade; 1.1 O Papel Social e a Função da Universidade; 1.2 A Universidade no Brasil e nas Américas; 1.3 As Funções da Universidade Hoje; 1.4 Ciência e Conhecimento Científico; 1.5 A Ciência e suas Áreas; 1.6 O Conhecimento Científico Frente às outras Formas de Conhecimento 
1. A Universidade
Neste conteúdo você descobrirá que faz parte de uma tradição universitária de quase mil anos. Ingressar na universidade significa pertencer a uma comunidade de estudantes e mestres que se dedicam ao estudo, prestam serviços à sociedade e, por meio da investigação científica, promovem o avanço do conhecimento.
1.1 O Papel Social e a Função da Universidade
A palavra “universidade” vem do latim universitas (colcocar palavra em itálico), que significa “universalidade, totalidade, o todo” e, ainda, “o universo, o conjunto das coisas” (FARIA, 1962). Segundo Trindade (1999), o desenvolvimento da universidade pode ser caracterizado por quatro momentos históricos importantes:
·	Século XII - O primeiro período na evolução histórica se inicia durante o século XII, quando a palavra “universidade” passou a significar associação ou comunidade de estudiosos, tornando-se sinônimo de um modelo de instituição inaugurado em cidades como Bolonha (Itália, 1158), Paris (França, 1200) e Oxford (Inglaterra, 1167). Esses centros de altos estudos foram criados para atender a uma nova demanda social que floresceu no século XII. Naquela época, os chefes da igreja reconheceram a necessidade de harmonizar as ideias cristãs e as recentes descobertas científicas por meio da formação de novos profissionais, não apenas no campo da Teologia, mas também em Direito e Medicina.
·	Século XV - O segundo momento da evolução histórica das universidades inicia-se no século XV, durante o período renascentista. Nessa época, a transição do sistema de produção feudal para o capitalista, o despontar do humanismo literário e artístico, assim como a Reforma Protestante, imprimem uma nova dinâmica às instituições de ensino superior. Há uma expansão no número e na natureza das universidades, que vão estabelecendo maior autonomia acadêmica e se incumbindo da produção de novos conhecimentos.
·	Séculos XVII e XVIII - O terceiro momento ocorre entre os séculos XVII e XVIII, quando as novas descobertas científicas, o Iluminismo e a Revolução Industrial colaboraram para solidificar o papel da universidade como instituição produtora e disseminadora de conhecimento.
·	Século XIX - Entretanto, é a partir do século XIX, com os desdobramentos da Revolução Industrial, o advento do capitalismo e as transformações nas artes, ciência, cultura e educação que a universidade adquire o caráter que conhecemos hoje.
1.2 A Universidade no Brasil e nas Américas
O surgimento das primeiras universidades das Américas foi marcado pela colonização inglesa, espanhola e portuguesa. 
·	EUA - Os americanos, seguiram o modelo de Oxford e Cambridge, que orientou a criação de universidades como Harvard (1612), Pensilvânia (1740) e Yale (1701).
·	América Latina - Na América Latina, nota-se a influência do modelo espanhol da Universidade de Salamanca (1218) e da Universidade de Alcalá (1499), hoje chamada de Universidade Complutense de Madrid. Em nosso país, a primeira faculdade surgiu em “1808, quando o príncipe regente, com a transferência da Corte, criou o primeiro curso de cirurgia, anatomia e obstetrícia”.
·	Rio de Janeiro - A primeira universidade brasileira, a “Universidade do Brasil” (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ), só foi fundada em 1920.
·	São Paulo - A primeira universidade de ponta foi a Universidade de São Paulo, criada em 1934. Isso significa que por várias décadas “o Brasil esteve fora do processo universitário quando o tema principal do debate, no século XIX, era a nova universidade, devotada à pesquisa e à ciência” (TRINDADE, 1999).
1.3 As Funções da Universidade Hoje
Atualmente, no Brasil, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n° 9.394/96), Artigo 43°, a educação em nível superior tem várias funções:
·	Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;
·	Formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira e para colaborar em sua formação contínua;
·	Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e à criação e difusão da cultura, desenvolvendo, assim, o entendimento do homem e do meio em que vive;
·	Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através de publicações ou de outras formas de comunicação;
·	Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que são adquiridos em uma estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento produzido por cada geração;
·	Estimular o conhecimento sobre os problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;
·	Promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.
É a legislação vigente, como a Lei de Diretrizes e Bases (LDB n° 9.394/96) e suas leis complementares, que determina legalmente a função das universidades. O artigo 207 da Constituição Federal determina que cabe às universidades realizar atividades de ensino, pesquisa e extensão: três funções que são indissociáveis.
ENSINO
Quanto ao ensino,as universidades são responsáveis por oferecer cursos de graduação e pós-graduação. Os cursos de graduação podem ser oferecidos nas modalidades presencial, semipresencial ou à distância. Ao finalizar a graduação, os alunos têm a opção de continuar seus estudos ingressando em cursos de pós-graduação do tipo:
·	stricto sensu: programas de mestrado e doutorado dedicados à formação para a pesquisa e à qualificação profissional em caráter especializado, ou;
·	lato sensu: cursos de especialização e aperfeiçoamento.
Cabe assinalar que a Lei de Diretrizes e Bases (LDBn° 9.394/96) determina que todas as instituições de ensino superior, assim como os cursos oferecidos por elas, devem ser devidamente autorizadas e reconhecidas pelo Ministério da Educação.
PESQUISA 
Tanto na graduação como na pós-graduação, a universidade deve estar comprometida com a produção do saber, realizada por meio do estudo sistemático e da pesquisa científica. Em outras palavras, o desenvolvimento do conhecimento exige a adoção de procedimentos específicos para estudo e pesquisa. As atividades de pesquisa das universidades brasileiras são reguladas por agências governamentais, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), entre outras.
EXTENSÃO
A universidade deve, ainda, promover atividades de extensão, disponibilizando seus serviços à sociedade, seja por meio de programas, projetos (como a reconhecida Clínica-Escola de Odontologia da Unigranrio) ou cursos para a comunidade. A extensão universitária é um dos pilares do ensino superior, pois possibilita à população acessar os bens culturais gerados pela universidade por meio do ensino e da pesquisa.
1.4 Ciência e Conhecimento Científico
Agora, vamos explorar o conhecimento como ato inerente à existência humana e aspecto essencial ao trabalho acadêmico no curso de graduação. Nas próximas linhas, você aprenderá sobre os vários tipos de conhecimento e entenderá como eles se diferenciam do conhecimento científico. Alguns pontos que serão objetos de estudo são:
·	Relativização do conceito de ciência 
·	Identificação das várias áreas da ciência
·	Compreensão das etapas do método científico
Nas páginas anteriores, exploramos a natureza e o papel da universidade, assim como suas principais funções na contemporaneidade. Vimos que uma de suas principais tarefas é a produção e disseminação do conhecimento, ou seja, o desenvolvimento da ciência. Mas, você sabe o que é ciência? 
A palavra “ciência” geralmente evoca a imagem do homem vestido de branco, manuseando tubos de ensaio ou fazendo experimentos em laboratórios. A imagem desse tipo de cientista representa uma das dimensões da ideia de ciência, aquela associada à experimentação. Definir ciência, entretanto, é uma tarefa muito difícil.
Ruiz (1996) afirma que, em sentido amplo, ciência significa simplesmente conhecimento e, em sentido restrito, refere-se “a um conhecimento que não só assimila ou registra fatos, mas também os demonstra pelas suas causas determinantes e consecutivas.” Confira o que engloba as principais definições de ciências para esse autor:
·	Conhecimento certo do real pelas suas causas
·	Conjunto orgânico de conclusões certas e gerais, metodicamente demonstradas e relacionadas com objeto determinado
·	Atividade que se propõe demonstrar a verdade dos fatos experimentais e suas aplicações práticas
·	Conhecimento sistemático dos fenômenos da natureza e das leis que os regem, obtido através da investigação pelo raciocínio e pela experimentação intensiva
·	Estudo dos problemas solúveis, mediante método científico.
·	Conjunto orgânico de conclusões certas e gerais, metodicamente demonstradas e relacionadas com objeto determinado
·	Conhecimento certo do real pelas suas causas;Estudo dos problemas solúveis, mediante método científico
·	Atividade que se propõe demonstrar a verdade dos fatos experimentais e suas aplicações práticas
Produzimos ciência porque o homem é um ser pensante, é um ser que procura soluções aos desafios que se apresentam à sua sobrevivência. Logo, o desenvolvimento da ciência torna-se essencial para a vida humana, permitindo-nos compreender o mundo em que vivemos, assim como seus fenômenos naturais e sociais. A complexidade da realidade exige, entretanto, que cada ciência desenvolva seu método de trabalho para explorar as diversas dimensões da vida e do universo.
"Você sabia que o filósofo francês René Descartes, conhecido com um dos fundadores da Filosofia moderna, afirmou, no século XVII, que o simples ato individual de pensar na própria existência e colocá-la em dúvida seria uma comprovação da existência em si? Sua célebre frase "Penso, logo existo" (do latim "Cogito, ergo sum") demonstra que o ato de pensar a realidade e questioná-la é uma forma de demonstrar a existência do indivíduo. O pensamento de Descartes — que, na Matemática, área em que também foi influente, ficou conhecido como cartesiano — se tornou uma das bases da Filosofia ocidental e influenciou de forma decisiva a produção de conhecimento dos últimos séculos."
1.5 A Ciência e suas Áreas
Hoje, há várias maneiras de agrupar os ramos da ciência. Confira as grandes áreas do conhecimento e, consequentemente, das ciências, segundo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq):
·	Ciências Biológicas: inclui campos como a Genética e a Botânica;
·	Ciências Exatas e da Terra: contempla áreas como a Matemática e a Física;
·	Engenharias: é um ramo das ciências aplicadas e concentra, por exemplo, a Engenharia Civil e a Engenharia de Produção;
·	Ciências da Saúde: inclui a Medicina e a Odontologia;
·	Ciências Agrárias: contempla campos como a Agronomia e a Zootecnia;
·	Ciências Sociais Aplicadas: engloba áreas como o Direito, a Administração e Economia;
·	Ciências Humanas: neste ramo, estão, por exemplo, a Filosofia e a Educação;
·	Linguística, Letras e Artes: inclui campos de estudo como a Literatura e o Cinema;
·	Outros: contempla novas áreas, como Bioética e Ciências Ambientais.
As áreas do conhecimento se desenvolveram historicamente por meio da contribuição de vários pesquisadores que, como você, um dia foram alunos de graduação. É importante destacar, também, que a produção do saber científico ocorre pela associação dos vários saberes. Em outras palavras, as ciências se complementam e interagem. Por exemplo, a Ecologia depende da Química, Física, Sociologia e das Ciências Políticas, assim como os biólogos utilizam estudos da Genética, da Física e da Química (SANTOS, 2005). 
É preciso destacar, ainda, que a ciência e seus ramos continuam em plena evolução. Áreas como Biologia Genética e Bioética surgem para acompanhar as questões do nosso tempo, como a manipulação de células tronco; portanto, os desafios da ciência continuam se apresentando à universidade na contemporaneidade.
1.6 O Conhecimento Científico frente às outras Formas de Conhecimento
O conhecimento desenvolvido pelo ser humano em suas relações com o meio nem sempre foi como é hoje. Primeiramente, houve a geração dos místicos, que deu uma explicação mística ou mágica para a realidade; depois, tivemos a geração dos filósofos, que procurou, por meio do pensamento, chegar à verdade e, finalmente, a geração dos cientistas, que “desdobraram o universo em milhares de segmentos, não para dizer o que é ser, mas para saber ‘como’ cada coisa é” (Ruiz, 1996).
Hoje, nos beneficiamos do conhecimento desenvolvido por todos aqueles que vieram antes de nós e recebemos a tarefa de avançar esse conhecimento. Logo, pensar sobre o conhecimento recebido de nossas famílias, professores, líderes religiosos ou da mídia é um direito de todos os homens. Há, entretanto, diferenças entre o conhecimento científico e outros tipos de conhecimento.
São seis os tipos de conhecimento e suas características. Conheça cada um deles (adaptado de Ruiz, 1996):
·	Conhecimento Sensorial - Refere-se à apreensão da realidade pelos sentidos.É comum aos homens e animais. Por exemplo, ambos são capazes de identificar que tipos de alimentos lhes são adequados utilizando seus sentidos.
·	Conhecimento Intelectual - O conhecimento intelectual é próprio do ser humano. Ele operacionaliza as representações construídas com a ajuda dos sentidos e lhes atribui novas significações. O conhecimento científico não pode existir sem o conhecimento intelectual, pois baseia-se na racionalidade humana.
·	Conhecimento Vulgar ou Empírico - É o conhecimento adquirido por meio da experiência direta, sem qualquer tipo de sistematização. É o conhecimento do povo, gerado e transmitido no dia a dia. Explora os fatos nas suas aparências gerais, vivências e tradições. Por exemplo, todos nós conhecemos uma receita infalível para curar resfriados, mas raramente sabemos a farmacologia dos medicamentos.
·	Conhecimento Teológico - Conhecimento baseado nas escrituras sagradas e nos dogmas religiosos. Defende que a razão humana depende da iluminação divina. A verdade pertence a Deus e nos foi revelada por meio das escrituras. Isso significa, por exemplo, acreditar que Deus criou o homem, o que se contrapõe por exemplo, ao conhecimento científico sobre a evolução das espécies.
·	Conhecimento Intuitivo - É de ordem subjetiva e reduz-se ao ato simples, indivisível e direto do conhecimento pela experiência imediata. Temos a intuição sensorial, que orienta nossas ações concretas — como na hora de avaliar a velocidade dos carros para atravessarmos a rua ou definirmos a temperatura da água do banho. É a intuição intelectual que guia nossos princípios lógicos, éticos e estéticos. Por exemplo, não precisamos pensar muito para saber se uma obra de arte nos agrada. O julgamento estético da obra ocorre imediatamente com base no conhecimento intuitivo.
·	Conhecimento Filosófico - Produz conhecimentos sobre a realidade lançando mão de princípios racionais e das leis formais do pensamento. Utiliza o método racional, dedutivo, que antecede a experiência, ou seja, a coleta de dados empíricos. Tem o objetivo de questionar os saberes estabelecidos e avançar a compreensão sobre as questões metafísicas.
·	Conhecimento Científico - O conhecimento científico distingue-se dos tipos de conhecimento listados anteriormente por seus objetivos, métodos e resultados. Ele é programado, sistemático, crítico e rigoroso. Possui um campo delimitado e utiliza métodos próprios de pesquisa e objetos particulares de investigação. Em contraposição ao conhecimento vulgar ou empírico, o conhecimento científico procura demonstrar o “porquê” dos fenômenos. Investiga suas causas, efeitos, classificações e agrupamentos. Seus resultados são expressos em leis, teorias e generalidades.
Marconi e Lakatos (2009) destacam que o conhecimento científico diferencia-se dos outros tipos de conhecimento mais pela sua metodologia do que pelo seu conteúdo. Conheça algumas características do conhecimento científico:
·	Real (factual) - Porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda “forma de existência que se manifesta de algum modo”.
·	Contingente - Pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecidas por meio da experiência e não apenas pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico.
·	Sistemático - Já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos, desconexos.
·	Verificável - Pois as afirmações (hipóteses) que não podem ser verificadas não pertencem ao âmbito da ciência.
·	Falível - Visto que não é definitivo, absoluto ou final.
·	Aproximadamente Exato - Pois novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.
Iniciamos esta material explorando o papel e a função da universidade. Vimos que as universidades foram criadas na Idade Média para atender a demandas sociais por novos profissionais e que seu papel foi se transformando ao longo dos séculos para acompanhar a evolução científica, tecnológica e cultural. Aprendemos também que, na América Latina, o sistema universitário foi influenciado pelo modelo europeu e que, no Brasil, a primeira universidade de ponta foi criada em São Paulo, em 1934. 
Descobrimos que houve uma grande expansão do ensino superior nos últimos 40 anos e exploramos as principais tarefas da universidade de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96, assim como suas três funções indissociáveis: ensino, pesquisa e extensão. Vimos, também, a definição de ciência e exploramos as várias áreas do conhecimento científico. 
Aprendemos, ainda, que o ser humano é capaz de conhecer e pensar e que o conhecimento é essencial à sua sobrevivência. 
Vimos, também, que há três elementos essenciais e indissociáveis que constituem o conhecimento humano, são eles: 1. o sujeito; 2. o objeto, e 3. a representação ou imagem do que é conhecido. Aprendemos também que o conhecimento e as formas de conhecer evoluíram ao longo dos anos, indo da perspectiva mítica à científica. Exploramos as características de vários tipos de conhecimento (sensorial, intelectual, vulgar ou empírico, intuitivo, teológico, filosófico) e aprendemos que o conhecimento científico distingue-se dos outros tipos por ser real (factual), contingente, sistemático, verificável, falível e aproximadamente exato.

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