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Material elaborado por @_marianapinheiro (anotações e resumo do curso de Direito Previdenciário na Prática – Brasil Jurídico) Qualquer erro, por favor me contatar. 1 Principais alterações trazidas pela EC 103/2019: 1. Alteração da nomenclatura, passou a se chamar “aposentadoria por incapacidade permanente”. 2. Alteração na forma de cálculo da RMI Qual o conceito? Art. 42, LBPS. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. Todas as categorias de segurados podem receber aposentadoria por invalidez. CARÊNCIA Regra geral: 12 meses Hipóteses de dispensa: 1. Acidente de qualquer natureza ou causa; 2. Doença ocupacional ou do trabalho; 3. Doenças do rol do art. 151 da Lei 8.213/91 a. Tuberculose ativa b. Hanseníase c. Alienação mental d. Esclerose múltipla e. Hepatopatia grave f. Neoplasia maligna g. Cegueira h. Paralisia irreversível e incapacitante i. Cardiopatia grave j. Doença de Parkinson k. Espondiloartrose anquilosante l. Nefropatia grave Material elaborado por @_marianapinheiro (anotações e resumo do curso de Direito Previdenciário na Prática – Brasil Jurídico) Qualquer erro, por favor me contatar. 2 m. Estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante) n. Síndrome da deficiência imunológica adquirida (aids) o. Contaminação por radiação. DID: data de início da doença: data em que a doença foi descoberta. DII: data de início da incapacidade: data em que a doença se tornou incapacitante. Aposentadoria por invalidez previdenciária/ordinária: Código de concessão será B32 Aposentadoria por invalidez acidentário: Código de concessão será 92 É necessário saber a natureza do benefício, se é previdenciária ou acidentária. Se a aposentadoria por invalidez for acidentária, a competência será da Justiça Comum. A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. A concessão de aposentadoria por invalidez, inclusive mediante transformação de auxílio-doença está condicionada ao afastamento de todas as atividades. SITUAÇÕES: 1. Ingresso ou reingresso no sistema já doente A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. Ou seja, nesta situação é quando o DID e DII são anteriores a filiação ou reingresso na Previdência Social. 2. DID anterior a filiação, mas DII posterior a filiação/reingresso Se a pessoa já estava doente antes de se filiar, mas a incapacidade só surgiu depois da filiação, o segurado terá direito à concessão do benefício. 3. DII anterior a Perda da Qualidade de Segurado, mas pedido administrativo posterior Quando a DII ocorreu durante o período de graça e o seguro não pediu o benefício durante este período, somente após a perda da qualidade de segurado. Ocorre do INSS negar o benefício por alegar que o pedido administrativo foi feito quando o segurado já não tinha mais a qualidade de segurado. Contudo, é importante saber se a DII ocorreu enquanto a pessoa conservava a Material elaborado por @_marianapinheiro (anotações e resumo do curso de Direito Previdenciário na Prática – Brasil Jurídico) Qualquer erro, por favor me contatar. 3 qualidade de segurado, independentemente da data do requerimento administrativo ter sido feita posteriormente. REINGRESSO NO SISTEMA – CUMPRIMENTO DE CARÊNCIA Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa perda não contarão para efeito de carência a menos que o segurado contribua com metade da carência exigida para a concessão (6 contribuições). PERÍCIA BILD O segurado será convocado de 2 em 2 anos, para passar por uma perícia administrativa que irá verificar se a situação de incapacidade persiste. PERÍCIA BIENAL O segurado aposentado por invalidez está obrigado a submeter-se a processo de reabilitação profissional e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos. O aposentado por invalidez que não tenham retornado à atividade estará isento do exame: 1. após completar 55 anos ou mais de idade e quando decorridos 15 anos da data da concessão da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a precedeu; 2. após completar 60 anos de idade Atenção: a dispensa da perícia nas hipóteses acima não significa que o benefício se tornou definitivo. • A pessoa com HIV/aids é dispensada da avaliação. AUXÍLIO ACOMPANHANTE (acréscimo grande invalidez) • É um adicional de 25% em cima do valor que o aposentado por invalidez recebe. • É devida ao segurado que tenha uma invalidez que exija um acompanhamento constante de uma terceira pessoa para auxiliar o aposentado. Material elaborado por @_marianapinheiro (anotações e resumo do curso de Direito Previdenciário na Prática – Brasil Jurídico) Qualquer erro, por favor me contatar. 4 No Rol do Anexo I do RPS há 9 hipóteses em que o benefício pode ser concedido, mas esse rol não é taxativo – é exemplificativo. 1 - Cegueira total. 2 - Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta. 3 - Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores. 4 - Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível. 5 - Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível 6 - Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível. 7 - Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social. 8 - Doença que exija permanência contínua no leito. 9 - Incapacidade permanente para as atividades da vida diária. Atenção: Esse benefício não pode ser concedido sozinho, ou seja, sem o benefício da aposentadoria por invalidez. • A aposentadoria por invalidez será concedida quando for uma incapacidade TOTAL e PERMANENTE. • Caso a incapacidade seja PARCIAL e PERMANENTE, será deferido o benefício do auxílio- doença e a reabilitação. • Contudo, em algumas situações, a reabilitação é inviável. Nessas situações, embora a incapacidade seja parcial, será possível conceder a aposentadoria por invalidez. INVALIDEZ SOCIAL Se for constatada a invalidez permanente e parcial, será necessário observar as condições pessoais e sociais do segurado para que seja concedida a aposentadoria por invalidez (grau de escolaridade, idade, nível econômico etc.), conforme decisões do TNU e STJ. Para provar a invalidez social será necessário o pedido pela via judicial. Material elaborado por @_marianapinheiro (anotações e resumo do curso de Direito Previdenciário na Prática – Brasil Jurídico) Qualquer erro, por favor me contatar. 5 Súmula 47 da TNU: “uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão de aposentadoria por invalidez”. STJ: “segundo jurisprudência deste Colegiado, é possível a verificação do contexto socioeconômico do segurado com a finalidade de concessão da aposentadoria por invalidez sem ofensa à norma do art. 42 da Lei de Benefícios” (passagem do julgamento do AgRg no Ag 1270388, de 24/04/2010). Súmula 77 da TNU: “o julgador não é obrigado a analisar as condições pessoais e sociais quando não reconhecer a incapacidade do requerente para a sua atividadehabitual” INVALIDEZ SOCIAL AMPLA A invalidez social ampla ocorre quando não há uma incapacidade do ponto de vista clínico, mas há uma incapacidade do ponto de vista pessoal. São aquelas situações em que o estigma da moléstia do segurado é de tal tamanho que o mercado de trabalho se fecha para esse segurado. Ou seja, como é uma incapacidade do ponto de vista social (a pessoa não conseguirá se reinserir no mercado de trabalho). Há uma absoluta invalidez do ponto de vista social. Súmula 78 da TNU: “comprovado que o requerente do benefício é portador do vírus HIV, cabe ao julgador verificar as condições pessoais, sociais, econômicas e culturais, de forma a analisar a incapacidade em sentido amplo, em face da elevada estigmatização social da doença”. Enunciado 141, FONAJEF: “a súmula 78 da TNU, que determina a análise das condições pessoais do segurado em caso de ser portador de HIV, é extensível a outras doenças igualmente estigmatizantes”. MENSALIDADES DE RECUPERAÇÃO Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, excetuando-se a situação prevista no art. 48, serão observadas as normas seguintes: Material elaborado por @_marianapinheiro (anotações e resumo do curso de Direito Previdenciário na Prática – Brasil Jurídico) Qualquer erro, por favor me contatar. 6 I - quando a recuperação for total e ocorrer dentro de cinco anos contados da data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o benefício cessará: a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava na empresa ao se aposentar, na forma da legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela previdência social; ou b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados; e II - quando a recuperação for parcial ou ocorrer após o período previsto no inciso I, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: a) pelo seu valor integral, durante seis meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade; b) com redução de cinquenta por cento, no período seguinte de seis meses; e c) com redução de setenta e cinco por cento, também por igual período de seis meses, ao término do qual cessará definitivamente. Atenção: se o aposentado por invalidez estiver apto a retornar o trabalho, ele deve marcar a perícia no INSS para, após a perícia, passar a receber a mensalidade de recuperação, se for constatado que ele está apto para retornar ao trabalho. É preciso aguardar o fim da mensalidade de recuperação para ser feito um novo pedido de benefício? Não, outro benefício poderá ser requerido administrativamente. Contudo, é ideal verificar se o cliente tem a possibilidade de conseguir um outro benefício que não dependa de perícia (ex: aposentadoria voluntária ou aposentadoria por idade). CÁLCULO DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ • Como era: SB 80% + SC, RMI = 100% SB (se a DII for antes da Reforma da Previdência, o segurado terá direito ao cálculo como era antes, que é mais benéfico). • Como ficou: SB de Média aritmética 100% SC Material elaborado por @_marianapinheiro (anotações e resumo do curso de Direito Previdenciário na Prática – Brasil Jurídico) Qualquer erro, por favor me contatar. 7 RMI PREVIDENCIÁRIO = 60% da média aritmética, com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição para homens e 15 anos de tempo de contribuição para mulheres. RMI ACIDENTÁRIO = O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 100% da média aritmética no caso de aposentadoria por incapacidade permanente, quando decorrer de acidente de trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – REQUISITOS 1. Mantém a qualidade de segurado no momento do surgimento da incapacidade (DII); 2. Cumprimento da carência ou hipótese de dispensa; 3. Existência ou não da incapacidade; Como atender o cliente? Quais perguntas fazer? 1. Identificar a existência da qualidade de segurado, ou período de graça, ou data da PQS 2. Identificar a natureza da incapacidade – acidentário ou não 3. Identificar a profissão de segurado 4. Identificar a did e a dii 5. Identificar se há mesmo incapacidade 6. Identificar o cumprimento da carência ou a dispensa 7. Conferir a razão do indeferimento (pedir a cópia do processo administrativo) 8. Conferir documentação e necessidade de novos laudos ESTRUTURA DA PETIÇÃO INICIAL 1. Verificar a competência a) Acidentário b) Previdenciário 2. Legitimidade ativa e passiva 3. Pedidos 4. Perícia específica 5. Documentação
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