Buscar

Caso clínico caprino Boer 14 03 21

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO – UNIAN
Clínica Médica de Grandes Animais
 
Caso Clínico: Caprino da raça Boer
Leandro Aparecido Machado RA: 321546014710 (8º semestre)
Leonel Nisner Rosa RA: 31239791411 (9º semestre)
Martinho Reis Filho RA: 319955414710 (8º semestre)
Valeria Gori RA: 321543614710 (8º semestre)
Viviane Cassin Copola RA: 321536214710 (8º semestre)
UNIAN - SÃO BERNARDO DO CAMPO – SP
14/03/2021
Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Anhanguera de São Paulo, Campus Unian, um caprino da raça Boer, macho, pesando 58kg, 5 anos, com quadro clínico de apatia, prostração, inapetência e decúbito esternal prolongado com episódios intermitentes de diarreia. Segundo relato do tutor durante a anamnese, o animal convive com mais quatro caprinos, dois ovinos, um bovino e um equino, tendo acesso ao mesmo cocho de ração e água que os demais animais. Ainda relatou sobre a ocorrência de óbito recente de um ovino do mesmo plantel que apresentou os mesmo sinais e sintomas. Ao exame físico, o animal apresentava frequência cardíaca 120bpm, frequência respiratória 80mpm, mucosas oral e ocular congestas, desidratação, temperatura retal 39.8ºC e hipomotilidade ruminal. Como exame complementar foi coletado amostra para hemograma completo e urinálise.
Diante do exposto, respondas às perguntas abaixo:
1. Quais parâmetros avaliados durante o exame físico apresentam-se fora dos padrões de normalidade e quais outras perguntas e questionamentos poderiam complementar a anamnese?
Os parâmetros alterados durante o exame físico são: mucosas congestas, desidratação, hipomotilidade ruminal, taquipnéia e peso abaixo do normal para a idade.
Para completar a anamnese podemos fazer os seguintes questionamentos:
· Houve alteração na alimentação dos animais nos últimos dias?
· Como o concentrado e volumoso são preparados e armazenados?
· Animais alimentaram-se de sal mineral de bovinos recentemente?
· Qual origem e qualidade da água oferecida aos animais?
· Os animais foram vermifugados recentemente?
· Animais são vacinados?
· Algum histórico anterior ou recente na propriedade ou em propriedades vizinhas com os mesmos sinais clínicos?
· Quanto tempo durou os sinais clínicos do ovino que veio a óbito?
· Foi realizada necropsia? Em caso positivo, quais foram os achados diagnósticos?
2. Explique os achados encontrados no hemograma e os motivos pela solicitação do exame de urinálise.
· Hemograma: Se encontra com processo infeccioso, apresentando leucocitose, discreta neutrofilia e eosionofilia. Foram encontrados valores limítrofes nas células vermelhas, o que pode indicar uma discreta anemia regenerativa, pois neutrófilos jovens estão presentes.
· Urinálise: Os rins são extremamente sensíveis a hipoperfusão e processos infecciosos, sendo um dos primeiros órgãos a perder a função. O objetivo da urinálise nesse contexto é verificar funcionamento do rim, verificando nível de hidratação, presença de bactérias, fungos ou leveduras, presença de leucócitos, proteinúria, ou algum tipo de insuficiência renal aguda imunomediada por deposição de imunocomplexos, causada pela resposta infamatória exacerbada.
3. Quais as possíveis suspeitas diagnósticas? Explique.
· Helmintos gastrintestinais: sabe-se que bovinos e equinos são mais resistentes do que caprinos e ovinos à infecção por nematódeos gastrintestinais. A verminose gastrintestinal é a endoparasitose que representa maior importância econômica na exploração de pequenos ruminantes e tem como agente etiológico, as espécies de nematóides gastrintestinais pertencentes à família Trichostrongylidade dos gêneros Strongyloides spp. e Trichuris spp., cestódeos do gênero Moniezia spp., e o Haemonchus sp., que é o mais encontrado nos exames de fezes. É observado, também, que a idade, estado nutricional, estresse fisiológico e estado sanitário dos animais influenciam na resposta contra as infecções; bem como os fatores externos, as condições climáticas e tipo de gramínea que determinam uma maior ou menor sobrevivência de larvas nas pastagens, o comportamento dos animais ao pastejar, alta taxa de lotação e o uso inadequado de vermífugos, influenciam na carga parasitária. Os efeitos do parasitismo no rebanho se manifestam de várias formas, conforme as espécies presentes, a intensidade de infecção e a categoria e/ou estado fisiológico e nutricional do hospedeiro. Nos ruminantes e em especial aos ovinos e caprinos, um sério problema no controle dos nematódeos no país é a grande disseminação de cepas de parasitos resistentes às drogas disponíveis no mercado. A verminose se manifesta no animal através dos sintomas de anemia, edema submandibular (em estados mais avançados), diarréia, desidratação, perda de peso, redução do crescimento, pêlos arrepiados e sem brilho e baixa produtividade do rebanho.
· Eimeriose / Coccidiose: porque os efeitos patogênicos da eimeriose sobre a produção de caprinos e ovinos, apresentam maior importância em animais criados em sistemas intensivos, devido a concentração do rebanho. A patogenia causada pelos coccídios são decorrentes das alterações provocadas nos tecidos dos hospedeiros. O resultado da infecção por eimeriídeos, pode variar de morte súbita em animais altamente susceptíveis, a uma reação discreta em animais imunes. Quando aparece a doença, os animais infectados apresentam fezes diarreicas de coloração escura e, ás vezes, com presença de muco e sangue, desidratação, perda do apetite, debilidade orgânica generalizada e perda de peso.
· Acidose ruminal: os animais mais frequentemente acometidos são os criados por pequenos produtores com restos alimentares (lavagens) e fontes de carboidratos de fácil digestão como milho em grãos e farelo. Os sinais clínicos comumente observados são apatia, anorexia, desidratação, distenção abdominal, hipomotilidade ou atonia ruminal, timpanismo leve e diarreia.
· Intoxicação por cobre: o Cobre (Cu) é um microelemento considerado essencial e tóxico para o animal, essa toxidade varia de acordo com a espécie ruminante, sendo os pequenos ruminantes os mais sensíveis. Muitos produtores empregam uma dieta mineral de bovinos para caprinos, desencadeando distúrbios metabólicos como a intoxicação por cobre. O quadro clinico de intoxicação se baseia em um quadro agudo, caracterizado por gastroenterite e um quadro crônico, caracterizado pelo acúmulo gradativo de cobre em tecidos, principalmente no fígado gerando um quadro hemolítico e nefropatia.
4. Qual a conduta terapêutica para o quadro apresentado? Liste os medicamentos bem como suas respectivas doses, frequência e via de administração.
· Em relação ao manejo da propriedade, orientar:
· Primeiramente isolar animais acometidos pelos sinais clínicos;
· Separar os animais por categoria animal;
· Manter as fezes acumuladas em locais distantes os animais e, se possível, usar esterqueiras;
· Melhorar processo de armazenamento de ração e estocagem de fenos;
· Orientação dos colaboradores quanto a higiene e profilaxia no manejo dos animais e fômites, preconizando as lavagens das mãos, melhorando de forma geral a higiene das instalações, cochos individualizados, baias e piquetes limpos;
· Água limpa e de boa qualidade;
· Orientar quanto ao bem-estar animal, evitando estresse do plantel que poderá levar a imunossupressão e doenças oportunistas;
· Profilaxia gerais para animais sinantrópicos;
· Orientações gerais quanto aos cuidados na aquisição de novos animais no plantel, fazer quarentena para introdução;
· Vermifugação e imunização de todos os animais do plantel.
· Realizar exames complementares:
· Coprocultura;
· Urocultura;
· Hemograma completo;
· Sorologia para cobre;
· Perfil hepático;
· Perfil bioquímico.
· Os medicamentos administrados serão:
· Fluidoterapia: 10ml/kg/h durante 6 horas por via nasogástrica;
· Ripercol injetável (anti-helmíntico): dose 2ml para cada 40kg de peso. 
· Administrar: 2,9ml SC ou IM profundo 1x. Repetir s/n em 28 dias;
· Dexamax - Dexametasona injetável (anti-inflamatório esteroidal): apresentação = 200mg para 100ml. (2mgpor ml). Dose de 1 a 10mg. 
· Administrar: 1,5ml IM 1x ao dia por 3 dias;
· Terramicina injetável (Antibiótico): 1ml para cada 10kg de peso. 
· Administrar: 5,8ml 1x e s/n repetir dose 3 a 5 dias após;
· Mercepton (Antitóxico): apresentação frasco – ampola de 20 e 100 ml.
· Administrar: 20ml IM 1x ao dia por 3 dias.
5. Comente sobre o prognóstico do caso clínico de acordo com a suspeita diagnóstica mais provável.
A suspeita diagnóstica mais provável é de Helmintos gastrintestinais, pois sua prevalência representa 70,9% dos casos diagnosticados, prognóstico reservado já que faremos tratamento suporte até a possível confirmação com o resultado dos exames complementares solicitados.

Outros materiais