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Direito e Estado

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1 
 
FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS DE CURVELO/ MG – PROMOVE 
DIREITO 
 
 
 
Anna Luísa Fernandes Ribeiro 
Claudiane de Matos Ferreira 
Hellen Giordana Dias Silva 
Larissa Pereira Gomes 
Luís Paulo Candido dos Santos Souza 
Márcia Grasiela Caldeira de Moura Mendes 
Maria Eduarda Rodrigues Leal 
Michelle Saraiva Rodrigues 
Patrícia Lelis Baesse 
Tullio Alexander Cabral 
Welton Geraldo de Souza 
 
 
 
 
 
DIREITO E ESTADO 
 
 
 
 
 
 
 
Curvelo 
2021 
 
2 
 
Anna Luísa Fernandes Ribeiro 
Claudiane de Matos Ferreira 
Hellen Giordana Dias Silva 
Larissa Pereira Gomes 
Luís Paulo Candido dos Santos Souza 
Márcia Grasiela Caldeira de Moura Mendes 
Maria Eduarda Rodrigues Leal 
Michelle Saraiva Rodrigues 
Patrícia Lelis Baesse 
Tullio Alexander Cabral 
Welton Geraldo de Souza 
 
 
 
 
 
DIREITO E ESTADO 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao Curso Direito da 
Faculdade de Ciências Humanas de Curvelo/ 
Promove 
 
Professor: Geraldo Magela de Lacerda Silva 
 
 
 
Curvelo 
2021 
 
3 
 
Sumário 
 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 4 
O ESTADO E O DIREITO ................................................................................................................... 5 
O básico do Direito ........................................................................................................................ 5 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE ESTADO ....................................................................... 5 
O ESTADO E O ESTUDOS DOS DOUTRINADORES MODERNOS ......................................... 6 
POPULAÇÃO, TERRITÓRIO E SOBERANIA. ELEMENTOS DO ESTADO ............................ 7 
População......................................................................................................................................... 7 
Território ........................................................................................................................................... 8 
Soberania ......................................................................................................................................... 9 
ORIGEM DO ESTADO ........................................................................................................................ 9 
Teoria do Contrato Social .......................................................................................................... 10 
Teoria Patriarcal ........................................................................................................................... 10 
Teoria Matriarcal ........................................................................................................................... 11 
Teoria Sociológica ....................................................................................................................... 11 
FINS DO ESTADO ............................................................................................................................. 12 
As Três Concepções ................................................................................................................... 12 
Concepção Individualista ........................................................................................................... 13 
A Concepção Supra individualista .......................................................................................... 14 
Concepção Transpersonalista .................................................................................................. 14 
TEORIAS SOBRE A RELAÇÃO ENTRE O DIREITO E O ESTADO ....................................... 15 
Teoria Dualística ........................................................................................................................... 15 
Teoria monística ........................................................................................................................... 16 
Teoria paralelística ....................................................................................................................... 17 
ARBITRARIEDADE E ESTADO DE DIREITO ............................................................................. 17 
Arbitrariedade ............................................................................................................................... 17 
Estado de Direito .......................................................................................................................... 18 
CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 19 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 22 
 
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O presente trabalho busca uma análise do capítulo 13 DIREITO E ESTADO extraído 
da obra Introdução ao Estudo do Direito do autor Paulo Nader, onde será abordado o 
conceito e elementos do Estado, desde a sua origem, objetivos e ainda, correlacionar 
as teorias entre Direito e Estado bem como arbitrariedades e Estado de Direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
O ESTADO E O DIREITO 
 
O básico do Direito 
 
Antes de começarmos a estudar sobre o Direito Privado e o Direito Público é 
necessário remetermo-nos ao que é o Direito. 
 Mesmo não existindo uma definição absoluta do conceito de Direito, já que o 
mesmo pode apresentar variações de conceito sob a perspectiva ideológica, histórica 
e social, de maneira geral e bem modesta o Direito pode ser considerado a Ciência 
que estuda a norma jurídica como instrumento regulador das relações sociais e 
individuais, a qual é integrada por um sistema lógico-jurídico homogêneo, constituído 
por regras, princípios e costumes, com a finalidade de tornar mais próxima possível a 
relação entre justiça e conduta humana. 
 
Poderíamos dizer que esta Ciência de acordo com alguns 
doutrinadores se apresenta sob dois aspectos, o Direito 
Natural que é o emanado da própria natureza humana e, 
segundo a visão aristotélica não se baseia nas opiniões 
humanas e em qualquer lugar tem a mesma força 
(Hervada, Javier. 2008. p. 338). 
 
O outro é determinado pelo Direito Positivo, que são normas impostas num 
regulamento, para o positivismo a ciência é o coroamento do saber humano, porque 
é a única confiável, um dos maiores defensores do Jus positivo, Hans Kelsen autor da 
obra a Teoria Pura do Direito, considera o Direito um conjunto de normas combinado 
com a ameaça de sanções coercitivas, na qual a norma jurídica é o ato de vontade do 
legislador, escapando de toda justificação racional. 
 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE ESTADO 
 
Quando o Estado é discutido sob um aspecto puramente jurídico esta definição 
começa a ficar um tanto quanto simples, já que o Estado passa a ser considerado um 
fenômeno jurídico, como uma pessoa jurídica, ou seja, como uma corporação. 
 
Hans Kelsen em sua obra Teoria geral do Direito e do 
Estado conclui que é difícil definir Estado, devido a 
variedade de objetos que o termo comumente denota. Por 
vezes a palavra é usada em sentido bem mais amplo, para 
indicar a “sociedade” como tal, ou alguma forma especial 
6 
 
de sociedade. Mas a mesma com frequência é usada de 
maneira bem restrita para indicar um órgão peculiar da 
sociedade, como exemplo, o governo, os sujeitos do 
governo, uma nação, ou território que eles habitam. 
(Kelsen, Hans. 2000 p.261.) 
 
Podemos definir “corporação” como conjunto de pessoas com alguma afinidade 
de profissão, ideias etc., organizadas em associação e sujeitas a estatuto ou 
regulamento. 
 
O vocábulo Estado no sentido em que é empregado 
modernamente, a nação politicamente organizada, era 
estranho aos antigos, pois advém da época de Maquiavel(14691527), que iniciou a sua obra O Príncipe (1513) com 
as seguintes palavras: “Todos os Estados, todos os 
domínios que têm havido e que há sobre os homens foram 
e são repúblicas ou principados.” (Nicolau Maquiavel, 
1973, vol. IX, p. 11). Os gregos designavam polis a sua 
cidade-estado, termo equivalente a Civita dos romanos. 
(Nader, Paulo. 2014. Cap. 13.) 
 
O Estado difere-se de outras corporações pela ordem normativa que o compõe. 
O Estado é criado por uma ordem jurídica nacional, e é uma personificação desta 
comunidade ou a ordem jurídica nacional que constitui a mesma. 
Surge aí a figura do Direito Positivo na forma de ordens jurídicas nacionais 
relacionadas entre sim por uma ordem jurídica internacional. O Direito não pode ser 
considerado absoluto, ele é um conjunto de sistemas jurídicos que atende a uma certa 
sociedade- o Direito inglês, o francês, o americano e por aí vai- suas esferas são 
limitadas, juntamos a isso, um complexo de normas chamado de Direito internacional. 
O Estado se apresenta como ordem e como comunidade constituída pela 
ordem. 
 
O ESTADO E O ESTUDOS DOS DOUTRINADORES MODERNOS 
 
Em sua obra Introdução ao Estudo do Direito, Paulo Nader nos apresenta as 
investigações que a doutrina moderna desenvolve sobre o Estado e seguem em três 
direções, a sociológica, a política e a jurídica. 
A sociológica se apresenta como um objeto sociológico e analisa o Estado sob 
o espectro social que abrange toda a sociedade, sua cultura, espiritualidade, 
economia e aspectos de formação étnica. 
7 
 
A política como objeto das Ciências políticas corresponde aos estudos e meios 
para promover o bem-estar e a harmonia da vida em sociedade, este é o principal 
objetivo. 
A jurídica que se encaixa na Ciência do Direito é a estrutura normativa do 
Estado, a partir das constituições até as legislações ordinárias. 
De acordo com a natureza do Estado temos duas correntes, a teoria naturalista 
que vê o Estado como um fenômeno natural que nasce de maneira espontânea e 
necessária na própria vida social, e de outro lado a teoria de dominação, defendida 
sobretudo por um antigo pensamento comunista, e ainda existente, que defende que 
o Estado é um meio artificial de manter a ordem e o domínio de classes onde alguns 
comandam e governam e os outros obedecem. 
 
POPULAÇÃO, TERRITÓRIO E SOBERANIA. ELEMENTOS DO ESTADO 
 
População 
 
Esta é o ponto central da vida do Estado e suas instituições, fica a caráter da 
organização política reger a convivência da sociedade para que seja harmônica e 
também protegê-la. Não há limite máximo ou mínimo de habitantes no território que é 
limitado por barreiras geográficas ou marcos artificiais ou naturais como montanhas 
ou rios para definir a sua extensão territorial, lembrando que também existem os 
limites aéreos, marítimos e subsolo. 
O principal fator da criação ou existência do Estado, dar-se ao princípio de que, 
sem a figura do indivíduo não existiria o Estado, tanto na sua forma jurídica como 
social. 
A união social destes indivíduos com uma pluralidade e limitações de espaço 
constitui a camada social do Estado e alguns autores pressupõe esta constituição feita 
de interação, e vontade ou interesse comum. 
 
A unidade social constituída por interação que, presume-
se, tem lugar entre indivíduos pertencentes ao mesmo 
Estado foi declarada como sendo tal elemento 
sociológico, independente do Direito, que constitui a 
unidade dos indivíduos pertencentes a um Estado e que, 
portanto, constitui o Estado como uma realidade social. 
Um número de pessoas forma uma unidade real-dizem-
quando um influencia o outro e é, por sua vez, por ele 
influenciado. Para aplicar a teoria de interação ao Estado, 
8 
 
devemos admitir que a interação admite graus e que a 
interação entre indivíduos pertencentes ao mesmo Estado 
é mais intensa do que a interação entre indivíduos 
pertencentes a Estados diferentes. ( Kelsen, Hans. 2000 
p.264.) 
 
Esta teoria fica obsoleta quando pensamos que indivíduos de um Estado que 
comungam da mesma língua, religião, crenças e cultura possa estabelecer uma 
relação com outros indivíduos de Estados limítrofes, promovendo intercâmbio de 
valores espirituais. Portanto podemos concluir que as fronteiras de Estados não são 
empecilho para relações estreitas entre pessoas. A interação sendo de natureza 
psicológica não se restringe a pessoas que vivem juntas no mesmo espaço. 
 
A constituição da unidade social feita por vontade ou 
interesse comum pressupõe que indivíduos pertencentes 
a um mesmo Estado estão unidos por possuírem vontade 
e interesses comum, mas analisando de forma intrínseca, 
esta teoria também é ilusória tal como a teoria da 
interação. (Kelsen, Hans. 2000 p.267.) 
 
É fictícia a visão de que o Estado é ou tem uma “vontade coletiva” acima e além 
das vontades dos seus sujeitos. Tal afirmação pode, na verdade, ser considerada 
apenas como uma expressão figurada de força de obrigatoriedade que a ordem 
jurídica nacional tem sobre os indivíduos cuja conduta regulamenta. 
A tendência ideológica se mostra quando o Estado é apresentado como 
“interesse coletivo”. O Estado é formado por vários grupos com interesses, por vezes, 
opostos entre si. Seria essa teoria uma maneira de mascarar os conflitos existentes? 
Já que chamar os interesses expressos nas normas jurídicas de interesse de todos e 
estas normas fossem vistas como justas podemos chegar à conclusão que, todos os 
sujeitos a ordem prestariam obediência, portanto não seria necessário medidas 
coercitivas, e não seria preciso existir o Direito. 
 
Território 
 
O Estado é constituído por seu território, onde também não há um limite mínimo 
nem máximo de extensão, há de ser necessário para abrigar os seus habitantes e que 
eles possam ter recursos naturais para a sua sobrevivência. Dentro dos seus limites 
geográficos o Estado exerce a sua soberania. 
9 
 
O território é o elemento fundamental do Estado, é ele que impõe limite ao 
poder exercido, e é objetos de direito do Estado podendo ser usado desde que seja a 
serviço do seu povo, o Estado pode usar o território e até dispor dele, com poder 
absoluto e exclusivo, estando presentes, portanto, as características fundamentais 
das relações de domínio. 
O território é formado pelo solo, subsolo, espaço aéreo, águas territoriais e 
plataforma continental, prolongamento do solo coberto pelo mar, é o espaço onde se 
desenvolve as relações sociais e para que este espaço territorial adquira projeções 
políticas e jurídicas é necessário que seja considerado assentamento de um grupo 
humano que integra o Estado, com campo das ações políticas e sujeita as normas 
jurídicas. 
 
Soberania 
 
Como atributo fundamental, a soberania é una e indivisível; o poder de 
administração não pode ser compartido. Aristóteles, em “A Política”, já havia 
declarado esta característica: “a soberania é una e indivisível – ut omnes partem 
habeant in principatu, non ut singuli, sed ut universi”. Com muita ênfase, João Mendes 
de Almeida Júnior coloca em destaque esse predicado: “Não há duas soberanias, nem 
meia soberania. A soberania é uma força simples, infracionável; ou existe toda ou não 
existe.” (Nader, Paulo. 2014.Cap.13) 
A Soberania é a maior força que o Estado dispõe sobre as organizações 
políticas, sociais e jurídicas aplicável em seu território. Lembrando que a sua 
soberania não o exime de estar sujeito a uma ordem jurídica internacional que 
estabelece normas de condutas no relacionamento entre estados soberanos e 
análogos. 
ORIGEM DO ESTADO 
 
A origem do Estado por bastantes incertezas, geradas por doutrinas, por uma 
grande quantidade de pontos de vistas que nos levam a se guiar por explicações 
instintivas ou lógicas do que por razões históricas. 
Existem teorias sobre a formação natural afirmando que se formou 
naturalmente e não por atos voluntários. E pelaformação contratual, afirmando acordo 
de vontades de alguns homens ou de todos que levou à criação do Estado. 
10 
 
Teoria do Contrato Social 
 
O contrato social instrumento normativo usado por filósofos contratualistas tais 
como: Thomas Hobbes (1588/1679), Jhon Locke (1632/1704) e Jean Jacques 
Rousseau (1712/1778) mudaram as relações sociais. 
Os filósofos citados levantaram a tese que o homem e ou Estado necessitavam 
de um acordo formal, um contrato para as suas relações. Foi Rousseau quem 
apresentou, e analisou o contrato social como fator explicativo e não como um fato 
histórico. Cada um deles defende seu ponto de vista de acordo com sua época. No 
estado de natureza para Thomas Hobbes, os homens podem todas as coisas, os 
homens são maus por natureza. Thomas Hobbes defende o absolutismo os homens 
abdicam de sua liberdade plena, entregando-a a um monarca. No estado de natureza 
para Locke os seres humanos não nascem, nem bons e nem maus. Mas com direito 
inalienável como a vida, a liberdade e a propriedade. Para Jhon Locke ele se opõe ao 
absolutismo e defende a democracia representativa, em que os proprietários seriam 
a base política. 
Jacques Rousseau defende a teoria que o homem no seu estado natural, 
viveria em harmonia e se interessava pelos demais. Na visão de Rousseau o Estado 
deve seguir o interesse de todos, porque o Estado é o povo um interesse coletivo. No 
estado de natureza os seres humanos nascem bons e se corrompem com as relações 
sócias, sendo assim percebemos que Rousseau já no seu tempo era contra a 
desigualdade. 
 
Teoria Patriarcal 
 
Henry James Sumner Maine (1822/1888) foi um britânico, jurista e historiador. 
As leis são normas legais que foram bases sobre as quais Maine baseia seu estudo 
do vínculo que une os humanos em uma sociedade. Os relatos de observadores 
contemporâneos de civilização menos avançadas que a de Maine e os registros de 
raças particulares preservaram em relação à sua história primitiva, era um regime 
patriarcal. Os homens eram organizados em grupos isolados uns dos outros, grupos 
mantidos juntos pela obediência ao pai. A palavra pai é “lei” a obediência a um 
soberano tem algo do caráter da visão masculina, o varão mais antigo possui poder 
absoluto sobre a vida e a morte de seus integrantes. Porém com a evolução teve as 
seguintes etapas. 
11 
 
O grupo principal é a família, ligada pela submissão comum ao ancestral 
masculino mais elevado. A agregação de casas forma tribo, a agregação de tribos 
constitui a nação (comunidade) (Maine 1861:106). Maine então desenvolve as 
características das sociedades, os homens são tratados não como membros de um 
determinado grupo, a antiga lei não trata de indivíduos, mas de famílias. 
 
Teoria Matriarcal 
 
A teoria matriarcal foi desenvolvida primeiramente pela Horda, essa teoria em 
que os indivíduos eram nômades e não tinham normas, eles se relacionavam sem se 
importar com a noção de família ou parentesco. 
Foi defendida por Bechofen que a formulou na obra O Direito Materno (1861), 
Lewis Morgan também formulou sua obra A Sociedade Primitiva (1871) onde fala do 
progresso humano desde a selvageria. 
Essa primeira organização teria sido baseada na autoridade da mãe, naquela 
época a figura da mulher antecedeu a masculina e a chefia da família competia a ela. 
A figura paterna era apenas um membro da família ou uma pessoa incerta que 
ocupava uma posição subordinada. 
 Assim, como era geralmente incerta a paternidade, teria sido a mãe a dirigente 
e autoridade suprema das primitivas famílias, de maneira que, o clã metonímico, 
sendo que a mais antiga forma de organização familiar, seria o “fundamento” da 
sociedade civil. 
A disciplina patriarcal é imposta de fora para dentro, sendo que a disciplina 
matriarcal impera uma maleabilidade não atuando como uma lâmina fria na 
sociedade. Na filosofia matriarcal nós temos uma liberdade desacerbada, um 
mecanismo da relação e disciplina. 
Teoria Sociológica 
Grandes nomes sociólogos, como Durkheim, Marx, Weber, apresentaram suas 
teorias sobre Origem do Estado. Entre estes destaca-se o sociólogo francês David 
Émile Durkheim (1858-1917), ele entende que o papel do Estado é fundamental para 
a sociedade, tendo uma função central, e teria uma função moral a desempenhar, 
12 
 
imposições de regras. Pode-se dizer, um mandato superior, acima de todas as 
instituições sociais, ex: religiões, famílias, escolas. Para Durkheim o Estado é a 
expressão da vida cotidiana do indivíduo, seria uma representação de leis e normas, 
sendo assim, o estado tem o “poder” de moral na sociedade. 
O Estado auxilia o desenvolvimento de cada indivíduo, como exemplo a 
educação, que nos conceitos de Durkheim, era fundamental para transmissão de 
conteúdos morais que passaria de geração em geração. Segundo Durkheim, as 
funções do estado era ter a organização da sociedade, que ele chama de “coesão 
social”, onde cada membro cumpria a sua função e o dever de deter os controles de 
punições e regulamentos da sociedade. Logo, Durkheim expressa seus termos, na 
relação que o estado tem com a consciência individual, que para ele era o conjunto 
de elementos que cada indivíduo possui, seus fatos pessoais e a consciência coletiva 
é o conjunto de crenças e de sentimentos comuns aos membros de uma sociedade. 
Neste conjunto de sentimentos e crenças comuns aos membros de uma 
mesma sociedade, estão presentes e inseridas representações políticas, que 
podemos denominar como inerentes aos sistemas sociais modernos. Dessa forma, a 
sociedade é a condição necessária da moral, é o vínculo dos homens à sociedade 
que funda a moral. Os vínculos aos grupos estão igualmente muito presente em As 
Formas Elementares da Vida Religiosa (1912), quando Durkheim analisa o fenômeno 
da efervescência coletiva nas sociedades, onde idealizou que a formação dos 
primeiros grupos de população não fora construída pela família, mas pelo clã, formado 
não por vínculos de parentesco, mas pela idealidade de crença religiosa e por 
ocuparem o mesmo território, portanto, uma mesma vida moral. 
FINS DO ESTADO 
 
As Três Concepções 
 
O autor Gustav Radbruch compreende o Estado, como uma instituição jurídica 
de onde surge o direito e, daí, sobrevém à relação entre este e aquele (RADBRUCH, 
1997). 
O objetivo que o Estado deve atingir na gestão dos interesses sociais, pode ser 
inspirado por diferentes filosofias, que propõem duas posições fundamentais: uma que 
13 
 
coloca a posição sobre perspectivas individualistas e outra que se caracteriza das 
ideias coletivistas. 
Nesse processo dialético, a síntese se apresenta por uma corrente de natureza 
eclética, que garante a coexistência de valores individualistas e coletivistas. O autor 
Gustav Radbruch entende que esses valores estão ligados ao plano da moral. No 
qual, a personalidade moral se caracteriza principalmente pela supervalorização da 
individualidade. A coletiva, por sua vez, a ideia de coletivo se sobrepõe aos interesses 
dos indivíduos isoladamente (RADBRUCH, 1997). 
O autor também explica que, o Estado, a depender de suas ideias, escolherá 
um ou outro destes objetos como referência principiológica de sua estruturação 
(RADBRUCH, 1997). Diante dessa escolha, seja pelos valores individuais, pelos 
valores coletivos, o Estado assumirá diferentes fins que nortearão suas ações em três 
concepções fundamentais: a individualista, atrelada aos valores individuais; a 
supraindividualista, ajustada pelos valores coletivos e; a transpersonalista, 
relacionadas aos valores culturais. Concepções essas que serão analisadas a seguir. 
Concepção Individualista 
 
Para falarmos de 'concepção individualista' devemos primeiramente entender 
os conceitos. Concepção se trata de criar algo, seja um pensamento, uma teoria ou 
até mesmo um objeto. O termo Individualista vem da palavra individual (relativo ao 
próprio indivíduo/a umasó pessoa). 
O indivíduo é independente em sua vida privada, sendo a soberania do Estado 
limitada. Dessa forma, hoje o indivíduo consegue ter sua própria crença, pensamentos 
e opinião sem intervenções políticas ou religiosas. O processo de individualização 
ganha forças com o Renascimento através do Humanismo, e o homem configura-se 
como lugar central de suas ações. Portanto, essa mudança afetou não somente o 
homem, mas a própria cultura, porque devido a “descoberta” o individualismo pessoas 
tomaram suas próprias decisões, fazendo o que desse na “telha” porque sabiam que 
nenhuma área poderia intervir ou impedi-los de pensar ou expressar suas opiniões. 
Com isso vários conflitos foram gerados entre famílias que já passam por gerações e 
vem afetando a sociedade nos dias de hoje. 
O Humanismo foi um movimento de transição entre a Idade Média e a Idade 
Moderna, ou entre o Trovadorismo e o Renascimento. Como o próprio nome já 
indica, esse período correspondeu a ideais filosóficos, morais e estéticos que 
14 
 
valorizavam o ser humano. 
Como toda história, existem dois lados, com individualismo não seria diferente. 
O individualismo também tem um lado possessivo, que, para algumas pessoas, gira 
em torno de si mesmo, como se nada o que tivéssemos dependesse de outras 
pessoas e outros meios. 
 
A Concepção Supra individualista 
 
Ao se tratar do supra individualismo, Paulo Nader baseia-se nos dois últimos 
séculos. Tal evolução vem de acordo com a sociedade, sendo um bom exemplo a 
conquista das mulheres do direito ao voto, fato ocorrido na transição do século XIX 
para o século XX. Trata-se de uma evolução social e ética onde envolve-se a 
comunidade como um todo, ou seja, o supra individualismo envolve a comunidade e 
evolui junto com a sociedade. 
Na sociedade prevalece a idéia de contrato, isto é, o comum acordo de 
vontades entre os indivíduos, privilegiando a liberdade e o individualismo. “A doutrina 
individualista serve-se, de preferência, para materializar a sua concepção da ideia de 
contrato” (Id. Ibid. 1997 p. 131). Em oposição, na Personalidade Coletiva, a idéia que 
prevalece é a de organismo, na qual as partes servem ao todo que é o Estado, o que 
suprime a individualidade em detrimento de suas vontades sob a desculpa de se estar 
buscando o bem-estar coletivo. “A doutrina supra-individualista materializa a sua 
concepção acerca do Estado e da comunidade jurídica na imagem de organismo” (Id. 
Ibid. 1997 p. 131). Já no transpersonalismo, destaca-se a noção de construção, que 
seria algo comum produzido por todos. “A doutrina transpersonalista, por último, 
também, não raras vezes, recorre à imagem de ‘construção’ (edifício) para materializar 
a sua concepção fundamental” (Id. Ibid. 1997 p. 131). 
Concepção Transpersonalista 
 
Transpersonalista é o que defende a cultura independente da atitude das 
pessoas. Na Índia, por exemplo, se uma mulher é estuprada, culturamente não é 
considerado crime. 
De acordo a classificação tripartida de Gustav Radbruch, nas relações entre o 
indivíduo e o todo de que o mesmo é parcela, surgem três atitudes: o individualismo, 
15 
 
o supra-individualismo e o transpersonalismo. Três atitudes típicas, que difeririam 
quanto ao fim último – ou tipos de valores prosseguidos pelo mesmo conjunto –, às 
concepções de Estado e às formas de vida em comum. 
Segundo o mesmo autor, o individualismo considera a liberdade como fim 
último, o contrato como concepção de Estado, e a sociedade como forma de vida em 
comum, tendo, como tipos de valores, tanto a personalidade humana individual como 
uma ética de convicção ou de consciência. 
Já o supra-individualismo, que Radbruch teoriza a partir das experiências 
totalitárias dos anos vinte e trinta deste século, visualiza a nação como fim último, 
entende o Estado como organismo, defende a totalidade unitária como forma de vida 
em comum e tem, sobretudo, valores colectivos, marcados pela ética da 
responsabilidade. 
TEORIAS SOBRE A RELAÇÃO ENTRE O DIREITO E O ESTADO 
 
No que se refere à relação das teorias entre direito e estado, constata que há 
uma substancial conexão, vínculo existente entre as duas ideias, isso é Direito e 
Estado, e em decorrência desse reconhecimento, é de fundamental importância 
reconhecer até que nível ocorre essa conexão, ou seja, o relacionamento entre esses 
entidades, contudo, é relevante mencionar que não se trata de uma abordagem fácil, 
pois até mesmo entre juristas e politicólogos, há divergências, já que não é uma 
teoria absoluta no que tange a tal relação. 
Inicialmente, cabe pontuar que tanto o Estado quanto o Direito têm como 
objetivo a manutenção pela busca do bem comum, por meio da criação de 
mecanismos que visem, sobretudo, garantir a dignidade humana dos habitantes de 
cada Estado que são protegidos pelos ordenamentos jurídicos desse, contudo sob a 
ótica do direito nacional e do internacional. Nessa concepção, existem três teorias 
distintas que suscitam a necessidade de debates no que se refere a essa relação entre 
essas entidades. 
Teoria Dualística 
 
 A teoria dualista, como o próprio nome já diz, consiste em uma divisão entre a 
concepção nacional e a concepção internacional, nessa visão, apresenta como 
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premissa uma divisão clara da separação das esferas de jurisdição. Entretanto, essa 
corrente traz algumas características fundamentais como 
✓ Autonomia das correntes nacional e internacional 
✓ Independências as mesmas 
✓ E o não conflito entre as correntes 
Assim, as normas do direito interno não podem entrar em conflito com a normas 
de direito internacional, uma vez que nesse entendimento, o direito internacional trata-
se das relações entre estados, ao passo que as normas de direito interno ou nacional 
rege as relações entre os indivíduos, conforme afirma Portela em “Direito internacional 
público e privado”, em 2012. 
Ainda sob a teoria dualística, outro aspecto de diferenciação da corrente 
nacional e da internacional é que para existência do direito internacional está 
condicionada à vontade do comum dos Estados, e já a corrente nacional depende 
apenas de um Estado, isso não depende de vontade de outros organismos jurídicos. 
Outro ponto relevante é que o direito internacional não é capaz de criar determinações 
aos indivíduos, casos as normas criadas não sejam adotadas pelo ordenamento 
jurídico nacional. Em consequência desse entendimento, o processo de incorporação 
ou adoção ao direito internacional é um fator essencial na teoria dualística, contudo, 
é imprescindível ressaltar que constituem ordens terminantemente independentes e 
não entram em conflito. 
Teoria monística 
 
 Em virtude de diversas críticas à corrente dualista, surge uma nova, com 
pretensão de explicar coerentemente a relação entre Direito e Estado, isso é, o 
monismo. A teoria monística, por sua vez defende a ideia de que existe unicamente 
uma ordem jurídica, havendo normas internacionais e nacionais, mas sendo o direito 
apenas um, daí o nome monismo. 
No entendimento dessa teoria, não há dois ordenamentos jurídicos 
independentes, autônomos, mas sobretudo, interdependentes. Ou seja, com 
afirmação entende-se que as correntes jurídicas tanto nacionais quanto internacionais 
se equiparam no que tange às fontes, aos sujeitos, às estruturas que estabelecem 
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que um vínculo de comunicação e de interpenetração conforme pontua Vicente 
Morotta Rangel. 
As correntes monistas se dividem em dois grupos muito claros a saber: 
✓ Monistas nacionalistas: são aqueles que priorizam o direito interno, 
nacional isso significa que o ordenamento superior é o ordenamento dos 
Estados. Outro ponto bastante relevante é a ideia de soberania quase 
que absoluta desse ordenamento em relação ao grupo que reconhecem 
a teoria internacional. Além disso, a vinculação a normas de direito 
internacional só ocorre por meio do consentimentoe de acordo com as 
normas do direito nacional, e por fim, caso haja conflito, o direito nacional 
prepondera sobre as normas de direito internacional. 
✓ Monistas internacionalistas: por sua vez são aqueles que priorizam o 
direito internacional, isso é, caso haja conflitos, as normas internacionais 
são preponderantes em relação as normas nacionais. 
 
Teoria paralelística 
 
 A teoria é definida pelo bom senso, defende a ideia de que Direito e Estado são 
entidades distintas, isso não é, cada uma, apresenta sua própria individualidade, 
todavia, ocorre entre as das instituições uma conexão, são interligadas, sendo que 
nesta relação existe a ideia de um regime de mútua dependência. Nesse sentido, é 
possível afirmar que para a existência de um, é imprescindível a existência do outro. 
ARBITRARIEDADE E ESTADO DE DIREITO 
 
Arbitrariedade 
 
A arbitrariedade vem a partir da ilegalidade do estado frente às normas básicas 
jurídicas, que é praticada por órgãos públicos, acarretando a violação das formas do 
Direito. A violação da ordem jurídica advém de uma ação contra os preceitos vigentes, 
como por exemplo a omissão, quando ocorre a negação do órgão público a alguma 
atividade de sua competência oficial, quando um órgão não competente realiza uma 
atividade de outro órgão. 
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A arbitrariedade ocorre em aspectos formais ou de conteúdo, o que sempre 
será uma infração jurídica independente se for justa ou injusta, independente da 
justiça é ilegal. Um exemplo é quando o poder executivo não respeita a sua forma e 
interfere em competências do poder legislativo. 
Segundo Paulo Nader o combate à arbitrariedade se dá aos seguintes meios: 
“eliminação do arbítrio judicial, negando-se ao Poder Judiciário a possibilidade de criar 
Direito; o conceito jurídico dos atos administrativos, pela instauração de uma justiça 
especializada; o controle da constitucionalidade das leis” (Paulo Nader. 2014. Pg. 155) 
Estado de Direito 
 
 O Estado de Direito é fundamental na proteção e garantia dos direitos 
humanos. Para isso acontecer é importante que o estado além de sancionar ele 
assuma as obrigações. O Estado de Direito é uma ferramenta essencial contra 
discriminação e arbitrariedade. Dentre as muitas atribuições visa também a 
participação do povo na administração pública pela escolha de seus representantes 
que constitui a nossa democracia. 
O Estado de Direito tem três notas principais segundo Goffredo Telles Júnior 
que são: ‘’ por ser obediente ao Direito; por ser guardião dos direitos; e por ser aberto 
para as conquistas da cultura jurídica ‘’. Contudo podemos concluir que não haverá 
Estado de Direito quando não respeitado os limites do Direito em relação a pessoa ou 
a órgão. O limite de Direito é um direito de todos, ninguém tem total poder sobre 
outrem. 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
 
 Diante o estudo do Capítulo 13 – Direito e Estado – extraído da obra Introdução 
ao Estudo do Direito do autor Paulo Nader, observamos incialmente que, não há que 
se falar em uma definição absoluta para o conceito do Direito em si. Uma vez que 
pode apresentar variações sob perspectivas ideológicas, históricas e sociais, de forma 
sucinta pode-se dizer que o Direito é considerado uma Ciência que estuda de fato a 
norma jurídica como um instrumento regulador das relações tanto sociais quanto 
individuais, ou seja, através de costumes, princípios e regras tento como objetivo se 
aproximar ao máximo da conduta humana e a justiça. 
 Ao abordar o conceito de Estado, percebe-se que o autor o classifica como um 
fenômeno jurídico, sendo composto por ordens normativas, ou seja, é criado por uma 
norma jurídica nacional, surgindo, portanto, o Direito Positivo. Ainda, de acordo com 
a natureza do Estado percebe-se duas correntes, sendo elas a teoria naturalista, onde 
se vê a figura do Estado como algo natural, ou seja, que surge de maneira 
espontânea, natural, sendo necessária na própria vida social e por outro lado temos a 
Teoria de Dominação, teoria essa defendida por antigo pensamento comunista, onde 
defende-se que o Estado não é algo natural, e sim algo artificial com o intuito de 
manter a ordem e domínio, em simples palavras, alguns comandam/governam e 
outros simplesmente obedecem. 
 Entende-se que é função do Estado e suas instituições reger a convivência da 
sociedade para que seja harmônica, uma vez que, sem a figura do indivíduo, não há 
que se falar na necessidade de criação ou existência do Estado, seja na sua forma 
social ou jurídica. 
 Ao se tratar da questão territorial do Estado, não há que se falar em limite 
mínimo ou máximo de extensão, contudo, se fazer elemento fundamental para 
formação do Estado, pois é ele que impõe limites territorial ao poder exercido, sempre 
levando em consideração que tais recursos territoriais sejam a serviço do seu povo. 
 No quesito soberania, observa-se que não há que se falar em uma soberania 
fracionável, ou seja, ou ela existe ou não existe, uma vez que a Soberania é a maior 
força que o Estado dispõe, contudo, é válido ressaltar que isso não o exime de estar 
sujeito a normas jurídicas internacionais, uma vez que, estabelece normas de conduta 
no relacionamento entre estados soberanos e análogos. 
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 Ainda, pode-se observar que a origem do Estado está rodeada por incertezas, 
o que leva a diversas correntes e teorias, dentre elas a Teoria do contrato Social, 
defendida por filósofos Thomas Hobbes (1588/1679), Jhon Locke (1632/1704) e Jean 
Jacques Rousseau (1712/1778); a Teoria Patriarcal, defendida por Henry James 
Sumner Maine (1822/1888), onde os homens eram organizados em grupos isolados 
uns dos outros, grupos mantidos juntos pela obediência ao pai. A palavra pai é “lei” a 
obediência a um soberano tem algo do caráter da visão masculina, o varão mais antigo 
possui poder absoluto sobre a vida e a morte de seus integrantes; a Teoria Matriarcal 
defendida por Bechofen que a formulou na obra O Direito Materno (1861), Lewis 
Morgan também formulou sua obra A Sociedade Primitiva (1871) onde fala do 
progresso humano desde a selvageria, baseada na autoridade da mãe, naquela época 
a figura da mulher antecedeu a masculina e a chefia da família competia a ela, a figura 
paterna era apenas um membro da família ou uma pessoa incerta que ocupava uma 
posição subordinada; e a Teoria Sociológica, defendida por grandes sociólogos como 
Durkheim, Marx, Weber. 
 Ao se tratar das três concepções o autor Gustav Radbruch compreende o 
Estado, como uma instituição jurídica de onde surge o direito e, daí, sobrevém à 
relação entre este e aquele, são elas: a Concepção Individualista onde o indivíduo é 
independente em sua vida privada, sendo a soberania do Estado limitada; A 
Concepção Supra individualista, onde prevalece a ideia de contrato, isto é, o comum 
acordo de vontades entre os indivíduos, privilegiando a liberdade e o individualismo e 
a Concepção Transpersonalista defende a cultura independente da atitude das 
pessoas. 
 No tocante ao que se refere à relação das teorias entre direito e estado, 
constata que há uma substancial conexão, vínculo existente entre as duas ideias, isso 
é Direito e Estado, e em decorrência desse reconhecimento, é de fundamental 
importância reconhecer até que nível ocorre essa conexão, aqui, deparam-se três 
teorias existentes: Teoria Dualística, nessa visão, apresenta como premissa uma 
divisão clara da separação das esferas de jurisdição; Teoria monística, defende a ideia 
de que existe unicamente uma ordem jurídica, havendo normas internacionais e 
nacionais, mas sendo o direito apenas um e a Teoria paralelística, defende a ideia de 
que Direito e Estado são entidades distintas, isso não é, cada uma, apresenta sua 
própria individualidade, todavia, ocorre entre as das instituições uma conexão, são 
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interligadas, sendo que nesta relação existe a ideia de um regime de mútua 
dependência.E por fim, observamos que ao tratar-se de arbitrariedade do Estado, ocorre em 
aspectos formais ou de conteúdo, o que sempre será uma infração jurídica 
independente se for justa ou injusta, independente da justiça é ilegal. 
 Portanto, O Estado de Direito é fundamental na proteção e garantia dos direitos 
humanos. Para isso acontecer é importante que o estado além de sancionar ele 
assuma as obrigações. O Estado de Direito é uma ferramenta essencial contra 
discriminação e arbitrariedade. Dentre as muitas atribuições visa também a 
participação do povo na administração pública pela escolha de seus representantes 
que constitui a nossa democracia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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