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Existiria algum elemento de diferenciação entre processo e procedimento

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1) Existiria algum elemento de diferenciação entre processo e procedimento? Qual seria? Fundamente. (máx. 10 linhas)
Como já foi visto nas leituras e atividades iniciais que a noção de procedimento é extremamente relevante para a própria definição de processo — ainda que sejam inconfundíveis entre si. Compreender essas diferenças é importante nos momentos em que são necessários distinguir se determinada norma tem natureza processual ou procedimental. Pontos como pressupostos processuais, de existência, validade e condições da ação são tidos como matérias referentes ao processo, uma vez que estão ligadas mais ao estabelecimento da relação jurídica processual, uma vez que regulam o exercício do direito constitucional de ação. Portanto, a noção de processo está indissociavelmente ligada à de procedimento — ainda que ambos não se confundam, mas não como elementos que os diferenciem.
2) Existiria procedimento comum sem procedimento especial? E o inverso? Fundamente. (máx. 15 linhas)
Nem é preciso dizer, que o procedimento comum é peça fundamental para a compreensão do processo. o rito comum é chamado dessa maneira exatamente porque a grande maioria das demandas apresentadas seguirá o roteiro de organização dos atos processuais previsto para esse procedimento: daí ser ele o mais “comum”, frequente, usual ou normal. Contudo, ao lado do rito comum, existem também os procedimentos especiais: que são chamados assim porque foram elaborados para atender demandas específicas, com características particulares. Embora os procedimentos especiais tenham seus atos organizados de maneiras diferentes, o rito comum será sempre uma referência para todos os demais (art. 318, parágrafo único, do Novo CPC), ou seja, o procedimento comum será sempre aplicável àquilo que o rito especial não estabelecer de maneira diversa: basta observar, por exemplo, que alguns procedimentos especiais somente estabelecem algumas particularidades e, em seguida, determinam que, no restante, deve-se seguir exatamente o que foi determinado pelo procedimento comum — a exemplo dos arts. 548, III do NCPC.
2) Qual a relação entre o procedimento e a tutela jurisdicional diferenciada? Fundamente. (20 linhas)
Devido a longa duração do processo, este acaba se tornando algo vão e inútil, pois o bem disputado terá desaparecido ou a pessoa a que era destinado já não mais terá condições de ser beneficiada pelo ato judicial. E sempre que possível, o juiz não deve autorizar medidas de alteração na situação jurídica patrimonial dos litigantes, antes que o acertamento, operado por meio da sentença, se torne firme ou definitivo, ou seja, torne-se coisa julgada, pois, o direito processual está comprometido com a celeridade e eficiência da tutela dos direitos lesados ou ameaçados (art,. 5ª, inc. XXXV e LXXVIII, da Constituição Federal), contudo, o rito como é dado o processo torna-se algo demorado e nada adequado de acordo com a situação. Assim, a ciência processual cria procedimentos diferenciados para lhe dar com situações como essa, ou seja, para “fugir dos inconvenientes da tutela tardonha e propiciar ao jurisdicionado provimento compatível com as necessidades da fiel realização do direito material”. Diante de tal entendimento, esclarece a tutela jurisdicional diferenciada significa, em certo sentindo, tutela adequada à realidade de direito material. Se uma determinada pretensão de direito material está envolvida numa situação de emergência, a única forma de tutela adequada desta pretensão é aquela que pode satisfazê-la com base na cognição sumária. Assim, para que o processo possa tutelar de forma adequada e efetiva as várias situações concretas, tornam-se imprescindíveis não só procedimento, cognição e provimentos adequados, mas também um amplo leque de modalidades executivas capaz de permitir ao juiz tornar e efetivar a tutela jurisdicional nos vários casos que a ele são apresentados.
Conforme o artigo 5º, inc. XXXV e LXXVIII, da Constituição Federal, o direito processual está comprometido com a celeridade e eficiência da tutela dos direitos lesados ou ameaçados. Contudo, o rito (ordinário) como é dado o processo torna-se algo demorado e nada adequado de acordo com a situação. Deste modo, como afirma o jurista Humberto Theodoro Júnior, a ciência processual cria procedimentos diferenciados para lhe dar com situações como essa, ou seja, para “fugir dos inconvenientes da tutela tardonha e propiciar ao jurisdicionado provimento compatível com as necessidades da fiel realização do direito material”[2].

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