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jhjvj ncbm Sinalização elétrica Neurônios são células eletricamente excitáveis; Eles se comunicam usando dois tipos de potenciais elétricos: os potenciais graduados e os potenciais de ação; Os potenciais graduados permitem a sinalização a curtas distâncias; Os potenciais de ação permitem a comunicação a longas distâncias; A produção de potenciais graduados e de ação, depende de duas características básicas da membrana plasmática das células: a existência de um potencial de membrana em repouso e a presença de tipos específicos de canais iônicos; Potencial de membrana em repouso O potencial de membrana é uma diferença de potencial elétrico através da membrana; Ele existe devido a um pequeno acúmulo de íons negativos no citosol, ao longo da parte interna da membrana, e um acúmulo de íons positivos no líquido extracelular em toda superfície externa à membrana; Nos neurônios esse potencial varia de -40mV a -90mV, sendo -70 mV um valor comum (polarizada); Os potenciais graduados e de ação ocorrem porque as membranas neuronais possuem muitos tipos diferentes de canais iônicos que se abrem ou fecham em resposta a um estímulo; Potencial graduado É um pequeno desvio do potencial de membrana que torna a membrana mais polarizada (parte interna mais negativa – hiperpolarizante) ou menos polarizada (parte interna menos negativa – despolarizante); Ocorre quando um estímulo causa a abertura ou fechamento de canais mecanoativos ou ativos por ligantes de membrana; Acontecem principalmente nos dendritos e corpo celular do neurônio; O nome “graduado” significa que o potencial varia de amplitude (tamanho) de acordo com a intensidade do estímulo; São maiores ou menores a depender de quantos canais foram abertos ou fechados e por quanto tempo permanecem assim; A abertura ou fechamento altera o fluxo de íons pela membrana produzindo um fluxo de corrente localizado que, após uma curta distância, se dissipa, à medida que as cargas são perdidas pelos canais de vazamento; A condução decrescente é o tipo de transmissão na qual os potenciais graduados se dissipam a medida que se propagam pela membrana; Um potencial graduado por se tornar mais forte por meio do processo de somação (agregação) com outros potenciais graduados; Potencial de ação As moléculas na membrana são bombas ou canais que realizam o transporte de íons para dentro e fora do citoplasma; O axolema (membrana do axônio) possui canais que bombeiam o Na+ para fora do citoplasma, mantendo a concentração do íon apenas 1/10 da do fluido extracelular; Ao mesmo tempo a concentração de K+ é mantida muito mais alta do que no fluido extracelular; Isso gera uma diferença de potencial de -70 mV através da membrana, sendo o interior negativo em relação ao exterior. Esse é o potencial de repouso da membrana; Fase de despolarização (ascendente): quando o neurônio é estimulado, os canais iônicos se abrem provocando um rápido influxo do Na+ extracelular; Um potencial de ação ocorre quando a fase de despolarização atinge um nível, o limiar (acima de -55mV na maioria dos neurônios); Impulsos Nervosos @irmas.named O influxo de Na+ muda o potencial de -55mV para +30mV; No pico do potencial, a parte interna da membrana é 30 mV mais positiva que a externa; Fase de repolarização (descendente): Atingido o pico, os canais de Na+ se fecham, tornando a membrana novamente impermeável a essa íon; Abrem-se os canais de K+ que são lentos, ocorrendo basicamente no mesmo momento que os canais de Na+ estão fechando; Com a abertura dos canais de K+ os íons estão saindo da célula; Fase de hiperpolarização: canais de K+ abertos promovem grande saída de K+ de dentro da célula; Fase de pós-hiperpolarização: os canais de K+ permanecem abertos e potencial de membrana se torna ainda mais negativo; Quando os canais de K+ se fecham, o potencial de membrana volta ao repouso (-70mV); Período refratário absoluto: período de tempo após o potencial de ação o qual uma célula não consegue gerar outro potencial de ação em reposta a um estímulo limiar normal; Período refratário relativo: período durante o qual um segundo potencial de ação pode ser gerado, mas apenas por um estímulo maior que o atual; Condução contínua e saltatória A condução contínua envolve a despolarização e repolarização graduais de cada segmento da membrana plasmática, como descrita anteriormente; Na condução contínua os íons trafegam por seus canais dependentes de voltagem em cada segmento adjacente da membrana; A condução contínua ocorre em axônios não mielinizados e nas fibras musculares; A condução saltatória é um modo especial de condução do potencial que ocorre em axônios mielinizados; Isso ocorre pela distribuição heterogênea dos canais dependentes de voltagem; Na parte em que a bainha de mielina cobre o axolema do axônio, há poucos desses canais; Porém, o axolema dos nós de Ranvier (onde não há bainha) apresenta muitos desses canais; Assim, a corrente propagada pelo Na+ e pelo K+ flui pela membrana, principalmente pelos nós de Ranvier; Quando um potencial de ação se inicia em um axônio mielinizado, uma corrente elétrica flui de um nó para outra pelo meio extracelular; O potencial de ação do primeiro nó gera correntes iônicas que despolarizam a membrana até seu limiar, abrindo os canais de Na+ do segundo nó; O fluxo iônico atravessa os canais abertos gerando um potencial de ação; Esse potencial gera uma corrente que abre os canais do terceiro nó, e assim por diante; Cada nó se despolariza após a repolarização; O potencial salta de nó a nó por longos segmentos do axolema mielinizado e por isso se propaga muito mais rapidamente em comparação a um não mielinizado; A abertura de uma quantidade menor de canais gera a economia do ATP que é utilizado pelas bombas de sódio e potássio; Comunicação sináptica A sinapse é responsável pela transmissão unidirecional dos impulsos nervosos; São locais de contato entre os neurônios ou entre os neurônios e outras células (musculares, glandulares); Sua função é transformar um sinal elétrico do neurônio pré-sináptico em um sinal químico que atua na célula pós-sináptica; A maioria das sinapses entre neurônios são axodendríticas (entre axônio e dendrito), mas existem as axossomáticas (axônio e uma célula) e axaxônicas (dois axônios); Podem ser elétricas ou químicas; Sinapses elétricas Na sinapse elétrica os impulsos são conduzidos por meio das junções comunicantes; Essas junções contêm centenas de conexinas tubulares que funcionam como túneis para ligar diretamente o citosol de uma célula com o de outra; As junções são comuns no músculo liso visceral, no músculo cardíaco e no embrião em desenvolvimento; As sinapses elétricas apresentam duas vantagens: comunicação mais rápida e sincronização; As elétricas são mais rápidas que as químicas, pois na elétrica o potencial de ação passa diretamente de uma célula pré-sináptica para a pós-sináptica; Também podem coordenar (sincronizar) a atividade de um grupo de neurônios ou fibras. No coração e no músculo liso visceral isso gera contração coordenada das fibras; Sinapses químicas Apesar das membranas plasmáticas dos neurônios pré e pós-sinápticos estarem próximas, elas não se tocam; Elas são separadas pela fenda sináptica; Os impulsos não podem ser conduzidos pela fenda sináptica; Por isso, em resposta ao impulso o neurônio pré-sináptico libera um neurotransmissor que se difunde pela fenda sináptica e se liga a receptores na membrana do neurônio pós- sináptico; O tempo necessário para que isso ocorra é umretardo sináptico de 0,5 ms, e por isso, a sinapse química é mais lenta que a elétrica; O impulso chega ao botão sináptico do neurônio pré-sináptico; A fase de despolarização abre canais de Ca2+ presentes na membrana do botão sináptico. O Ca2+ entra pelos canais abertos; O aumento na concentração de Ca2+ é um sinal que dispara a exocitose das vesículas sinápticas. Com a fusão das membranas, os neurotransmissores são liberados na fenda sináptica; Os neurotransmissores se difundem na fenda e se ligam a receptores do neurônio pós- sináptico; Essa ligação faz com que canais ativados por ligantes se abram, permitindo a passagem de íons específicos pelas membranas; Quando os íons passam pelos canais abertos, modificam a voltagem da membrana, causando o potencial pós-sináptico; Esse potencial pode ser despolarizante (excitação) ou hiperpolarizante (inibição); Quando um potencial pós-sináptico despolarizante atinge o limiar, dispara um potencial de ação no neurônio pós-sináptico; Neurotransmissores Cerca de 100 substâncias são ou parecem agir como neurotransmissores; Muitos neurotransmissores também são hormônios liberados para a corrente sanguínea por células endócrinas; Podem ser divididos em duas classes: neurotransmissores de moléculas pequenas e neuropeptídios; Neurotransmissores de moléculas pequenas Acetilcolina (Ach): melhor neurotransmissor estudado até o momento; liberada por muito neurônios do SNP e alguns do SNC; é um neurotransmissor excitatório em algumas sinapses; Aminoácidos: o glutamato e o asparato tem potentes efeitos excitatórios; a maioria dos neurônios excitatórios do SNC se comunicam por meio do glutamato; o GABA e a glicina são importantes neurotransmissores inibitórios; o GABA é encontrado somente no SNC; cerca de metade das sinapses inibitórias da medula espinhal utilizam glicina; Aminas biogênicas: podem ser excitatórias ou inibitórias; a norepinefrina atua no despertar, no sonhos e regulação de humor; um pequeno número de neurônios encefálicos utiliza a epinefrina; os encefálicos que contêm dopamina como neurotransmissor estão ativos durante respostas emocionais e experiências agradáveis; a serotonina se encontra nos neurônios encefálicos no local denominado núcleo da rafe; acredita-se que a serotonina esteja envolvida na percepção sensorial, regulação da temperatura corporal, apetite, indução de sono; Outros tipos são: ATP e outras purinas, óxido nítrico, monóxido de carbono; Neuropeptídeos Neurotrasmissores compostos por 3 a 40 aminoácidos ligados entre si; Distribuídos amplamente no SNC e SNP; Muitos neuropeptídios funcionam como hormônios; Endorfinas e dinorfinas são peptídeos opioides; Outros neuropeptídios são: angiotensina II, encefalinas, substância P, etc. Referências JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
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