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81 Caliandra Bernardi Maristela dos Santos Rey 1 Caliandra Bernardi Maristela dos Santos Rey 2 Caliandra Bernardi Maristela dos Santos Rey Análise de sanidade de sementes descomplicada 1ª Edição Dois Vizinhos 2020 3 Como esta publicação pode ser utilizada Este ebook é distribuído gratuitamente. O mesmo, pode ser utilizado auxiliando nas leituras de testes de sanidade de sementes, como também em aulas práticas, onde o objetivo é estudar os fungos em sementes. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Biblioteca da UTFPR - Dois Vizinhos Bibliotecária/Documentalista: Caroline Felema dos Santos Rocha - CRB: 9/1880 R456a Rey, Maristela dos Santos. Análise de sanidade de sementes descomplicada. / Caliandra Bernardi, Maristela dos Santos Rey – Dois Vizinhos, 2020. 1 arquivo de texto (46 f.: il.): PDF. ISBN: 978-65-00-04893-3 1. Fungos. 2. Sementes. 3. Plantas - Desenvolvimento. I. Bernardi, Caliandra. II. Rey, Maristela dos Santos. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. IV. Título CDD: 579.5 4 Autores Caliandra Bernardi Gestora Ambiental, formada pela Universidade do Oeste de Santa Catarina e Engenheira Florestal, formada pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Mestre em Biotecnologia e Doutoranda em Agronomia. Maristela dos Santos Rey Engenheira Agrônoma, formada pela Universidade Federal de Santa Maria. Doutora em Fitossanidade-Fitopatologia, e Pós-Doutora em Fitopatologia. Professora Adjunta da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 5 APRESENTAÇÃO Maristela dos Santos Rey As sementes, são o principal veículo de disseminação de doenças nas culturas. As mesmas, podem carregar e disseminar microrganismos, tanto dentro, como entre elas, no lote. Os fungos, são os microrganismos mais comuns e incidentes em sementes, estes podem causar problemas em pré e pós-emergência. Os testes de sanidade auxiliam na detecção e controle destes patógenos. Além destes, fungos de armazenamento também podem causar danos, principalmente, na germinação. É de grande valia o conhecimento e prática na identificação de fungos, ainda nas sementes. Conhecendo sua morfologia, pode-se detectar as doenças, antes destas interferirem no desenvolvimento de uma planta sadia. Fungos podem ser transmitidos com a uma taxa de até 60% para as plântulas e depois para a planta adulta. Este ebook tem o objetivo de ilustrar os fungos mais comuns, tanto patógenos como saprófitas, que incidem em várias espécies de sementes, e auxiliar com isso, os técnicos, na leitura dos testes. E o mesmo, também descreve os principais métodos fitopatológicos de detecção destes microrganismos. Todos as ilustrações inseridas na publicação, foram feitas pelas autoras, doutoranda Caliandra Bernardi e a professora e pesquisadora Maristela Dos Santos Rey, com o objetivo de aprender a identificar os fungos durante as avaliações. 6 Procedimentos para realização de análise de identificação de fungos em sementes Para a correta análise sanidade de sementes, podem ser utilizados dois métodos básicos: o método de Blotter test e o método do ágar. Método de Blotter test Para a realização da análise de sanidade de sementes, o método básico utilizado é o Blotter test. Neste, utiliza-se 400 sementes, na qual as mesmas são distribuídas, organizadamente, sobre duas folhas de papel mata borrão, em 16 caixas Gerbox. O papel deve ser umedecido, onde a quantidade de água utilizada corresponde ao peso do papel, vezes 2,5, na qual o resultado será o total de água destilada em mililitros necessária para umedecer o papel. Após a montagem do teste, as caixas devem ser alocadas em sala de incubação, durante 7 dias, sob fotoperíodo de 12 horas e temperatura de 24 + ou – 1ºC. Após o período de incubação, as caixas devem ser analisadas uma a uma, em microscópio estereoscópico (lupa). Durante a análise, as sementes não podem ser mexidas ou viradas. Para a deposição das sementes sobre o papel, é indicado o uso de luva. Método do Ágar ou BDA Neste método, as 400 sementes são alocadas sobre meio de cultura em placa de Petri. O meio utilizada é o meio ágar (descrito a baixo), porém também pode ser utilizado o meio BDA (descrito a baixo). Neste caso, as sementes são distribuídas equidistantes uma das outras, para que não haja contaminação secundária. Geralmente, são utilizadas 5 por placa. Da mesma forma, as placas com as sementes, são incubadas por 7 dias ou até 15 dias, para algumas espécies florestais, em fotoperíodo de 12 horas. Após, as colônias formadas são avaliadas conforme as características de cor, tipo de micélio, borda e outras características. Para esse método, o analista deve ter algum tipo de experiência em avaliação de fungos. Entretanto, o método não é próprio para fungos de crescimento rápido, pois estes crescem sobre os de crescimento mais retardado, impedindo seu desenvolvimento e mascarando o resultado. 7 Isolamento de fungos das sementes Após, ou no momento da análise, podem ocorrer dúvidas sobre alguns fungos e suas estruturas, que estão nas sementes. Então, neste caso, pode-se usar de outras alternativas para a identificação dos microrganismos. Os fungos podem estar misturados com ou sobre as sementes (Sclerotim rolfisii, Fusarium spp., carvões, cáries, etc.) ou no interior delas (Colletotrichum lindemuthianum, Giberella saubinetti, alguns carvões, etc.). Estas diferentes formas de presença de fungos, com excessão de fungos obrigatórios, sugerem técnicas diversas para o seu isolamento: Microrganismos misturados às sementes ou sobre elas Quando os fungos estão misturados no lote ou sobre ele, faz-se uma suspensão agitando as sementes em água destilada e, em seguida, o isolamento por diluição em placas de Petri, ou ainda, utilizando um estilete de ponta fina. Para este fim, é necessário fazer uma raspagem diretamente do material (sementes) utilizando microscópio estereoscópico e após transferir o microrganismo diretamente para o meio de cultura em tubos ou placas de Petri. Microrganismos no interior das sementes Quando os microrganismos estão no interior das sementes, deve- se fazer desinfestação e colocá-las em câmara úmida para provocar a formação de corpos de frutificação, fazendo-se a partir daí o isolamento das estruturas fúngicas presentes no interior das sementes. Pode-se ainda, colocar diretamente a semente sobre o meio de cultura. Uso de meios de cultura Os meios de cultura constituídos de substratos naturais ou sintéticos são fontes de “alimento” para que as colônias dos fungos se estabeleçam e possam, posteriormente, serem identificadas, podendo ser sólidos, líquidos ou semi-sólidos. O cultivo de fungos em meios de cultura permite o conhecimento do 8 organismo causador das doenças fúngicas, podendo ser estudadas a morfologia, fisiologia e mutações dos mesmos. Os caracteres morfológicos (consistência, diâmetro, elevação, aspecto geral e cor das colônias, tipo de desenvolvimento) e fisiológicos (desenvolvimento em meios de composição diversa, digestão da caseína, efeito sobre açúcares) de certos microrganismos em diferentes meios de cultura, constituem elementos para a sua determinação específica. Podemser utilizados meios de cultura gerais, ou seja, aqueles considerados básicos, quando se desconhece totalmente o patógeno, ou meios de cultura ditos seletivos, específicos, para quando se tem uma noção ou certeza de qual fungo se trata. A maioria dos meios utilizados rotineiramente é de fácil preparo, inclusive, já existem meios preparados sinteticamente, sendo apenas necessário a diluição em água. De modo geral, observam-se os seguintes procedimentos: a) Verificar a disponibilidade dos ingredientes, bem como as quantidades necessárias; b) Em recipiente a parte, dissolver o ágar em parte da água necessária e posteriormente aquecer até que a suspensão torne-se clara; c) Dissolver os ingredientes separados anteriormente com o restante da água; d) Misturar o conteúdo dos dois recipientes, conferindo o volume final; e) Dividir o conteúdo em recipientes menores, geralmente, erlenmeyers; f) O frasco deverá ser fechado com tampão de algodão e outro de alumínio; g) Levar o material para autoclave; h) Depois de retirado da autoclave, deixar esfriar e guardar em local apropriado ou utilizar imediatamente. Após a preparação, os meios devem ser distribuídos para frascos tipo erlenmeyer ou em tubos de ensaio, para posteriormente, serem autoclavados. A distribuição em tubos de ensaio pode ser realizada com o auxílio do conjunto formado pelo funil distribuidor e funil de Roux. 9 Meios de cultura para uso geral Ágar - água Água destilada 1.000 mL Ágar 15-20 g O Ágar deve ser dissolvido na água por aquecimento. Esterilizar. Este meio é indicado para o crescimento de fungos. Batata-Dextrose-Ágar (BDA) Batata descascada, cortada em cubos 200 g Ágar 15-20 g Dextrose (glicose) 20 g Água destilada 1.000 mL Cozinhar a batata em 500 mL de água até o completo cozimento. Fundir o ágar com o restante da água. Coar o caldo através de camadas de gaze para dentro do recipiente contendo o ágar fundido. Completar o volume final se necessário (1.000 mL), acrescentar e dissolver a dextrose. Distribuir em frascos menores e esterilizar. Este meio é indicado para o crescimento de fungos e bactérias. Meio V 8 ou extrato de tomate Suco V – 8 ou extrato de tomate 200 mL CaCO3 3 g Ágar 15-20 g Água destilada 1.000 mL Meio geralmente utilizado, pois promove a esporulação de muitos fungos que geralmente não esporulam em outros meios. Meio de Martin Glicose 10 g Peptona 5 g KH2PO4 1 g 10 MgSO4.7H2O 0,5 g Estreptomicina 0,03 g Rosa de Bengala 0,03 g Ágar 15 g Água destilada 1.000 mL Utilizar uma solução estoque de 3,3 g. L-1 de Rosa de Bengala (10 mL) após a dissolução de todos ingredientes, com exceção da estreptomicina. Fundir o ágar separadamente e esterilizar. Este meio é indicado para evitar o desenvolvimento de bactérias e quando se deseja reduzir a taxa de crescimento de colônias em mistura de fungos na cultura. Micro cultivo Para melhor visualização das estruturas fúngicas, como inserção de conídios no conidióforo, modo de crescimento, entre outras características, é importante a realização de lâminas de micro cultivo, pois esta nos fornecerá detalhes das estruturas morfológicas que poderão ser utilizadas para a diferenciação das espécies. Mediante esta técnica, pode- se observar o crescimento e esporulação das colônias fúngicas em todos os detalhes. A preparação das lâminas consiste, primeiramente, em cultivar o fungo em placas de Petri por um período de 7 dias. Após, com auxílio de um estilete, corta-se quadrados de 0,5 x 0,5 mm, coloca-se sob a lâmina, e acima do bloco de fungo insere-se a lamínula. É interessante sempre fazer os cortes, nas bordas da colônia, pois nesse local encontra-se a zona de crescimento mais jovem. A maneira rotineira da montagem do micro cultivo é forrando uma placa de Petri com papel filtro, em seguida, coloca-se um bastão de vidro em forma de U sobre o papel filtro e uma lâmina de microscopia sobre o bastão. Após o conjunto ter sido autoclavado, é posto assepticamente um bloco de BA (ágar-batata) sobre a lâmina de microscopia, no interior da placa de Petri. Com uma alça de metal remove-se um fragmento da cultura a ser identificada e inocula-se os blocos de ágar por arrastamento da alça em suas bordas e laterais. Posteriormente, flamba-se uma lamínula de vidro 11 e deita-se a sobre o bloco de ágar, logo após, adiciona-se na placa, água destilada esterilizada até saturar o papel filtro. Incuba-se a placa em B. O. D. por cinco dias a 25ºC ou até o crescimento parecer maduro. Para manter- se a umidade no conjunto, necessária ao crescimento do fungo, adiciona- se um fragmento de algodão úmido ao lado do vidro em U. Cuidadosamente, retira-se a lamínula que está sobre o bloco pondo-a em uma lâmina de microscopia que já contenha uma gota de lactofenol com azul de metileno (esporo claro) ou lactifenol (esporos escuros). A lâmina é visualizada, onde é submetida a uma avaliação micromorfológica em microscópio luminoso comum. Para substituição do vidro em U, pode ser usado qualquer objeto esterilizado que se consiga apoiar a lâmina na placa de Petri. Preparações microscópicas Lâminas de corte Este método é usado, geralmente, para visualização de estruturas fúngicas que estejam internamente infectando os tecidos vegetais. Os cortes devem ser bem delgados para permitir a passagem de luz através das mesmas, para e com isso mostrar claramente as frutificações do patógeno. Deve ser convenientemente colorida para mostrar detalhes das estruturas e remover os fenômenos de difração da luz. Para isso, as peças a serem cortadas devem ser submetidas a uma série de técnicas: Fixação: tem por finalidades coagular os albuminóides, matar prontamente as células e enrijecer os tecidos facilitando a execução dos cortes. Existem várias composições de fixadores, como exemplo: fixador de Carnoy (álcool absoluto 60 ml; clorofórmio 30 ml; ácido acético 10 ml); fixador de Craft (solução A, ácido crômico ou óxido de crômio 8,0 g; ácido ácetico glacial 200 ml; água 300 ml solução B, formol 40% (formalina) 50 ml; água 450 ml). Estocar as soluções A e B em vidro cor âmbar e misturá-las no momento da utilização do fixador. O material fixado pode ser conservado por vários anos nesse fixador. Inclusão: consiste em infiltrar ou envolver o material a ser cortado 12 numa massa plástica, parafina, medula de girassol ou imbaúba, com a finalidade de obter cortes extremamente finos sem alterar o arranjo do material cortado. Corte: reduzir o material em secções muito finas sem alterar o arranjo e a morfologia das estruturas. Material seco deve ser imerso em KOH 10% por algumas horas até amolecer antes de ser seccionado. Coloração: colore o protoplasma das células. Esporos hialinos mostram-se azuis quando coloridos com azul de Amann. Montagem: alinhar 3 - 4 cortes paralelamente sobre uma gota de lactofenol de Amann no centro da lâmina e cobrir com a lamínula Lutagem: tem por finalidade conter a evaporação do líquido de montagem. Etiquetagem: uma etiqueta colada ao lado direito, deve conter a identificação do patógeno e outra menor colada ao lado esquerdo da lamínula deve conter o número da caixa e do armário onde a mesma deverá ser guardada. Procedimento 1. Destaque fragmentos de tecidos de 0,3 x 0,5 cm, aproximadamente, que apresentem lesões com sinais do patógeno e coloque-os no fixador de de Carnoy por 15 min. Após coloque os fragmentos em álcool durante 15 min, aproximadamente, até desaparecer o cheiro do fixador (pode-se usar vinagre); 2. Tome um cilindro, com cerca de 2 cm de altura. Corte-o ,1/3 do seu comprimento ao meio, longitudinalmente, com uma lâmina de barbear sem destacar os semi-cilindros; 3. Coloque o fragmento de tecido vegetal infectado a ser seccionado entre os semi- cilindros;4. Corte com um único movimento, da direita para a esquerda, trazendo a lâmina em direção ao corpo, de forma diagonal. Os cortes histológicos devem ser muito delgados (cerca de 10 micras) e devem conter os sinais do patógeno. Procure sempre trabalhar com a superfície de corte impregnada em álcool; 13 5. À medida que os cortes vão sendo confeccionados, estes são retirados com estilete e colocados sobre uma lâmina contendo uma gota de corante, ou em outro recipiente contendo álcool para posterior seleção de bons cortes no microscópio estereoscópico; 6. Os cortes, em número de 3 ou 4, deverão ser colocados paralelamente sobre uma lâmina contendo uma gota de corante no centro; 7. Cubra com a lamínula e observe a lâmina no microscópio; 8. Substitua o azul de Amann pelo lactofenol de Amann; 9. Seque bem a lâmina e a lamínula com papel absorvente e álcool antes de fazer a lutagem; 10. Faça a lutagem com betume da Judéia, esmalte de unhas, ou outro material; 11. Etiquetagem; provisória e definitiva. Lâminas de raspagem Procedimento 1. Observar, sob microscópio estereoscópico, o material fitopatológico à procura de sinais característicos de um fungo, na sua superfície; 2. Com auxílio de um estilete histológico, sob microscópio estereoscópico, retire algumas estruturas patogênicas; 3. Coloque-as numa lâmina, bem seca e desengordurada, contendo no centro uma gota de um corante (azul de Amann ou lactofenol); 4. Cubra a gota do corante com uma lamínula bem limpa e seca; 5. Remova o excesso de corante, limpando a lâmina e a lamínula com papel absorvente tendo o cuidado para não mexer com a lamínula de sua posição original; 6. Retire as bolhas de ar, que por ventura tenham se formado, com calor brando; 7. Observe a preparação microscópica ao microscópio biológico iniciando e terminando a observação pela objetiva de menor aumento; 8. Substitua o corante (azul de Amann), pelo líquido de montagem (lactofenol de Amann) encostando uma tira de papel mata borrão em um 14 lado da lamínula; 9. Observe novamente a preparação microscópica ao microscópio biológico; 10. Limpe bem a lâmina e a lamínula, retirando o excesso de corante com papel absorvente e álcool; 11. Lute a lâmina com betume de judéia (no caso de lâmina semi permanente); 12. Etiquete a lâmina (no caso de lâmina semi-permanente), uma etiqueta a direita da lamínula contendo a identificação do patógeno e outra menor a direita indicando a caixa e o armário onde a lâmina será guardada. 15 Principais fungos incidentes em sementes Epicoccum sp. Classe: Hiphomycete Ordem: Pleosporales Família: Didymellaceae Gênero: Epicoccum Características: Conídios verrugosos, esféricos e multicelulares em esporodóquio. Também forma blastoconídios escuros. Micélio amarelo ou laranja. 16 Monilia sp. Classe: Leotiomycetes Ordem: Helotiales Família: Scleroriniaceae Gênero: Monilia Características: Conidióforos muito ramificados a partir de sua base. Secções interceptas do conidióforo muito curtas, confundindo-se com os conídios ovalados ou fusiformes, formando cadeia na ponta das ramificações terminais. Massa de conídios com coloração rósea ou cinza. 17 Aspergillus sp. Classe: Eurotiomycetes Ordem: Eurotiales Família: Trichocomaceae Gênero: Aspergillus Características: Conidióforos longos terminando em projeção tipo clava, lembrando baquetas. Da projeção, irradiam-se fiálides, dispostas em camadas simples ou dupla, das quais se projetam cadeias de conídios esféricos. Fiálide 18 Penicillium sp. Classe: Eurotiomycetes Ordem: Eurotiales Família: Trichocomaceae Gênero: Penicillium Características: Conidióforos longos, ramificando-se na parte terminal. Conídios esféricos e catenulados, produzidos em fiálides dispostas em número variável na ramificação terminal do conidióforo (conjunto lembram vassoura). 19 Botrytis sp. Classe: Leotiomycetes Ordem: Helotiales Família: Sclerotiniaceae Gênero: Botrytis Características: Conidióforos longos, cinzentos, ramificando-se lateralmente nas extremidades. Os ramos terminais apresentam uma expansão esférica na ponta e esta é recoberta por pequenas equínulas, nas quais, são produzidos conídios hialinos, ovais singularmente. A massa de conídios pode apresentar cor cinza. 20 Verticillium sp. Classe: Sordariomycetes Ordem: Hyphocreales Família: Hyphocreaceae Gênero: Verticillium Características: Conidióforos longos, cinzentos, ramificando-se lateralmente nas extremidades. Os ramos terminais apresentam uma expansão esférica na ponta e esta é recoberta de pequenas equínulas, nas quais, são produzidos conídios hialinos, ovais singularmente. 21 Cylindrocladium sp. Classe: Sordariomycetes Ordem: Hyphocreales Família: Nectriaceae Gênero: Cylindrocladium Características: Conidióforos ramificando-se dicotômica ou tricotomicamente, terminando em duas ou três fiálides. Conídios cilíndricos, hialinos com septo transversal e, em raros casos, com dois septos. 22 Pyricularia sp. Classe: Sordariomycetes Ordem: Diaporthales Família: Magnaporthaceae Gênero: Pyricularia Características: Conidióforos longos e septados, produzindo conídios isolados ou em pequenos grupos. Conídios com um, e mais raramente, dois septos transversais, piriformes ou grosseiramente elipsoidais, ligando-se ao conidióforo pelo seu lado mais dilatado. 23 Periconia sp. Classe: Dothideomycetes Ordem: Pleosporales Família: Periconiaceae Gênero: Periconia Características: Conidióforos longos e simples, apresentando no último segmento curtas ramificações que lembram papilas, nas quais, são produzidos conídios esféricos e escuros, formando uma cabeça. 24 Nigrospora sp. Classe: Sordariomycetes Ordem: Trichosphaeriales Família: Trichosphaeriaceae. Gênero: Nigrospora Características: Conidióforos curtos, com segmentos inter-septos mais ou menos dilatados, normalmente pigmentado. Conídio esférico e negro localizando-se em uma vesícula situada no ápice do conidióforo. 25 Bipolaris sp. Classe: Dothideomycetes Ordem: Pleosporales Família: Pleomassariaceae Gênero: Bipolaris Características: Conídios escuros com vários septos transversais, cilíndricos ou elipsoidais, levemente curvos, apresentando as extremidades arredondadas. 26 Dreschslera sp. Classe: Dothideomycetes Ordem: Pleosporales Família: Pleosporaceae Gênero: Dreschslera Características: Conidioforos simples com conídios multicelulares produzidos separadamente em pequenos poros. Conídios cilíndricos, com germinação em qualquer ou todas as células. 27 Curvularia sp. Classe: Dothideomycetes Ordem: Pleosporales Família: Pleosporaceae Gênero: Curvularia Características: Conidióforos marrons, simples e com conídios apicais. Conídios escuros geralmente com três septos transversais, curvos em ângulo. Os septos internos são normalmente maiores e mais pigmentados que os dois externos.28 Stemphylium sp. Classe: Dothideomycetes Ordem: Pleosporales Família: Pleosporaceae Gênero: Stemphylium Características: Conidióforos escuros, na maioria sem ramificação, produzindo um único conídio terminal. Conídio pigmentado, globoso a elipsoidal, com septos transversais e longitudinais. 29 Alternaria sp. Classe: Dothideomycetes Ordem: Pleosporales Família: Pleosporaceae Gênero: Alternaria Características: Conidióforos pigmentados, normalmente curtos ou alongados, produzindo uma cadeia simples ou ramificada de conídios. A forma do conídio é variável: de elítica a ovalada. 30 Cercospora sp. Classe: Dothideomycetes Ordem: Capnodiales Família: Mycosphaerellaceae Gênero: Cercospora Características: Conidióforos simples pigmentados e dispostos em tufos, conídios produzidos na ponta do conidióforo, filiformes, quase sempre hialinos e de comprimento variável 31 Isariopsis sp. Classe: Dothideomycetes Ordem: Capnodiales Família: Mycosphaerellaceae Gênero: Isariopsis Características: Conidióforos escuros, frouxamente reunidos em sinêmio, produzindo conídios cilíndricos contendo vários septos, embora possam ocorrer conídios com apenas dois septos ou mesmo sem nenhum. 32 Fusarium sp. Classe: Sordariomycetes Ordem: Hypocreales Família: Nectriaceae Gênero: Fusarium Características: Conidióforos hialinos de forma variável, simples ou ramificados, neste caso, curtos e irregulares ou terminando em tufos de fiálides. Conidióforos isolados ou reunidos em esporodóquio. Macroconídios com vários septos transversais, levemente curvos, lembrando uma canoa. Microconídios sem septos, hialinos, produzidos isoladamente ou em cadeias. 33 Sclerotinia sp. Classe: Leotiomycetes Ordem: Helotiales Família: Sclerotiniaceae Gênero: Sclerotinia Características: Presença de apotécios formados sobre escleródio de forma esférica e de cor marrom ou preta. Micélio de cor clara densa e cotonosa. 34 Rhizoctonia sp. Classe: Agaricomycotina Ordem: Ceratobasidiales Família: Ceratobasidiaceae Gênero: Rhizoctonia Características: Escleródios de forma irregular, de coloração marrom escura. Hifas levemente pigmentadas de marrom, apresentando ramificações ortogonais com uma constrição na base e septos distintos. Suas hifas formam um ângulo de 90º. 35 Neurospora sp. Classe: Sordariomycetes Ordem: Sordariales Família: Sordariaceae Gênero: Neurospora Características: Peritécio mais ou menos disperso, superficial ou imerso. Formato de balão, de cor escura. Ascas com com 4 a 8 ascosporos. Ascosporos fusiformes, elipsoidais ou quase esféricos e unicelulares. 36 Chaetomium sp. Classe: Sordariomycetes Ordem: Sordariales Família: Chaetomiaceae Gênero: Chaetomium Características: Peritécio superficial, esférico e translúcido quando jovens. Sub-globosos, opacos e de cor escura na maturidade. Ornamentos semelhantes à cerdas que são mais numerosos ao redor do ostíolo. 37 Mycosphaerella sp. Classe: Dothideomycetidae Ordem: Capnodiales sp. Família: Mycosphaerellaceae Gênero: Mycosphaerella Características: Pseudotécio geralmente preto, mais ou menos globoso. Ascas relativamente grandes, fasciculadas. Ascosporos septados e hialinos. 38 Rhizopus sp. Classe: Mucoromycotina Ordem: Mucorales Família: Mucoraceae Gênero: Rhizopus Características: Esporângios globosos ou subglobosos columelado, terminados em esporangióforos que surgem ao longo de estolões em oposição aos rizóides. Rizóide 39 Mucor sp. Classe: Mucoromycotina Ordem: Mucorales Família: Mucoraceae Gênero: Mucor Características: Esporângio globoso columelado, suportado em um esporangióforo simples ou ramificado. 40 Phoma sp. Classe: Pezizomycotina Ordem: Pleosporales Família: Didymellaceae Gênero: Phoma Características: Picnídio escuro, imerso no tecido vegetal do hospedeiro, com um pequeno bico para fora, perfurando a epiderme. Seus conidióforos são curtos e seus conídios são pequenos, unicelulares e ovóides, com coloração hialina. http://www.mycobank.org/BiolomicsDetails.aspx?Rec=430998 http://www.mycobank.org/BiolomicsDetails.aspx?Rec=92507 41 Phomopsis sp. Classe: Pezizomycotina, Ordem: Sordariomycetes Família: Diaporthaceae Gênero: Phomopsis Características: Picnídio com coloração preta, quase globoso com conidióforos simples e conídios hialinos unicelulares, predominante elipsóides e com gotas nas extremidades. Ostíolo em forma de pêra. 42 Colletotrichum sp. Classe: Pezizomycotina Ordem: Sordariomycetes Família: Glomerellaceae Gênero: Colletrotrichum Características: Acérvulo em forma de disco, ceroso e sub-epidérmico. Apresenta setas ou espinhos em sua borda, bem como entre os conidióforos. Seus conídios são hialinos, unicelulares e seus conidióforos são simples e alongados. 43 Cercospora sp. Classe: Pezizomycotina Ordem: Capnodiales Família: Dothideomycetidae, Gênero: Cercospora Características: Conidióforos simples de coloração escura aglomerados, dispostos em sinêmio, com conídios longos, podendo ser filiformes a cilíndricos com coloração acinzentada ou hialina. 44 Cladosporium sp. Classe: Dodhideomycetes Ordem: Capinodiales Família: Davidiellaceae Gênero: Cladosporium Características: Conidióforos escuros, cumpridos e retos, agrupados ou simples. Conídios, com 2 ou mais células, acinzentados, ovoides ou cilíndricos. 45 REFERÊNCIAS ALFENAS, A.C.; MAFRA, R.G. Métodos em Fitopatologia. Viçosa: UFV. 2007. 382p. BERGAMIN FILHO, A.; AMORIM, L. Sistemas de previsão e avisos. In: Bergamin Filho, A., Kimati, H., Amorim, L. (Eds.) Manual de Fitopatologia: princípios e conceitos. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. 602-626p. BERNARDI, C. Métodos de detecção de fungos em sementes florestais nativas. 2016. 116 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Dois Vizinhos, 2016. ELLIS, M. B. Dematiaceous hyphomycetes. Dematiaceous hyphomycetes. 1971. STADNIK, M. J.; RIVERA, M. C. Oidios. Brasil: Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, p. 484, 2001. BOOTH, C. The genus Fusarium. The genus Fusarium., 1971. SNEH, B. Identification of Rhizoctonia species. APS press, 1991. O'DONNELL, K. L. Zygomycetes in culture. Univ. Georgia., 1979. TALBOT, P. H. B. Principles of fungal taxonomy. Principles of fungal taxonomy., 1971. LUZ, E.D.M.N., SANTOS, A.F., MATSUOKA, K. BEZERRA, J.L. Doenças causadas por Phytophthora no Brasil. Livraria e Editora Rural Ltda, 2001. GALLI, F. Manual de fitopatologia: Princípios e conceitos. v. 1, p. 215-226, 1978. VÁNKY, K. Illustrated genera of smut fungi. Gustav Fischer Verlag Stuttgart: New York. 1987. 46 Autores Caliandra BernardiMaristela dos Santos Rey Ilustrações Caliandra Bernardi Capa Maristela dos Santos Rey Caliandra Bernardi Universidade Tecnológica Federal do Paraná
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