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Contextualização da Autoestima Nesse trabalho apresentaremos a contextualização do tema autoestima, que segundo Rosenberg (2003), “é uma orientação positiva ou negativa em direção a si, uma avaliação global de seu próprio valor”. (Apud Weber, L.N.D et al. 2003, p.5),e para muitos leigos também pode-se definir como “Ter confiança em si e se sentir bem do jeito que você é”. Assim, no discorrer deste texto, trataremos de assuntos que estão associados com a autoestima, como a construção dos padrões de beleza e os comportamentos individuais que estão associados com o tema e também será abordado a sua problematização na sociedade. É válido citar que, de acordo com as pesquisas realizadas, ao longo da história, diversas sociedades impuseram padrões de beleza ao ser humano, como por exemplo, na Idade Média, o corpo era visto pela religião como algo espiritual. Logo, quem não se vestisse de acordo com essa época, era alvo de preconceitos pelos indivíduos de tal sociedade. Além de que, quando falado de beleza nessa época, haviam dois tipos de representações consideradas paradoxal, a Eva e a Virgem Maria, a primeira representava o pecado e à tentação sendo considerado a “beleza da mentira”, a segunda era a Virgem Maria que representava a pureza. Dessa forma, as mulheres dessa época, tinham que seguir uma padronização considerada recatada. É válido ressaltar que, no século XIX, no romantismo, um ponto é que as mulheres acima do peso eram consideradas saudáveis no quesito de fertilidade. Mas, nesse mesmo século, houve a propagação da ideia de que havia a necessidade da realização do exercício físico para alcançar o corpo ideal, tendo o início da relação entre saúde e elegância, tanto que no século XXI, o corpo acima do peso deixou de ser considerado sinônimo de saúde e boa aparência, dando espaço para a padronização do corpo magro, sendo assim, considerado um ideal a ser seguido. Em verdade, a construção histórica frisada acima, mostra que a preocupação com a beleza não é algo do século XXI, mas também de séculos passados. A relação da padronização se relaciona com a autoestima pois a maioria dos indivíduos, principalmente as mulheres, já que de acordo com a marca de cosmético Dove que realizou uma pesquisa com mulheres sobre a sua aparência física, apenas 4% das 6.400 entrevistadas se sentem seguras para se definirem como belas. Entre as participantes 59% confessou sentir pressão para ser bonita e seguir um padrão imposto socialmente, assim, tentam se encaixar nesses aspectos impostos pela sociedade para se sentirem aceitas, ou seja, não existe uma admiração em si mesmo, há uma reprovação da própria imagem, caracterizando a autoestima baixa. Logo, as buscas pelas construções estéticas tornam-se para muitos a oportunidade de se encaixarem nessa padronização da beleza e, conforme dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), 86,2% das cirurgias plásticas no mundo são realizadas por mulheres. Contudo, a autoestima é independente da beleza, ela é uma característica das pessoas que se encaixam nessa padronização, como por exemplo, aquelas que possuem o corpo magro e definido, e daquelas que fogem desses aspectos, ou sejas, ambas estão sujeitas a ter uma autoestima elevada ou baixa, já que isto é construído ao longo da vida, a autoestima é uma construção que é feita pelo indivíduo e o seu meio social. Dando continuidade à contextualização sobre a autoestima, segundo algumas pesquisas, é necessário ser trabalhado a autoestima desde a infância, pois é nessa fase que a mesma se constitui no indivíduo, através da educação e no convívio com a sociedade ao seu redor. O ambiente também diz muito a respeito da formação da confiança da criança, onde dependendo do lugar que se é convivido pode ser destruída ou construída. De acordo com o artigo, PERCEPÇÃO DA INTERAÇÃO FAMILIAR E AUTOESTIMA DE ADOLESCENTE, há uma influência dos estilos parentais na construção da autoestima na infância, pois de acordo com Klein e cols. (1996), o retorno avaliativo dos pais para os filhos é a base inicial para a autoestima (Apud Weber, L.N.D. e cols, 2003, p.13), como por exemplo o estilo parental autoritativo que é caracterizada pelos pais que mantêm um equilíbrio entre exigências e responsabilidade – a maiores competências sociais na criança, esse estilo está associado a uma construção positiva da autoestima na infância, já que nesse estilo parental há uma conversa entre os pais e os filhos, de modo que há um retorno avaliativo dos pais para eles. Além disso, outro ponto abordado é que o pré-adolescente que mantém uma boa relação com a sua família, consequentemente terá uma autoestima elevada e aqueles pais que apresentam características afetivas, como por exemplo, abraços, beijos, e que demonstram orgulhos dos seus filhos exibem comportamentos importantes na construção da autoestima dos adolescentes e os que demonstram menor envolvimento com os seus pais exibem uma baixa autoestima, de acordo com esse artigo. Os pais que estão presentes nas atividades dos seus filhos, que dão conselhos e que acompanham o dia a dia deles, ajudam na prática educativa da autoestima, ou seja, a construção da autoestima está ligada com a relação familiar e o seu meio social, haja vista que a família é o primeiro tipo de socialização que a criança tem, logo exerce uma grande influência na constituição dos seus primeiros pensamentos. As pesquisas exibidas nesse artigo mostram que geralmente os adolescentes que possuem uma autoestima elevada está relacionada com ausência de punições inadequadas pelos pais. Para além do que foi citado acima sobre a padronização de beleza e a influência da família na autoestima, ainda existe a competência social e a rede social. O primeiro citado se refere há como você consegue manter contato com outras pessoas ao seu redor nos afazeres do cotidiano, e o segundo de como você constrói seus relacionamentos e como se relaciona com as pessoas mais próximas. Estes dois fatores podem influenciar muito em relação à diminuição da autoestima de uma pessoa, pois ao entrar em contato com pessoas que frequentemente nos colocam pra baixo e diminuem a nossa identidade, passamos a perder o reconhecimento de si e a adquirir uma autoimagem pessimista de quem somos. No entanto, ao contrário de que muitas pessoas leigas pensam, não é necessário exercer um papel de egoísmo, presunção ou arrogância para fazer valer a denominância de autoestima, pois de acordo com a psicologia, esta se refere a estar em paz consigo mesmo e com os outros, reconhecendo os seus valores e qualidades, e principalmente suas limitações e potencialidades. Pode-se concluir que ter uma autoestima em dias não significa está saudável apenas nos pensamentos, decisões, comportamentos, valores, e entre outros, mas também está relacionado diretamente ao bem-estar da nossa saúde em termos biológicos e intelectual. É extremamente necessário que todos construam a sua autoestima durante a vida, pois os problemas apresentados por quem aponta para uma autoestima baixa são sérios. Os primeiros embaraços vêm quando não se consegue mais resolver as questões em que o cotidiano apresenta, e devido a isso começa-se a ser envolvido por vários sentimentos negativos, por exemplo, de culpa, vergonha, medo, inseguranças, entre outros. A partir desses sentimentos, a pessoa vai se retraindo da sociedade e buscando seu isolamento constante. Assim, atraído pela reclusão, o indivíduo começa a entrar em depressões profundas, e às vezes levando até a morte, caso não haja um cuidado. Um pesquisador em Londres, afirmou que a vida de uma pessoa sem autoestima pode ser bastante reduzida. Já um doutor chamado, Michael Marmot, publicou em um jornal que pessoas que desenvolvem depressão tendem a ficar em maior vulnerabilidade, enquanto que outras que se sentem realizadas consigo mesmo tendem a viver melhor, reduzindo até os riscos de doenças. Essa vulnerabilidade ocorre por razão da baixa atividadeexercida pelo nosso sistema imunológico. Ainda segundo um psicólogo chamado, Dr. Lars Madsen, a baixa autoestima é “um fator chave tanto no desenvolvimento quanto na manutenção da depressão”. Relação do tema autoestima com o filme : Dumplin Ao relacionar o tema com o filme proposto, é possível perceber que o filme traz de uma forma objetiva a construção da autoestima e da auto imagem da personagem principal, Willowdean. Por ter uma mãe que segue os padrões de beleza que a sociedade tem como certo, Wil (como era chamada pelos mais íntimos) rejeita e critica o universo da mãe, que em sua juventude já foi miss e que agora organiza o concurso no qual se sobressaiu por diversas vezes, além de receber, treinar e avaliar cada uma das jovens participantes inscritas, em que a filha resolve participar. Parte dessa indiferença com a mãe, resulta em uma falta de participação da mesma em sua vida, por ser uma mulher muito ocupada e preocupada com o universo da beleza, ela acaba não vendo que a relação com sua filha anda de mal a pior. O que leva a filha a ser mais próxima de sua tia, Lucy, que mostra ser uma mulher que se aceita do jeito que é, e que também ensinava Will a se aceitar, inspiradas em uma famosa cantora chamada Dolly Parton, mas que ao longo do filme descobrimos que toda essa aceitação, no fundo precisou passar por uma fase de “não aceitação”. Quando sua tia morre, Will se vê meio perdida, cai em uma tristeza muito grande que é evidenciada na cena que sua mãe está empacotando as roupas da sua tia para doação com o objetivo de ter mais espaço para as coisas do concurso, Will não aceita tal atitude. Também quando sua mãe a chama de “fofinha” e os colegas da escola escutam e a raiva a domina. Conflitos em relação a sua autoestima começam a ser mais evidentes. Sua relação com as pessoas ao seu redor mostram uma jovem insegura e de baixa estima. Nos parágrafos a seguir será mostrado como a forma que ela lidava com as situações afetava seu relacionamento com as pessoas mais próximas. Começando por seu companheiro de trabalho, Bo. Bo trabalhava na mesma lanchonete que Will, era um jovem aparentemente bonito, e que mostrava nutrir um sentimento por ela, pois evidenciava isso em suas conversas. Mas, Willowdean não aceitava a ideia de que ele poderia gostar dela, por ela se considerar gorda, e fora dos padrões. Ela não imaginava e nem aceitava um garoto como ele, bonito e dentro dos padrões, está interessado por uma garota como ela. Ela acreditava que não era suficientemente boa para ele. E isso é bem comum de acontecer, visto que pessoas acimas do peso constantemente escutam que não são capazes de conseguir alguém com uma aparência que se encaixe com os padrões de beleza da sociedade, e assim, acabam por internalizar essas ideias e levam para vida. O próprio Bo tenta de diversas formas mostrar para ela que o que importava para ele era o que ela era interiormente, além de achá-la bonita fisicamente. Demorou um certo tempo para ela acreditar e aceitar que poderia ser amada exatamente como era, aceitando assim, no final do filme, ter um relacionamento com Bo. Uma outra personagem era Ellen, sua amiga de infância. Ellen sempre a apoiou em tudo e teve um importante papel na construção de sua autoestima. Vale ressaltar o quanto que bons amigos são essenciais nos momentos difíceis , na descoberta e construção da identidade. Mesmo com as críticas que Will fazia de si mesma e as que ouvia dos outros, Ellen tentava mostrar que a beleza interior valia muito mais que a beleza exterior, ela só precisava se aceitar e se amar do jeito que era. Em uma discussão entre as duas, na qual Will está criticando a si mesma, Ellen diz: “Pra sua informação Willowdean, eu nunca te vi como uma gorda”. Mas o grande problema era que Will se resumia nisso. No filme também aparece Millie, uma outra jovem que também sofre bullying na escola por ser gorda. Ela é uma garota muito doce, alegre e que se aceitava do jeito que era, sempre foi acostumada a nunca desobedecer e descumprir regras. Porém, ao saber que Will participaria do concurso de beleza, ficou empolgadíssima e resolveu participar também. Toda essa empolgação incomodava Will, pois Millie não ligava para o que falavam dela. Seu sonho era participar de um desses concursos. Ela queria de fato tentar ganhar, pois acreditava que era capaz, enquanto Will pensava o contrário pois só queria participar do concurso para provocar e provar para sua mãe e para outras pessoas que podia participar, mesmo estando fora dos padrões. Mais uma vez é importante observar, o quando que as pessoas ao seu redor podem influenciar de forma negativa ou positiva. No caso de Millie, com todo seu entusiasmo e dedicação, influencia positivamente Willowdean. Mesmo que no começo não seja perceptível, ao longo do filme pode-se ver que o jeito como Millie lidava com as situações, interfere e ajuda na auto aceitação de Will. Se tratando do concurso de beleza, já que boa parte do filme se desenrola por meio dele, vimos que Will resolveu entrar nesse concurso como uma forma de protestar contra os padrões que a sociedade e principalmente sua mãe impõe, sendo também um pontapé para sua participação descobrir que sua tia também já havia tentado participar do concurso. Ela estava no seu limite, pois havia passado pelo luto da sua tia, enfrentava problemas em seus relacionamentos amorosos, com sua mãe, sofria com a aceitação do seu corpo e com todas as pressões que o filme retrata. E já que o concurso era organizado por sua mãe, a qual não tinha tempo para escutá-la e ajudá-la em seus conflitos, nada melhor para chamar atenção dela. Não foi fácil para Will encarar todas as fases do concurso, algumas vezes ela até pensou em desistir devido aos muitos olhares preconceituosos que haviam e que desacreditaram dela, inclusive o de sua mãe. Mesmo com todas as dificuldades, ela continuou e assim foi passando nas fases eliminatórias do concurso, o que fez com que sua autoestima fosse aumentando cada vez mais. E isso refletiu em todos os seus relacionamentos, inclusive com sua mãe, a qual também passou por um processo de transformação ao assumir que ela realmente havia cometido um erro por estar ausente todo esse tempo da vida da sua filha e, principalmente, não apoiá-la em seus dilemas, ligando apenas para as coisas externas das quais o concurso exigia. Com tudo isso, podemos observar o quanto a participação no concurso foi importante não somente para autoaceitação de Will, como para sua mãe passar a respeitá-la e amá-la do jeito que ela é. Relacionando isso ao tema proposto, podemos ver o quanto a participação, amor e diálogo da família faz total diferença na construção da autoestima de alguém, a começar ainda na infância, visto que o que uma criança ouve acerca dela vai fazer muita diferença durante toda a sua vida. Por exemplo, se desde cedo ouço que não sou capaz de conseguir algo por alguma característica física minha, vou passar a acreditar nisso e consequentemente, ser bem menos confiante em tudo que eu for fazer. Diferente de alguém que tem ao seu lado pessoas que o apoiem independente de sua aparência física corresponder aos padrões impostos pela sociedade ou não. É importante que ela sinta o amor das pessoas independente de condições. Outra coisa que podemos ver com o exemplo que o filme traz de Will é como cada dia que passa a procura pelo corpo perfeito aumenta mais. Os padrões de beleza da sociedade como um todo estão cada vez mais difíceis de serem alcançados, o que faz com que muitas pessoas tenham uma autoestima baixa por não se encaixarem nesses padrões. E a mídia tem grande influência nesse processo, já que é através das redes sociais que as pessoas exibem seu corpo “perfeito”, a vida dos sonhos e toda essa questão acaba por muitas vezes, frustrando quem não tem uma aceitação muito boa de si mesmo, podendo levar até a depressão. É importante falar também que todas essas misses ganhadoras de concursos não representamde fato, a maioria das mulheres brasileiras, pois precisam atender a requisitos como: ser solteiras, terem no máximo 26 anos, além de medidas corpóreas bem difíceis de serem atingidas. Sendo assim, mulheres com curvas maiores não podem sequer concorrer a esses tipos de concurso, e são esses padrões, que Will e suas amigas tentam quebrar no filme ao inscrever-se no concurso, mostrando que não é preciso seguir um só padrão para ser bonita. Atualmente temos o “Miss Brasil Plus Size”, concurso em que mulheres plus size têm a chance de participarem sem serem discriminadas. O primeiro concurso Plus Size ocorreu em 2012 e já fez muito sucesso mesmo sendo sua primeira versão. Depois dessa, tiveram mais seis versões da competição, e neste ano de 2019 haverá a sétima. Mas apesar desse movimento ter tomado grande popularidade, ainda é muito recente e pouco falado se comparado aos outros concursos de beleza. Mas mesmo com essa dificuldade, o concurso serve para elevar a autoestima dessas mulheres que quase em sua totalidade sofreram preconceitos e que tiveram que desistir de muitos dos seus sonhos por conta de uma aparência fora dos padrões daqueles que a sociedade tem por ideal. Infelizmente, toda essa representatividade ainda não é o suficiente para acabar com os olhares maldosos e preconceituosos, que é o que o filme retrata muito bem ao mostrar tudo que a Will sofre das pessoas nos ambientes que ela frequenta. As pessoas ainda estão muito presas na ideia de que para ser bonito precisa ser magro, quando na verdade isso não define ninguém. Essa é a mensagem que o filme consegue nos passar: que não importa se a aparência está dentro dos padrões ou não, o que importa é se aceitar e se amar como é. Então, com tudo isso vemos o quanto a participação no concurso foi importante para Will, fazendo-a aceitar mais o seu corpo, seus dilemas, a se descobrir, tanto esteticamente, como também a sua capacidade de aprender algo novo, etc. E assim como foi para ela, o concurso de Miss Plus size vem trazendo para as mulheres plus size força para se aceitar da forma como elas são mesmo com toda pressão sofrida pela sociedade e muitas vezes até pela família, como Will sofreu com sua mãe. Depois dessa análise, que teve por intuito relacionar os personagens do filme ao tema proposto, podemos concluir que “Dumplin” é realmente um filme que trata de auto estima de uma forma bem atual e que faz parte do nosso cotidiano. Esse filme pode ser um grande auxílio para as pessoas que estão passando pelos mesmos problemas que Will e os outros personagens estava enfrentando. Papel do professor diante da questão O professor é uma figura de exemplo aos seus alunos, assim, ele precisa ter uma elevada autoestima para poder influenciar positivamente seus educandos e gerar uma formação de saberes. Além disso, a autoestima é responsável pela estima de si e do outro, como também pelas reações diante dos acontecimentos da vida e também pela saúde mental, pois, interfere psicologicamente a vida dos indivíduos. Ademais, problemas como desvalorização da docência, violência na sala de aula e baixa remuneração, consequentemente, facilitará a baixa autoestima dos educadores. De certo, com a diminuição da autoestima, crenças negativas de si mesmos, comportamentos de auto sabotagem e de exclusão social são manifestados. Por outro lado, profissionais de educação com autoestima elevada tem um autoconceito positivo sobre si mesmos, pratica a autovalorização e estão prontos para enfrentar novos desafios, pois, se sentem confiantes em relação às suas capacidades. Não só os docentes, mas também os discentes com baixa autoestima apresentam comportamentos agressivos, dificuldade de aprendizagem e até podem atingir um fracasso escolar. Contudo, educandos com autoestima elevada tendem a ser mais participativos, contribuem para o aprendizado em grupo e possuem uma relação interpessoal de qualidade. Portanto, em virtude das condições dos alunos adolescentes, nos quais estão num processo de desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo e social, muitos deles, acabam por escolher seus professores como um referencial de crenças, comportamentos e valores. Assim, é nesse período que os indivíduos estão formando suas identificações positivas e negativas, na qual irão influenciar na constituição de sua autoestima. Em suma, a autoestima é uma construção interna e poderosamente influenciada pelo contexto cultural e social que o indivíduo se insere (SCHULTHEISZ e APRILE, 2013). Dessa forma, é necessário que os docentes, antes de mais nada, desenvolvesse em si mesmos uma autoestima de qualidade e um pleno conhecimento da questão para então, poder tratar e influenciar positivamente esse impasse de seus alunos. Papel do Professor na educação infantil A autoestima é a percepção que o indivíduo tem de si próprio, podendo ela ser positiva ou negativa. Na infância, é de grande importância que essa autoestima seja construída com ajuda de pessoas como docentes, familiares ou amigos, para que no futuro não tenham problemas como: emocionais, sociais e psicológicos. Para a criança a opinião daquela pessoa que ela mais admira e gosta, vale muito para sua vida social. Se caso, esse indivíduo o machuque-o com palavras negativas, isso irá interferir muito na sua vida em maneira geral. Nisso destacamos desde a sua convivência familiar, à sua relação com o docente na escola. O papel do professor em trabalhar a autoestima na educação infantil é essencial para os alunos, pois ele é uma referência na construção da personalidade, no amadurecimento e no desenvolvimento daquele indivíduo. O estímulo adquire no carinho, na compreensão, respeito para que se possa ter uma boa autoestima. Mesmo na infância, a criança tem uma autoestima elevada e não deixa-se levar muito por críticas e opiniões, porém quando se vem de uma pessoa muito importante para ela, a versão já muda, seus sentimentos ficam abalados deixando até consequências na vida social e também na aprendizagem. A aprendizagem do aluno também é muito influenciada pela autoestima, todo pensamento crítico do outro ou próprio, pode causar danos e dificuldades na vida escolar da criança. Por isso, a grande função do pedagogo, auxiliar na questão emocional e teórica do aluno, dando estímulos, motivações, palavras positivas que faça aquele indivíduo a ter uma melhora. Muitos casos também, são lecionados por um psicopedagogo, que se tenta envolver - se com a família e o aluno para solucionar o caso ocorrido. Portanto, ao longo do processo de aprendizagem o docente pode criar novos métodos de ensino para que o aluno possa se sentir confiante, pois a criança é marcada pelo conhecimento e atitudes adquiridas pelo educador, sendo assim, cada criança tem jeito e modo de evoluir tanto no ensino como no equilíbrio emotivo, que muitas vezes é quebrado pelas pessoas ao arredores com seus pontos críticos e inseguros. Papel do professor com alunos do EJA A autoimagem do jovem é construída através da comparação com o grupo. A autoestima não deriva de uma cobrança de resultados, assim como a maioria das famílias fazem, e sim da exaltação de resultados naturais. A mídia cobra você a ter objetos que por vezes vêm uma realidade bem longínqua para serem adquiridos. Se não é na família e nem na mídia, é no grupo que se busca a construção da autoestima, mas o grupo valoriza os defeitos do adolescente, o que é chamado de bullying. Resta ao professor, que é um modelo como uma espécie de ídolo para o aluno, trabalhar na ajuda da construção da autoestima dos adolescentes, esse que é o adulto que mais passa tempo com eles. Olhar pro aluno como um ser humano, como alguém que tem os seus valores, os seus potenciais, as suas contribuições positivas e as valoriza, faz com que o aluno comece a perceber que aquilo é bom, que ele faz coisas boas. Começa a perceber que ele como ser humano pode desenvolver, pode crescer e através daquilo ser mais aceito. Temos a necessidade de termosuma interação social positiva através dos nossos valores positivos, talentos, competências, potencialidades. O papel social da escola como integradora da formação da personalidade total da criança é fundamental para demonstrar todas essas potencialidades que devem ser exaltadas ao contrário do que acontece no âmbito familiar; ajuda a corrigir os defeitos sem causar incômodos ao possuidor deles, diferente do que um grupo faz; e mostrar que eles são capazes de ser alguém e fazer algo sem precisar dispor de objetos impostos pela mídia como necessidades vitais. O jovem que ingressa na Educação de Jovens e Adultos (EJA), geralmente já carrega uma carga que facilita a baixa autoestima, muitos são os motivos que os fazem está na EJA: evasão, decisão do gestor, reprovação, trabalho, distância da escola, gravidez precoce, desmotivação, entre vários motivos que desviam o aluno da modalidade de ensino regular. Esses aspectos afetam diretamente o bem-estar do aluno dentro de sala, e a motivação feita pela Escola é essencial para o desenvolvimento dos alunos, justamente por ser bastante comum os professores relatarem os medos dos alunos de não conseguir aprender, de se acharem incapazes. Muitos adolescentes ingressam na Educação de Jovens e Adultos com o intuito somente de terminar os estudos, sem ter uma visão futura, cabe ao professor dentro de sala de aula utilizar metodologias didáticas que facilitem o aprendizado, valorizar cada acerto e auxiliar na correção do erro, para isso é necessário uma atenção maior a cada aluno, desde pequenos gestos como, por exemplo, saber o nome de todos, o que já traz um bem estar aos educandos que se sentem reconhecidos como pessoa e não por ser “o menino alto”, “a menina loira”, “a moça que traz o filho e o irmão”. O professor está incluído no ambiente escola, ele precisa do apoio dos outros profissionais para poder realizar um melhor trabalho. Juntos, eles podem aumentar ou diminuir a capacidade de sonhar e a força de vontade para acreditar nesses sonhos e tentar realizar dos alunos. A intervenção na disciplina do aluno continua sendo fundamental, objetivando que ele esteja naquele ambiente para obter aprendizado. Entretanto, mostrar opções futuras também é algo essencial, mostrar que o aluno pode seguir a profissão que quiser. Mas, antes disso, só começar dos detalhes já é um belo começo, telefonar para perguntar a justificativa da falta, procurar dialogar e resolver qualquer problema. A solução para muitas coisas pode ser somente a demonstração que aquela pessoa é importante, faz falta dando atenção e diálogo para tentar resolver problemas que tantos alunos dessa modalidade apresentam. Referências Bibliográficas: SANTANA, Ana Lucia. Auto-Estima. Infoescola, [s.d.]. Disponível em: <https://www.infoescola.com/psicologia/auto-estima/> Acesso em: 06 de maio de 2019. PAMELA. 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