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Apostila Microsoft Word 1 www.microplus.com.br - 0 MESOPOTÂMIA: A FÉ QUE SE MOVE ©2021 João Antonio Pereira-Especialista Em Educação Educação – -Direitos Reservados Esta Apostila faz parte do Material Didático Pedagógico utilizado pelos alunos dos 1º Anos do Ensino Médio da Escola Estadual Dona Maria de Lourdes Ribeiro Fragelli no Ano Letivo de 2021 PROFESSOR: JOÃO ANTONIO PEREIRA João Antonio Pereira | Facebook Memórias da Vida em Vida (memoriasdavidaemvida.blogspot.com ) https://www.facebook.com/joaoantonio.pereira.18 https://memoriasdavidaemvida.blogspot.com/ https://memoriasdavidaemvida.blogspot.com/ https://memoriasdavidaemvida.blogspot.com/ https://memoriasdavidaemvida.blogspot.com/ 2 | P á g i n a Sociedades Antigas: do Oriente Próximo Ao Mediterrâneo - Professor João Antonio Pereira Ciências Humanas e Sociais Aplicadas História 1º Anos 2021 1 - INTRODUÇÃO O Jardim do Éden Existiu? Se você fosse um arqueólogo e resolvesse apostar todas suas fichas em um lugar muito provável, a Mesopotâmia certamente não te desapontaria. Quer saber o porquê? Foi no “Berço da Humanidade” que a Revolução Agrícola e consequente urbanização, ocorrida por volta de 8000 a.C; o desenvolvimento da metalurgia (o bronze - 2500 a.C. e o ferro 1.200 a.C.) e consequente militarização social, tornou as sociedades mais complexas, atribuindo-se aos governantes uma nova função: a proteção de seus membros. Figura 1-Mesopotâmia - Fonte: Google Fotos Foi na Mesopotâmia que surgiram os primeiros núcleos urbanos nos vales férteis de imensos rios em regiões anteriormente áridas, originando às primeiras cidades-Estado, base para as primeiras civilizações do Oriente Médio: a Mesopotâmia e o Egito. Foi no “Crescente Fértil” onde em 1922 d.C. foram encontrados “os restos de duas carroças de quatro rodas, (cidade de Ur) juntamente com seus pneus de couro “segundo BERTMAN, (2005, p. 35).Está na cidade de Nínive (aquele que fora engolido por um peixe) que foi construída a biblioteca mais antiga da humanidade. Foi também nesta região que o homem descobriu a escrita, criou o sistema de servidão coletiva, se travestiu de deus e despertou a ira do “Todo Poderoso Jeová” Deus dos Hebreus. Entre Fatos e Fakes, singraram rios e mares edificando sobre os pilares da fé, no antigo Oriente Próximo civilizações singulares que ainda hoje nos nspiram. F i E s s c r i r a E r a 2 - E s c r i t a C u n e i f o r m e - F o n t e : G o o g l e F o t o s E s c r i t a E s Escrita Cuneiforme A escrita suméria, grafada em cuneiforme, é a mais antiga língua humana escrita conhecida. A sua invenção ocorreu por volta de 4.000 a. C. ligadas às necessidades de administração (cobrança de impostos,registros, medidas de cereal etc.) Ao longo de três mil anos a escrita cuneiforme foi usada por quinze línguas diferentes, entre elas sírios, persa, Hititas, Babilônicos, Acadianos, Assírios, Elamitas, apesar da natureza silábica do manuscrito não ser intuitiva aos falantes de idiomas semítico. Ao mesmo tempo, outros estilos de escrita eram elaborados nas civilizações do Egito e da China, adaptada para escrever em seus próprios idiomas; , Alto Relevo Assírio Figura 2 - Rei assírio caçando leão – imagem do Primeiro Império assírio datada de 1365 a. C-1075 a.C.- Fonte: Google imagem A representação de homens lutando com leões é muito comum na Mesopotâmia, o próprio rei Davi também entra nesta lista. 3 | P á g i n a Sociedades Antigas: do Oriente Próximo Ao Mediterrâneo - Professor João Antonio Pereira Ciências Humanas e Sociais Aplicadas História 1º Anos 2021 2 – MESOPOTAMIA: TERRA ENTRE RIOS “Mesopotâmia” foi o termo usada pelos gregos para designar uma planície fértil entre os rios Tigre e Eufrates na região dos atuais Estados do Iraque, Líbano, Irã, Israel, entre outros. Diversos povos da antiguidade, foram atraídos pela fertilidade do solo garantida pelos ciclos de cheias dos rios Tigre e Eufrates. Entre eles:sumérios, babilônicos, amoritas, assírios, caldeus, acádios, os elamitas entre outros. Figura 3 - Mesopotâmia Na Atualidade - Fonte: Google Imagens 2.1 –A ECONOMIA MESOPOTAMICA A economia mesopotâmica, baseava-se na agrícultura praticada às margens dos rios Tigre e Eufrates. No entanto, a violência e irregularidade do sistema de cheias desses dois rios exigiam um esforço maior para que a atividade fosse viabilizada. A tecnologia empregada exigia a elaboração de um sofisticado sistema de irrigação e drenagem controlada pela construção de diversos diques e barragens uma vez que a disponibilidade de terras férteis não era homogênea. Em contraste às férteis planícies meridionais, a porção norte do território possuía um solo árido e extremamente acidentado. Esse contraste motivava, por exemplo, muitos pastores assírios a invadirem terras ao sul em busca de alimento. Outro ponto de importante destaque era o papel desempenhado pelo Estado no desenvolvimento da agricultura na região. O governo organizava a implantação de um sistema de servidão coletiva responsável pela administração das atividades agrícolas. Além disso, o Estado era o responsável direto pela condução de obras públicas. Ao contrário dos egípcios, os mesopotâmicos não abdicavam da propriedade das terras em benefício do Estado. Todavia, eram obrigados a ceder parte de sua produção agrícola. Geralmente, os campos férteis eram utilizados na plantação de trigo, cevada, centeio, algodão e usado para a criação de animais domesticados. Com o desenvolvimento agro- pastoril, acumularam-se excedentes, responsáveis pela articulação das atividades comerciais. A localização estratégica e a carência de produtos em certas regiões contribuíu para a consolidação da classe de mercadores que em caravanas partiam com o intuito de buscar matérias-primas como pedras preciosas, marfim, cobre e estanho. A Mesopotâmia se tornou um dos maiores centros comerciais do Oriente, atraindo o interesse de comerciantes da Ásia Menor e da região do Cáucaso. A maioria das negociações era feita a partir da troca de barras de ouro e prata. Palácio em Nínive Fonte: Google Imagens 4 | P á g i n a Sociedades Antigas: do Oriente Próximo Ao Mediterrâneo - Professor João Antonio Pereira Ciências Humanas e Sociais Aplicadas História 1º Anos 2021 2.2 –A RELIGIÃO MESOPOTAMICA Assim como a maioria dos povos da Antiguidade, os mesopotâmicos eram politeístas. Havia um incontável panteão de deuses e semideuses organizados em uma hierarquia clara, de acordo com a influência de seu poder cujos mais importantes eram: An (deus do céu), Enlil (deus do ar), Enki (deus da água) e Ninhursag (mãe-terra). Foram eles que, através de suas palavras, teriam criado o mundo. Os filhos desses deuses estavam um degrau abaixo na escala de poder divino. Eram milhares, cada um responsável por um aspecto do mundo, por uma parte do universo, agindo para manter em funcionamento o plano iniciado por seus pais Os mesopotâmicos acreditavam que esses deuses, principalmente os criadores, estavam muito ocupados para dar atenção às necessidades dos homens. Assim, para suprir as carências humanas, também existiam os deuses pessoais, que cuidavam da orientação de cada indivíduo e de sua família. Cada cidade-estado tinha seu deus protetor, que era honrado pelo rei do local e pelos mais importantes sacerdotes. Um templo em forma de pirâmide de degraus, o zigurate, era construído para servir como sua morada. O mais famoso zigurate foi construído para o deus Marduk, localizava-se na Babilônia e é conhecido por Torrede Babel Segundo a crença da Mesopotâmia, para que toda a existência fosse ordenada, Enlil (deus do ar) criou o me, uma espécie de "lei universal" que governava a tudo e a todos, inclusive aos deuses. Esse me gerava conforto nos mesopotâmicos, pois sabiam que tudo continuaria e continuaria eternamente funcionando segundo a ordem divina. E, dentro dessa ordem, acreditavam que o homem tinha sido criado com um único propósito: servir aos deuses, que deveriam ser respeitados, alimentados e abrigados em templos, para que não lançassem sua ira sobre os mortais Um mito muito temido e, compilado diversas vezes, em diferentes épocas na história, foi o mito do dilúvio. Segundo o mito, em uma época muito remota, os deuses, insatisfeitos com os homens, resolveram destruir a humanidade, fazendo cair uma chuva torrencial, que fez subir as águas dos rios. Enki, o deus das águas, revelou o plano a um escolhido, Ziusudra, aconselhando-o a construir uma embarcação gigantesca. Tal mito também foi compilado, muitos séculos depois, num dos livros que compõem a Bíblia, tendo Noé como principal personagem. Esse fato historicamente explicável, pois os hebreus tinham suas raízes ancestrais em Ur, uma importante cidade da Mesopotâmia. LAMMASU Ser celestial com cabeça de homem e corpo de touro. Segundo a mitologia mesopotamica, tinha o poder de afugentar os inimigos e os espiritos maígnos GILGAMESH Segundo a mitologia mesopotâmica Gilgamesh teria sido um ditador que reinou na Babilonia, na cidade de Uruk. Era filho da deusa Ninsu e da sacerdotisa Lillah. Ficou conhecido pelos histórias e poemas que compunha, entre esles destaca-se a Epopeia 5 | P á g i n a Sociedades Antigas: do Oriente Próximo Ao Mediterrâneo - Professor João Antonio Pereira Ciências Humanas e Sociais Aplicadas História 1º Anos 2021 2.3 – O LEGADO CULTURAL DA MESOPOTAMIA 2.3.1 A Biblioteca de Nínive A Biblioteca de Nínive, um dos mais importantes legados da Mesopotâmia para a história, foi encontrada no século 19 por arqueólogos ingleses. Ela pertencia ao rei assírio Assurbanipal 2º (século 7 a.C.) e era composta por uma coleção de mais ou menos 25 mil plaquetas de argila (material usado para escrita na época), com textos em cuneiforme, muitos deles bilíngues, em sumeriano e acádico. Considerada a primeira biblioteca da história, a Biblioteca de Nínive guardava compilações de diversos tipos de texto: cartilhas sobre o mundo natural, geografia, matemática, astrologia e medicina; manuais de exorcismo e de augúrios; códigos de leis; relatos de aventuras e textos religiosos. Sabe-se que os mesopotâmicos tinham muito apreço pela escrita. Escolas para escribas (edubba) eram comuns nas cidades da época. Uma parábola babilônica dizia: "A escrita é a mãe da eloquência e o pai dos artistas". O escriba tinha grande status na sociedade e, a se julgar pela quantidade de plaquetas de argila encontradas em diversos sítios arqueológicos, pode-se imaginar a importância que esse povo dava para o registro escrito. Tamanho acervo de documentos contribuiu muito para a compreensão da cultura da Mesopotâmia. 2.3.2 Literatura A mais famosa obra literária da Mesopotâmia é a Epopeia de Gilgamesh. Gilgamesh é uma figura semilendária e teria sido rei da cidade-estado de Uruk, por volta de 2.700 a.C. Mas tudo que se conhece a respeito desse rei deve-se à epopeia construída em torno de seu nome, encontrada em 12 plaquetas de argila que constam do acervo da Biblioteca de Nínive. A lenda conta a grande amizade entre o rei Gilgamesh, culto e refinado, e Enkidu, um homem rude, nascido e criado no deserto. Juntos, os dois viajam por terras distantes, buscando aventuras e glórias. No entanto, Enkidu adoece e morre. E, a partir desse momento, Gilgamesh passa a buscar a imortalidade. Essa procura o leva até terras distantes, numa terrível e maravilhosa viagem, para encontrar Utnapishtim, homem abençoado pelos deuses com a imortalidade, após ter sobrevivido ao dilúvio. Utnapishtim, no entanto, faz com que Gilgamesh compreenda que a imortalidade não é característica dos homens. Gilgamesh, onde queres chegar nas tuas andanças? A vida que estás procurando, nunca encontrarás. Pois, quando criaram os homens, os deuses decidiram que a morte seria seu quinhão, e detiveram a vida em suas próprias mãos. Gilgamesh, enche o teu estômago, faze alegres o dia e a noite, Que os teus dias sejam risonhos. Dança e toca música noite e dia, [...] Olha para o filho que está segurando a tua mão, e deixa que tua esposa encontre prazer nos teus braços. Só dessas coisas é que os homens devem cogitar." Segundo o especialista em assiriologia, Jean Bottéro (matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo, Caderno 2, 02 de maio de 1996), "o autor da epopeia quis nos ajudar a encarar com coragem, com o exemplo de um fracasso tão grande, a inevitável interrupção de nossa vida" Primeira Biblioteca do mundo localizada em Ninive – Fonte: Google imagens Ainda há muito por ser descoberto nesta área. Dos textos existentes, diversos estão em processo de tradução ou decifração, e o que se 6 | P á g i n a Sociedades Antigas: do Oriente Próximo Ao Mediterrâneo - Professor João Antonio Pereira Ciências Humanas e Sociais Aplicadas História 1º Anos 2021 sabe é que a maior parte do conteúdo tem produção estatal, principalmente econômica e religiosa, porém existem diversas crônicas sobre governantes, deuses, hinos, fábulas, versos etc. Um dos mais famosos é a Epopeia de Gilgamesh que trata de uma aventura de coragem na busca pela imortalidade. 2.3.3 A Astronomia Desde os primórdios, o homem sempre olhou para o céu em busca de possíveis correlações entre as suas histórias e os fenômenos cósmicos. Essas primeiras observações eram frutos da imaginação e da criatividade humana, o que deu origem as constelações. Através da observação sistemática da natureza foi possível organizar os ciclos na agricultura, a contagem do tempo e os pontos de referências para orientar-se na terra e no mar, associando os objetos no céu (e seus movimentos) a fenômenos como a chuva, a seca, as estações do ano e as marés. O homem também utilizou as primeiras observações astronômicas para fins culturas, as estrelas, bem como a luz natural em um céu escuro, foram logo identificada como divindade responsável pela proteção dos acontecimentos humanos. Especula-se que os primeiros astrônomos profissionais foram os sacerdotes. A compreensão que eles construíram a partir da observação da natureza era visto como algo divino, daí a antiga ligação da astronomia com o que hoje conhecemos como astrologia, estando os sacerdotes Caldeus quase sempre associados a “astrônomos da Mesopotâmia”. Foram na verdade, escribas especializados em astrologia e outras formas de divinação. As atividades mais antigas de astrônomos babilônios foram as observações de fenômenos astronômicos significativos que eram considerados presságios. O melhor exemplo conhecido é a Tábua de Vênus de Ammisaduqa, um registro da primeira e última visibilidade observada do planeta Vênus no século XVI a.C. Os textos do tablete de Vênus mais tarde fora incluído em um extenso compêndio de presságios chamado de Enuma Anu Enlil. Um aumento significante tanto na frequência quanto na qualidade das observações babilônias surgiu durante o reinado de Nabonassar (747-733 a.C). O registro sistemático de fenômenos considerados como mau agouro em diários astronômicos que se iniciou nesse período, permitiu que fosse descoberto um ciclo repetitivo de eclipses lunares a cada 18 anos, por exemplo. O astrônomo grego Ptolomeu, posteriormente usou os registros feitos na época de Nabonassar para consertar o início de uma era, já que ele sentiu que as observações usáveis mais antigas haviam sido feitas naquela época. O último estágio no desenvolvimento daastronomia babilônia ocorreu durante o período do Império Selêucida a (323-60 a.C). No terceiro século, astrônomos passam a utilizar "textos anuais" para predizer os movimentos dos planetas. Esses textos compilavam registros de observações passadas para encontrar ocorrências repetitivas de fenômenos considerados como mau agouro para cada planeta. Criaram modelos matemáticos que os permitiram predizerem tais fenômenos. Na astronomia ocidental são extensas as contribuições tanto que os gregos consolidaram seus conhecimentos sobre os planetas visíveis e as constelações do zodíaco, usando os séculos de registros de observações Figura – 4 Tábua babilônica que registra a passagem do cometa Halley em 164 a.C. https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%AAnus_(planeta) https://pt.wikipedia.org/wiki/Nabonassar https://pt.wikipedia.org/wiki/Ptolomeu https://pt.wikipedia.org/wiki/Cometa_Halley https://pt.wikipedia.org/wiki/Cometa_Halley https://pt.wikipedia.org/wiki/164_a.C. 7 | P á g i n a Sociedades Antigas: do Oriente Próximo Ao Mediterrâneo - Professor João Antonio Pereira Ciências Humanas e Sociais Aplicadas História 1º Anos 2021 astronômicas e até a ideia de que os movimentos dos planetas poderiam ser preditos com precisão Os sumérios por exemplo, exerceram importante influência na sofisticação da astronomia dos babilônios. A Teologia Astral, que deu aos deuses planetários um papel importante na Mitologia e religião mesopotâmica, começou com eles. Utilizavam um sistema numérico sexagesimal (base 60), que simplificava a tarefa do registro de números muito grandes ou muito pequenos. A prática moderna de dividir um círculo em 360 graus, de 60 minutos cada, começou com este povo. 2.3.4 As Artes Arquitetura: foi a arte mais desenvolvida, e a sua notabilidade se deu pelo exibicionismo e luxo das enormes construções de templos e palácios. O Zigurate - Torre piramidal e de base retangular, composta por vários andares, cujo topo por vezes era utilizada como observatório astronômico, é um belo exemplo destas construções. Estatuária: talvez seja a categoria artística de maior evidência no mundo mesopotâmico. As esculturas podiam ser tridimensionais como em alto-relevo em pedra, embora algumas fossem feitas em argila ou madeira, esses povos ainda trabalhavam muito bem o ouro, o cobre e prata. Representavam especialmente seres humanos, seres mitológicos, animais ou deuses em posições em pé ou sentados e tinham como característica mais evidente a ausência de movimento, prezando por figuras estáticas, além disso os sumérios e os acádios tinham uma tendência a simetria e a precisão, especialmente na pintura. As esculturas mais antigas datam de aproximadamente 2400 A.C. Um conjunto dessas estátuas e fragmentos de estátuas, em nome dos sumérios, pode ser encontrado no Museu do Louvre em Paris, como por exemplo a “Estátua do governador Gudea” de Lagash. O soberano é representado sentado com características cuneiformes entalhadas na parte inferior da veste. Outro exemplo é “Cabeça de Touro” feita em bronze. Pintura: Os artistas que trabalhavam com a pintura, geralmente utilizavam cores claras, e os desenhos de modo geral relacionavam-se a batalhas, caçadas, touros alados com cabeça humana entre outros. Os escultores faziam representação do corpo humano de forma tesa, que não demonstrasse nenhum tipo de expressão de movimentos. Os materiais mais uszados, eram a argila, adobe, cobre, terracota, cerâmica, basalto, junco, estanho, ouro, alabastro, marfim, pedras preciosas, prata e bronze. Figura 5 - Estátua de Gudea, Príncipe de Lagash Encontrada onde atualmente é o Iraque. Fonte: Adam Jan Figel / Shutterstock.com em linhas gerais, as maiores peculiaridades que se encontram refletidas nessas manifestações artísticas são a história, a política, a religião, as forças da natureza e as várias realizações que ocorreram dos persas. 2.3.5 O Direito Até por volta de 1770 a.C era corrente entre os mesopotâmicos a utilização da lei de Talião (em latim: lex talionis; lex: lei e talio, de talis: tal, idêntico), também dita pena de talião, que consistia na rigorosa reciprocidade do crime e da pena, apropriadamente chamada retaliação. A perspectiva da lei de Talião é o de que uma https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/cobre/ https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/prata/ https://www.infoescola.com/historia/museu-do-louvre/ https://www.infoescola.com/historia/museu-do-louvre/ https://www.infoescola.com/quimica/bronze/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Latim 8 | P á g i n a Sociedades Antigas: do Oriente Próximo Ao Mediterrâneo - Professor João Antonio Pereira Ciências Humanas e Sociais Aplicadas História 1º Anos 2021 pessoa que feriu outra pessoa deve ser penalizada em grau semelhante, e a pessoa que infringir tal punição deve ser a parte lesada. Em interpretações mais suaves, significa que a vítima recebe o valor estimado da lesão em compensação. A intenção por trás do princípio era "restringir" a compensação ao valor da perda. A lei de talião é encontrada em muitos códigos de leis antigas como nos livros do Antigo Testamento (Êxodo, Levítico e Deuteronômio), mas, originalmente, aparece no código babilônico de Hamurabi (datado de 1770 a.C.), que antecede os livros de direito judeus por centenas de anos. O rei Hamurabi foi responsável pela compilação dessas leis de forma escrita (em pedras), quando ainda prevalecia a tradição oral. Ao todo, o código tinha 282 artigos a respeito de relações de trabalho, família, propriedade, crimes e escravidão. Dentre elas, a lei do talião. Para conseguir estabelecer o código, o rei babilônico providenciou diversas cópias e as enviou para todo império e influenciou diversas sociedades na antiguidade e em outras épocas. O objetivo principal era unificar o reino por meio de um código de leis comuns. Esse conjunto de leis estabelecia que todo criminoso deveria ser punido de forma proporcional ao crime que cometeu. No entanto, as punições ocorriam de acordo com a posição que o criminoso ocupava na hierarquia social, resultando, assim, em penas variadas. O código é considerado como origem do Direito, sendo a legislação mais antiga de que se tem conhecimento. Observe alguns princípios do Código: ▪ Se uma pessoa roubar a propriedade de um templo ou corte, ele será condenado à morte e aquele que receber o produto do roubo deverá ser igualmente condenado a morte. ▪ Se uma pessoa roubar o filho menor de outra, o ladrão deverá ser condenado a morte. ▪ Se um homem tomar uma mulher como esposa, mas não tiver relações com ela, esta mulher não será considerada esposa deste homem. ▪ Se um homem quiser se separar e sua esposa que lhe deu filhos, ele deve dar a ela a quantia do preço que pagou por ela e o dote que ela trouxe da casa de seu pai, e deixá-la partir. O princípio jurídico estabelecido por ele se constituiu em um dos legados culturais que os mesopotâmicos deixaram para a humanidade. Mesmo com o fim do Império Babilônico, diversas civilizações se inspiraram nesse legado jurídico para organizar seu próprio conjunto de leis. Figura 5 - Hamurabi recebendo de Shamash (deus dos oráculos) Fonte: Google imagens Ilustração representa as leis da igualdade da justiça. Nele estão codificadas as leis de seu tempo, de um reino de cidades unificadas, de ordem civil, penal e administrativa. O texto original, contendo 282 princípios, foi reencontrado em Susa (Irã), por uma delegação francesa na Pérsia, e transportado para o Museu do Louvre em Paris. Quer Saber Mais? Civilizações Perdidas - Mesopotâmia - YouTube 7 coisas surreais que aconteceram na Mesopotâmia - Fatos Desconhecidos https://pt.wikipedia.org/wiki/Livro_do_%C3%8Axodo https://pt.wikipedia.org/wiki/Lev%C3%ADtico https://pt.wikipedia.org/wiki/Deuteron%C3%B4miohttps://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_de_Hamurabi https://pt.wikipedia.org/wiki/Hamurabi https://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia https://pt.wikipedia.org/wiki/Crime https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o https://www.youtube.com/watch?v=KYVHYAQHHwM https://www.youtube.com/watch?v=KYVHYAQHHwM https://www.fatosdesconhecidos.com.br/7-coisas-surreais-que-aconteceram-na-mesopotamia/ https://www.fatosdesconhecidos.com.br/7-coisas-surreais-que-aconteceram-na-mesopotamia/ https://www.fatosdesconhecidos.com.br/7-coisas-surreais-que-aconteceram-na-mesopotamia/ https://www.fatosdesconhecidos.com.br/7-coisas-surreais-que-aconteceram-na-mesopotamia/ 9 | P á g i n a Sociedades Antigas: do Oriente Próximo Ao Mediterrâneo - Professor João Antonio Pereira Ciências Humanas e Sociais Aplicadas História 1º Anos 2021 Exercícios de Fixação de Aprendizagem – Período: 01 a 31 de Maio de 2021 Sociedades do Oriente Próximo Ao Mediterrâneo Eixo Estrutural Competência Geral Competência Específica Habilidade/Objeto do Conhecimento 1 -Tempo e Espaço 1– Conhecimento Dimensão 1: Aprendizagem e Conhecimento Subdimensão 1.1 APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO 1-1- Analisar processos políticos, econômicos, sociais ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando argumentos e fontes de natureza científica. decisões baseadas em (EM13CHS101); (EM13CHS102); (EM13CHS103); (EM13CHS104); 2-Território e Fronteiras 2- Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel geopolítico dos Estados- nações. 2-COMPETÊNCIA 7 – Argumentação 2.1 Dimensão: CONSCIÊNCIA GLOBAL (EM13CHS201); (EM13CHS202) 01 - [Na Mesopotâmia,] todos os bens produzidos pelos próprios palácios e templos não eram suficientes para seu sustento. Assim, outros rendimentos eram buscados na exploração da população das aldeias e das cidades. As formas de exploração eram principalmente duas: os impostos e os trabalhos forçados. (Marcelo Rede. A Mesopotâmia, 2002.) Entre os trabalhos forçados a que o texto se refere, podemos mencionar a a) internação de doentes e loucos em áreas rurais, onde deviam cuidar das plantações de algodão, cevada e sésamo. b) utilização de prisioneiros de guerra como artesãos ou pastores de grandes rebanhos de gado bovino e caprino. c) escravidão definitiva dos filhos mais velhos das famílias de camponeses, o que caracterizava o sistema econômico mesopotâmico como escravista. d) servidão por dívidas, que provocava a submissão total, pelo resto da vida, dos devedores aos credores. e) obrigação de prestar serviços, devida por toda a população livre, nas obras realizadas pelo rei, como templos ou muralhas. 02 - O rei Sargão foi um conquistador cuja memória permaneceu nas lendas e narrativas dos povos mesopotâmicos. Dizia-se que ele havia sido abandonado pela mãe nas águas do Rio Eufrates em um cesto de juncos, e foi salvo pela deusa Ishtar e assim tornou-se o iniciador de um grande império. Sobre o rei Sargão é correto afirmar que a) destruiu a cidade de Ebla em 2300 a.C. b) inventou um tipo de escrita muito sofisticada. c) foi derrotado por Gilgamesh rei de Uruk. d) fez de Acádia a capital do seu império. 10 | P á g i n a Sociedades Antigas: do Oriente Próximo Ao Mediterrâneo - Professor João Antonio Pereira Ciências Humanas e Sociais Aplicadas História 1º Anos 2021 03 - A partir do III milênio a. C. desenvolveram-se, nos vales dos grandes rios do Oriente Próximo, como o Nilo, o Tigre e o Eufrates, estados teocráticos, fortemente organizados e centralizados e com extensa burocracia. Uma explicação para seu surgimento é a) a revolta dos camponeses e a insurreição dos artesãos nas cidades, que só puderam ser contidas pela imposição dos governos autoritários. b) a necessidade de coordenar o trabalho de grandes contingentes humanos, para realizar obras de irrigação. c) a influência das grandes civilizações do Extremo Oriente, que chegou ao Oriente Próximo através das caravanas de seda. d) a expansão das religiões monoteístas, que fundamentavam o caráter divino da realeza e o poder absoluto do monarca. e) a introdução de instrumentos de ferro e a consequente revolução tecnológica, que transformou a agricultura dos vales e levou à centralização do poder. 04 - A Mesopotâmia atual situa-se no Oriente Médio entre os rios Tigre e Eufrates, que ficam no atual Iraque, na região conhecida como Crescente Fértil. Seu nome vem do grego (meso=meio e potamos=água) e significa “terra entre rios”. A fertilidade dessa região, localizada em meio a montanhas e desertos, deve-se à presença dos rios. Sobre a civilização mesopotâmia, na Antiguidade Oriental, analisar os itens abaixo: I. A estrutura social baseava-se na existência de uma pequena elite, controladora de uma vasta população que estava submetida ao trabalho compulsório, característica de um governo despótico, de fundamento teocrático, que domina todos os grupos sociais. II. O Estado era responsável pelas obras hidráulicas necessárias para a sobrevivência da população, bem como pela cobrança de impostos e pela administração de estoques de alimentos. III. Na religião mesopotâmia, o governante era representado e compreendido por seus súditos mais como uma divindade viva do que como um representante dos deuses. IV. Em termos políticos, a Mesopotâmia caracterizou-se por ter, na instituição monárquica, personificada no governante, o seu principal fator de unidade. Está(ão) CORRETO(S): a) Somente o item I. - b) Somente os itens I e II. - c) Somente os itens I, III e IV. d) Somente os itens II e IV. - e) Todos os itens. BIBLIOGRAFIA CARDOSO, Ciro Flamarion S., BOUZON, Emanuel, TUNES, Cássio Marcelo de Melo. (1990) Modo de produção asiático: nova visita a um velho conceito. Rio de Janeiro: Campus NETTO, A mesopotamia e seus povos. Museu de topografia Prof. Laureano Ibrahim Chaffe, Departamento de Geodésia – UFRGS. Porto Alegre, 2009. COTRIM, Gilberto. História global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. ANDERSON, P., Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 2000. ARMSTRONG, K. O Jerusalém: Uma Cidade, Três Religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
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