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Fisiologia II - Sistema endócrino

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@taizagomes 
Fisiologia II 
Sistema endócrino 
Aulas do dia 14/04/2020 e 28/04/2020 
Os tecidos endócrinos secretam hormônios, que são transportados 
na corrente sanguínea para outras células do corpo, onde ajudam 
a regular o metabolismo e outras funções na célula. 
Processos como a digestão, a reprodução, o equilíbrio 
hidreletrolítico, o crescimento e o desenvolvimento são regulados 
e coordenados por hormônios. As glândulas endócrinas são 
glândulas desprovidas de ductos: os hormônios são liberados no 
líquido extracelular e sofrem difusão para a corrente sanguínea. 
Essa característica as distingue das glândulas exócrinas, as quais 
secretam substâncias, como a saliva ou leite. 
O sistema endócrino atua em conjunto com o sistema nervoso, 
particularmente o sistema nervoso autônomo, para regular as 
atividades do organismo. O sistema nervoso é capaz de atuar sobre 
determinada célula em décimo de segundo. Os hormônios alcançam 
as células-alvo por meio da corrente sanguínea e, para isso, 
necessitam de pelo menos 30 s. A ação hormonal sobre as células 
é mais lenta do que a ação nervosa, porém tende a ser mais 
persistente, proporcionando estimulação prolongada dos tecidos-
alvo. 
Ação parácrina: Os hormônios podem ser liberados das 
células endócrinas e sofrer difusão no líquido extracelular para 
atuar sobre células vizinhas. As ações parácrinas dos hormônios 
são particularmente importantes no sistema digestório. 
Ação autócrina: Onde em casos extremos, um 
hormônio pode ser produzido por determinada célula e atuar sobre 
a própria célula. 
Citocinas: São os “hormônios” do sistema imune e 
desempenham um importante papel na regulação das respostas 
imunes, exercendo efeitos tanto parácrinos locais (p. ex., local de 
uma infecção) quanto endócrinos sistêmicos 
 Feromônios: São Uma categoria especial de hormônios 
é representada pelos, que são secretados sobre o corpo e a 
superfície das mucosas para estimular ações em outros animais. 
Hormônios Peptídicos 
Esses hormônios são principalmente compostos de um a centenas 
de aminoácidos. Esses hormônios são grandes ou muito 
hidrossolúveis para entrar nas células. Em muitos casos, o hormônio 
é constantemente sintetizado e armazenado na célula endócrina, 
porém secretado apenas quando a célula recebe um estímulo 
apropriado para secretá-lo. Os hormônios proteicos são 
transcritos a partir do DNA e armazenados na célula endócrina na 
forma de uma proteína muito mais longa dentro de uma vesícula 
produzida pelo aparelho de Golgi. Essa versão do hormônio é 
denominada pró-hormônio. Quando a célula endócrina é estimulada 
para secretar o hormônio, o pró-hormônio é dividido por enzimas 
na vesícula de armazenamento para formar o hormônio verdadeiro 
ativo. A vesícula de armazenamento funde-se com a membrana 
celular, e o hormônio é então liberado no líquido extracelular. 
 
Em princípio, por serem hidrossolúveis, esses hormônios difundem-
se prontamente através dos tecidos e circulam livremente na 
corrente sanguínea. Alguns deles, como o hormônio do 
crescimento, circulam pelo sangue ligados a proteínas carreadoras 
especiais. Entretanto, como não são lipossolúveis, eles não entram 
nas células-alvo. As células-alvo desses hormônios apresentam 
receptores localizados dentro da membrana celular, que se 
estendem para fora no líquido extracelular. Esses receptores 
reconhecem o seu respectivo hormônio (ligante), ligam-se a ele e 
sofrem mudança no formato, que desencadeia uma alteração na 
função da célula. 
Antes de falar sobre a proteína G, temos que entender como 
funciona os receptores e os hormônios ligantes, explicado abaixo. 
Os hormônios peptídicos são incapazes de entrar em suas células-
alvo em virtude de seu tamanho e de sua carga, de modo que eles 
necessitam de um mecanismo para possibilitar a entrada da 
mensagem hormonal nas células-alvo, causando uma alteração em 
seu metabolismo ou função. Esse mecanismo envolve um processo 
@taizagomes 
denominado transdução de sinal. Quando determinado hormônio se 
liga a seu receptor, ele desencadeia uma cascata de eventos que 
finalmente resulta em alteração da fisiologia da célula. 
As moléculas receptoras de hormônios peptídicos têm um 
segmento que se projeta no líquido extracelular e que se liga ao 
hormônio, bem como uma porção intracelular que ativa vias de 
sinalização dentro da célula. Quando um hormônio se liga a seu 
receptor, ele provoca uma mudança na conformação da molécula 
do receptor, particularmente na porção localizada dentro da célula. 
Isso desencadeia a produção de um segundo mensageiro, que altera 
a fisiologia da célula. Existem vários tipos básicos de ações que 
ocorrem na superfície interna da célula-alvo para gerar cada tipo 
de segundo mensageiro. 
Receptores acoplados à proteína G 
Esses receptores têm proteínas G ligadas ao nucleotídeo de 
guanina, em estreita aposição com seu segmento interno. A 
proteína G apresenta três subunidades, α, β e γ. A subunidade 
Gα normalmente tem um difosfato de guanosina (GDP) ligado a ela. 
A subunidade é considerada inativa nesse estado. Quando o 
hormônio se liga ao receptor, a mudança na conformação do 
segmento interno do receptor de hormônio provoca uma mudança 
mecânica no complexo da proteína G. A subunidade Gα troca, 
agora, o GDP por uma molécula de trifosfato de guanosina (GTP) de 
maior energia e passa a ser considerada como no estado ativo. 
Obs: Uma explicação abaixo para melhor entendimento 
Os eventos subsequentes seguem o 
cenário A ou o cenário B. 
Cenário A 
A subunidade Gα migra a partir do receptor e segue ao longo da 
superfície interna da membrana celular até entrar em contato 
com uma enzima na membrana, como a adenilil ciclase (Figura 51.1). 
Liga-se a um sítio regulador da enzima e faz com que o sítio 
catalítico da enzima se torne ativo. No caso da adenilil ciclase, a 
enzima converte o trifosfato de adenosina (ATP) em monofosfato 
de adenosina cíclico (AMP cíclico). Por conseguinte, o AMP cíclico é 
o segundo mensageiro. O AMP cíclico pode ligar-se a sítios 
reguladores em outra enzima, denominada proteinoquinase A, 
ativando a parte catalítica dessa enzima. Provoca também a 
dissociação da subunidade catalítica da proteinoquinase do restante 
da molécula e deixa a membrana celular. A subunidade catalítica da 
proteinoquinase A adiciona moléculas de fosfato a outras enzimas 
(incluindo outras proteinoquinases) e proteínas do citosol, 
estimulando ou inibindo a sua função. 
Depois de algum tempo, o GTP ligado à proteína Gα perde o seu 
fosfato de alta energia, transformando-se em GDP. Isso provoca 
a liberação da subunidade Gα dá adenilil ciclase e seu retorno ao 
receptor de hormônio, onde se combina com as subunidades Gβ e 
Gγ, aguardando o próximo momento em que ocorrerá ligação do 
hormônio ao receptor. A unidade catalítica da adenilil ciclase não é 
mais estimulada, e a produção de AMP cíclico é interrompida. Os 
níveis de AMP cíclico também diminuem em consequência de sua 
degradação por outra enzima, conhecida como AMP cíclico 
fosfodiesterase. Quando os níveis de AMP cíclico declinam o 
suficiente, a ação do hormônio sobre a célula cessa. 
 
No exemplo fornecido, a subunidade Gα estimula a ação da adenilil 
ciclase. Em alguns casos, a subunidade Gα pode ser considerada 
inibitória: essa forma de subunidade Gα bloqueia a atividade da 
adenilil ciclase quando se liga ao sítio regulador da adenilil ciclase. A 
enzima ativada ou inibida pela subunidade Gα são habitualmente a 
adenilil ciclase, resultando na produção de AMP cíclico como 
segundo mensageiro. Entretanto, a enzima envolvida também pode 
ser a guanilil ciclase, resultando na produção de GMP cíclico como 
segundo mensageiro. 
Cenário B 
A subunidade Gα ativada move-se do receptor de hormônio para 
ligar-se a um sítio de ativação na enzima fosfolipase C ligada à 
membrana (Figura 51.2). Isso ativa a enzima fosfolipase C e cliva o 
fosfatidilinositol 4,5-bifosfato (PIP2), um componente da bicamadalipídica da membrana celular, em inositol 1,4,5-trifosfato (IP3) e 
diacilglicerol (DAG). A molécula de IP3 difunde-se através do citosol 
e liga-se a um receptor localizado na membrana do retículo 
endoplasmático. O retículo endoplasmático contém grandes 
quantidades de íons Ca2+. Quando se liga a seu receptor, o IP3 
provoca a abertura de um canal de Ca2+ na membrana do retículo 
endoplasmático, e os íons Ca2+ entram no citosol e atuam como 
segundo mensageiro. O Ca2+ pode ligar-se à calmodulina, e o 
complexo Ca2+-calmodulina pode exercer uma variedade de ações 
@taizagomes 
dentro da célula. O DAG migra ao longo da membrana celular até 
entrar em contato com uma enzima denominada proteinoquinase 
C. Liga-se a um sítio regulador na enzima proteinoquinase C, 
ativando-a parcialmente. Entretanto, a enzima é denominada 
proteinoquinase C pelo fato de que, para exercer a sua atividade 
catalítica completa, a enzima também precisa se ligar a íons Ca2+. 
Os íons Ca2+ liberados do retículo endoplasmático pelo IP3 atuam 
como estimulador final da ativação da proteinoquinase C. Em 
seguida, a proteinoquinase C fosforila várias proteínas dentro da 
célula, alterando a sua função. A ativação da proteinoquinase C 
termina quando a subunidade Gα hidrolisa o GTP em GDP e une-se 
novamente às subunidades Gβ e Gγ. A fosfolipase C interrompe a 
produção de DAG e IP3. O Ca2+ é bombeado de volta ao retículo 
endoplasmático para reduzir os níveis de íons Ca2+ intracelulares, 
e a resposta da célula ao hormônio cessa. 
As várias proteínas ativadas nessas vias de sinalização podem 
ser, elas próprias, proteinoquinases (que adicionam um fosfato a 
uma molécula de substrato para ativá-la ou desativá-la) ou 
fosfatases (que removem uma molécula de fosfato de um 
substrato para ativá-lo ou desativá-lo. 
 
Hormônios esteroides 
Todos esses compostos derivam do colesterol. Os hormônios 
esteroides são produzidos pelo córtex adrenal, pelas glândulas 
sexuais, pela placenta, pelos rins e por outros tecidos. Os 
hormônios esteroides não são armazenados nas células endócrinas 
que os sintetizam. Isso significa que eles precisam ser produzidos 
novamente, quando necessário. Esse processo é controlado pela 
regulação das enzimas envolvidas na sua produção. São lipossolúveis 
e difundem-se a partir da célula imediatamente após a sua síntese. 
Por serem lipossolúveis, os hormônios esteroides não são muito 
hidrossolúveis e necessitam de proteínas de transporte para 
transportá-los por todo o organismo através da corrente 
sanguínea para chegar ao órgão alvo. Apenas uma pequena fração, 
talvez 1 a 10%, do hormônio secretado existe efetivamente no 
líquido extracelular não ligado às proteínas carreadoras. Essa 
minúscula fração é de extrema importância, visto que é o hormônio 
livre ou não ligado que tem a capacidade de sofrer difusão nos 
tecidos-alvo e produzir ação na célula-alvo. Alguns hormônios 
formam ligações iônicas fracas com a albumina, enquanto outros 
hormônios esteroides têm proteínas carreadoras exclusivas para 
transportá-los no sangue. Em todos os casos, um equilíbrio é 
estabelecido entre o hormônio esteroide ligado às proteínas 
carreadoras e o hormônio esteroide que está no estado livre ou 
não ligado. Esse equilíbrio garante que, à medida que as moléculas 
de hormônio esteroide livres entram nas células-alvo a partir do 
líquido extracelular, as proteínas carreadoras liberam moléculas de 
hormônio esteroide no líquido extracelular. Por conseguinte, a 
concentração geral de hormônio livre está diretamente relacionada 
com a concentração de hormônio ligado às proteínas carreadoras 
no sangue, os receptores nas células alvo se localizam no núcleo 
(explicação mais a frente). 
Hormônios tireoidianos 
Os hormônios tireoidianos derivam do aminoácido tirosina por 
iodação do grupo hidroxila no anel fenil da tirosina. Os hormônios 
tireoidianos não são hidrossolúveis e precisam circular ligados a uma 
proteína carreadora especial. À semelhança dos hormônios 
esteroides, esses pequenos hormônios tireoidianos são lipossolúveis 
e sofrem difusão para dentro das células do corpo. As células-alvo 
têm receptores de hormônio tireoidiano no núcleo, que atuam de 
modo semelhante aos receptores de hormônios esteroides, seus 
receptores da célula alvo também se localizam no núcleo (explicado 
mais a frente). 
Receptores de hormônios esteroides e 
hormônios tireoidianos e transcrição 
Os receptores de hormônios esteroides e hormônios tireoidianos 
(moléculas de tirosina iodadas) estão localizados no núcleo da célula. 
Quando o hormônio esteroide ou o hormônio tireoidiano ligam-se a 
seu receptor, o complexo provoca uma mudança no formato do 
receptor (Figura 51.4). 
Na maioria dos casos, o receptor forma então uma ligação (dímero) 
com uma proteína de regulação da transcrição. O complexo dímero 
formado pelo hormônio ligado ao receptor e o fator de transcrição 
possibilita a ligação do complexo a determinados segmentos do 
DNA, iniciando a transcrição e a tradução de determinados genes. 
Por outro lado, a formação do complexo dímero pode exercer um 
efeito inibitório, impedindo a transcrição e a tradução de certos 
genes. As proteínas recém-sintetizadas (que frequentemente 
incluem enzimas ou fatores de crescimento) constituem a 
resposta da célula aos hormônios esteroides. Devido ao tempo 
@taizagomes 
levado para a transcrição e a tradução dos genes, os hormônios 
esteroides e os hormônios tireoidianos estão envolvidos em 
respostas mais lentas, porém muito mais a longo prazo das células 
do que os hormônios peptídicos. 
 
Feedback/ Retroalimentação 
Os hormônios têm a capacidade de alterar o metabolismo e as 
funções dos tecidos-alvo que se encontram a determinada 
distância do local de produção do hormônio. De que maneira a 
produção do hormônio é regulada? Os hormônios atuam, em sua 
maioria, para manter a homeostasia do organismo ou fazê-lo 
retornar a algum ponto de controle fisiológico. Controle por 
retroalimentação: E quando um hormônio é secretado, espera-se 
que ele induza alguma mudança fisiológica nos tecidos-alvo. Em 
seguida, a resposta do tecido-alvo afeta a secreção posterior do 
hormônio. 
 O tipo mais comum de controle por retroalimentação é a 
retroalimentação negativa. Nesse caso, alguma perturbação na 
fisiologia do animal é detectada por centros reguladores no sistema 
endócrino ou nervoso. Essa identificação provoca a secreção de 
um hormônio. Esse hormônio atua então sobre os tecidos-alvo para 
alterar a fisiologia do animal, a fim de corrigir a situação anormal. 
Os centros reguladores detectam que as células-alvo realizaram a 
sua missão, e esses centros induzem a interrupção da produção 
do hormônio. Uma ilustração simples de retroalimentação negativa 
pode ser vista no metabolismo do cálcio (Figura 51.5). 
Importante: A concentração de cálcio no sangue normalmente é 
de 10 mg/dℓ em muitos mamíferos. As células nas glândulas 
paratireoides são muito sensíveis à concentração sanguínea de 
cálcio. Qualquer declínio na concentração sanguínea de cálcio irá 
induzir as células a secretar paratormônio (PTH). O PTH estimula a 
reabsorção tubular renal de cálcio, reduzindo a sua excreção 
urinária, o que pode contribuir para o aumento do cálcio sanguíneo. 
Se essa ação elevar a concentração sanguínea de cálcio de volta 
ao valor de 10 mg/dℓ, as células das paratireoides irão detectar a 
normocalcemia, e a secreção de PTH cessará. Isso talvez seja uma 
simplificação excessiva. Com frequência, existem múltiplos fatores 
que podem atuar sobre os centros sensores reguladores que 
controlam a secreção de determinado hormônio. Em geral, na 
retroalimentação negativa, quando o hormônio aumentou 
efetivamente a atividade do órgão-alvo, a resposta do órgão alvo 
irá causar uma redução na secreção do hormônio. 
 
O controle por retroalimentação positiva é muito menos comum. 
Nessa situação, ocorre secreção de um hormônio para alcançar 
determinado ponto de controle. Uma vez secretado,o promove a 
sua secreção adicional até que algum ponto de controle fisiológico 
seja alcançado. Um exemplo desse mecanismo de retroalimentação 
positiva é fornecido pela ovulação de um ovócito do ovário. Esse 
processo começa com a secreção hipotalâmica do hormônio de 
liberação das gonadotropinas (GnRH) no sistema porta hipotálamo-
hipofisário, talvez em resposta à glândula pineal que detecta uma 
mudança na duração do dia. Isso provoca a secreção de hormônio 
luteinizante (LH) pela adeno-hipófise. Esse hormônio induz a 
liberação de estradiol por um folículo ovariano em desenvolvimento. 
O estradiol alcança o hipotálamo e causa a secreção aumentada de 
GnRH, resultando em maior secreção de LH e maior secreção de 
estradiol. Esse aumento do estradiol mais uma vez atua sobre o 
hipotálamo para estimular a secreção de GnRH e LH, causando 
maior produção de estradiol para estimular uma secreção ainda 
mais alta de GnRH. Por fim, o pico na secreção de LH é grande o 
suficiente para induzir a ovulação, que constitui o ponto final de 
controle dessa sequência fisiológica. 
Eixo hipotálamo-hipofisário 
@taizagomes 
 
Hipotálamo: é uma área do sistema nervoso central que 
contém neurônios com alguns dos atributos das células endócrinas. 
Ele recebe estímulos de quase todas as regiões do cérebro e usa 
essa informação para controlar a temperatura corporal, o apetite, 
o comportamento sexual, as reações de defesa (medo, raiva), os 
ritmos biológicos e os impulsos eferentes do sistema nervoso 
autônomo. Trata-se do local onde o sistema nervoso entra em 
contato com o sistema endócrino. Existem numerosos núcleos 
(grupos de neurônios com a mesma função) no hipotálamo, que 
produzem compostos (neuroendócrinos) que afetam a liberação 
dos hormônios pela hipófise. 
Hipófise: é as vezes denominada “glândula mestra”, pois ela 
produz vários hormônios essenciais e modula as secreções 
produzidas por várias outras glândulas endócrinas. A hipófise é 
uma glândula singular, também conhecida como pituitária. Localiza-
se em uma depressão do osso esfenoide, denominada sela turca, 
de modo que ela se encontra diretamente abaixo do hipotálamo. A 
hipófise é dividida em duas partes funcionalmente diferentes: a 
adenohipófise e a neuro-hipófise (Figura 51.6). 
 
Adeno-hipófise: é um conjunto de células endócrinas que 
secretam uma variedade de hormônios no sangue. Com frequência, 
é subdividida na parte distal (lobo anterior da hipófise) e na parte 
intermédia (lobo intermediário ou médio da hipófise). Os principais 
hormônios secretados pela parte distal incluem o hormônio 
tireoestimulante, a prolactina, o hormônio do crescimento, o 
hormônio luteinizante, o hormônio foliculoestimulante e o hormônio 
adrenocorticotrófico. As células endócrinas da parte intermédia 
produzem o hormônio estimulante dos melanócitos, β-endorfinas, 
encefalinas e o peptídeo do lobo intermediário semelhante à 
corticotropina, o qual é particularmente proeminente e importante 
nos equinos. 
Neuro-hipófise: é essencialmente a área onde os axônios das 
células nervosas localizadas nos núcleos supraópticos e 
paraventriculares do hipotálamo terminam e secretam seus 
neurotransmissores no sangue. Os axônios desses núcleos 
estendem-se ao longo do infundíbulo (haste hipofisária) que 
suspende a hipófise na sela turca. Os dois principais 
neurotransmissores liberados por essas terminações axônicas são 
a ocitocina e o hormônio antidiurético. Por serem liberados no 
sangue, são frequentemente denominados hormônios, porém, para 
ser mais preciso, são simplesmente neurotransmissores especiais, 
que são liberados diretamente nas veias hipofisárias que deságuam 
na circulação geral. 
Curiosidade importante: O hipotálamo e a adeno-
hipófise são conectados por um sistema porta. Um sistema porta 
refere-se a um sistema de veias que drenam um leito capilar e 
transportam o sangue para um segundo leito capilar. Neste caso, 
o primeiro leito capilar encontra-se na porção ventral do 
hipotálamo. O segundo leito capilar está localizado na adeno-hipófise. 
As vênulas porta hipofisárias ligam esses dois leitos capilares. 
Substâncias neuroendócrinas, que serão designadas como neuro-
hormônios, são produzidas pelos neurônios dentro dos vários 
núcleos do hipotálamo e liberadas na área drenada pelo primeiro 
leito capilar. Em seguida, entram nas vênulas porta que as 
transportam para os sinusoides (endotélio altamente fenestrado) 
do segundo leito capilar. Os neurohormônios difundem-se no líquido 
extracelular da adeno-hipófise e podem estimular ou inibir a 
liberação de hormônios da adeno-hipófise (Figura 51.7). A vantagem 
do sistema porta hipotálamo-hipofisário é que ele possibilita a 
estimulação de todas as células da adeno-hipófise sem a 
necessidade de enviar um axônio para cada célula endócrina 
individual da hipófise. Além disso, evita o problema de diluição dos 
hormônios de liberação do hipotálamo que ocorreria se fossem 
secretados na circulação geral, em lugar de sua secreção no 
sistema porta. A neuro-hipófise não recebe nenhum sangue desse 
sistema porta. 
Em resumo, o hipotálamo processa a informação aferente 
proveniente da maioria das áreas do organismo e do cérebro e, 
em seguida, secreta neuro-hormônios de liberação ou inibidores da 
liberação no sistema porta hipotálamo-hipofisário para controlar a 
secreção dos hormônios pela adeno-hipófise. Os hormônios adeno-
hipofisários são secretados nas veias hipofisárias, que os 
transportam até a circulação sistêmica geral. Em seguida, eles 
@taizagomes 
afetam a secreção dos hormônios das glândulas endócrinas 
secundárias. 
 
Hormônio do crescimento 
O hormônio do crescimento (GH), uma proteína de 191 aminoácidos, 
também conhecida como somatotropina, é produzido por 
somatotropos na parte distal da adeno-hipófise. O GH promove o 
crescimento dos ossos longos em comprimento e também 
promove o acréscimo (síntese) de proteína (na formação do 
músculo), enquanto exerce um efeito lipolítico que reduz as 
reservas do tecido adiposo. 
Os receptores de GH podem ser encontrados em muitas células do 
corpo, sendo os mais importantes localizados no fígado e no tecido 
adiposo. Esses receptores estão ligados a tirosinoquinases, que 
medeiam suas ações biológicas nos tecidos-alvo. Quando o GH atua 
sobre o fígado, ele afeta o metabolismo das proteínas, dos lipídios 
e dos carboidratos. 
Em muitos tecidos (osso, glândula mamária), a principal ação do GH 
sobre a sua atividade é mediada por outro hormônio, cuja secreção 
é controlada pelo GH. Um efeito muito importante do GH sobre o 
fígado consiste em induzir a secreção hepática de outro hormônio, 
denominado fator de crescimento semelhante à insulina (IGF)-1. 
Esse hormônio é também conhecido como somatomedina C. Trata-
se de um hormônio de 70 aminoácidos com uma sequência de 
aminoácidos semelhante àquela da insulina. De fato, o IGF-1 é 
semelhante o suficiente para ligar-se aos receptores de insulina e 
ativá-los, embora não tão bem quanto a própria insulina. O IGF-1 
deixa o fígado e é transportado através da circulação até os 
receptores de IGF-1 localizados na cartilagem e células ósseas, 
tecido adiposo, células alveolares da glândula mamária e músculo 
esquelético. O IGF-1 apresenta meia-vida mais longa no sangue do 
que o GH, e os níveis sanguíneos são muito mais constantes do que 
os níveis de GH. A produção de IGF-1 após estimulação do fígado 
pelo GH não é garantida. A subnutrição, particularmente a falta de 
proteína na dieta, faz com que o fígado não secrete IGF-1. 
Além disso, uma forma ligeiramente diferente do IGF, denominada 
IGF-2, também conhecida como somatomedina A, é produzida em 
muitos tecidos, como a cartilagem e o ovário, após estimulação pelo 
GH. Nesses tecidos, o IGF-2 atua como hormônio parácrino, ligando-
se a receptores presentes nas células adjacentes, em lugar de 
entrar no sangue para atuar como hormônio endócrino. O IGF-2 é 
produzido pelo fígado fetal em resposta ao GH e liberado na 
circulaçãofetal. É fundamental para o desenvolvimento 
embrionário normal. 
O hormônio do crescimento e o IGF-1 são frequentemente 
considerados como hormônios que exercem efeitos anti-insulina. 
Ambos intensificam a lipólise pelo tecido adiposo. O GH reduz a 
captação de glicose por tecido adiposo e músculo ao reduzir a 
sensibilidade à insulina. 
Diminui a atividade gliconeogênica do fígado e dos rins. O resultado 
final dessas ações consiste em elevação da concentração de 
glicose no sangue. Quando o IGF-1 liga-se a receptores de IGF- 1 
nesses tecidos, ele geralmente aumenta a síntese de proteínas 
dentro do tecido, com consequente acréscimo de proteínas, o que 
é particularmente importante para o crescimento muscular e a 
hipertrofia. Além disso, aumenta a proliferação das células como 
parte do crescimento de um tecido. Essa ação é particularmente 
importante no crescimento dos ossos longos. 
 
Efeitos do GH sobre tecidos específicos 
A deficiência de GH resulta em nanismo. É interessante assinalar 
que isso é observado principalmente nas raças de maior porte, 
como Pastor-alemão e cão Dinamarquês. Entretanto, a maioria dos 
cães (e humanos) com nanismo produz quantidades adequadas de 
@taizagomes 
GH. Na maioria dos casos, os cães com pernas curtas (Corgi, 
Dachshund etc.) apresentam mutação genética no gene do 
receptor do fator de crescimento dos fibroblastos, que provoca 
redução do crescimento no comprimento dos ossos. 
A secreção excessiva de GH pode causar gigantismo em animais 
jovens em crescimento. Nos adultos, com placa epifisária fechada, 
o excesso de GH provoca acromegalia. Em geral, a acromegalia é 
causada por um tumor somatotrópico da adeno-hipófise, que 
secreta GH de modo descontrolado. Os ossos planos da face e o 
espaço entre os dentes podem ser afetados. 
Nos ossos e cartilagem o GH é necessário para o alongamento da 
cartilagem dentro da epífise; especificamente, provoca aumento 
da divisão celular na zona epifisária da cartilagem em proliferação. 
Estimula também a produção de sulfato de condroitina pelas células 
cartilaginosas. Esse efeito do GH não é mediado 
pela sua ação sobre os receptores de GH das células da cartilagem. 
Na verdade, o GH induz as células hepáticas a secretar IGF-1, que 
se liga a receptores de IGF-1 e estimula diretamente as células 
localizadas na zona da cartilagem em proliferação. Além disso, 
estimula as células cartilaginosas a produzir localmente IGF-2, que 
exerce ações semelhantes àquelas do IGF-1. 
Nos órgãos internos a deficiência de GH resulta em pele fina e 
mole. O excesso de GH, conforme observado na acromegalia, pode 
levar a hepatomegalia e cardiomegalia. A cardiomegalia pode 
resultar em insuficiência cardíaca congestiva. 
No metabolismo das proteínas a administração de GH aumenta a 
captação de aminoácidos do sangue e aumenta a taxa de síntese 
de novas proteínas. O GH (habitualmente por intermédio do IGF-1) 
faz com que as células-alvo aumentem a expressão de mRNA 
codificador de proteína, bem como a atividade dos 
ribossomos. 
No metabolismo dos carboidratos o GH é frequentemente descrito 
como hormônio diabetogênico, visto que a sua administração resulta 
em elevação dos níveis de glicemia. 
O GH diminui a sensibilidade das células à insulina: reduz o número 
de receptores de 
insulina sobre as células do músculo e do tecido adiposo 
Efeito glicostático: o GH pode preservar o glicogênio no músculo, 
mais provavelmente produzindo um desvio do uso de glicose para 
o uso de mais lipídios na geração de ATP das células. 
No metabolismo dos lipídios o GH diminui a síntese de ácidos graxos 
a partir da glicose pelo tecido adiposo e fígado. O GH também 
aumenta a lipólise e a mobilização das gorduras das reservas 
corporais. 
Síndromes de interesse especial em 
medicina veterinária 
Gatos 
Nos gatos idosos, observa-se algumas vezes o desenvolvimento de 
um tumor hipofisário somatotrópico, com secreção excessiva de 
GH. Com frequência, esses gatos apresentam níveis de glicemia 
excessivamente altos, lembrando o diabetes, porém mantêm a sua 
massa corporal magra. Esses animais irão apresentar níveis 
sanguíneos acentuadamente elevados de insulina (em oposição aos 
gatos diabéticos). Com frequência, desenvolvem cardiomegalia e 
insuficiência cardíaca congestiva posteriormente na evolução da 
doença. 
Cães 
A progesterona endógena pode exercer um efeito de 
retroalimentação sobre o hipotálamo e estimular a produção 
aumentada de GH. Isso pode ser benéfico para iniciar a lactação. 
Entretanto, quando fêmeas recebem altas doses de progestinas 
sintéticas, habitualmente para suprimir o estro, elas podem induzir 
acromegalia iatrogênica. Nessa situação muito estranha, as 
progestinas sintéticas induzem as células dentro da glândula 
mamária a produzir e secretar anormalmente GH. 
Vacas leiteiras 
Administra-se uma forma recombinante de GH bovino a vacas 
leiteiras para aumentar a produção de leite. Essa ação é 
provavelmente mediada pela estimulação da produção de IGF-1 pelo 
GH, tendo os IGF-1 dois efeitos. 
O IGF-1 faz com que a energia produzida pela absorção de 
nutrientes da dieta seja desviada da formação de triglicerídeos no 
tecido adiposo e repartida para a produção pela glândula mamária 
de proteínas, lactose e gorduras que serão incorporadas no leite. 
Isso reduz o depósito no tecido adiposo e impede que as vacas 
leiteiras se tornem excessivamente obesas no final da lactação. 
Inibe a apoptose das células alveolares. Normalmente, a produção 
de leite declina com o passar do tempo, devido à perda das células 
alveolares por apoptose. O hormônio do crescimento promove um 
nível de produção de leite mais longo e mais alto. 
Prolactina 
A prolactina é produzida por células localizadas na parte distal da 
adeno-hipófise, denominadas lactotropos. A prolactina mantém a 
produção de leite nas fêmeas de mamíferos. Além disso, pode 
desempenhar um papel na iniciação da secreção de leite em 
algumas espécies. Em todas as espécies, a secreção de prolactina 
pela adeno-hipófise ocorre, na maior parte do tempo, em nível 
basal. Entretanto, quando as condições são apropriadas (gestação 
ou parto), o hipotálamo secreta o hormônio de liberação da 
prolactina, que aumenta a secreção do hormônio pela hipófise. Os 
níveis de estrogênio no sangue aumentam em cada ciclo do estro, 
causando a liberação aumentada de prolactina e aumento no 
@taizagomes 
desenvolvimento das glândulas mamárias a cada ciclo durante a 
puberdade. Ocorre também elevação dos níveis de estrogênio, 
particularmente nos ruminantes, no final da gestação para 
promover o desenvolvimento do tecido mamário, a fim de iniciar o 
processo da lactação. O ato da sucção pelos recém-nascidos 
também atua como estímulo para a secreção de prolactina em 
algumas espécies, particularmente aquelas que dão à luz ninhadas. 
Quando os níveis sanguíneos de prolactina estão excessivamente 
altos, ela exerce uma ação de retroalimentação sobre o hipotálamo, 
que então secreta o hormônio inibidor da liberação de prolactina no 
sistema porta hipotálamo-hipofisário, inibindo a secreção de 
prolactina pelos lactotropos da hipófise. 
Nos coelhos, a administração de prolactina a uma fêmea em 
lactação que foi submetida a hipofisectomia (remoção da hipófise) 
pode fazer com que o animal volte a ter uma produção normal de 
leite. 
Nos ruminantes, a prolactina é apenas um de vários hormônios 
necessários para iniciar a produção de leite e mantê-la. Atua com 
o estrogênio e a progesterona, juntamente com o lactogênio 
placentário produzido pela placenta fetal no final da gestação, para 
acelerar o crescimento da glândula mamária. Por ocasião do parto, 
a secreção de prolactina aumenta acentuadamente. A prolactina 
desencadeia a produção aumentada de caseína no aparelho de Golgi 
das células alveolares da glândula mamária. 
Seu papel nos machos não está bem definido, porém a presença 
de baixos níveis sanguíneos foi associada a uma redução do 
comportamento sexual nos machos,e níveis muito elevados podem 
causar baixos níveis de testosterona ao inibir a secreção de LH 
pela adeno-hipófise. 
Tireoide 
Função 
Os dois lobos da glândula tireoide situam-se em cada lado da 
traqueia, imediatamente abaixo da laringe. Em algumas espécies, os 
dois lobos são unidos por uma ponte de tecido tireoidiano. O tecido 
da tireoide consiste em numerosas estruturas semelhantes a 
sacos, denominados folículos da tireoide, que variam de tamanho. 
Cada folículo é revestido por uma camada de epitélio, e essas 
células sintetizam os hormônios tireoidianos (Figura 51.9). O lúmen 
de cada folículo é preenchido por um líquido viscoso rico em 
proteína, denominado coloide. No tecido conjuntivo, entre os 
folículos da tireoide, encontra-se outro conjunto de células 
endócrinas, denominadas células C ou células parafoliculares ou 
medulares. Essas células produzem o hormônio tireocalcitonina. Nos 
lobos da glândula tireoide ou imediatamente fora dos lobos em 
muitas espécies, são encontradas duas a quatro (dependendo da 
espécie) glândulas paratireoides que produzem PTH (paratormônio). 
A tireocalcitonina e o PTH são discutidos de modo mais detalhado 
na seção Glândulas paratireoides, células C da tireoide e 
homeostasia do cálcio. 
 
Quando as células foliculares da tireoide são estimuladas a secretar 
hormônio tireoidiano pelo hormônio tireoestimulante (TSH) 
sintetizado pela adeno-hipófise, a tireoglobulina iodada sofre 
endocitose para dentro da célula e proteólise, liberando tanto a T4 
quanto a T3. Os átomos de iodo nos resíduos de tirosina iodados da 
tireoglobulina que não estavam unidos de modo adequado para 
formar moléculas de T4 ou de T3 são reciclados eficientemente 
dentro da célula folicular para a iodação de novas moléculas de 
tireoglobulina. 
Os neurônios dentro do hipotálamo produzem um neuro-hormônio 
tripeptídico, denominado hormônio de liberação da tireotropina 
(TRH), que entra no sistema porta hipotálamohipofisário para 
estimular as células tireotrópicas da adeno-hipófise a liberar TSH 
(Figura 51.12). O TSH entra no sangue e estimula a secreção dos 
hormônios tireoidianos pelas células foliculares da glândula tireoide. 
As células foliculares da tireoide produzem dois hormônios, que 
derivam da tirosina iodada, tiroxina e tri-iodotironina. A tireoide 
peroxidase catalisa a fusão de duas dessas tirosinas iodadas pelas 
suas extremidades. Quando duas di-iodotirosinas são unidas pela 
tireoide peroxidase, a molécula resultante (com quatro átomos de 
iodo) é denominada tiroxina ou T4. Se uma monoiodotirosina for 
unida a uma di-iodotirosina, o resultado é uma molécula com três 
átomos de iodo, denominada tri-iodotirosina ou T3. 
O iodeto ingerido é absorvido no sangue. O iodeto do soro é 
capturado ativamente e de modo muito eficiente pelas células 
foliculares da tireoide por meio de um cotransportador de Na+/I–
,10 em que um íon Na+ fornece a força propulsora para 
transportar o I– para dentro da célula através da membrana 
basolateral. 
@taizagomes 
As células foliculares captam o iodeto e produzem uma proteína 
muito grande, denominada tireoglobulina, que contém um grande 
número de moléculas de tirosina. A tireoglobulina sofre exocitose 
no lúmen do folículo da tireoide através da membrana apical. Um 
sistema enzimático presente nas células foliculares da tireoide 
produz peróxido de hidrogênio próximo à membrana apical. Outra 
enzima, denominada tireoide peroxidase, também é encontrada na 
membrana apical das células foliculares. À medida que o iodeto é 
bombeado para dentro do lúmen, a tireoide peroxidase utiliza 
peróxido de hidrogênio para oxidar o iodeto a iodo elementar. O iodo 
é muito reativo e efetua a iodação inespecífica dos resíduos de 
tirosina da tireoglobulina na posição 3 e/ou posição 5. Se o resíduo 
de tirosina for iodado apenas na posição 3, é designado como 
monoiodotirosina. Em condições de iodo dietético normalmente, os 
resíduos de tirosina sofrem iodação, em sua maioria, nas posições 
3 e 5, formando di-iodotirosina (Figura 51.11). Em seguida, a tireoide 
peroxidase catalisa a fusão de duas dessas tirosinas iodadas pelas 
suas extremidades. Quando duas di-iodotirosinas são unidas pela 
tireoide peroxidase, a molécula resultante (com quatro átomos de 
iodo) é denominada tiroxina ou T4. Se uma monoiodotirosina for 
unida a uma di-iodotirosina, o resultado é uma molécula com três 
átomos de iodo, denominada tri-iodotirosina ou T3. A T4 é produzida 
preferencialmente pelas células foliculares da tireoide quando 
existe iodo em quantidades suficientes. Normalmente, o hormônio 
tireoidiano é sintetizado em uma razão de 4:1 (T4/T3). Na 
presença de deficiência de iodo, a razão pode ser de apenas 1:3 
(T4/T3). Nesse estágio, as moléculas de hormônio tireoidiano ainda 
estão ligadas à grande molécula de tireoglobulina. São armazenados 
no coloide do folículo da tireoide até surgir a necessidade de sua 
secreção. 
Ações dos hormônios tireoidianos 
Os hormônios tireoidianos aumentam a taxa metabólica das células. 
Os níveis circulantes de hormônios tireoidianos estão elevados 
durante o tempo frio e a lactação. Caso haja uma secreção anormal 
da glândula tireoide, causa-se distúrbios hormônios tireoidianos, 
como hipotireoidismo ou hipertireoidismo. 
Os distúrbios hormonais influenciarão em 
diversos processos, como: 
 Os hormônios tireoidianos aumentam o 
metabolismo basal: Eles determinam a quantidade de 
calorias produzidas pelo corpo em repouso. Os hormônios 
tireoidianos aumentam a taxa de lipólise e de glicólise nas células. 
Além disso, aumentam a conversão do colesterol em sais biliares, 
que desempenha uma função desconhecida no estado de energia, 
mas que pode ser clinicamente útil, visto que animais com 
hipotireoidismo frequentemente apresentam níveis sanguíneos 
elevados de colesterol 
 
Crescimento e desenvolvimento: Os hormônios 
tireoidianos possibilitam a maturação do sistema nervoso. Quando 
os hormônios tireoidianos não são produzidos ou são insuficientes 
em animais ou humanos jovens, isso resulta em redução das 
capacidades mentais. Os ossos longos não crescem nem 
amadurecem apropriadamente. O hormônio tireoidiano afeta a 
secreção de GH, o que pode explicar por que o nanismo é observado 
no hipotireoidismo crônico em animais jovens 
 
Os hormônios tireoidianos influenciam a 
liberação dos hormônios sexuais: A puberdade é 
retardada, e a ovulação é impedida em fêmeas com hipotireoidismo. 
A produção de espermatozoides está acentuadamente reduzida 
em machos com hipotireoidismo 
 
Os hormônios tireoidianos são necessários 
para a velocidade normal de condução nervosa: 
O hipotireoidismo resulta em reflexos mais lentos e redução das 
capacidades mentais 
Os hormônios tireoidianos mantêm o número de receptores de 
epinefrina e de norepinefrina 
nos tecidos e, portanto, têm impacto sobre os efeitos do sistema 
nervoso simpático 
A integridade da pele é mantida pelos 
hormônios tireoidianos: Animais com hipotireoidismo 
frequentemente exibem queda dos pelos, alterações na cor da pele 
e dos pelos e parecem ter predisposição a desenvolver infecções 
cutâneas 
Nos anfíbios, os hormônios tireoidianos controlam a metamorfose 
de uma forma de vida para outra, sendo um exemplo fornecido 
pela metamorfose do girino em rã. 
 
Dukes: Da pagina 1355 até a 1380, interessante de ler as paginas 
1381 até a 1401. Obs: todo o capítulo sobre sistema endócrino e 
interessante ser estudado

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