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Doença Inflamatória pélvica

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Definição: 
- Infecção polimicrobiana do trato genital superior 
- Doença sexualmente transmissível (DST) 
- Pode levar à infertilidade 
- É uma das mais frequentes complicações das DST de etiologia bacteriana e uma das 
causas mais frequentes de internação hospitalar por dor abdominal em mulheres 
OBS: Estima-se que mais de 10% das mulheres em idade reprodutiva tem história de DIP, 
e destas, aproximadamente 25% terão alterações causadoras de infertilidade 
 
Principais agentes causadores: 
- Neisseria gonorrhoeae (também causadora da gonorreia) 
- Chlamydia trachomatis (também causadora da clamídea) 
 
Progressão da doença: 
Progride a partir da endocervice para o endométrio, as trompas, os ovários e o peritônio, 
com eventual acometimento de órgãos vizinhos. 
A atuação dessas bactérias resulta em alterações morfológicas caracterizadas por reação 
supurativa aguda e por inflamação da mucosa superficial e da submucosa. 
A partir destas alterações, a flora bacteriana endógena invade os sítios infectados e 
debilitados pelas DST que se tornaram vulneráveis a crescimento de microorganismos 
anaeróbios. Após isso, ocorre formação de piossalpinge (quando localizados na trompa) 
ou de abscessos tubovarianos (quando no ovário) 
Na resolução do processo, após a morte efetiva dos microorganismos infectantes, o pus 
sofre proteólise, tornando-se uma coleção serosa estéril, configurando hidrossalpinge. 
Doença Inflamatória Pélvica 
Fatores de Risco: 
- Multiplicidade de parceiros, pelo aumento da exposição da mulher às DST e suas 
possíveis consequências 
- Início precoce das relações sexuais 
- Parceiro com DST 
- Uso de DIU, manipulações do canal cervical e endométrio 
- História previa de DIP 
 
Principais sinais e sintomas: 
- sangramento uterino anormal (SUA) 
- dor em baixo ventre que ocorre geralmente durante ou logo após a menstruação 
- dor forte a mobilização do colo 
- náusea e vômitos 
- Dor pélvica leve e unilateral: infecção limitada a trompa 
- Dor intensa, bilateral e constante, com sinal de Blumberg positivo: comprometimento 
do peritônio pélvico 
- Secreção purulenta endocervical 
- Dor subcostal 
 
Diagnóstico: 
Podemos considerar a possibilidade de DIP sempre que houver quadro de dor abdominal 
baixa em mulheres sexualmente ativas. Apesar da variabilidade na intensidade dos 
sintomas, o diagnóstico de DIP pode ser feito apenas considerando-se a história clínica e 
o exame físico. Os exames laboratoriais atualmente utilizados não possuem sensibilidade 
para a DIP, sendo necessária a sua avaliação em conjunto com achados clínicos para 
estabelecer-se o diagnóstico. 
- Critérios mínimos: 
Dor em abdome inferior 
Dor à palpação de anexos 
Dor à mobilização do colo uterino 
- Critérios adicionais: 
Temperatura axilar >38,3°C 
Secreção vaginal ou cervical mucopurulenta 
Proteína C reativa ou VSG elevada. Comprovação laboratorial de infecção pelo gonococo 
ou clamídia 
- Critérios definitivos: 
Evidencia histopatológica de endometrite 
Presença de abcesso tubovariano ou de fundo de saco de Douglas em estudo de imagem 
(USG pelvica) 
Laparoscopia com evidencia de DIP 
Tratamento: 
Antibioticoterapia para ambos os microrganismos principais (gonococo e clamídia) assim 
como micoplasmas e bactérias aeróbicas e anaeróbicas presentes na vagina e na 
endocervice. 
Os parceiros também devem ser investigados e devem realizar o tratamento de clamídia 
e gonococo se houve relações sexuais com a paciente até dois meses antes do início dos 
sintomas. 
Ceftriaxona 250mg IM, dose única + Azitromicina 1g VO, dose única ou apenas com 
Doxiciclina 100mg VO de 12/12 horas, por 14 dias.1,7 
 
Referências: 
DE ASSIS, Layandra Vittória et al. Chlamydia Trachomatis e o risco de doença 
inflamatória pélvica evoluindo para quadro de infertilidade feminina: uma revisão 
bibliográfica. Revista Eletrônica Acervo Científico, v. 19, p. e5669-e5669, 2021.

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