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Seiane Farias – medicina IESVAP Primórdio Respiratório A partir da 4ª semana aproximadamente 28º dia, do desenvolvimento embrionário surge o primórdio respiratório, que deriva do intestino primitivo Uma parte da faringe primitiva dará origem ao esôfago enquanto a outra (parte caudal) dará origem a porção respiratória, formando o divertículo laringotraqueal (broto respiratório). A medida que ele se alonga (face ventral da faringe) é envolvido pelo mesoderma esplâncnico O septo traqueoesofágico divide a porção cranial do intestino anterior em parte ventral, que forma o tubo laringotraqueal e uma parte dorsal O tubo laringotraqueal é o primórdio dos pulmões e torna-se o canal laríngeo primitivo. Desenvolvimento dos Brônquios e dos Pulmões O broto traqueal se desenvolve durante a 4ª semana e se divide em duas tumefações: Brotos brônquicos primitivos: que crescem lateralmente para os canais pericardioperitoniais, primórdios das cavidades pleurais. Brônquicos secundários e terciários Os brotos brônquicos junto do mesênquima esplâncnico diferenciam-se nos brônquios e sua ramificações, nos pulmões. No inicio da 5ª semanana a conexão de cada broto com a traquéia cresce para formar o brônquio principal. O broto princioal direito é maior e esta orientado mais verticalmente que o esquerdo O brônquio principal se divide em brônquios secundários, que formam os ramos lobares, segmentares e intra-segmentares. Na 24ª semana, cerca de 17 gerações de ramos se formaram e os bronquíolos respiratórios já se desenvolveram. Mesoderma esplâncnico dá origem: pleura visceral, placas cartilaginosas, musculatura lisa, tecido conjuntivo brônquico; Maturação dos Pulmões Período Pseudoglandular (6ª a 16ª Semana) O pulmão em desenvolvimento se parece histologicamente um pouco com uma glândula exócrina durante esse período. Na 16ª semana, todos os principais elementos estão formados, exceto aqueles envolvidos nas trocas gasosas . A ramificcação continua a formar bronquíolos terminais, não há bronquíolos respiratórios nem alvéolos. A respiração não é possível e por isso os fetos que nascem durante este período são incapazes de sobreviver. Período Canalicular (16ª a 26ª Semana) Durante a 24ª semana da bronquíolo terminal se divide em dois ou mais bronquíolos respiratórios, que por sua vez, dividem-se em 3 a 6 ductos alveolares. A luz dos brônquios e dos bronquíolos terminais torna-se maior e o tecido pulmonar se torna altamente vascularizado. A respiração é possível no fim do período canalicular porque alguns sacos terminais (alvéolos primitivos) com delgadas paredes se desenvolveram nas extremidades dos bronquíolos respiratórios e também porque o tecido pulmonar está bem vascularizado. Fetos nascidos nesse período podem sobreviver, porém com frequência morrem por que seu sistema respiratório e outros são imaturos. Período do Saco Terminal (26ª Semana ao Nascimento) Durante esse período se formam mais sacos terminais e suas células epiteliais se tornam muito delgadas. Os capilares começam a fazer protuberâncias para o interior desses alvéolos em desenvolvimento. O contato íntimo entre as células epiteliais e endoteliais estabelece a barreira hematoaérea, que permite trocas gasosas adequadas para a sobrevivência do feto se ele nascer prematuramente. Na 26ª semana, os sacos terminais são revestidos principalmente por células epiteliais pavimentosas de origem endodérmica, células alveolares tipo I ou pneumócitos, que promovem as trocas gasosas. Dispersas entre as células pavimentosas estão as epiteliais arredondadas secretoras, células alveolares tipo I I, que secretam surfactante pulmonar, uma mistura de fosfolipídios. Os sacos terminais (alvéolos primitivos) se formam e estabelecem contato próximo com capilares sanguíneos; . Período Alveolar (32ª Semana aos 8 anos) No início do período alveolar, cada bronquíolo respiratório termina num agregado de sacos alveolares de delgadas paredes, separados entre si por tecido conjuntivo frouxo. Os sacos terminais são os futuros ductos alveolares. A transição para a respiração autônoma requer: Surfactante adequado nos alvéolos. Transformação dos pulmões de órgãos secretores para de trocas gasosas. Estabelecimento da circulação pulmonar e sistêmica em paralelo. Os movimentos respiratórios fetais começam antes do nascimento e causam a aspiração de líquido amniótico. Esses movimentos são importantes para a estimulação do desenvolvimento pulmonar e para o condicionamento dos músculos respiratórios. No nascimento, os pulmões apresentam metade de seu volume preenchido por líquido derivado da vesícula amniótica, dos pulmões e das glândulas da traqueia. A maior parte do líquido nos pulmões é absorvida rapidamente pelo sangue e pelos capilares linfáticos, e um pequeno volume provavelmente é expelido pela traqueia e pelos brônquios durante o parto Após o nascimento, os alvéolos primitivos se dilatam se tornando alvéolos maduros conforme o pulmão se expande, porém o maior crescimento dos pulmões em tamanho resulta de um aumento no número de bronquíolos respiratórios e também de alvéolos primitivos. 3 anos: desenvolvimento alveolar concluído 8 anos: novos alvéolos podem ser acrescentados até esse período O principal mecanismo para o aumento do número de alvéolos é a formação de septos de tecido conjuntivo secundário que subdividem os alvéolos primitivos existentes. Inicialmente, os septos são espessos, mas logo são transformados em septos delgados maduros capazes de trocas gasosas. Surfactante* Funções: Realiza exocitose na superfície alveolar, conforme necessidade. Estabiliza o tamanho alveolar Aumenta a complacência: diminui os efeitos adversos da tensão superficial tornando os pulmões mais fáceis de insuflar Mantem os pulmões secos: reduz o gradiente de pressão tornando os pulmões mais livres de líquido Forma uma película monomolecular sobre as paredes internas dos sacos terminais, baixando a tensão superficial na interface ar-alvéolo. Isso facilita a expansão dos sacos terminais (alvéolos primitivos) ao prevenir uma atelectasia (colapso dos sacos terminais durante a expiração). A produção de surfactante aumenta durante os estágios terminais da gravidez, principalmente nas últimas 2 semanas. Sua produção começa durante a 20ª semana, mas somente em pequenas quantidades em prematuros, não alcança níveis adequados até o final do período fetal. Sua falta é a principal causa da doença da membrana hialina, causando insuficiência respiratória. A atelectasia causada pela deficiência de surfactante resulta em má ventilação, o que leva a hipóxia, hipercapnia e acidose. Entre a 26ª e a 28ª semana após a fecundação, o feto pesa aproximadamente 1.000 g e estão presentes quantidades suficientes de sacos terminais e surfactante para permitir a sobrevivência de um bebê nascido prematuramente. Fetos nascidos entre a 24ª e 26ª semanas podem sobreviver se receberem cuidados, porém podem sofrer com insuficiência respiratória, devido a pouco surfactante. Alguns desses fosfolipídios entram no líquido amniótico e agem sobre os macrófagos na cavidade amniótica. Uma vez que tenham sido “ativados”, há evidências de que esses macrófagos migram através do cório para o útero, onde começam a produzir proteínas do sistema imunológico, incluindo a interleucina-1b (IL-1b). O aumento da expressão dessas proteínas resulta no aumento da produção de prostaglandinas, que causam as contrações uterinas. O uso de corticosteroides antenatais, que induzem a produção de surfactante, além de terapia pós-natal de reposição de surfactante, melhoram a sobrevivência dos prematuros. Corticoterapia e maturação pulmonar A SDRN estáassociada com a deficiência de surfactante pulmonar e representa séria complicação da prematuridade Diversas outras entidades nosológicas, principalmente a displasia broncopulmonar e o suporte ventilatório pulmonar por longo período, contribuem significativamente para as sérias morbidades experimentadas pelos prematuros. Por outro lado, a corticoterapia antenatal reduz a incidência e a gravidade destas morbidades Os prováveis mecanismos de ação dos corticosteroides incluem o aumento da produção ou liberação de surfactante e a absorção acelerada de líquido pelos pulmões, ambos influenciados pelo nível de corticoide endógeno ao termo. Os corticosteroides empregados para a promoção da maturação pulmonar fetal são aqueles capazes de atravessar a barreira placentária, sendo a sua forma de administração por via intramuscular (IM) na dose de 24 mg (tanto betametasona quanto dexametasona.
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