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O PERFIL PROFISSIONAL DO SOCIAL MEDIA

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O PERFIL PROFISSIONAL DO 
SOCIAL MEDIA
Bruna Melo Alves1
Valéria Deluca Soares2
INTRODUÇÃO 
A área de Social Media se tornou uma tendência no mercado 
de trabalho publicitário e carece de 
estudos, tendo em vista a importância 
e impacto cultural e empresarial perante 
à sociedade. Sabendo que nos dias 
de hoje a população brasileira está 
cada vez mais conectada à Internet, 
profissionais que saibam se comunicar 
com o público nas redes sociais e sejam 
capazes de criar personas para as 
empresas são cada vez mais requisitados. 
Conforme pesquisa realizada em 
2017 pela Inteligência Rock Content3, 
uma empresa de pesquisas voltadas 
para o Marketing Digital, 92,1% das 
1 Graduanda do Curso de Publicidade e 
Propaganda, Centro Universitário Metodista – IPA. 
E-mail: olabrunaa@gmail.com.
2 Doutora em Comunicação Social. Orientadora 
deste artigo, docente do curso de Publicidade e 
Propaganda. E-mail: valeria.deluca@ipa.metodista.br
3 Inteligência Rock Content é uma central de 
pesquisa em Marketing e Vendas. Para saber 
mais: <https://inteligencia.rockcontent.com/>.
empresas entrevistadas estão nas 
redes sociais. Porém, no momento 
de contratar um especialista, as 
corporações não têm conhecimento do 
perfil que estão procurando, pois estes 
profissionais não tem uma formação 
acadêmica específica, podendo ser um 
jornalista, publicitário, administrador 
ou nenhuma das opções citadas.
Assim, o problema desta pesquisa 
se concentra em responder a seguinte 
questão: qual o perfil que deve ter 
um profissional de Social Media para 
atuar em agências de Publicidade e 
Propaganda? Tem-se como hipótese que 
tal profissional tenha que desempenhar 
inúmeros papéis, como a criação de 
conteúdo escrito e visual, diálogo direto 
com os consumidores e desenvolvimento 
de campanhas a fim de atingir o público 
alvo em maior amplitude. Também, 
entende-se que um Social Media deve 
ter maior conhecimento sobre outras 
áreas além da comunicação, como a 
psicologia comportamental, planejamento, 
monitoramento e análise de resultados.
A partir disto, o objetivo geral da 
26
pesquisa é verificar quais as competências 
necessárias ao profissional de Social Media 
para atuar em agências de publicidade. 
Para tal, é necessário abordar os 
seguintes objetivos específicos: conceituar 
a função de um Social Media; identificar 
aspectos do perfil de um profissional de 
Social Media; verificar as funções de um 
profissional de Social Media; e reconhecer 
o valor profissional de um Social Media. 
Este estudo se justifica pelo fato 
de que não há um entendimento claro 
sobre quem é o Social Media, suas 
funções e quais competências precisa 
ter para se tornar um profissional da 
área. Este também serve de apoio a 
futuras pesquisas, pois não há material 
específico que explique esta nova carreira, 
colaborando assim com a comunidade 
acadêmica e o mercado de trabalho 
publicitário, em especial as agências de 
publicidade que atuam no meio digital. O 
estudo em questão também pode servir 
como guia para futuros profissionais, 
pois com o perfil traçado pode facilitar a 
identificação com a área.
Para alcançar os objetivos citados, 
é utilizado como método de pesquisa 
a Fenomenologia. Este recurso é uma 
abordagem da pesquisa qualitativa. 
Conforme Moreira (2002), o método 
fenomenológico é utilizado quando a 
pesquisa quer dar destaque a experiências 
de vida das pessoas. Desta maneira, se 
tem maior compreensão e embasamento 
sobre o que de fato é um Social Media, 
conforme os próprios profissionais do 
setor acreditam. 
A INTERNET E SEU AVANÇO
O homem sempre foi um ser 
comunicativo. Ano após ano, a população 
foi encontrando meios de se comunicar 
entre si, seja em forma de arte, escrita 
ou fala. Denominada como Comunicação 
em Massa, essa fase tem novos meios 
de espalhar uma mensagem, como o 
telégrafo e o telefone, e do som e da 
imagem eletrônicos, como o rádio, cinema 
e televisão (FIGUEIREDO, 2009). O mundo 
virtual somente irá surgir a partir dos 
anos 80 e não é nada do que se vê hoje 
em dia. Naquela época, conforme Silva 
(2005), a era tecnológica era apenas a 
utilização dos microprocessadores, pelo 
uso da fibra óptica e pela digitalização 
da informação. Ainda segundo o autor, 
as mudanças entram na história e dão 
um novo rumo a comunicação. 
Segundo Tomaél et al. (2005), as 
pessoas vivem na sociedade por meio das 
relações que desenvolvem durante toda 
a vida. Conforme os autores, primeiro, 
tem-se as relações no meio familiar, em 
seguida na escola, na comunidade em 
que vive, no trabalho e assim por diante. 
Essas relações fortalecem a esfera social. 
Trazendo para os dias atuais, 
a sociedade está deixando as formas 
tradicionais de conversação e interação 
de lado e se aliando às modernidades 
para se comunicar, a fim de facilitar o dia 
a dia. Desde o ano 2000, a tecnologia da 
informação entrou no mercado popular, 
transformando-se no que se conhece hoje 
como a nova onda da tecnologia, onde 
se tem maior conexão entre os indivíduos 
(KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2010). 
27
Com o surgimento da internet mais 
popular, nasceu o termo Web 1.0. Nesta 
época, a internet era uma via de mão 
única, somente as grandes empresas 
tinham algum conteúdo online e o cliente 
não tinha contato direto (SOUZA, 2012). 
O autor ainda complementa constatando 
que o conteúdo disponível na era da 
Web 1.0 era feito pelas empresas e 
organizadores de todos os tipos, do qual 
o consumidor apenas tinha acesso. Mas, 
ele não tinha nenhum poder ou contato 
com a empresa virtualmente. 
Com o passar dos anos, um novo 
termo apareceu: a Web 2.0. O’Reilly (2005 
p. 01) conta que o conceito nasceu em 
uma conferência entre Dale Doughhearty, 
vice-presidente da O’Reilly e a MediaLive 
Internacional: 
[...] a web estava mais importante do 
que nunca, apresentando instigantes 
aplicações novas e sites eclodindo 
com surpreendente regularidade. 
E, o que é melhor, parecia que as 
companhias que haviam sobrevivido 
ao colapso tinham algo em comum. 
Será que o colapso ponto-com 
marcou uma espécie de virada que 
deu sentido a uma convocação do tipo 
“Web 2.0”? Achamos que sim e, desse 
modo, nasceu a Conferência Web 2.0.
Siqueira (2000, p. 09) explica que 
“estamos falando de Internet utilizada 
como meio de criar, agregar, compartilhar, 
colaborar e publicar a informação digital”. 
O’Reilly (2005) complementa ponderando 
que neste período a internet foi ao seu 
auge, tendo uma segunda geração de 
serviços, fazendo com que as companhias 
antigas e as novas permanecessem em 
um nível comum, além de ter um maior 
contato com seu consumidor. Primo 
(2006) salienta que a Web 2.0 tem um 
papel importante na comunicação social, 
pois aumentou o trabalho coletivo, a 
troca afetiva, de produção e circulação 
de informações, de construção social de 
conhecimento apoiada pela informática. 
A computação continua evoluindo 
cada dia mais e mais, entretanto não 
há uma Web 3.0 totalmente formada. 
Conforme Torres (2009), a Web 3.0 é 
um termo criado pelo jornalista do jornal 
americano The New York Times, John 
Markoff, para rotular o avanço cibernético, 
que estava se tornando mais eficiente 
e inteligente, diferentemente do que era 
nos anos anteriores. Para Grinover (2015), 
esta terceira fase da internet é marcada 
pelo desenvolvimento das mídias móveis 
e a popularização dos smartphones, 
tornando a comunicação um novo tipo 
de mídia, levando em conta que todos 
estão conectados a tudo o tempo todo, 
em qualquer lugar. Safko (2010, p. 32) 
explica que “o mundo está evoluindo 
rapidamente. Publicidade, mensagens e 
comportamentos de comunicação estão 
mudando mais rapidamente do que 
contamos nossa história”.
Teixeira e Silva (2013, p. 11) 
complementam destacando que “a Web 
3.0 trouxe a facilidade de acesso à 
comunicação pelo aumento da capacidade 
de armazenamento de notícias e pela 
velocidade de processamento das 
informações em tempo real”. Também, 
pode-se observar a parte ‘mecânica’ 
28
desta nova fase.Segundo Almeida et. 
al (2012, p.4), “através da Web 3.0 será 
possível deixar que a internet faça todo o 
trabalho para o usuário”. O autor explica 
que ao utilizar serviços de buscas, o 
navegador condensa, analisa e retorna 
os resultados que melhor se encaixam 
ao que foi informado. 
Entretanto, Torres (2009, p. 40) 
observa que o conceito citado tem 
um problema, pois não olha para o 
comportamento dos consumidores na 
internet e sim nas estruturas dos sites e 
ferramentas de busca. Conforme o autor 
salienta, “o consumidor, como internauta, 
assumiu o controle de sua própria vida 
por meio das chamadas redes sociais e 
passou a gerar conteúdo, se informar, 
se divertir e se relacionar”. Sendo 
assim, entende-se que há uma mudança 
comportamental na internet.
AS REDES SOCIAIS
A rede social, segundo Souza (2012), 
se dá pelo conceito de que são meios 
para conectar-se a outras pessoas na 
internet. Ele complementa salientando 
que os sites de redes sociais geralmente 
funcionam tendo como base os perfis de 
usuário, seus gostos, interesses e o que 
ele quiser compartilhar. 
Para Recuero (2009, p. 25), a rede 
social é um local de colaboração, de 
trocas de informações e construção de 
novos valores sociais. Para ela, “uma 
rede social não é uma ferramenta, 
mas apropria-se delas para expressar 
suas identidades, construir seus valores 
e operar de forma coletiva”. A autora 
ainda complementa lembrando que 
nunca se conheceu e se interagiu com 
tantas pessoas diferentes como agora. 
Essa rede de interação vem atingindo 
inúmeros campos de atuação, como a 
economia e a cultura, por exemplo.
Conforme Machado et. al (2005), no 
campo econômico, as redes sociais passam 
a ser alvo de interesse de empresas 
que estão vendo neste ramo um amplo 
espaço para negociação de produtos e 
serviços. Conforme Rodrigues (2016), as 
empresas utilizam dessas plataformas 
para conhecer e criar vínculos duradouros 
com seus públicos, aumentando assim 
a visibilidade da instituição. Machado 
et. al (2005) salientam também, que 
as redes sociais têm grande potencial 
de relacionamentos clientes-empresas, 
sendo um canal positivo para a troca 
de informações e questionamentos, 
além de um campo para demonstrar 
seus posicionamentos referentes aos 
problemas sociais ou situações de debate 
na contemporaneidade.
Em vez de tratar as pessoas 
simplesmente como consumidoras, 
os profissionais de marketing as 
tratam como seres humanos plenos: 
com mente, coração e espírito. Cada 
vez mais, os consumidores estão em 
busca de soluções para satisfazer 
seu anseio de transformar o mundo 
globalizado num mundo melhor. Em 
um mundo confuso, eles buscam 
empresas que abordem suas mais 
profundas necessidades de justiça 
social, econômica e ambiental em 
sua missão, visão e valores (KOTLER; 
KARTAJAYA; SETIAWAN, 2010, p. 16).
 
29
O avanço da comunicação também 
existiu dentro da própria tecnologia, 
trazendo à tona um novo meio de se 
comunicar e conectar pessoas. Kotler, 
Kartajaya e Setiawan (2010, p. 07) explicam 
que: “a nova onda de tecnologia é formada 
por três grandes forças: computadores e 
celulares baratos, Internet de baixo custo 
e fonte aberta”. Segundo os autores, 
essa mudança na tecnologia tem um 
profundo impacto no comportamento das 
pessoas e das empresas, pois agora os 
indivíduos podem se expressar e colaborar 
entre si. Torres (2009) salienta que os 
consumidores sentiram a necessidade de 
serem mais colaborativos, criando assim 
blogs, mídias e redes sociais e sites 
colaborativos, ultrapassando acessos de 
alguns sites na virada do milênio. 
Conforme e-book divulgado pela 
Alfamídia4 (2012, p. 04):
O cidadão comum se apropriou de 
mais um espaço para tornar seu 
conteúdo visível para o mundo, 
coisa que antes ele só podia fazer 
com suas redes sociais ‘de carne 
e osso’: amigos, parentes e colegas 
de trabalho. Consumidores podem 
criar conteúdo sobre empresas (ou 
ideologias, pesquisas, política etc.) e 
se tornar pequenos veículos de mídias 
locais. A antiga lógica dos grandes 
veículos de comunicação sendo os 
únicos a comunicar fica um pouco de 
lado, apesar de que eles continuam 
4 Alfamídia é uma escola de educação 
profissional voltada para tecnologia. Para saber 
mais: <http://www.alfamidia.com.br/>.
sendo os que mais influenciam o que 
se fala nas redes sociais brasileiras, 
tanto online quanto off-line.
A rede social, conforme Souza 
(2012), se dá pelo conceito de que são 
meios de se conectar a outras pessoas 
na internet. Torres (2006, p.74) explica 
que: “[...] são sites onde as pessoas 
se cadastram, registram seus dados 
pessoais, nos chamados perfis, e podem 
se relacionar com outras pessoas, 
publicando fotos, enviando mensagens e 
criando listas de amigos”. Souza (2012) 
ainda complementa salientando que 
os sites de redes sociais geralmente 
funcionam tendo como base os perfis de 
usuário, seus gostos, interesses e o que 
ele quiser compartilhar. 
Mas não foi só o consumidor que se 
beneficiou com este avanço tecnológico 
do qual as pessoas estão mais 
comunicativas. Se for aplicar este conceito 
em uma realidade empresarial, Rodrigues 
(2016) observa que as empresas utilizam 
dessas plataformas para conhecer e criar 
vínculos duradouros com seus públicos, 
aumentando assim a visibilidade da 
instituição. 
Para atingir seu público, as empresas 
não podem mais acreditar que basta 
a sua presença na rede social ou nas 
mídias sociais, mostrando suas ofertas, 
produtos ou serviços. Conforme o e-book 
da empresa Resultados Digitais (2017)5, 
as empresas entram nas redes sociais 
com o intuito certo, mas como não sabem 
5 Resultados Digitais é uma empresa de 
marketing, que oferece cursos online. Para saber 
mais: <https://resultadosdigitais.com.br/>.
30
como gerenciar uma rede social, acabam não 
definindo uma estratégia de como alcançar 
o seu público e não atingem o objetivo.
Uma das estratégias a se tomar 
é a produção de conteúdo. Entretanto, 
antes de criar conteúdo para que os 
visitantes virem clientes, é preciso que a 
empresa saiba o que o seu consumidor 
está procurando. Porém, não adianta a 
empresa apenas planejar se a execução 
não for bem realizada. Conforme a 
redatora de conteúdo do Resultados 
Digitais, Lipinski (2017)6, na hora de 
criar um conteúdo, deve apresenta-lo 
de forma simples, original, atrativa e 
de fácil entendimento. Ainda segundo a 
autora, é importante lembrar que se está 
escrevendo para uma pessoa, então o 
conteúdo deve gerar uma boa experiência 
para o consumidor. 
Na hora da execução, tanto os 
assuntos escolhidos quanto os textos 
escritos devem ser criados de forma 
cautelosa. Um assunto polêmico ou até 
uma colocação equivocada poderá ser 
má interpretada pelo público, gerando um 
momento de crise. Segundo Almeida (2016): 
Nenhuma empresa está imune a 
crises causadas pelas narrativas 
comunicacionais e atualmente 
com o avanço tecnológico veloz 
que vivenciamos, nos tornamos 
mais vulneráveis aos olhos do 
público, uma vez que a voz foi 
dada para qualquer cidadão que 
6 A plataforma Resultados Digitais disponibiliza 
e-books com acesso a artigos exclusivos para 
quem baixa o conteúdo. Jessica Lipinski é uma 
das redatoras do site do qual foi retirado a 
informação. 
tenha conexão com a internet e 
um computador, um smartphone, 
colocando em risco reputações de 
empresas com valores inestimáveis, 
afetando a imagem institucional 
e rentabilidade das mesmas.
Portanto, agora que a empresa já 
pode se comunicar com seu público de 
forma rápida e direta, a preocupação 
com o profissional que irá cuidar da 
empresa nas redes sociais é primordial. 
GESTÃO POR COMPETÊNCIA
Ao entrar no mundo digital, as 
empresas esperam atingir o seu público 
alvo e prosperar nos negócios. Segundo 
Guimarães et. al (2005), há empresas que 
buscam contratar pessoas certas para 
suas respectivas funções, pois acreditam 
que mantendo estes funcionários felizes 
em exercer seus dons, irão agregar valor 
à organização. 
De acordo com levantamentorealizado pela empresa Resultados Digitais 
(2016)7, para garantir que as empresas 
tenham resultados, recomenda-se que 
haja uma pessoa dedicada em tempo 
integral cuidando da empresa na internet, 
pois há diversas atividades que devem 
ser executadas e somente um profissional 
da área saberá administrar. Conforme 
Chiavenato (1999), a globalização, as 
tecnologias, as mudanças e o intenso 
movimento pela qualidade e produtividade, 
observa-se que o diferencial, a vantagem 
competitiva está nas pessoas que ali atuam.
7 Resultados Digitais é uma empresa voltada 
para consultoria de marketing digital. Para saber 
mais: <https://resultadosdigitais.com.br/>. 
31
Guimarães et. al (2005) complementam 
que é através do processo de recrutamento 
e de seleção que a empresa irá identificar 
e desenvolver as excelências que fazem 
a diferença no mercado, que é tão 
competitivo. O conceito de competência 
foi criado pela primeira vez em 1973, 
por David McClelland, com a intenção 
de buscar uma abordagem mais efetiva 
nos processos de seleção de pessoas 
para as empresas (DUTRA, 2004). Carmo 
(2015, p. 110), explica que 
O desenvolvimento do conceito de 
competências se dá através desse 
processo dinâmico no qual de um 
lado encontra-se a organização e seu 
conjunto próprio de competências 
essenciais, construídas a partir 
de um processo de aprendizagem 
organizacional e que são 
concretizadas em seu patrimônio de 
conhecimentos, e de outro lado têm-
se as pessoas, com seu conjunto de 
competências que pode ou não ser 
aproveitado pela empresa, quando 
as pessoas por sua vez passam 
a desenvolver da melhor forma 
aquilo que as empresas esperam 
que façam, trazendo resultados, 
serão reconhecidas por isso e terão 
oportunidades [...].
Competência não está entre o saber 
e o saber-fazer, mas sim, é a junção da 
teoria, técnica e prática, ou seja, tem 
que saber o porquê se faz, como se faz 
e de fato fazer (RUTHES et al., 2010). 
Carmo (2015, p. 103) ainda complementa 
que o termo se dá ao modo como as 
pessoas se comportam no trabalho. O 
autor explica que “o conceito que foi 
amplamente difundido e utilizado na 
academia foi o do conhecido ‘CHA’, 
segundo o qual as competências humanas 
estavam intimamente relacionadas aos 
conhecimentos, habilidades e atitudes 
das pessoas”. 
Entende-se por conhecimentos uma 
série de informações adquiridas por 
experiências vividas pelo indivíduo, lhe 
permitindo assim ter maior compreensão 
do mundo (BARBALHO, 2004). Este 
conhecimento, conforme Dutra (2004), é 
necessário para que a pessoa execute 
sua função na empresa e corresponda à 
expectativa da contratação. Já a habilidade 
é a capacidade do indivíduo de aplicar o 
conhecimento que adquiriu ao longo dos 
anos de forma que seja produtiva e que 
atinja o objetivo específico (BARBALHO, 
2004). Segundo Borba et. al (2011, p. 04), 
habilidade é “usar o conhecimento para 
resolver problemas e ter criatividade para 
resolver não só problemas, mas para criar 
novas ideias”. Por fim, a atitude é o saber 
fazer, ou seja, colocar em prática os seus 
conhecimentos e as suas habilidades. 
Junior (2007, p. 06) complementa que as 
atitudes são “comportamentos que temos 
diante de situações do nosso cotidiano e 
das tarefas que desenvolvemos no nosso 
dia-a-dia. [...]”. 
Este método é um bom antídoto para 
o desemprego, pois somente que é ágil 
e capaz irá se sobressair e se manter 
no mercado de trabalho (CHIAVENATO, 
2008). Mas, Dutra (2004) acredita que 
o CHA quando compreendido em toda 
a sua extensão e utilizado em conjunto 
com outros conceitos, permite grande 
32
avanço na compreensão da gestão de 
pessoas na empresa moderna. Sendo 
assim, segundo Carmo (2015), pode-
se observar que o CHA não é a única 
coisa a se avaliar nas competências das 
pessoas, pois é preciso que a mesma 
tenha um grande desempenho, causando 
resultados para a empresa. 
Entretanto, conforme Dutra (2004), 
ter estes conhecimentos, habilidades e 
atitudes não garantem que a empresa 
obtenha algum benefício. Guimarães et. al 
(2005, p. 214) salienta que saber como 
selecionar os novos candidatos é tão 
importante quanto recrutá-los. “Escolher 
a pessoa errada para ocupar um cargo 
dentro de uma organização acarreta 
em prejuízos iguais, ou até maiores do 
que não escolher nenhum profissional”. 
Dutra (2004) destaca que o mau uso 
deste conceito pode criar um estresse 
no empregado, colocando uma pressão 
na pessoa e a mesma não obter o 
reconhecimento da empresa, impedindo 
o seu conhecimento profissional. 
AS COMPETÊNCIAS DO SOCIAL MÍDIA
O tema escolhido para realização 
desta pesquisa busca traçar o perfil do 
profissional de Social Media, uma carreira 
recente no campo da Comunicação do 
qual até mesmo os peritos da área não 
sabem definir com precisão, quem é e o 
que faz. A amostra foi definida como não 
probabilística e por conveniência. 
Entrevistou-se sete profissionais 
da área de comunicação do qual 
exercem a função de Social Media para 
compor a análise. Para se obter melhor 
entendimento e cunho científico, alguns 
termos ditos pelos entrevistados foram 
modificados, de acordo com a intenção. 
Para fins de organização e preservação 
das identidades dos entrevistados, estes 
serão citados por letras do alfabeto, de 
A a G8. As entrevistas foram realizadas 
entre os dias 23 a 27 de outubro de 
2017, em atendimentos individuais com 
perguntas pré-estabelecidas.
No que se refere ao procedimento 
adotado para esta pesquisa científica, 
foi utilizado o método conhecido como 
Fenomenologia, em uma abordagem 
qualitativa. Conforme Moreira (2002), 
o método fenomenológico é utilizado 
quando a pesquisa quer dar destaque às 
experiências de vida das pessoas. Desta 
maneira, se tem maior compreensão e 
embasamento sobre o que de fato é 
um Social Media, conforme os próprios 
profissionais do setor acreditam. 
8 Os entrevistados são:
A: Formação em Publicidade e Propaganda, com 
doze anos de carreira dentro de agências de 
publicidade.
B: Formação em Jornalismo, foi o primeiro Social 
Media da Rede Pampa.
C:Trabalha em uma multinacional, possui 
formação em Tecnólogo em Marketing e Pós-
graduação em Marketing Digital, em Curitiba.
D: Proprietário de agência focada em Social 
Media há 8 anos, formação em Jornalismo, 
Publicidade e Propaganda, pós-graduação em 
Marketing Estratégico.
E: Trabalha em uma agência de publicidade em 
Porto Alegre, formação em Comunicação Social: 
Habilitação em Publicidade e Propaganda.
F: Formação em Publicidade e Propaganda, 
trabalha na área há 4 anos, atualmente está em 
uma agência de grande porte.
G: Formação em Publicidade e Propaganda, 
trabalha há 2 anos em agências de publicidade.
33
Para fins de organização, o conteúdo 
recolhido foi apresentado, analisado e 
interpretado a partir do uso de categorias. 
Conforme Moraes (1999), este método 
é usado para descrever e interpretar 
o conteúdo de toda a documentação 
levantada para a pesquisa, ajudando 
assim a interpretar as mensagens e obter 
uma leitura mais simples. 
Feitas tais considerações sobre 
o procedimento metodológico, segue-
se com os dados da pesquisa, que 
foram divididos em categorias, para 
melhor entendimento. As categorias são: 
Entendendo o que é um Social Media, que 
demonstrará o que é um profissional de 
Social Media, conforme os entrevistados; 
Conhecimentos de um Social Media, em 
que será explicado que conhecimentos 
técnicos são necessários para exercer as 
funções de um Social Media; Habilidades 
de um Social Media, mostrará quais são 
as destrezas que o profissional tem que 
ter para executar as funções do dia a 
dia de um Social Media com excelência; 
Atitudes para se tornar um Social Media, 
irá demonstrar que iniciativas particulares 
que o profissional tem que ter para 
desenvolver a função de Social Media. 
Categoria 1: Entendendo o que é um 
Social Media 
Quando os profissionais foram 
questionados sobre o que faz um Social 
Media, A, B, C, D, E, F e G concordam 
com Rodrigues (2016) ao apontar que esteprofissional exerce o papel de elo entre 
público e a empresa, criando vínculos 
duradouros e humanizando-a ao estar à 
frente de toda a comunicação da marca 
na internet. O entrevistado C explica que 
este profissional é quem cria o conteúdo 
para as marcas em forma de texto, planeja 
e depois analisa os resultados destes 
conteúdos que foram postados nas redes 
sociais. Ainda relata que “o Social Media, 
na teoria, é a pessoa que cria conteúdo, 
analisa e faz o relatório. Entretanto, 
hoje, eu vejo que no mercado não tem 
mais espaço para isso”. O participante 
D constata que este profissional deveria 
apenas fazer com que as marcas 
socializem com as pessoas, porém ele 
acaba fazendo de tudo. Complementa 
que “ele cria arte, fala com o cliente, 
cliente final do cliente, faz atendimento. 
É o profissional que faz tudo para todo 
mundo e não é reconhecido como tal, 
por que parece muito fácil de se fazer”. 
O entrevistado B termina levantando 
que são os princípios básicos da 
comunicação que formam um Social Media.
Categoria 2: Conhecimentos de um 
Social Media 
Se, para Barbalho (2004), por 
conhecimentos se entende como uma 
série de informações adquiridas por 
experiências vividas pelo indivíduo, quando 
questionadas sobre quais conhecimentos 
são necessários para ser um Social Media, 
os entrevistados A, D, E e F chegaram a 
conclusões um pouco diferentes do autor. 
O participante A relata que o mercado 
publicitário exige muitas técnicas na hora 
de contratar um Social Media, o que 
34
acaba dificultando o real entendimento 
do que este profissional de fato faz. 
Entretanto, os entrevistados A, B, C, D, 
E e F concordam que ter conhecimentos 
de redação, senso estético e estratégia 
é o básico para essa profissão. 
Para o entrevistado E, “precisa ter 
conhecimentos de propaganda, redação, 
bom português, bom vocabulário, saber 
utilizar as ferramentas, SEO e saber os 
formatos de peças”. Porém, F discorda 
ao dizer que “a parte de ferramentas se 
aprende, porque muda muito de agência 
para agência, então, se vai aprendendo. 
Mas acho que conhecimentos são 
redação para internet, porque é diferente 
de redação para campanha; ter noção 
de métricas, por exemplo. Não se faz um 
post de blog com uma arte que tenha 
texto e imagem, porque não vai ser bom 
para a reputação da empresa no hanking 
do Google, por exemplo. Então, ter esse 
conhecimento mais técnico e como se 
aplica são mais importantes”. Mas, o 
entrevistado C considera necessário que 
o profissional saiba verificar os resultados 
frente aos investimentos das empresas 
nas Redes Sociais. “Já que hoje se fala 
mais sobre o tráfego orgânico, sempre 
há investimento envolvido. Por isso, a 
pessoa ter noções de como apresentar o 
resultado de conversão é essencial”.
Para o entrevistado G, dentre os 
conhecimentos técnicos, é importante 
que o profissional saiba como falar com 
as pessoas e lidar com os problemas 
que possam surgir. Ele complementa 
salientando que “aquela descrição de 
vaga de estágio (‘ser um heavy user de 
redes sociais’) é muito importante, mas 
não só Facebook, mas como o Twitter, 
Instagram, Snapchat, todas as redes 
sociais que conversam com pessoas”.
O ritmo da tecnologia vinculada 
à comunicação está cada vez maior 
e mais rápido. Safko (2010), assim 
como os entrevistados A, B, C, D, E e 
F, concordam que está tudo evoluindo 
rápido demais e sendo assim não há 
como ter livros para ensinar o que foi 
lançado na semana anterior. Por isso, 
ao serem questionados se fizeram algum 
curso específico ou especialização, quatro 
dos sete entrevistados fizeram cursos, 
workshops e viram palestras sobre o 
tema, mas nenhum fez especialização 
especificamente de Social Media. Todos 
concordam que o que realmente ensina é 
o dia a dia, o fato de trabalhar na área, 
porém todos encontram uma maneira 
de se atualizar e aprender sobre as 
novidades do meio. 
O entrevistado F conta que costuma 
se atualizar em leituras e na internet. 
“Gosto de assinar todos os tipos de 
newsletter, às vezes eu gosto de uma que 
não tem nada a ver com o meu cliente, 
mas o que me interessou foi o layout 
ou alguma formatação de texto”. O 
participante A relata que “recentemente, 
fiz um curso de Facebook. Ele te dá todas 
essas noções de criação e análise de 
conteúdo, bem focado ao Social Media 
mesmo”. Ela ainda analisa que muitas 
vezes, um curso de extensão vale mais a 
pena do que especialização. “Eu conheço 
bastante gente que fez especialização 
voltado para parte de Social Media, redes 
sociais e diz que aprendeu muito mais na 
prática do que na faculdade em si”.
35
Categoria 3: Habilidades de um Social 
Media 
Curiosidade e agilidade são as 
palavras chaves sobre as habilidades de 
um Social Media, pois o profissional desta 
área precisa saber de tudo um pouco e 
ter a facilidade de lidar com grandes 
questões em um curto espaço de tempo, 
conforme salienta o entrevistado E. 
“Muitas vezes as peças devem ser feitas 
às pressas para não perder o timing 
de algo que está muito em alta. Por 
isso, a pessoa precisa ser organizada, 
ter raciocínio rápido e sempre pensar 
muito bem antes de responder algo, 
principalmente em situações de crise”. Os 
participantes E e D também estão de 
acordo com Almeida (2016) ao levantar 
que nenhuma empresa está imune às 
crises causadas pela má comunicação 
nas redes, podendo até prejudicar a 
imagem institucional da marca. Partindo 
do pressuposto técnico, a escrita é um 
dos principais pré-requisitos para esta 
profissão. Dependendo do que for feito 
na área (responder os clientes ou criar 
conteúdo), o grau de conhecimento é 
mais requisitado do que outro. 
Os entrevistados concordam com 
Barbalho (2004) quando o autor salienta 
que a habilidade é a capacidade de 
aplicar aquilo que se aprende conforme 
sua vivência, pois todos contam que o 
fato de já terem alguma experiência na 
criação de conteúdo, ajuda na execução 
do trabalho. O entrevistado F explica 
que o fato dela trabalhar atualmente 
com moda, por exemplo, é pelo seu 
gosto pessoal e por possuir experiência 
anterior. Salienta que, o momento do 
estágio é muito importante para definir 
o seu perfil, assim saberá que caminho 
seguir na profissão. Entretanto, conta que 
o fato de ter trabalhado com clientes 
de perfis muito distantes do dela faz 
com que tenha mais flexibilidade na hora 
de criar conteúdo. “Eu já trabalhei com 
caminhões, então para mim era muito 
difícil fazer conteúdo sobre como trocar 
uma roda de caminhão. Mas, hoje percebo 
na agência que se eu preciso ajudar 
alguém ou cuidar de um cliente fora do 
meu perfil, já consigo criar melhor. É mais 
uma questão de entender linguagem do 
cliente, que muda muito de um para o 
outro, e se adequar a ele”. 
Categoria 4: Atitudes para se tornar 
um Social Media 
Para os autores Borba (2011) e 
Junior (2007), atitudes são a prática dos 
conhecimentos e as habilidades. Mas para 
os entrevistados, as atitudes estão mais 
voltadas para a força de vontade do 
profissional. Como é uma área que está 
em constante evolução, os entrevistados 
A, B, C, D, E e F concordam ao salientar 
que o Social Media tem que gostar de 
estudar e levar esta tarefa muito a sério. 
Porém, os estudos não são baseados em 
livros, mas sim em pesquisar na internet, 
estar sempre se atualizando sobre as 
tendências, lendo blogs e vendo vídeos. 
O profissional, conforme os 
participantes B e F, também necessita 
ser proativo e rápido, pois se foi 
lançado algum aplicativo novo ou alguma 
36
tendência, é primordial que o Social Media 
se atualize e perceba se poderá ou não 
utilizar a novidade em sua marca. “Se 
tu não se atualizar em um dia, já está 
atrasada, perdeu o timing e a empresa 
ficará desatualizada”, complementa o 
entrevistado D.
Lipinkski (2017) reforça que um 
profissional de Social Media tem que ser 
paciencioso ao salientar que se deve ser 
simples e direto quando se cria conteúdo 
para as pessoas. Assim, o participante G 
concorda com a autora ao dizer que 
procuraentender a situação da pessoa 
para a qual ele está se direcionando a 
mensagem e simplifica o que for possível 
nas suas respostas. O respondente C 
complementa salientando que, o 
profissional tem que estar em sintonia com 
a marca que está trabalhando, entendo 
sua linguagem e o tipo de comunicação 
adequada. Entretanto, o entrevistado C, 
em concordância com B, E e G, explica 
que o Social Media somente terá maior 
compreensão disso, ao trabalhar de fato 
na área. 
Inferências 
O Quadro 1 apresenta os 
conhecimentos, habilidades e atitudes 
identificados para o Social Media, a partir 
da presente pesquisa.
Quadro 1 – CHA do Social Media
Conhecimentos
(O que se deve saber)
Precisa ter conhecimentos em redação, ter um senso estético, 
estratégico e saber analisar os resultados. Ferramentas, métricas e 
SEO são outros conhecimentos técnicos são importantes, mas não 
primordiais.
Habilidades
(Como se deve ser)
O profissional precisa ter curiosidade, agilidade, boa escrita e 
organização para as atividades do cotidiano. Também é fundamental 
ter cautela, pois falará em nome da empresa na internet.
Atitudes 
(Como se deve fazer) 
É necessário ter muita força de vontade do profissional, pois é 
preciso estar sempre antenado e estudando muito em workshops, 
vídeos e blogs para se atualizar sobre as tendências e atualizações 
do mundo digital.
Fonte: Elaborado pela pesquisadora.
Ao realizar este estudo e conversar 
com os entrevistados, pode-se perceber 
que esta área da comunicação está em 
constante crescimento, muito valorizada 
nas agências e empresas, necessitando 
assim de profissionais mais preparados, 
organizados e comunicativos. O mercado 
já está consciente de que a internet é 
uma mídia importante para alavancar os 
negócios e que as empresas que não 
estão no meio digital, acabam não tendo 
grandes resultados de visibilidade e 
fixação dentre os consumidores. Porém, 
no lado empregador, o que se observa 
é que as grandes empresas e agências 
estão preparadas para a demanda de 
37
um Social Media, mas as médias e 
pequenas agências já usufruem de uma 
quantidade menor de funcionários para 
(quase) as mesmas funções, o que acaba 
sobrecarregando as pessoas e diminuindo 
a qualidade do conteúdo apresentado. 
Questionados sobre como os 
profissionais se denominam nesta 
profissão, os entrevistados A, B, C, D 
e E dizem que são de fato um Social 
Media. O grupo explica que este termo é 
tão novo e menosprezado, que preferem 
denominações como ‘Gestor de Conteúdo’, 
“Núcleo de Conteúdo”, “Gerenciador 
de Redes Sociais” ou até dizem a sua 
formação acadêmica; pois, acreditam 
que propicia maior entendimento do 
que fazem de fato. Ainda, afirmam que 
ao exporem que “cuidam das redes 
sociais das empresas”, acabam sendo 
menosprezados, pois essa atividade 
reflete certa facilidade, pelo fato que as 
pessoas possuem redes sociais, acreditam 
que gerenciar as páginas é uma tarefa 
fácil demais e podendo ser exercida 
por qualquer pessoa. Por isso, inclusive, 
os profissionais reclamam que é muito 
difícil se precificar, na hora de fazer 
atividades freelancers, pois os clientes 
não entendem todo o planejamento, a 
demanda de tempo e de intelecto para 
exercer tal função. 
Por fim, conforme relatos dos 
entrevistados e reflexões com estes 
profissionais, constata-se que essa 
“profissão” irá se difundir para um setor, 
pois atualmente as grandes empresas e 
agências já estão subdividindo funções 
dentro do Social Media, contratando 
pessoas para atividades específicas a fim 
de trabalhar em grupo e não somente uma 
única pessoa exercendo inúmeros cargos. 
Entretanto, essa distribuição ainda não foi 
assumida pela maioria das empresas, pois 
o que mais há no mercado publicitário são 
vagas de estágios e efetivos, que exigem 
do candidato inúmeras experiências e 
conhecimentos que, teoricamente, não 
competem somente a uma pessoa. 
CONCLUSÃO
A sociedade está cada vez mais 
virtual, deixando as formas tradicionais 
de conversação e interação de lado e 
se aliando às modernidades para se 
comunicar, a fim de facilitar o seu dia 
a dia. Com a chegada da Web 2.0, em 
que o consumidor tem mais autonomia 
e poder de escolha na internet, as redes 
sociais tornam-se primordiais quando se 
trata de informação rápida, interação e 
conectividade. Para as empresas, esse 
novo meio é uma grande ferramenta de 
contato com seus clientes, uma vez que a 
troca de informações e questionamentos 
torna-se mais facilitada. As empresas 
também utilizam dessas plataformas para 
conhecer e criar vínculos duradouros 
com seus públicos, aumentando assim 
a visibilidade da instituição e reforçando 
seus valores perante à sociedade.
Entretanto, para atingir seu público 
alvo, não basta apenas a presença das 
empresas nas mídias sociais, mostrando 
suas ofertas, produtos ou serviços. 
Uma das estratégias de se conectar 
com os consumidores é a produção de 
38
conteúdo nas redes sociais. E é aí que 
o profissional de Social Media começa a 
exercer sua função. Essa área se tornou 
uma tendência no mercado de trabalho 
publicitário pois estes profissionais é que 
tem competências como lidar e atingir 
este público mais conectado. Carecendo 
de estudos, essa nova profissão ainda é 
uma incógnita para o mercado de trabalho 
e os profissionais de comunicação, visto 
que não há um perfil traçado com quais 
funções um Social Media deveria exercer 
ou uma formação acadêmica na sua 
base de experiência. 
A partir disto, o objetivo geral da 
pesquisa foi alcançado ao verificar quais as 
competências necessárias ao profissional 
de Social Media para atuar em agências 
de publicidade. Assim, a pergunta que 
norteou este artigo, ‘qual o perfil deve 
ter um profissional de Social Media para 
atuar em agências de Publicidade e 
Propaganda?’, foi respondida e a hipótese 
apontada inicialmente foi contemplada. 
Acredita-se que este profissional pode 
exercer quaisquer profissões da área da 
Comunicação e deverá ser atualizado, 
organizado, comunicativo e paciencioso 
no momento de planejar e criar conteúdo, 
se comunicar com seu público e produzir 
relatórios sobre os resultados alcançados. 
Apesar dos resultados positivos, 
uma das limitações desta pesquisa foi 
o fato de a profissão de Social Media 
ser atual, tendo sua teorização ainda 
em desenvolvimento. Teve-se também, 
como limitação, encontrar material sobre 
determinados assuntos que envolvem as 
atividades da profissão, como a criação 
de conteúdo. 
Verificou-se também, que há uma 
demanda intensa de trabalho na área 
de atuação, dificultando assim que os 
próprios profissionais saibam identificar 
suas reais funções no dia a dia. Assim, 
por mais que os entrevistados exerçam 
a mesma profissão, os posicionamentos 
perante à pesquisa foram distintos. Por 
isso, esta pesquisa é um passo para 
estudos futuros, pois posteriormente o 
Social Media pode se transformar em 
um setor nas empresas de comunicação, 
carecendo assim de informações sobre 
os profissionais e suas funções. 
Neste trabalho, teve-se a oportunidade 
de entender e estudar mais a fundo a 
evolução da internet e, consequentemente, 
como a criação das redes sociais gerou 
uma nova profissão, tão nova e resiliente 
quanto a própria internet. Ressalta-se, 
então, a importância de prosseguir a 
investigar o perfil do Social Media perante 
o mercado de trabalho atual.
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