Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fernanda F. Ferreira - TXI OBESIDADE: UMA DOENÇA CRÔNICA MULTIFATORIAL COM CONSEQUENCIAS NEGATIVAS BIOQUÍMICAS , METABÓLICAS E PSIQUICAS ! • Infantil: 9,4% das meninas brasileiras e 12,7 % dos meninos estão obesos Definição: Acúmulo de tecido adiposo localizado ou generalizado, provocado por desequilíbrio nutricional associado a um balanço energético positivo persistente, por período prolongado. - A gordura corporal pode ser avaliada indiretamente pelo cálculo do IMC: INDICE DE MASSA CORPORAL= Kg /m 2 *grau 3 é a obesidade mórbida FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE É MULTIFATORIAL GENÉTICA AMBIENTE OBESIDADE: Balanço energético positivo crônico: energia consumida é maior que a expendida. MECANISMO HEDÔNICO DA FOME- “RECOMPENSA, PRAZER, EMOCIONAL” • O estado motivacional criado pela exposição e consumo repetido a alimentos de elevada palatibilidade = fome hedônica • Sistema mesolímbico • Hipótese: o obeso tem menor sinalização de dopamina. (SENSAÇÃO DE PRAZER E RECOMPENSA) • Sistema de comunicação entre o tecido adiposo, trato digestório e o SNC sistema de entendimento da ingestão é de em média 20 min • Adipocinas e hormônios produzidos no tecido adiposo e trato digestório :Leptina, grelina, insulina e GLP1 etc... • Atuam em circuitos cerebrais hipotalâmicos e do tronco cerebral, estimulando ou inibindo o apetite, de forma a manter um balanço energético adequado. REGULAÇÃO DO APETITE: TGI- ADIPÓCITOS-HIPOTÁLAMO • INTERAÇÃO ENTRE A PERIFERIA ( TGI E ADIPÓCITOS) E SNC ( HIPOTÁLAMO- população neuronal (núcleos) que expressam peptídeos ) • VIAS OREXÍGENAS = grelina que é produzida no estômago age no hipotálamo aumento o apetite • VIAS ANOREXÍGENAS = leptina diminui o apetite SINAIS PERIFÉRICOS- TGI E TECIDO ADIPOSO • Alimento no estômago-distensão volumétrica- estimula nervo vago-núcleo trato solitário ( SNC)- anorexígeno. • Colecistoquinina ( CKK)- produzida no íleo - anorexígeno. • PYY- produzido no íleo e cólon- anorexígeno. • GLP1- produzido no íleo, principalmente, e cólon - anorexígeno. é o Victoza (além de estudos indicando que ajuda a menor deposição de placas de amiloide) • LEPTINA- tecido adiposo - anorexígeno quanto mais massa de gordura temos, mais leptina temos porém o obeso tem resistência/def. nos receptores da leptina no SNC (mais no hipotámo) • GRELINA-estômago - orexígena. GLP1- GLUCAGON LIKE PEPTIDEO 1 • É um hormônio peptídeo ( incretina). • Produzido pelas células L do intestino ( íleo ). • Aumenta a secreção de insulina na presença de hiperglicemia. • Diminui a secreção de glucagon após a refeição. • INIBE A FOME !!!! • Receptores de GLP1: pâncreas, hipotálamo, coração , nervo vago , rim , fígado... POPULAÇÕES DE NEURÔNIOS DO NÚCLEO ARQUEADO POMC/CARTANOREXÍGENOS • POMC- PROOPIOMELANOCORTINA. • CART-TRANSCRIÇÃO RELACIONADA A COCAINA E ANFETAMINA. • Localizados no núcleo arqueado hipotalâmico. • Ambos SÃO NEUROTRANSMISSORES com ação ANOREXÍGENA. GLP1- INIBE APETITE VIA (+) POMC- CART (nu. Hipotalâmicos da fome) INIBE AS VIAS NPY E AGRP LEPTINA • Hormônio produzido no tecido adiposo, interage com receptores hipotalâmicos reduzindo apetite e aumentando o gasto energético ( ativação SNS) • Ação anorexígena por inibição das vias de aumento do apetite→ AGRP ( ANTAGONISTA DO MSH) e NPY. • Ação anorexígena por estímulo das vias anorexígenas → POMC e CART. • Obeso tem mais leptina • O problema : resistência do SNC a leptina (mas existe a obesidade congênita com def. a leptina) GRELINA • Hormônio da fome. • Secretado pelas glândulas oxínticas do fundo gástrico. • Ação orexígena por estímulo das vias de aumento do apetite→ AGRP e NPY (neuropeptídios que aumentam o apetite) • Aumenta no jejum para iniciar a fome. • É um possível alvo para terapia.... *tecido adiposo libera leptina estimulando POMC-CART e inibindo AGRP ( ANTAGONISTA DO MSH) e NPY * insulina também estimula POMC-CART INFLAMAÇÃO HIPOTALAMICA NA DIETA HIPERLIPIDICA -Resistência à insulina no hipotálamo -Resistência à leptina no hipotálamo -Neurônios da POMC são alvos da inflamação e apoptose - Ocorre progressiva redução da população de neurônios da POMC e Imbalanço entre POMC e NPY *Dieta hiperlipidica é pró-infl interleucinas, TNF-alfa inflamação do SNC inflamação no POMC-CART apoptose de núcleos o hipotálamo TIPOS DE OBESIDADE MONOGÊNICA DEFICIÊNCIA CONGÊNITA DE LEPTINA - leptina tem ação anorexígena que age no nu. Arqueado ativando POMP e K-CART -Autossômica recessiva. -Obesidade. -Hiperfagia . - Baixa estatura. -Tratamento com leptina recombinante humana (diminuição em 70% a ingestão espontânea de alimentos em poucos dias ...). OBESIDADE SINDRÔMICA SINDROME DE PRADER WILLI # Hipotonia neonatal com dificuldade de sucção; # Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor; #Baixa estatura em adolescentes; # Mãos e pés pequenos; # Hiperfagia descontrolada e comportamento obsessivo compulsivo. É a mais frequente das síndromes que possui obesidade como característica Alterações dismorficas como : olhos amendoados , hipertelorismo , ponte nasal larga, orelhas dismorficas tb podem ocorrer.... · Deleção na região 15q11-q13 paterno (70% dos casos) ; · Prevalência : 1: 25.000 nascidos vivos TRATAMENTO: A perda de 5-10 % do peso corporal ↓ riscos de complicações crônicas e metabólicas relacionadas a obesidade. DIETA · O sucesso de qualquer dieta depende: - balanço energético negativo; dieta com restrição calórica; - manutenção nas mudanças da alimentação por toda a vida; - associação de programa de modificação comportamental. · Dieta inicialmente deve criar déficit de 500 - 1000 kcal para diminuição de 0.5- 1 kg por semana. · Mulher- 1200-1500 kcal. · Homem- 1500-1800 kcal. RECUPERAÇÃO DO PESO PERDIDO- POSSÍVEIS MECANISMOS DA ADAPTAÇÃO METABÓLICA – é a maior dificuldade · Perda de peso pode diminuir a leptina, colecistoquinina e Peptídeo YY que são anorexígenos; · Perda de peso pode aumentar a grelina ( orexígena); · Redução da taxa metabólica de repouso , pois reduz a massa magra; · Falta de manutenção da atividade física de rotina após perda de peso pode contribuir para recuperar a gordura corporal. ATIVIDADE FÍSICA · Alguma atividade física é melhor que nenhuma. · 150 minutos (2,5 horas) por semana de A F moderada ou pelo menos 75 minutos por semana de intensidade vigorosa = modesta perda de peso e evita ganho de peso. · > 300 minutos (5 horas) por semana de A F moderada ou 150 minutos (2,5 horas) por semana de atividades vigorosas promove uma perda de peso mais robusta e evita a recuperação após a perda de peso. RESISTÊNCIA · Utilize a técnica apropriada de levantamento de peso - Enfatize exercícios musculares “essenciais” - Músculos relacionados ao abdômen, costas, quadris , importante para postura e equilíbrio e estabilização BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA · Auxiliar na manutenção do peso; · Auxiliar na perda de peso; · Melhora a composição corporal; · Melhora distúrbios psicológicos; · Possivelmente melhorar a função adipócita ("treinar" células adiposas, torna ele mais inflado); · Melhora a sensibilidade à insulina, evitando doenças como diabetes; · Aumenta a biogênese mitocondrial, assim melhora a longevidade das céls. ; · Aumentar escurecimento de tecido adiposo, que tem capacidade termogênica maior, tem mais na região cervical, nascemos com muito, mas vamos perdendo com os anos e exercício aumenta a porcentagem deles. O jejum também aumenta esse tecido, horm. Tireoidiano, saxenda, etc; *jejum intermitente tem benefícios: perda de peso (comer das 13-19h), melhora de aterosclerose, melhora de fatores infl., melhora a biogênese mitocondrial em estudos experimentais, diminui PA, TGL; TRATAMENTO FARMACOLÓGICO · IMC > 30kg/m2 · IMC > 25 kg/m2 com CA > 80 cm nas mulheres ou 94 cm nos homens obesidade visceral · IMC > 25 kg/m2 com comorbidades; · Sibutramina , orlistate e liraglutida - aprovadas para uso prolongado e atualmente comercializadas. SAXENDA®(3MG)-LIRAGLUTIDA ANÁLOGO DE GLP1 · Homologia de 97% com o GLP1humano; · Estimula neurônios CART e POMC ; · Inibe neurônios NPY e AgRP; · Redução do esvaziamento gástrico demora mais a ter apetite entre uma refeição e outra; DOSE DE SAXENDA(LIRAGLUTIDA)SUBCUTÂNEA · 0,6 mg na primeira semana; · 1,2 mg na segunda semana; · 1,8 mg na terceira semana; · 2,4 mg na quarta semana; · 3 mg na quinta semana e manter. SIBUTRAMINA– na verdade é um anti depressivo, mas sem muito efeito nesse quesito -Aprovada em 1998. -Inibidor da recaptação de noradrenalina e serotonina. -↑ saciedade e↓ ingestão calórica. -Agente mais sacietógeno do que anorético. -Atividade termogênica em animais, sem comprovação em humanos. -Estudos entre 16- 54 semanas - perda de 3,4 a 6 kg. Dose : 10-20 mg ao dia. · Tomar 1 h antes do almoço. · Receita B2-azul. · Preencher 03 vias do termo de responsabilidade para a prescrição de sibutramina. Sibutramine Cardiovascular Outcomes Trial (SCOUT) · Sibutramina aumentou o risco de IAM, AVC e morte em pacientes com história prévia de DCV. Proibida: · História de doença arterial coronariana (infarto do miocárdio e angina); História de AVC ou ataque isquêmico transitório; História das arritmias cardíacas; História de insuficiência cardíaca; História de doença arterial periférica; História de hipertensão arterial não controlada. Parar sibutramina quando não perde ao menos 5% do peso em 3-6 meses; ORLISTATE -Inibidor da lipase gástrica e pancreática – pode ser prescrita para um grupo bem grande de pacientes; -ação local no lúmen intestinal. -↓ 30% absorção de gordura intestinal. -↓ fluxo de AGL, TG, LDL-c. ↑Produção de GLP1 dose: 120 mg 3 x ao dia , durante ou até 1 h após a refeição MEDICAÇÕES OFF LABEL NO BRASIL · TOPIRAMATO – diminui a compulsão, mas gera sonolência, etc – contra indicado para quem tem glaucoma e que tem tendência a nefrolitíase e diminui o efeito ac: ZETRON ®, AMATO ®, EGIDE ®, TOPAMAX ® : 25 - 200 MG · BUPROPIONA: WELBUTRIN ® , BUP ® : 150 MG COM NALTREXONA ( REVIA ) ® · LISDEXANFETAMINA ( VENVANSE ® 30 ,50, 75 MG) INDICAÇÕES DE CIRURGIA BARIÁTRICA · IMC ≥50 Kg/m2; · IMC ≥40 Kg/m², com ou sem comorbidades, sem sucesso no tratamento clínico longitudinal realizado, na Atenção Básica e/ou na Atenção Ambulatorial Especializada, por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos; · IMC >35 kg/m2 e com comorbidades, tais como pessoas com alto risco cardiovascular, diabetes mellitus e/ou hipertensão arterial sistêmica de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas, sem sucesso no tratamento clínico longitudinal realizado por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos. COVID 19 *obeso tem diminuição da capacidade ventilatória, cardio pulmonar e estado de infl. pior prognostico 7
Compartilhar