Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
0 CURSO DE ADMINISTRAÇÃO BENEFÍCIOS DO SISTEMA S PARA A SOCIEDADE E PARA OS PROFISSIONAIS DE SERVIÇOS, COMÉRCIO E INDÚSTRIA ANDERSON PINHEIRO OLIVEIRA CRUZ NITERÓI – RJ DEZEMBRO/2010 1 ANDERSON PINHEIRO OLIVEIRA CRUZ BENEFÍCIOS DO SISTEMA S PARA A SOCIEDADE E PARA OS PROFISSIONAIS DE SERVIÇOS, COMÉRCIO E INDÚSTRIA Artigo apresentado à Universidade Estácio de Sá como requisito parcial para a para obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientadora: Profª. Tania Maria Ecard NITERÓI - RJ DEZEMBRO/2010 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 2 2. SISTEMA S ............................................................................................................................ 4 2.1. A HISTÓRIA ........................................................................................................................ 5 2.1.1. Entidades .......................................................................................................................... 6 2.2. AMPARO LEGAL ............................................................................................................... 9 2.2.1. Constituição Federal do Brasil (1988) ........................................................................... 9 2.2.2. CLT de 1943 ................................................................................................................... 10 2.2.2.1. Do Enquadramento Sindical ......................................................................................... 11 2.3. SISTEMA DE GESTÃO .................................................................................................... 12 2.3.1. Empresarial .................................................................................................................... 13 2.3.2. Sindical ........................................................................................................................... 13 2.4. SISTEMA FINANCEIRO .................................................................................................. 15 2.4.1. Contribuição Sindical .................................................................................................... 15 3. BENEFÍCIOS OU SERVIÇOS PARA O PROFISSIONAL ........................................... 17 3.1. TREINAMENTO PROFISSIONAL .................................................................................. 17 3.1.1. Qualificação e Capacitação ........................................................................................... 18 3.1.2. Ciclo de Treinamento .................................................................................................... 19 3.2. QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR (QVT) ................................................. 21 4. BENEFÍCIOS OU SERVIÇOS PARA A SOCIEDADE ................................................. 22 4.1. QUALIDADE DE VIDA ................................................................................................... 23 4.2. RESPONSABILIDADE SOCIAL ..................................................................................... 24 4.2.1. Assistência Social ........................................................................................................... 25 4.2.2. Pesquisa .......................................................................................................................... 27 4.2.3. Assistência Técnica ........................................................................................................ 28 4.2.4. Educação ........................................................................................................................ 29 4.2.5. Saúde ............................................................................................................................... 31 4.2.6. Atividades Culturais ...................................................................................................... 32 CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 33 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 34 2 BENEFÍCIOS DO SISTEMA S PARA A SOCIEDADE E PARA OS PROFISSIONAIS DE SERVIÇOS, COMÉRCIO E INDÚSTRIA ANDERSON PINHEIRO OLIVEIRA CRUZ 1 RESUMO Esta pesquisa bibliográfica tem por finalidade verificar o papel do Sistema S, suas instituições e sua gestão, demonstrando que realiza capacitação dos profissionais das áreas de serviços, comércio e indústria, visando à melhoria profissional, comportamental e social. Verifica-se também a utilização da contribuição sindical em suas instituições, assim como sua conversão em benefícios para o profissional e para a sociedade, tais como: treinamento profissional, qualidade de vida e responsabilidade social, que engloba assistência social, pesquisa, assistência técnica, educação, saúde e cultura. Palavras-chave: Contribuição Sindical, Capacitação, Responsabilidade Social, Sistema S. ABSTRACT This literature review aims to check the role of the S System, its institutions and its management, demonstrating that conducts training of professionals in services, trade and industry, aiming to improve vocational, behavioral and social. There is also the use of union dues from their institutions, as well as its conversion into benefits for the professional and society, such as job training, life quality and social responsibility, which includes social assistance, research, technical assistance, education, health and culture. KEYWORDS: Union dues, Empowerment, Responsibility, S System. 1. INTRODUÇÃO No presente estudo, teve-se como objetivo identificar os benefícios que o Sistema S traz ao profissional e à sociedade, tais como: preparar, qualificar e entreter, descrevendo-se como funcionam suas instituições no âmbito da aprendizagem profissional e do bem-estar social, através da qualificação do profissional e do cidadão para o mercado competitivo e para a vida em sociedade. Notadamente, o Sistema S visa proporcionar aos empregados das áreas de comércio, indústria e serviços, em especial, e à sociedade de modo geral, o acesso a importantes 1 Graduando em Administração da Universidade Estácio de Sá 3 atividades ligadas à cultura, à educação, ao lazer, aos esportes e à saúde, preocupando-se não só com um dos indivíduos, mas também com suas famílias, e, globalmente, o bem-estar social. Cabe, portanto, buscar exercer sua atividade de forma ética e transparente com todos os seus públicos de interesse, por meio de formação de mão de obra, qualificação, capacitação e criação de um ambiente social saudável para as gerações presentes e futuras, bem como da participação no processo de crescimento das comunidades onde atuam. A importância do tema se justifica principalmente por se observar que hoje as enormes carências e desigualdades existentes no País, aliadas às deficiências crônicas do Governo no atendimento das demandas profissionais e sociais, conferem maior relevância ao Sistema S. Daí a importância de suas entidades estarem empenhadas na utilização da máquina do setor privado em torno do assunto. Ressalta-se que é preciso que se demonstre o valor da aprendizagem e da qualificação, com o fim de buscar compreender o significado do termo responsabilidade social, esclarecendo-se que posturas éticas e compromissos sociais sinalizamindicadores de rentabilidade e sustentabilidade. É necessário, ainda, que se analise a composição das entidades do Sistema S, que, à primeira vista, são semelhantes, porém são muito distintas em suas missões, mas sempre visando o bem-estar do trabalhador. Partindo-se da ideia de que cada instituição tem seu papel no Sistema S, a sociedade e os profissionais vêm assinalando que as ações sociais e os programas de ensino podem determinar fatores essenciais para seu sucesso profissional, promovendo a igualdade nesse ambiente de mercado competitivo. Verifica-se que, com as novas tecnologias – e suas rápidas mudanças –, faz-se necessária uma ampliação de conhecimentos sobre o que acontece quando se lida com novos equipamentos e novas metodologias de trabalho. 4 Para se demonstrar essa abordagem metodológica, foi necessário utilizar o referencial teórico pautado na pesquisa bibliográfica de cunho científico e qualitativo que abrange livros, revistas, periódicos, sites de internet e tantos outros acervos que tratam do assunto em questão. O texto foi dividido em tópicos, antecedidos por uma introdução em que se demonstra o que é tratado no tema proposto. Os tópicos abordados, portanto, são: Sistema S; benefícios ou serviços para o profissional; benefícios ou serviços para a sociedade; e efeitos da ação do Sistema S. No primeiro tópico, mostra-se no que consiste o Sistema S, contando sua história, suas entidades, seu amparo legal, seu sistema de gestão e seu sistema financeiro. No segundo tópico, destacam-se os benefícios desse sistema para os profissionais da indústria, do comércio e de serviços, como qualificação e capacitação e o ciclo de treinamento. No terceiro e último tópico, demonstram-se os benefícios desse sistema para a sociedade como um todo – assistência social, consultoria, pesquisa, assistência técnica, educação, saúde atividades culturais –, com especial destaque para a qualidade de vida e a responsabilidade social das instituições com os ambientes interno e externo. Ao fim da pesquisa, são apresentadas algumas considerações acerca do que foi demonstrado, concluindo-se que sua finalidade é enriquecer pesquisas de interesse acadêmico e de todos os que desejem estender seus conhecimentos sobre o tema citado. 2. SISTEMA S Com a ausência da atuação do Governo em determinadas áreas profissionais, os empresários viram-se obrigados a criar um mecanismo para aperfeiçoamento profissional, pois precisava-se de um sistema que contribuísse para a formação e a qualificação profissional 5 de indivíduos em áreas como: indústria, comércio, transportes, serviços, agropecuária, cooperativismo e empreendedorismo. 2 Necessitava-se também de um instrumento que desempenhasse um papel social e que oferecesse assistência em educação e saúde e desenvolvimento em atividades culturais. A partir dessa necessidade, foi criado o Sistema S, que, após 64 anos de existência, apresenta-se como exemplo de eficiência e continuidade institucional. 2.1. A HISTÓRIA O Sistema S foi criado na década de 1940, no Governo do Presidente Getúlio Vargas, consolidando-se ao final da II Guerra Mundial (1946), resultado da preocupação dos empresários com um produtivo uso do trabalhador no seu local de trabalho com adequada qualificação e desfrutando políticas de bem-estar, e, como o nome já diz, é um conjunto de entidades corporativas de diversas áreas profissionais iniciadas pela letra S. Essas organizações são voltadas para treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica, estabelecidas pela Constituição Federal do Brasil de 1988 em seu artigo 149 (CORRÊA, 2004). Sua receita foi criada pela via compulsória, em forma de contribuição sindical, e tem raízes comuns e características organizacionais similares entre si. Entre elas, destacam-se, representando o segmento da indústria, o Serviço Social da Indústria (SESI) 3 e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) 4 ; e representando o comércio, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) 5 e o Serviço Social do Comércio (SESC) 6 . > 2 FÓRUM NACIONAL DO SISTEMA S. Disponível em: http://www2.conselhonacionaldosesi.org.br/ForumNacional>. Acesso em 7 de outubro de 2010. 3 Decreto-Lei nº 9.403/46. Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Presidência da República 4 Decreto-Lei nº 4.048/46. Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Presidência da República 5 Decreto-Lei nos 9.853/46. Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Presidência da República 6 Decretos-Leis nos 8.621/46. Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Presidência da República http://www2.conselhonacionaldosesi.org.br/ForumNacional 6 Nos anos 90, o Sistema passou por uma transformação, realizando mudanças internas e externas, aparecendo também nesse cenário, em 1991, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) 7 e, em 1993, o Serviço Social do Transporte (SEST) 8 , o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT) 8 , o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP) 9 e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) 10 . Com o intuito de assegurar um bom relacionamento do empresariado com o empregado, o Sistema S criou mecanismos para qualificar profissionais, desenvolvendo sua aptidão mental e o conhecimento, passando a ser um diferencial, pois a competitividade no cenário mundial é fator primordial para a procura de pessoas com perfis que possam agregar conhecimento, valor à cultura e ao conhecimento existente nas organizações. 2.1.1. Entidades Divididas em áreas como comércio, indústria e serviços, as entidades do Sistema S são muito parecidas no que diz respeito à sua composição, mas muito distintas em suas missões. Cada qual com sua peculiaridade e sua particularidade, porém, todas voltadas para o bem- -estar do trabalhador. Nesse contexto, apresenta-se a importância das organizações, conhecendo-as por meio de suas atividades fim e destacando-se os seus principais objetivos e missões. Compõem o Sistema S: SENAC – tem a missão de desenvolver pessoas e organizações para o mundo do trabalho com ações educacionais e com a disseminação de conhecimentos no comércio de bens e de serviços; 7 Decreto-Lei nº 8.315/91. Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Presidência da República 8 Decreto-Lei nº 8.706/93. Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Presidência da República 9 Medida Provisória nº 17.0875/99. Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Presidência da República 10 Lei nº 8.020/90. Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Presidência da República 7 SESC – tem seu objetivo voltado para o bem-estar social dos comerciários e empregados de empresas de serviços, bem como de seus familiares. Atua nas áreas de educação, saúde, lazer, cultura e assistência médica; SENAI – tem por missão promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria brasileira. Sua visão é consolidar-se como líder nacional em educação profissional e tecnológica e ser reconhecido como indutor da inovação e da transferência de tecnologias para a indústria brasileira, atuando com padrão internacional de excelência. Seus objetivos são a formação de mão de obra qualificada para empresas com ligação política com a diretoria da organização; SESI – tem como missão promover a qualidade de vida do trabalhador e de seus dependentes, com foco em educação, saúde e lazer, e estimular a gestão socialmente responsável da empresa industrial. Sua visão é ser o líder nacional na promoção da melhoria da qualidade de vida do trabalhadore de seus dependentes e da gestão socialmente responsável da empresa industrial; SENAR – Sua missão é desenvolver ações de formação profissional rural e atividades de promoção social voltadas para o "Homem Rural", contribuindo com sua profissionalização, integração na sociedade, melhoria da qualidade de vida e pleno exercício da cidadania; SENAT – tem como missão desenvolver e disseminar a cultura do transporte, promovendo a melhoria da qualidade de vida e do desempenho profissional do trabalhador, bem como a formação/qualificação de novos profissionais para eficiência e eficácia dos serviços a serem prestados à sociedade; 8 SEST – tem missão idêntica ao do Senat, e a visão de ambos espelha-se no foco do mercado; na utilização intensiva de tecnologia da informação e comunicação de massa; na geração de inteligência corporativa; e na transparência institucional; SESCOOP – tem como missão promover o cooperativismo, a capacitação, a formação profissional, a autogestão e o desenvolvimento social nas cooperativas, e como visão ser o agente formador e propulsor do desenvolvimento do cooperativismo. Seu objetivo é a implantação em larga escala do modelo cooperativista no Brasil; SEBRAE – é responsável por melhorar a gestão e estimular o empreendedorismo entre os empresários brasileiros, e tem como objetivo orientar o planejamento e as ações das unidades estaduais e do Sebrae Nacional, estabelecendo, de maneira sistematizada, um caminho para a inserção das Micro e Pequenas Empresas (MPE) no mercado, mediante um conjunto de políticas e estratégias formuladas com base no diagnóstico das peculiaridades regionais e dos objetivos projetados para 2010. Como observado, esse sistema é bastante rico em sua variedade, procurando auxiliar o trabalhador do mercado formal em suas necessidades profissionais com cursos e treinamentos, bem como seus familiares e a sociedade como um todo, melhorando sua qualidade de vida com assistência nas áreas de educação e saúde e com atividades culturais, esportivas e de lazer. De acordo com CHIAVENATO (2009, p. 289): “Uma boa qualidade de vida do trabalhador lhe permite condições de proporcionar à empresa a qualidade de trabalho como retribuição”. Logo, o Sistema S preocupa-se não somente com o trabalhador, mas também com seus familiares, utilizando suas instituições de aprendizagem e sociais como meio de integração entre organização, empregado e sociedade. 9 2.2. AMPARO LEGAL Pode-se dizer que organização é definida como uma ou mais pessoas cooperando entre si para a obtenção de um bem ou objetivo comum. SILVA (2008, p.40) diz que “As organizações são entidades dinâmicas altamente complexas, que podem ser conceituadas de diversas formas”. E por serem complexas, as organizações podem ser vistas de diversas formas. Segundo GARETH (2010, p.1): “Organização é uma ferramenta que as pessoas usam para coordenar suas ações e obter alguma coisa que desejam ou valorizam – ou seja, atingir seus objetivos”. Seguindo essa afirmativa, por se enquadrarem no conceito de organizações, as entidades do Sistema S precisam se adequar no que determina a lei, a fim de atingir seu objetivo, que é a promoção do bem-estar do profissional e da sociedade. Toda organização tem de ter sua existência de acordo com as Leis vigentes no País, pois, sem um amparo legal, essas organizações viveriam na marginalidade e, com isso, não teriam nenhuma legitimidade junto ao Governo Federal. O Sistema S está amparado nas Leis vigentes do País, de acordo com a Constituição Federal do Brasil (CF) de 1988, assim como com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de 1943. 2.2.1. Constituição Federal do Brasil (1988) O inciso II do artigo 8º (dos Direitos Sociais) da CF prevê a existência de entidades de grau superior ao Sindicato, que são as Confederações e as Federações. A estrutura sindical brasileira é formada por três níveis em seu Sistema Piramidal Confederativo: as Confederações, que necessitam de um número mínimo de 3 (três) federações; as Federações, que necessitam de um número mínimo de 5 (cinco) sindicatos; e os Sindicatos. Essas entidades formam a base do estudo atual. A CF diz, em seu artigo 149, que as contribuições sociais, as contribuições de intervenção no domínio econômico e as contribuições de interesse das categorias profissionais 10 ou econômicas podem ser instituídas exclusivamente pela União. As contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas são a base da existência desse conjunto de 11 contribuições e dão-se por meio dessa hipótese de incidência: a existência do nome Sistema S. Segundo a CF: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. Dessa forma, somente atendendo ao previsto na Constituição Federal, como se nota, os Sindicatos, as Federações e as Confederações têm legitimidade perante o poder público. Entretanto, não é só de legitimidade que se forma uma entidade sindical; elas devem, também, ter representatividade e obedecer ao que rege a Consolidação das Leis do Trabalho. 2.2.2. CLT de 1943 Antes de 1930 o sistema sindical tinha total autonomia sobre a criação de sindicatos, porém, havia a ausência de liberdade sindical, e toda e qualquer questão ou manifestação operária e/ou trabalhista era considerada caso de polícia. Após vários conflitos, começou a surgir uma gradual montagem da legislação trabalhista e sindical corporativista. A estrutura sindical oficial foi institucionalizada, e o controle dos sindicatos era feito pelo Estado (1930- 1945). A partir de 1º de maio de 1943, foi criada a CLT e, com ela, uma nova definição das características básicas do sistema legal e oficial de relações de trabalho, o que incluía o sindicalismo. No entanto, desse período até agora foram adicionadas ao texto original inúmeras leis e decretos de regulamentação, assim como súmulas, procedimentos e orientações jurisprudenciais do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Com significativas 11 alterações, portanto, o Sistema S, incluindo as empresas que integram os Sindicatos filiados, é obrigado a fazer constantes atualizações, a fim de que suas entidades continuem legais. 2.2.2.1. Do Enquadramento Sindical Com o Decreto-Lei nº 1.402, de 5 de julho de 1939, da Constituição Federal, que estabelece as organizações sindicais, surge a necessidade de um mapa para enquadrar os Sindicatos. No artigo 1º do supracitado Decreto-Lei, diz-se: Art. 1 o É lícita a associação, para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses profissionais, de todos os que, como empregadores, empregados ou trabalhadores por conta própria, intelectuais, técnicos ou manuais, exerçam a mesma profissão, ou profissões similares ou conexas. Em 1940 foi aprovado o então mapeamento sindical, de acordo com o Decreto-Lei nº 2.381, de 9 de julho. Para isso, todo sindicato submetia-se à Comissão de Enquadramento Sindical, ligada diretamente ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apurando sua legalidade de existência. Art. 1 - Fica aprovado o quadro das atividades e profissões, que a este acompanha, assinado pelo Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, para os efeitos do Decreto-Lei nº 1.402, de 5 de julho de 1939. Art. 2 - Os sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias econômicas ou profissionais, homogêneas, na conformidade da especificação constante do quadro das atividades e profissões a que se refere o artigo anterior, ou segundo as subdivisões que, sob proposta da Comissão do Enquadramento Sindical, de quetrata o artigo 8º, foram criadas pelo Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. O Sistema Confederativo e a Organização Sindical foram mantidos por categorias pela CF. Contudo, o MTE não poderá intervir na atividade sindical de qualquer sindicato criado, revogando-se, assim, todo e qualquer dispositivo consolidado em que se trata do 12 Enquadramento Sindical e da Comissão do Enquadramento Sindical (CES). Conforme a CLT 11 : CAPÍTULO II DO ENQUADRAMENTO SINDICAL Art. 570. Os sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias econômicas ou profissionais específicas, na conformidade da discriminação do quadro das atividades e profissões a que se refere o artigo 577, ou segundo as subdivisões que, sob proposta da Comissão do Enquadramento Sindical, de que trata o artigo 576, forem criadas pelo Ministro do Trabalho. ........................................................................................................................................ Art. 577. O quadro de atividades e profissões em vigor fixará o plano básico do enquadramento sindical. Portanto, qualquer organização sindical só será considerada legal se atender ao enquadramento sindical mediante quadro de atividades e profissões em vigor definido no artigo 577, conforme explicitado anteriormente. Esse enquadramento depende das comissões formadas nas suas Federações ou Confederações, sem intervenção do MTE. 2.3. SISTEMA DE GESTÃO Como o Sistema S é uma convenção de instituições com interesses de categorias profissionais, não possui uma estrutura física. Portanto, não existe um gestor do Sistema, e sim uma estrutura matricial de gestão em que cada categoria administra seus interesses voltados para o todo. A fim de unificar suas forças, em 2003 foi criado o Fórum Nacional do Sistema S, no qual se integram: Sesi, Senai, Sesc, Senac, Sest, Senat, Senar, Sescoop e Sebrae. Seu objetivo é criar um canal para negociações entre Governo, empresários e trabalhadores, em que se busca produzir estudos e propostas de aprimoramento dos serviços sociais de aprendizagem, cooperativismo e empreendedorismo. O Fórum também ajuda na divulgação e defesa do conjunto das instituições do Sistema S; na identificação de fontes alternativas de financiamento para os projetos do Sistema, com melhoria na arrecadação da contribuição legal; e concepção de critérios para 11 Decreto-Lei 5.452 de 1º de maio de 1943. 13 ação sinérgica das entidades 12 . Segundo essa afirmativa, verifica-se que o sistema de gestão do Sistema S assemelha-se ao modo de gestão empresarial, porém sem visar o lucro, mas sim os interesses da classe sindical. 2.3.1. Empresarial Gestão Empresarial é a administração de um trabalho com meios de planejar, alocar e gerir os recursos. É constituída por uma política de valores, buscando alcançar os objetivos propostos por uma organização, objetivando, assim, ações, iniciativas, princípios, valores e estratégias. Utiliza a Missão, a Visão e os Valores como norte para alcançar esses objetivos (VALERIANO, 2010, p.p. 11 e 12). Segundo SCATENA (2010, p. 20): “A atividade do Gestor Empresarial é colocar em prática o conhecimento adquirido sobre planejamento, organização, direção e controle”. Seguindo esse raciocínio, a Gestão Empresarial é voltada para atender os interesses da organização. No Sistema S, seus dirigentes visam maximizar suas atuações perante o poder público, defendendo as causas dos empregados e empregadores, assim como seus direitos juntos aos órgãos do Governo, de propriedade, da livre iniciativa, da economia de mercado e do Estado Democrático de Direito. 2.3.2 Sindical Gestão Sindical é a administração sistemática de órgãos sindicais, em ações de planejamento de construção, desenvolvimento, implementação e checagem de um plano de melhorias, buscando um alinhamento estratégico e de processos em sua área de atuação (SEGS, 2010, p. 4). Nessa forma de gestão, os interesses são notadamente voltados para a evolução gerencial e a busca de melhores resultados dos órgãos sindicais, com a anuência das 12 SOBRE O FÓRUM. Disponível em: http://www2.conselhonacionaldosesi.org.br/ForumNacional. Acesso em 19 de novembro de 2010 http://www2.conselhonacionaldosesi.org.br/ForumNacional 14 entidades de grau máximo (Confederações). A excelência na gestão das entidades Sindicais está diretamente relacionada com o Sistema S, uma vez que, nacionalmente, são as Confederações que administram as entidades do Sistema S, e, nos Estados, são as Federações que realizam a gestão regional, conforme seus segmentos (indústria, comércio, serviços e turismo, agricultura e transporte). As Confederações e as Federações são geridas por diretorias eleitas, com representantes de entidades sindicais patronais. Sindicatos bem geridos resultam em federações e confederações fortes e de excelência, o que se reflete em todo o Sistema S. O Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS), implementado pela CNC e aplicado em 2008, é um exemplo de sucesso de gestão sindical. Seus critérios baseiam-se nos fundamentos do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) e são listados em: Pensamento Sistêmico; Aprendizado Organizacional; Cultura de Inovação; Liderança e Constância de Negócios; Orientação por Processos e Informações; Visão de Futuro; Geração de Valor; Valorização das Pessoas; Conhecimento sobre o Cliente e o Mercado; Desenvolvimento de Parcerias; e Responsabilidade Social. Com um resultado positivo na implementação de seu projeto, em 2009 obteve expressiva adesão, com 702 entidades, sendo 427 entidades reconhecidas por sua participação e 209 turmas de capacitação com aproximadamente 2.500 participações. Seu sucesso foi tamanho que o SEGS passou a ser um programa permanente de qualificação de gerentes sindicais no ano de 2010. De acordo com Antonio Oliveira Santos – Presidente da CNC –, “Um dos fundamentos da excelência em gestão sindical é o da orientação baseada em processos e informações” 13 , pois, para melhor atender na luta pelos seus direitos perante o poder público, é preciso estar atualizado com as novas metodologias em busca da excelência. 13 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO. Guia da Excelência – Nível 1 e 2. 2010 15 2.4. SISTEMA FINANCEIRO Toda organização precisa de recursos para a manutenção de sua existência. Com o Sistema S não seria diferente. Algumas das organizações do “Sistema” estão preocupadas com a elevada carga tributária do País e a consequente racionalização de impostos, taxas e contribuições, o que talvez ocasionasse o fim dessas instituições do modo como funcionam hoje. Por esse motivo, planejam ampliar seus serviços aumentando sua produtividade, tentando garantir a preservação de sua estrutura econômica sólida e sua sustentabilidade. Nos dias de hoje, ainda existem polêmicas em torno da utilização dos recursos que financiam o Sistema S, em virtude de sua arrecadação, que totaliza um montante de aproximadamente 10 bilhões de reais. De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), fica difícil fazer generalizações sobre os problemas encontrados em algumas entidades e, por isso, exigem transparência nas movimentações, pois são nove grupos, e cada um tem aproximadamente 30 entidades independentes. Em algumas delas existem problemas; em outras não 14 . Os dirigentes do Sistema afirmam que já fazem muito pelos trabalhadores, há pelo menos 70 anos, e nunca precisaram da ajuda do Governo. Todavia, sua fonte de arrecadação principal denomina-se Contribuição Sindical (CLT, artigos 578 a 610) e, com ela, são realizados todos os serviços administrativos (internos) e relativos às melhorias de cada setor profissional(externos). Todas as ações e execuções orçamentárias do Sistema S são fiscalizadas pelo TCU, auxiliado pela Controladoria-Geral da União (CGU). 2.4.1. Contribuição Sindical A Contribuição Sindical está prevista na CF e nos artigos 578 a 591 da CLT. Possui natureza tributária e é recolhida compulsoriamente pelos empregadores no mês de janeiro e 14 FOLHA DE S. PAULO E REPÓRTER DIÁRIO - 25/05/2008. Disponível em: <http://www.folha.uol.com.br.> Acesso em 15 de novembro de 2010. http://www.folha.uol.com.br/ 16 pelos trabalhadores no mês de abril de cada ano. Tal contribuição deve ser distribuída, na forma da lei, aos Sindicatos, Federações e Confederações e à "Conta Especial Emprego e Salário", administrada pelo MTE. O objetivo da cobrança é o custeio das atividades sindicais, e os valores destinados à "Conta Especial Emprego e Salário" integram os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). As receitas arrecadadas pelas contribuições ao Sistema S são repassadas a entidades, na maior parte de direito privado, que devem aplicá-las conforme previsto na respectiva Lei de instituição. De acordo com o artigo 5º, os artigos 589, 590, 591 e 593 da CLT, da Lei nº 11.648/08, aprovada pelo Decreto-Lei n o 5.452, de 1 o de maio de 1943, o rateio da contribuição percebida pelos Sindicatos divide-se em: confederações (5%), federações (15%), sindicatos (60%) e Conta Especial de Emprego (10%). Os 10% restantes são destinados às Centrais Sindicais 15 . Os recursos que sustentam essas entidades e suas atividades são compulsórios e calculados sobre o valor da folha de pagamento de cada empresa, sendo descontados regularmente e repassados às entidades, de modo a financiar atividades que visem ao aperfeiçoamento profissional (educação) e à melhoria do bem-estar social dos trabalhadores (saúde e lazer) das empresas pertencentes à categoria correspondente. Geralmente, os serviços sociais recebem 1,5% da folha de pagamento, e os serviços de aprendizagem, 1%. Esses recursos são distribuídos igualmente, independentemente de sua área profissional. Como exemplo, utiliza-se o caso do comércio, no qual o Decreto-Lei nº 8.621/46 estipula que todos os estabelecimentos comerciais, cujas atividades estiverem enquadradas nas Federações e Sindicatos coordenados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (art. 577 da CLT), ficam sujeitos ao pagamento mensal de contribuição para custeio do Senac. 15 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 11.648 de 31 de março de 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11648.htm>. Acesso em 15 de novembro de 2010. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11648.htm 17 Da mesma forma, no Decreto-Lei nº 9.853/46 as referidas empresas encontram-se compulsoriamente obrigadas a recolher a contribuição para o Sesc, para o custeio de seus encargos. Igualmente, o adicional enviado aos cofres do Sebrae possui idêntica natureza jurídica das contribuições a que foi agregado. Foi instituído adicional às alíquotas das contribuições sociais para Sesc, Sesi, Senai e Senac pela Lei nº 8.154, de 28 de dezembro de 1990, com o fim de atender, sob a forma de parceria, a execução da política governamental de apoio às micros e pequenas empresas. (ROSA, 2010) 3. BENEFÍCIOS OU SERVIÇOS PARA O PROFISSIONAL O Serviço de Aprendizagem é importante para o desenvolvimento e a qualificação profissional. Observando-se as mudanças no mercado e visando um serviço de qualidade, supondo-se a hipótese da necessidade de uma melhoria no sentido macro e o empenho executivo com as atividades, o treinamento e a capacitação, imprescindíveis para se obter resultados esperados, as empresas passaram a investir na qualificação de seus empregados. O Sistema S possui entidades que são pioneiras em capacitação profissional, com especial atenção para Senai e Senac. 3.1. TREINAMENTO PROFISSIONAL O Senai qualifica e aperfeiçoa profissionais, ajudando as empresas a se tornar mais produtivas. Apoia as áreas industriais por meio da formação de recursos humanos e da prestação de serviços, como assistência ao setor produtivo, serviços de laboratório, pesquisa aplicada e informação tecnológica. Hoje, o Senai é o maior complexo de educação profissional da América Latina e, reconhecidamente, um dos mais importantes polos nacionais de geração e difusão de conhecimento aplicado ao desenvolvimento industrial 16 , 16 PORTAL SENAI - O QUE É O SENAI. Disponível em: <www.senai.br/br/institucional/snai_oq.aspx>. Acesso em 20 de novembro de 2010 http://www.senai.br/br/institucional/snai_oq.aspx 18 fazendo parte da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Sua estrutura divide-se em um Departamento Nacional, 27 Regionais e 738 Unidades Operacionais, levando para todo o Brasil seus programas, projetos e atividades, contribuindo, assim, para o fortalecimento da indústria e o desenvolvimento do País. Já o Senac educa para o trabalho todos os profissionais do comércio de bens, serviços e turismo, assim como para o crescimento profissional e pessoal de milhões de brasileiros, por meio de cursos e ações extensivas (atividades) em 15 áreas de atuação em três tipos de ensino. O Senac está presente no Distrito Federal, em todos os Estados e em mais de 2.500 municípios. Sua estrutura compreende a Administração Nacional (Conselhos Nacional e Fiscal e Departamento Nacional), e em cada estado existe uma Administração Regional (Conselho Regional – deliberativo – e um Departamento Regional – executivo). Hoje, o Senac é a referência nacional quando se trata de educação profissional 17 . 3.1.1. Qualificação e Capacitação O meio para desenvolver a força de trabalho dentro dos cargos particulares, assim como um adequado desempenho no cargo que se estende para uma equiparação intelectual por meio da educação geral é denominado por alguns especialistas como “treinamento”. O que difere a educação geral do treinamento é que, no primeiro caso, seu propósito é preparar o indivíduo para o ambiente dentro ou fora do seu trabalho, enquanto, no segundo caso, o propósito é preparar o trabalhador ou indivíduo para o cargo. E esse processo chama- -se capacitação. “Capacitação é o esforço que se despende para atingir um determinado nível de capacidade” (SCATENA, 2010, p. 11). O indivíduo tem de estar pronto para sua vida profissional, e a educação é o começo dessa jornada, quando, com sua formação, deve estender seu conhecimento, por meio de 17 PORTAL DO SENAC - O SENAC. Disponível em: <www.senac.br/institucional/osenac.html>. Acesso em 20 de novembro de 2010. http://www.senac.br/institucional/osenac.html 19 cursos e treinamentos, para obter com êxito seu crescimento profissional na carreira escolhida em sua empresa ou para especialização – tornar-se mais eficiente e produtivo no seu cargo. Com a globalização o mundo ficou mais competitivo. Então, é preciso estar preparado para o mercado de trabalho. Por meio de treinamento, de maneira sistemática e organizada, as pessoas absorvem conhecimentos e habilidades para alcançar objetivos definidos. A transferência de conhecimentos inerentes ao trabalho e a atitude ante os aspectos da organização, de suas funções e do ambiente, estimulando o desenvolvimento de habilidades, proporciona à organização o alcance dos objetivos (seus e dos empregados). De acordo com VALERIANO (2005, p.11), a capacitação é o esforço que se despende para atingir um determinado nível de capacidade. Logo, o treinamento pode ser consideradoum investimento empresarial, garantindo a capacitação de sua equipe de trabalho, a redução ou até mesmo a eliminação de não conformidades perante aos objetivos propostos, ou seja, facilita a organização empresarial a atingir seus objetivos econômicos, garantindo o retorno tanto para o indivíduo como para a empresa. 3.1.2. Ciclo do Treinamento O treinamento e desenvolvimento pessoal fornecem os meios para possibilitar a aprendizagem como resultado dos esforços do indivíduo, alterando seu comportamento. O treinamento deve orientar essas experiências de aprendizagem, positivamente e de modo benéfico a fim de que os indivíduos – em todos os níveis da empresa – possam desenvolver mais rapidamente seus conhecimentos, habilidades e atitudes que trarão benefícios aos próprios e a organização. Assim, o treinamento cobre uma sequencia de programa de eventos, que podem ser visualizados como processo contínuo, cujo ciclo se renova a cada vez que 20 repete. “Aprendizagem é o quanto um indivíduo é capaz de compreender, manipular, aplicar e/ou comunicar esse conhecimento e essas habilidades” (DE AQUINO, 2007, p. 6). O processo de treinamento se assemelha a de um sistema aberto, onde os componentes são as entradas (como treinandos, recursos organizacionais, processamento ou operação de aprendizagem individual, programa de treinamento), saídas (como pessoal habilitado, sucesso, ou eficácia organizacional e retroação) e feedback (como avaliação dos procedimentos e resultados do treinamento através de meios informais ou de pesquisas sistemáticas). (CHIAVENATO, 2000, p.499) Necessariamente, o treinamento envolve um processo composto de quatro etapas: o levantamento de necessidades de treinamento – que vai servir de diagnóstico, a programação de treinamento – para atender às necessidades, a implementação – que é a aplicação do que foi determinado, e execução e avaliação dos resultados obtidos. (MARRAS, 2001) Ainda segundo MARRAS (2001, p. 155) O Treinamento e desenvolvimento de pessoal são definidos de acordo com as necessidades da organização, conforme a organização cresce, as necessidades mudam e o treinamento deverá atender às novas necessidades. Portanto, necessidades de treinamento precisam ser periodicamente levantadas, determinadas, pesquisadas, para a partir delas, estabelecer-se os programas adequados a satisfazê-las convenientemente. O Sistema S acompanha todas as mudanças no que diz respeito às novas metodologias de treinamento. Procurando satisfazer as necessidades da empresa e dos indivíduos cria novos métodos como, por exemplo, a “aprendizagem na empresa”, que é resultado de uma parceria na qual ambos – Senai e empresa – definem e negociam suas responsabilidades e atribuições. Planejando, acompanhando, controlando e auditando, os cursos de aprendizagem na empresa para representar a possibilidade de unir: cumprimento às leis, exercício da responsabilidade social e treinamento de futuros trabalhadores. Já o Sistema CNC-SESC-SENAC criou uma 21 parceria com o Ministério do Turismo, de 2004 a 2007, para ampliar e qualificar o mercado de trabalho de turismo e diversificar a oferta turística chamada “Programa de Regionalização do Turismo”. O objetivo do projeto era realizar oficinas e cursos para formação e qualificação de profissionais do setor de turismo. 3.2 QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR (QVT) Em sua vida profissional, o indivíduo precisa de condições mínimas para exercer seu trabalho Ele precisa estar satisfeito com seu trabalho e, toda sua experiência relacionada ao trabalho dá-se o nome de QVT. Estresse e bem-estar subjetivo é uma relação ainda pouco estudada e, saber gerir o estresse é uma habilidade ainda desconhecida no meio organizacional, mas é sabido que sua percepção torna-se fundamental para uma intervenção de forma mais efetiva no problema. A satisfação no trabalho pode ser avaliada do modo que, uma ação tomada, irá melhorar a performance de um indivíduo em seu ambiente organizacional. Os fatores mais verificados no indivíduo são as suas características pessoais, seus clima econômico (saúde financeira) ou sua cultura em geral. Portanto a relação casa-trabalho torna-se importante não só para o indivíduo como para a própria organização. De acordo com CHIAVENATO (1998, p. 293): Para alcançar qualidade e produtividade, as organizações precisam ser dotadas de pessoas participantes e motivadas nos trabalhos que executam e recompensadas adequadamente por sua contribuição. Todo gestor sabe que, não deve esquecer-se do cliente interno para atender o cliente externo. Antes de tudo as empresas precisam satisfazer os funcionários responsáveis pela produção ou serviço oferecido, para só depois satisfazer o cliente externo porque, a gestão da qualidade total preza pela otimização do potencial humano, isto é, dependem de quão bem as pessoas se sentem trabalhando dentro da empresa. O Sistema S sabe que isso é importante 22 para seus componentes e disponibiliza entidades de serviços sociais que beneficiam a todos. Especial destaque para as entidades a seguir: O SESI, órgão gerido pela CNI, oferece esporte, cultura, lazer, projetos de prevenção de doenças, de Segurança e Saúde do Trabalho (SST), atendendo às particularidades do trabalhador buscando atender as necessidades daqueles que fazem a indústria crescer, tudo isso se reflete na qualidade de vida do trabalhador. Com 1.963 pontos de atendimento no Brasil ou dentro das empresas, sua estrutura é formada por dois blocos: os órgãos normativos (Conselho Nacional e Regionais) e os órgãos de administração e produção (Departamento Nacional e 27 Regionais) 18 . O SESC, gerido pela CNC, atua nas em diversas áreas e tem como característica promover os valores da cidadania, liberdade e democracia. Apóia os menos favorecidos por meio de educação ajudando-os na conquista de melhores condições de vida. Faz parceria com o Poder Público mas, em muitos casos, o SESC é o único meio de acesso de algumas populações aos serviços de educação, saúde, lazer, cultura e assistência 19 . Tem suas atividades voltadas para o bem-estar social dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo. melhorando assim sua qualidade de vida em casa e no trabalho. 4. BENEFÍCIOS OU SERVIÇOS PARA A SOCIEDADE O Serviço Social acompanha a modernização das práticas industriais e comerciais (no âmbito das forças produtivas) e requer a integração total do trabalhador, por meio da mobilização e de sua cooperação, formando outra cultura do trabalho. Portanto, no terreno desta ação, onde a política predomina e é mediada por mudanças nas práticas de organização e gestão do trabalho, proliferam nas empresas as novas exigências ao serviço social, este que 18 PORTAL SESI. POR QUE ESCOLHER O SESI. Disponível em: <http://www.sesi.org.br/portal/main.jsp?lumChannelId=8A81818B146A9BCF01146AC210E72A9D> Acesso em 20 de novembro de 2010. 19 PORTAL SESC. O QUE É O SESC. Disponível em: <http://www.sesc.com.br/main.asp?ViewID={697D1A4D-1B8C-4F82-AFAC-4CABB2491088}&u=u> Acesso em 20 de novembro de 2010. http://www.sesi.org.br/portal/main.jsp?lumPageId=8A9015D014E173460115045519933580 http://www.sesi.org.br/portal/main.jsp?lumPageId=8A9015D014E173460115045CC41C4DDF http://www.sesi.org.br/portal/main.jsp?lumPageId=8A90153D14DB3C990114DB64C9242486 http://www.sesi.org.br/portal/main.jsp?lumPageId=8A9015D014E1734601150458CE4F3D48 http://www.sesi.org.br/portal/main.jsp?lumPageId=8A9015D014E1734601150458CE4F3D48 http://www.sesi.org.br/portal/main.jsp?lumPageId=8A9015D014E1734601150459F6B3421C http://www.sesi.org.br/portal/main.jsp?lumChannelId=8A81818B146A9BCF01146AC210E72A9D http://www.sesc.com.br/main.asp?ViewID=%7b697D1A4D-1B8C-4F82-AFAC-4CABB2491088%7d&u=u 23 está relacionado diretamente com os meios de consumo da força de trabalho com as novas estratégiaspolíticas de benefícios e incentivos. De acordo com CHIAVENATO (2009, p. 108): Benefícios Sociais são facilidades, conveniências, vantagens e serviços que as organizações oferecem a seus empregados, no sentido de poupar-lhes esforços e preocupação. Podem ser financiados, parcial ou totalmente, pela organização; contudo, constituem sempre meios indispensáveis na manutenção de força de trabalho dentro de um nível satisfatório de moral e produtividade. Para a formação de um novo comportamento produtivo pautado na participação e no comprometimento do trabalhador com os objetivos empresariais, aparecem o Sesc e o Senac assim como as outras entidades coirmãs no segmento do Serviço Social. 4.1 QUALIDADE DE VIDA Sabe-se que para viver bem devemos estar com o corpo são e a mente sã, mas isso não é uma verdade. Para se ter uma boa qualidade de vida se faz necessário que o indivíduo esteja bem com ele mesmo e com aqueles que o cercam. Precisa estar em equilíbrio com todo o meio que o cerca. A vida não é feita somente de trabalho, o lazer é parte fundamental para que esse equilíbrio mantenha-se sob controle. De acordo com SHARKEY: “Indivíduos ativos tem mais saúde, mais resistência, mais atitudes positivas em relação ao trabalho e uma maior capacidade de conviver com o stress”. (2006, p.369) O Sistema S possui serviços sociais que proporcionam à sociedade e aos profissionais dos setores de serviços, comércio e indústria, o bem-estar, lazer, cultura, educação, esporte e saúde. Com destaque especial em duas entidades: o SESI, da indústria; e o SESC, do comércio. O SESI possui hoje cerca de 27 Departamentos Regionais e mais de 2000 pontos de atendimentos em todo o Brasil e suas ações refletem em ganho de produtividade nas indústrias brasileiras, assim como o SESC que também está presente em todas as capitais brasileiras, cidades de porte médio e até em pequenos municípios por meio de seus Centros de 24 Atividades, Colônias de Férias, Hospedarias, Teatros, Cinemas, Balneários, Escolas e Áreas de Proteção Ambiental, promovendo o bem-estar social 20 . 4.2. RESPONSABILIDADE SOCIAL (RS) Com a chegada da globalização, as organizações têm se preocupado mais com o tema Responsabilidade Social. Isso tem afetado diretamente com sua forma de atuar diante da sociedade e aos stakeholders (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente), pois a ação com a participação dos parceiros sociais faz seus processos decisórios mais ricos, modificando o comportamento organizacional e adquirindo legitimidade social. Sempre pensando no lucro e acostumados à sua maximização, as organizações esqueceram-se que, com um grande poder vem uma grande responsabilidade. Definido pelo Instituto Ethos21: “Responsabilidade Social Empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais”. Com a cobrança de transparência nos negócios cada vez mais acentuada – obrigatoriedade de publicação dos impactos de suas atividades na natureza e sociais; e medidas de prevenção de acidentes –,surge a necessidade de ações mais responsáveis, o que torna essa ação um fator diferencial. Ter RS não é somente o bem estar social, e sim a busca da maior lucratividade procurando a melhor atuação no mercado, pois as empresas são responsáveis por seus 20 SESI. Revista: O Novo Sistema S. Brasília, 2008. pp. 28 e 32. 21 INSTITUTO ETHOS. O que é RSE. Disponível em: <http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspx>. Acesso em 20 de novembro de 2010. http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspx 25 fornecedores, assim como os consumidores, e devem ter ética sob seus produtos e/ou serviços em todo o processo (entrada-processamento-saída-feedback). A sustentatibilidade é outro fator que dá a organização uma melhor relação com seus parceiros, ela não só diz respeito ao ambiente, mas garante uma boa imagem e crescimento, previnindo-a de possíveis riscos futuro tal como impactos ambientas e/ou processos judiciais, procurando o equilíbrio entre as dimensões econômica, social e ambiental. De acordo com ALENCASTRO 22 (2010, p. 127): “São os próprios pressupostos da disputa empresarial que forçam a adoção de um modelo mais ético e, consequentemente, proativo, atuando a favor da sociedade”. Já GELMAN (2008, p. 34) diz que: “Quando encarada de modo estratégico, a responsabilidade social empresarial pode ser fonte de tremendo progresso social – com a empresa aplicando seus recursos, sua tarimba e seus insights, todos consideráveis, a atividades que beneficiam a sociedade” 23 . Num outro ponto, Gelman também afirma que as iniciativas devem estar alinhadas à estratégia do negócio e podem ser desenvolvidas não apenas em benefício da comunidade mas de todos os públicos de interesse da empresa. Como vimos, a RS pode ser utilizada como ferramenta de gestão em que beneficiaria não somente quem a aplica como a toda a sociedade. 4.2.1. Assistência Social Diferente em alguns pontos, as entidades do Sistema S também praticam a responsabilidade social com o diferencial de, por serem entidades sem fins lucrativos, não necessitam de lucratividade mas de reconhecimento por realizarem atividades que beneficiam seus profissionais e a sociedade. Como exemplo citam-se entidades do comércio e da indústria que praticam a RS: 22 ALENCASTRO, Mário Sérgio Cunha. Ética empresarial na prática: liderança, gestão e responsabilidade corporativa. 2010 23 GELMAN, Jacob Jacques. Varejo socialmente responsável. 2008. 26 SENAC – Realiza permanentemente cursos, campanhas e outras atividades gratuitas dirigidas à população de baixa renda, promovendo saúde, qualidade de vida, defesa de direitos e responsabilidade ambiental, e a inserção no mundo do trabalho 24 . SESC – Sua função é a de um verdadeiro instrumento para o exercício da responsabilidade social, porque sua mera existência, ajuda o empresariado do comércio e serviços a atuar de forma socialmente responsável, já que este, ao pagar a contribuição a esta entidade destinada, possibilita que seus empregados usufruam os benefícios sociais por ela oferecidos 25 . SENAI – Colabora para transformar indivíduos marginalizados da vida econômica em cidadãos. Oferecendo aquilo que sabe fazer melhor - educar para o trabalho, com programas de capacitação profissional, com a prestação de serviços e com palestras de orientação, gerando a oportunidade de ingressarem ou reingressarem na vida produtiva A Responsabilidade Social sempre fez parte da história do SENAI, já que grande parte das ações realizadas estão implícitas na sua Missão e no desenvolvimento de suas atividades regulares 26 . SESI - Realiza iniciativas de responsabilidade social que atingem a comunidade como um todo. Em parcerias com o governo ou com o setor privado, são desenvolvidos programas que buscam promover a cidadania e garantir o bem- estar da população. Já para ajudar as empresas a se tornarem socialmente responsáveis, o SESI desenvolveu um programa de soluções sociais adequado às necessidades específicas de cada empresa. Indústrias com unidades em diversos 24 SENAC SÃO PAULO. FAQ. Disponível em: <http://www.sp.senac.br/jsp/default.jsp?newsID=a869.htm&testeira=457>. Acesso em 20 de novembro de 2010. 25 PORTAL SESC SÃO PAULO. Responsabilidadesocial: os desafios e realizações do SESC. Disponível em: <http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/subindex.cfm?Paramend=1&IDCategoria=2837>. Acesso em 20 de novembro de 2010. 26 PORTAL SENAI. Responsabilidade Social. Disponível em: <http://www.senai.br/br/institucional/snai_rsoc.aspx>. Acesso em 20 de novembro de 2010. http://www.sp.senac.br/jsp/default.jsp?newsID=a869.htm&testeira=457 http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/subindex.cfm?Paramend=1&IDCategoria=2837 http://www.senai.br/br/institucional/snai_rsoc.aspx 27 estados recebem atendimento com o mesmo nível de qualidade. Ao longo do tempo, ficou claro para a indústria brasileira que a sustentabilidade dos negócios depende do equilíbrio entre as dimensões econômica, social e ambiental 27 . Desenvolvendo programas em parceria com outras instituições, empresas, órgãos governamentais e ONGs, as instituições pertencentes ao Sistema S, têm ajudado o Brasil a dar passos largos no sentido da profissionalização do setor e da busca por estratégias de inclusão social através do setor privado, beneficiando jovens em situação de risco social, trabalhadores excluídos da vida produtiva, indígenas, presidiários, crianças abandonadas, candidatos ao primeiro emprego, etc. 4.2.2. Pesquisa Toda descoberta científica, social ou acadêmica é originária de uma pesquisa. Atrás de um objetivo específico, retira-se luz e esclarecimento de onde reinam sombras e dúvidas. Baseado nesse conceito o Senac realiza pesquisas para conhecer melhor o seu público-alvo e o Setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo e com isso, espera aperfeiçoar cada vez mais seu trabalho na educação profissional voltada para o setor. Além de pesquisas no âmbito local ou regional, o Departamento Nacional (DN) faz o mesmo trabalho sé que no âmbito nacional procurando auxiliar a instituição a ampliar e direcionar suas ações na educação profissional 28 . Já o Senai utiliza uma ampla rede de laboratórios, centros de informação e de especialistas, com foco na pesquisa de novos conhecimentos ou na compreensão dos já existentes 29 . Citamos três pesquisas, entre muitas, realizadas pelo DN do SENAC: 27 PORTAL SESI. Invista Na responsabilidade social. Disponível em: http://www.sesi.org.br/portal/main.jsp?lumChannelId=8A81818B1492B0B5011492FA17CA56B6. Acesso em 20 de novembro de 2010. 28 PORTAL SENAC. Pesquisas. Disponível em: <http://www.senac.br/conhecimento/pesquisas.html>. Acesso em 1º de dezembro de 2010 29 PORTAL SENAI. Pesquisa Aplicada. Disponível em: <http://www.senai.br/br/ParaIndustria/snai_ind_stt_pes.aspx> Acesso em 1º de dezembro de 2010 http://www.sesi.org.br/portal/main.jsp?lumChannelId=8A81818B1492B0B5011492FA17CA56B6 http://www.senac.br/conhecimento/pesquisas.html http://www.senai.br/br/ParaIndustria/snai_ind_stt_pes.aspx 28 Satisfação do Aluno PSG 2009 - A Pesquisa de Satisfação do Aluno PSG 2009 avalia a qualidade dos serviços e produtos educacionais oferecidos pela Instituição, a fim de atender a indicadores de desempenho estabelecidos no acordo firmado com o Governo Federal. Demanda Atual do Setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo - O estudo do Departamento Nacional do Senac apresenta uma análise comparativa do portfólio de cursos oferecidos pelo PSG com a demanda mercadológica Demanda Futura do Setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo - A pesquisa, que atende a um dos indicadores de desempenho relativos ao acordo de gratuidade firmado com o Governo Federal Laboratórios: função pedagógica e perspectivas atuais - A pesquisa contribui para a utilização, cada vez mais eficiente e eficaz, dos laboratórios da área de saúde, nos moldes do que se propõe o Projeto Pedagógico do Senac. Verifica-se que o Senac e Senai fazem um ótimo trabalho na área de pesquisas proporcionando ao público em geral várias opções dependendo do foco de sua necessidade melhorando a educação profissional. 4.2.3. Assistência Técnica Representando o Sistema S, o Sesc possui serviços e auxílios indiretos com o objetivo de contribuir para valorizar o trabalhador do comércio de bens e serviços e de sua família, bem como sua integração na comunidade. Várias ações, individualizadas e em grupo procuram soluções para problemas específicos do indivíduo e da comunidade 30 . Sua Assistência Especializada presta serviços (técnicos e auxílios indiretos individualizados) para obtenção de documentos como: inventários, registros de nascimento e casamento, documentos 30 Portal Sesc. Programas Assistência. Disponível em: <http://www.sesc.com.br/main.asp?TeamID={3055D256- 4C22-40E7-99D6-D4E8EE2D155A}&u=u>. Acesso em 1º de dezembro de 2010 http://www.sesc.com.br/main.asp?TeamID=%7b3055D256-4C22-40E7-99D6-D4E8EE2D155A%7d&u=u http://www.sesc.com.br/main.asp?TeamID=%7b3055D256-4C22-40E7-99D6-D4E8EE2D155A%7d&u=u 29 de identidade, procurações, aposentadorias, pensões alimentícias), financiamento de utilidades, de serviços e bolsas de estudo. O Senai auxilia com assessoria técnica em até 28 áreas de atuação, microempreendimentos e indústrias de base nacional prestando apoio necessário para a melhoria de sua competitividade e produtividade 31 . A Informação tecnológica do Senai engloba: busca, tratamento, organização e disseminação de informações, possibilitando a solução de necessidades de natureza técnica e tecnológica referente a produtos, serviços e processos, para promover a melhoria contínua da qualidade e a inovação no setor produtivo. 4.2.4. Educação A desigualdade no Brasil é diretamente ligada a má distribuição de renda da população, como se sabe, essa tem sido uma das principais causas da evasão escolar, pois o jovem, torna-se arrimo de família muito cedo e se vê obrigado a ingressar no mercado de trabalho para ajudar na renda familiar. Apesar de ajuda governamental para programas sociais e tecnológicos, ainda é insuficiente para atender tal demanda. O Sistema S, representado pelo Senac é formadora e capacitadora de profissionais competentes, no Setor de Comércio de Bens, Serviços e Turismo, para o mercado de trabalho - ou até atualizar quem já está nele. Oferece também uma vasta programação de cursos e atividades em três tipos de ensino (presencial, à distância e semipresencial) e em 15 áreas de atuação (Artes, Comércio, Comunicação, Conservação e Zeladoria, Design, Gestão, Idiomas, Imagem Pessoal, Informática, Lazer e desenvolvimento social, Meio ambiente, Saúde, Tecnologia Educacional, Telecomunicações, Turismo e Hospitalidade). Baseando-se em uma filosofia pedagógica, em que se privilegia a formação de profissionais polivalentes e flexíveis, 31 PORTAL SENAI. Assistência Técnica. Disponível em: <http://www.senai.br/br/atividades/snai_ati_edp_cmp.aspx?idAtv=27>. Acesso em 1º de dezembro de 2010 http://www.senai.br/br/atividades/snai_ati_edp_cmp.aspx?idAtv=27 30 torna-se um diferencial na vida do jovem cidadão 32 . Com base em uma filosofia pedagógica que privilegia a formação de profissionais antenados, polivalentes e flexíveis, o Senac faz diferença na vida. Na sua vida. O Senac possui ambientes educacionais profissionais em que se destacam: Unidades fixas - Espalhadas por todo o território nacional. Entre elas, estão os Centros de Formação Profissional, que funcionam como verdadeiros laboratórios de aprendizagem, com salas-ambiente, mobiliário e equipamentos adequados. Também são destaque as unidades especializadas por área profissional (como os Centros de Informática, de Idiomas, entre muitos outros) e as Faculdades Senac Empresas pedagógicas - São 72 empresas em todo o Brasil, como lanchonetes, salão de beleza/estética/podologia e até um posto de gasolina, são abertas ao público e oferecem um serviçode primeira qualidade. Essas empresas pedagógicas vêm formando mão-de-obra competente e, ao mesmo tempo, atendendo com excelência seus clientes. As mais conhecidas são os hotéis e os restaurantes-escola, permitindo ao aluno uma vivência real do trabalho. Unidades móveis - Com recursos especializados, infra-estrutura necessária e uma equipe técnica competente, tais unidades oferecem cursos e atividades com a mesma excelência que existe nos Centros de Formação Profissional e em outras unidades fixas. O programa SenacMóvel é o maior exemplo desse empenho pois leva sua programação de cursos e atividades diversas às periferias das grandes cidades e às regiões do interior do país, atendendo desse modo um número maior de pessoas levando acesso à educação profissional e a ações que promovem e incentivam a qualidade de vida 32 PORTAL SENAC. Educação. Disponível em: <http://www.senac.br/cursos/areas-atua.html>. acesso em 1ºde dezembro de 2010. http://www.senac.br/cursos/areas-atua.html 31 Capacitação in company – São ações educacionais desenvolvidas segundo as necessidades das empresas (atendimento personalizado) oferecendo cursos in company aos empregados de uma empresa esperando a educação profissional que se espera deles, sempre com a qualidade Senac. As atividades podem ocorrer nas unidades da Instituição, nas dependências das empresas ou em outros locais, de acordo com a intenção do cliente. 4.2.5. Saúde A saúde dos profissionais assim com da população sempre foi umas das prioridades do SESC. Em virtude do alto índice de doenças da na época de sua criação, foi adotada uma ação para combater a tuberculose, doença que atingia 25% dos comerciários. O Acompanhamento do pré-natal das gestantes assim como as condições em que se davam os partos eram bastante precárias e inexistentes. Diante desse fato, o Sesc construiu Dispensários e maternidades tornando-se as marcas iniciais de seu trabalho na área da saúde. Em consequência da expansão hospitalar da rede pública, sua ação em saúde curativa foi drasticamente reduzida passando a se dedicar à medicina de apoio e à de caráter preventivo. Nos dias de hoje programas como o ODONTOSESC – unidades móveis montadas em carretas - que levam a assistência odontológica e a educação em saúde bucal às comunidades de bairros da periferia das grandes cidades e de cidades do interior, com qualidade, segurança e conforto, são de bastante utilidade para a população 33 . A saúde também está totalmente relacionada à alimentação e por esse motivo milhões de refeições balanceadas são servidas em seus 101 restaurantes e 239 lanchonetes. fazer da educação nutricional uma ação constante é um desafio para o SESC. Outros programas, como o Alimentos Seguros e o DietoSESC, complementam as atividades nessa área. 33 PORTAL SESC. Programas Saúde. Disponível em: <http://www.sesc.com.br/main.asp?ViewID={6AC4C69E-E700-426B-8663-1E2C53926A80}&Mode=1&u=u>. Acesso em 1º de dezembro de 2010. http://www.sesc.com.br/main.asp?ViewID=%7b6AC4C69E-E700-426B-8663-1E2C53926A80%7d&Mode=1&u=u 32 A população brasileira já reconhece que a ação do Sesc está voltada para a disseminação de melhores níveis de saúde para a comunidade em geral. 4.2.6. Atividades Culturais Cultura é tudo o que nasce da alma do homem, mais seus hábitos, costumes e crenças identificando e conscientizando seu povo de suas individualidades. Para o SESC, as atividades e ações culturais são indispensáveis para a produção de conhecimentos que contribuam para a solução dos graves problemas que comprometem o desenvolvimento do País. A cultura é também um dos fatores que possibilitam a criação de condições favoráveis a uma efetiva transformação dos indivíduos e da sociedade 34 . Uma das formas de atuação do SESC nesse campo é estimular a produção artístico- cultural. Ao criar espaços para a manifestação dessa produção, a instituição pretende oferecer condições de aperfeiçoamento do fazer cultural brasileiro, de melhoria do nível intelectual da sua clientela e da população em geral e o fortalecimento da identidade nacional – fatores essenciais para o processo de desenvolvimento. A instituição – com uma rede de aproximadamente 200 salas de espetáculos, adequadas para teatro, cinema, vídeo e auditórios –, procura atender às necessidades de lazer cultural da população em geral, trazendo entretenimento e diversão, por meio de teatro, música, artes plásticas, literatura, cinema, dança, palestras, seminários, debates e oficinas,.por acreditar que são fundamentais para o desenvolvimento do ser humano. O acesso a espetáculos artísticos de qualidade leva o participante a um processo de reflexão sobre as artes enquanto o tempo livre é ocupado em um lazer cultural que satisfaça o desejo de diversão e entretenimento. 34 PORTAL SESC. Programas Cultura. Disponível em: <http://www.sesc.com.br/main.asp?ViewID={34020CAD-6061-4FD6-B13B-5A1F05F2790F}&u=u >. Acesso em 1º de dezembro de 2010. http://www.sesc.com.br/main.asp?ViewID=%7b34020CAD-6061-4FD6-B13B-5A1F05F2790F%7d&u=u 33 O Sesc também conta com uma rede de 194 bibliotecas em seus centros de atividades, equipadas com computadores permitindo o acesso à internet, além de 66 salas de leitura onde possui bibliotecárias que, além de cuidarem e organizarem o acervo das bibliotecas, orientam os estudantes em suas pesquisas escolares para a realização de pesquisas e estudos, tornando assim fácil o acesso da população ao livro e fomentando a inclusão digital. CONCLUSÃO Amparado pelo artigo 149 da CF e 157 da CLT, o Sistema S vem se aperfeiçoando cada vez mais durante todos esses anos, desde a sua criação em 1946. Os Serviços Sociais e de Aprendizagem – que cuidam da assistência social e profissional dos trabalhadores – passam por reformas bastante significativas tentando se adequar a nova realidade mundial. Ao término dessa pesquisa, pode-se concluir que o Sistema S vem respondendo aos desafios de liberalização e democratização. De acordo com o estudo, a gestão do Sistema S vem cuidando com maestria os seus recursos e aplicando em profissionalização e bem-estar do cidadão conforme sua natureza. Considerando que a finalidade das entidades do Sistema S é a capacitação profissional do indivíduo com cursos e treinamentos como meio de desenvolvimento e o incentivo à cultura, à educação, ao lazer, aos esportes e à saúde, pode-se afirmar que desde sua fundação há 60 anos, somente trouxe benefícios para essa parceria dos empregadores com os empregados e a sociedade, reconhecendo-se assim que o Sistema S cumpre o objetivo de sua criação. 34 6. REFERÊNCIAS A IMPORTÂNCIA do ‘Sistema S’. Disponível em: <http://www.portaldocomercio.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1641&sid=170>. Acesso em 18 mar.2010. ALENCASTRO, Mário Sérgio Cunha. Ética empresarial na prática: liderança, gestão e responsabilidade corporativa. Curitiba: Ibpex. 2010. 186p. CARMO-NETO, Dionísio Gomes. Metodologia Científica para principiantes. 3. ed. Salvador: Ed. Universitária Americana, 1996. CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Recursos Humanos: fundamentos básicos. 7ª ed. rev. e atual. Barueri: Manole, 2009. 310p. _____________________. Gerenciando Pessoas: o passo decisivo para a administração participativa. 3ª ed. São Paulo: Makron Books, 1994,1992. 257p. _____________________. Recursos Humanos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2000. _____________________. Remuneração, benefícios e relações do trabalho: como reter talentos na organização. 6. ed. Barueri: Marole, 2009. 248p. _____________________. Teoria Geral da Administração. 6ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002. 538p. CONFEDERAÇÃO NACIONALDO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO. Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) - Orientador do Programa/Confederação nacional de Bens Serviços e Turismo. Rio de Janeiro, 2010. 20p. _____________________________________________________. Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) - Guia de Excelência – Nível 1/Confederação nacional de Bens Serviços e Turismo. Rio de Janeiro, 2010. 32p. _____________________________________________________. Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) - Guia de Excelência – Nível 2/Confederação nacional de Bens Serviços e Turismo. Rio de Janeiro, 2010. 28p. http://www.portaldocomercio.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1641&sid=170 35 DE AQUINO, Carlos Tasso Eira. Como Aprender: Andagogia e as Habilidades de Aprendizagem. 1ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. GARETH J., Jones. Teoria das Organizações. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. 464p GELMAN, Jacob Jacques. Varejo socialmente responsável. Porto Alegre: Bookman. 2008. 236p. MARANHÃO, Délio. Direito do Trabalho: Délio Maranhão, Luiz Inácio Barbosa Carvalho. 17ª ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1993. XVIII, 614p. MARRAS, J. P. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico. 4. ed. São Paulo: Futura, 2001. POLÊMICA Sobre os Recursos do Sistema S. Disponível em: <http://www.contee.org.br/noticias/contee/nco99.asp>. Acesso em 12 mar.2010. PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva. 17ª ed. Rio Janeiro: Campus, 1989. 536p. ROSA, Marcelo. A Inexibilidade de Contribuição ao Sistema S por parte das Sociedades Civis Prestadoras de Serviços. Disponível em: <www.ombadvocacia.com.br/artigos_monos/artigo_marcelo.pdf>. Acesso em 12 mar 2010. SCATENA, Maria Inês Caserta, Ferramentas para a Moderna Gestão Empresarial: Teoria, Implementação e Prática. 1ª ed.Curitiba: Ibpex, 2010. 216p. SESI. Revista: O Novo Sistema S. Brasília, 2008. 48p. SHARKEY, Brian J., Condicionamento físico e saúde. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 402p. SILVA, Reinaldo O. da. Teoria da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. 482p. SISTEMA S é alvo de 55 ações do Ministério Público do Trabalho. Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/noticias/98962/sistema-s-e-alvo-de-55-acoes-do-ministerio- publico-do-trabalho >. Acesso em 12 mar.2010. http://www.contee.org.br/noticias/contee/nco99.asp http://www.jusbrasil.com.br/noticias/98962/sistema-s-e-alvo-de-55-acoes-do-ministerio-publico-do-trabalho http://www.jusbrasil.com.br/noticias/98962/sistema-s-e-alvo-de-55-acoes-do-ministerio-publico-do-trabalho 36 TORRES, Juliano. Sistema “S”. Disponível em: <www.libertarianismo.com/index.php/textos/artigos>. Acesso em: 12 mar. 2010. VALERIANO, Dalton. Moderno Gerenciamento de Projetos. 1ª ed. São Paulo: Prentice Hall. 2005. 272p. http://www.libertarianismo.com/index.php/textos/artigos
Compartilhar