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Sentença na visão penal e processual penal A palavra Sentença tem origem já com os Romanos, que empregavam a expressão sententia como ato do juiz que sentia acerca das questões de fato que lhe eram trazidos a apreciação. Pode traduzir o termo acima como “vontade”, “conclusão”, “resolução”. Como já exposto, é por meio dela que se resolve alguma questão trazida ao judiciário. Sentença Penal deverá respeitar o formalismo a que se encontra submetida, devendo preencher os requisitos constitutivos da essencialidade desse ato processual decisório, que, se desatendidos, tornaria a sentença imprópria para gerar os seus efeitos regulares que dela se espera. Está inserida tal matéria no Código de Processo Penal – CPP – nos arts. 381 a 393. Elenca o art. 381 do CPP No processo penal, existem várias classificações de atos jurisdicionais, entre elas temos, os despachos, as decisões interlocutórias e as definitivas, essas últimas são também denominadas sentenças. Nas palavras do jurista e magistrado Nucci: “É a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa à pretensão punitiva do Estado, para julgar procedente ou improcedente a imputação”. Guilherme de Souza Nucci faz uma ressalva em seu livro, o uso do termo sentença no Código de Processo Penal abrange tanto as decisões definitivas, como as decisões interlocutórias, sejam mistas ou simples. A sentença é uma declaração resultante de toda uma atividade processual, que faz surgir uma manifestação de vontade pelo juiz da causa através de uma atividade mental. Elas podem ser classificadas em condenatórias que é quando se reconhece e julga procedente a pretensão punitiva do Estado, fazendo com que ele saia do plano abstrato e se materialize no caso concreto.; Declaratórias que são as que não reconhecem a pretensão punitiva, negando sua concretização. Esse tipo de sentença pode ser dividida em; absolutória própria, quando não há qualquer sanção ao acusado; e absolutória imprópria que impõem medida de segurança. Destacando também a classificação que o professor Fernando Capez faz em seu livro, dividindo em subjetivamente simples (quando proferidas apenas por um juízo monocraticamente), subjetivamente plúrimas (quando proferidas por colegiados), subjetivamente complexas: São resultantes de decisões de mais de um órgão. Tourinho Filho ainda coloca a mesa as “decisões definitivas em sentido lato” (decisões terminativas de mérito), que são aquelas que dão fim a relação processual julgando o mérito, mas não há condenação, muito menos a absolvição, como o exemplo citado em seu livro, a sentença que declara extinta a medida de segurança pelo decurso do tempo. A sentença é estruturada e seus requisitos encontram-se Código de Processo Penal art. 381. A sentença tem de ser clara e precisa afastando qualquer dúvida ou termos ilegíveis. Quando a parte dispositiva se contradiz coma fundamentação é chamada “sentença suicida”, ela será nula ou sujeita a embargo de declaração (também chamado de ” embarguinho”), que poderá ser requerida no prazo de 2(dois) dias (cinco dias no caso de crimes de competência de juizados especiais criminais), contados da intimação da sentença, sempre que se apresentar na mesma obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão, lembrando que se suspende o prazo para recurso. Com a sentença já conclusa, o juiz se afasta da relação processual, ficando competente apenas para corrigir erros materiais, caso houver recurso, será submetido ao tribunal. O juiz ficará impedido de atuar no processo assim que chegar na instância superior, esse impedimento é automático. Para produzir os efeitos é necessário a publicação da sentença. Quando ela é entregue ao escrivão no cartório, para que ocorra sua juntada aos autos, ela está publicada. O dia da publicação é o da data da entrega da sentença ao cartório, ou no instante da leitura pelo juiz na audiência. Nesse último caso, ficará constado no termo da audiência ou na ata do plenário ter sido a sentença lida e publicada naquela data. Quando o juiz julga procedente a ação e afirmando a responsabilidade do acusado tem- se a sentença condenatória, que afirma a procedência do jus puniendi. Assim a sentença deve seguir o prescrito no art. 387. Os efeitos principais, assim chamado por Tourinho filho, são a dosimetria da pena, a indicação de um valor mínimo para a indenização e a prisão. O juiz vai decretar a prisão ou fazer sua manutenção se havia prisão preventiva. Outros efeitos da condenação do réu estão presentes nos arts. 91(genéricos) e 92 (específicos). São genéricos os que decorrem automaticamente da sentença, e são específicos os que precisam de declaração expressa do juiz na sentença. As hipóteses de absolvição do réu estão presentes no art. 386 do Código de Processo Penal, sendo elas as fundamentações para decidir improcedente a ação penal. Os efeitos da sentença absolutória estão previstos no parágrafo único do art. 386. Súmula 422, STF: A absolvição criminal não prejudica a medida de segurança, quando couber, ainda que importe privação da liberdade. Por fim, é permitido que a defesa entre com recurso contra a decisão absolutória para mudar o fundamento, que poderia ser usado para a ação civil. Modificada ela, o réu fica resguardado de possível processo cível.
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