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CONTROLE DA INFLAMAÇÃO E DA DOR Processo de defesa organizado temporalmente e com controle endógeno; Restaurar a homeostasia da área afetada, está relacionada com o processo de inflamação; Intensidade, duração e repercussão: − Aguda: autolimitada e pouco destrutiva; − Crônica: o contrário. Dor: Sinal cardinal da inflamação; Principais fármacos: AINEs e AIEs. FISIOPATOLOGIA Resposta ativa inata do organismo; Segundos após o ato lesivo; Acontece com o envolvimento de células (endoteliais) e vasos (vasodilatação); Quais são os sinais típicos de um tecido inflamado? Dor, Rubor (vermelhidão), Edema, Perda de função, Calor. Controle temporal da inflamação em resposta remoção do agente lesivo, se persistir não se autolimita; Alteração no diâmetro dos vasos e nas células endoteliais: PG (febre), histamina e geração de óxido nítrico; Marginação, aumento da adesividade ao endotélio e aumento da permeabilidade; A inflamação acontece em resposta a PAMPs e PRRs; A inflamação pode ser estéril, nem sempre é necessário a presença de um agente agressor, um exemplo é quando o paciente sofre Infarto agudo do miocárdio que envolve morte celular que vai provocar um estimulo ao sistema imune e pode ocorrer por estímulos aos DAMPs; A Inflamação contribui para a atuação de células e moléculas do sistema imune no sentido da restauração da homeostasia (e hemostasia, inflama para que o vaso se recupere) tecidual; Hiperalgesia (local inflamado dói mais). As moléculas inflamatórias vêm da membrana das células. A membrana possui fosfolipídios que pode ser liberado pela ação de enzimas fosfolipases. Os eventos inflamatórios, eles são úteis e necessários para nossa defesa, mas eles são muito ruins quando são exacerbados, pois causam mais danos que benefícios necessitando de intervenção farmacológica. Existe muitas controvérsias quanto a utilização do fármaco no inicio do processo inflamatório, mas uma vez que ele se apresenta é porque já está exacerbada, necessitando de uma intervenção farmacológica. A COX-2 está envolvida na produção de mediadores inflamatórios, enquanto a COX-1 está pouco envolvida na inflamação e mais relacionada a citoproteção. AINES Fármacos semelhantes ao ácido acetilsalicílico (AAS): anti-inflamatório, analgésico e antipirético (antifebre, pois diminui a PG, principal indutora de febre no hipotálamo); Critérios de escolha: eficácia na redução da dor, do eritema e do edema e melhora da capacidade funcional do local afetado; Na Odontologia usa-se AINEs de 3 a 5 dias (apenas na fase aguda do processo inflamatório); Uso para dor NÃO associada a outros sinais da inflamação NÃO se justifica, nesse caso usa-se o PARACETAMOL (anti-inflamatório muito fraco, usado para tratar dor e não para inflamação); Dicoflenaco e cetoprofeno são utilizados para dor e inflamação associados a articulações; Os derivados do ácido propiônico: muito utilizados na odontologia, menos o naproxeno (pouco utilizado); O Etoricoxibe é seletivo para COX-2 é utilizado também para Espondilite Anquilosante. MECANISMO DE AÇÃO Bloqueio da COX; Existem processos fisiopatológicos com envolvimento singular de COX-1 e COX-2; A COX-2 pode ser encontrada constitutivamente em estruturas como cérebro, rins e articulações, assim demonstra que não está envolvida apenas no processo inflamatório, mas como também na fisiologia; O fármaco Anti-inflamatório deve ser responsável pela inibição da vasodilatação com pouco efeito sobre a migração celular, se não altera o reparo celular; Analgésico: Diminuição da produção de PGE e bradicinina; Antipirético: deve diminuir a febre pela diminuição da ação da PGE no hipotálamo; REAÇÕES ADVERSAS Desconforto e dor abdominal*; Alterações cardiovasculares; Insuficiência renal; Infarto do miocárdio (relacionado a inibição seletiva de COX-2) e AVE; Os COX-2 seletivos inibem PGI2 mas não TXA2 nas plaquetas. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Inibidores de ECA: Captopril, Enalapril, Lisinopril, Benazepril, Fosinopril, Cilazapril, Ramipril, Quinapril, Perindopril, Trandolapril, Delapril, vai ocorrer interação com AINES, e deve avaliar o risco benefício para esses pacientes. A interação desses fármacos pode acarretar em distúrbios cardiovasculares; INDICAÇÕES Paliativos: alívio sintomático da dor, do edema pós-operatório; VO com altas taxas de ligação a proteínas plasmáticas; Excretados pela urina; Prevenir interações farmacológicas de analgésicos com anti-inflamatórios; Analisar o custo (ceterolato e ibuprofeno); Experiência profissional; Toxicidade relativa. CONTRAINDICAÇÕES Fechamento precoce do ducto arterioso (comunicação que tem que ter no feto, mas não deve ter no individuo adulto) no feto, acarretando em má formação; Evitados no último trimestre da gravidez; SALICILATOS Anti-inflamatório mais consumido no mundo: AAS; Relacionado com processos inflamatórios de curta duração com dor de baixa intensidade; Cardioprotetor em doses baixas (inibe agregação plaquetária); Paciente que fazem uso de grande dose, acarreta em Tempo de sangria aumentado por doses de 325 mg de AAS; Contraindicado em criança e jovens com menos de 20 anos e em quadro viral, pois podem desenvolver síndrome de Reye; PARACETAMOL Efeito anti-inflamatório muito tímido; Controle da dor após remoção do 3º molar; Hepatotóxico em doses altas (10 g); Uso crônico de menos de 2g /dia não leva a lesão hepática; Mecanismo não completamente elucidado; Age sobre a atividade de peroxidase da COX-2. IBUPROFENO* Bem tolerado; Inflamação, dor e febre; Pode ser utilizado para dor crônica; Dose de 2,4 mg/dia combate dor decorrente do implante; Deve ter cuidado com sangramento e ulceração; Concentração máxima após 1 a 2 horas; Utilizado durante a amamentação. NAPROXENO Muito utilizado para dores articulares e processos inflamatórios crônicos; Dor, inflamação e febre; Hidróxido de alumínio retarda a absorção; Bicarbonato acelera a absorção. CETOPROFENO Dor, inflamação e febre; Se destaca por provavelmente antagonizar bradicinina, também envolvida no processo inflamatório e dor; Muito utilizado para inflamação e dor articular. INDOMETACINA Derivado do Ácido indolacético e pirrolacético; Inibidor mais potente que os salicilatos, refletindo na Toxicidade quando comparado a outros AINEs; Alterações gástricas, pancreatite e cefaleia; DICLOFENACO Inibidor não seletivo das COXs com maior potência sobre a COX-2 (não) do que o naproxeno e a indometacina; Altera a liberação e captação do AA pelos leucócitos; Não indicado para pacientes com problemas de cicatrização, pois retarda; Pode ser substituído pelo naproxeno e cetoprofeno, sem modificar cicatrização; Uso crônico pode levar a efeitos cardiovasculares; Efeito de primeira passagem; Acumula-se no líquido sinovial, muito bom para inflamação de joelho e tornozelo. FENAMATOS Não muito utilizado; Utilizados para Dismenorreia; Exemplo: Ácido mefenâmico; Antagonistas dos receptores de PGs. PIROXICAM, MELOXICAM, TENOXICAM Meloxicam tem maior efeito sobre COX-2; Piroxicam leva a inibição da atividade funcional de leucócitos, mas não é adequado para tratamento de dor aguda; Mais utilizado para dor crônica; Para dor aguda optar por Dicoflenaco, ibuprofeno, cetoprofeno ou nimesulida. NIMESULIDA* Inibidor seletivo de COX-2; Muito bom analgésico, antipirético e anti- inflamatório; Inibe a produção de citocinas; Reduz a síntese de PG e a febre; Reduz a infiltração de PMNs e o edema; Inibe a musculatura lisa uterina; Poucos efeitos gastrintestinais em alguns pacientes podem apresentar; Pode interferir com a furosemida; Uso com antidepressivos; METAMIZOL (DIPIRONA) Analgésico, antipirético e antiespasmódico; Indicativo para antipirético devido aos baixos efeitos; Proibido no USA, pois pode estar relacionado com o desenvolvimentode Agranulocitose (Risco muito baixo: 0,35/milhão de hab./ano); Muito utilizado devido ao baixo custo; Hipoalgesia com ação sobre canais de K+; AINES INIBIDORES SELETIVOS DA COX-2 Coxibes; Efeito anti-inflamatório sem interferir na citoproteção; Celecoxibe, rofexocibe e valdecoxibe; Parecoxibe, etoricoxibe e lumiracoxibe; Celecoxibe é lipofílico; Lumiracoxibe é ácido; Ação em articulação inflamada*; Dor que se segue a exodontia (pode utilizar nimesulida (popular), avaliar o custo benefício). CELECOXIBE Riscos de eventos vasculares; Osteoartrite, artrite reumatoide, espondilite; Uso mais seguro do que o naproxeno, ibuprofeno e diclofenaco; Na Odonto pode ser indicado para Osteíte alveolar. ETORICOXIBE Não induz efeitos gastrintestinais importantes; Alívio da dor crônica e aguda e tratamento da dor aguda pós-operatória moderada a grave associada à cirurgia odontológica; Dor 2 a 3 dias após a exodontia do terceiro molar; Avaliar hipertensão antes de prescrever. PARECOXIBE Uso restrito a hospitais (injetável); Dor pós-operatória diminuindo a necessidade de opioides. AIEs Corticosteroides; Mineralocorticoides: equilíbrio eletrolítico; Glicocorticóides: metabolismo dos carboidratos; Dexametasona = betametasona > fludrocortisona > triancinolona = 6 alfa- metilprednisolona > prednisolona = prednisona > cortisona; Uso sistêmico agudo: não ultrapassar 7 dias; O uso crônico de corticoide pode alterar o eixo hipotalo-hipofise suprarrenal; O uso na odontológica é raro, mais utilizado por CTBMF e implantodontista em alguns caso. MECANISMO DE AÇÃO Fase inicial, manifestações tardias (se caracteriza pela inibição do NFkB), cicatrização (altera), reparação, resposta proliferativa nos quadros de inflamação crônica; Atua na Redução de IL-2 e Inibição do NFkB; Redução da adesão e quimiocinas (tráfico de leucócitos); Alto tempo de exposição gera M2 (macrófagos reparatores); E responsável pela Apoptose de LT; Suprimir maturação de DCs. REAÇÕES ADVERSAS Síndrome de Cushing; Hipertensão, obesidade, diabetes; Supressão imediata: Recidiva da doença e insuficiência adrenal aguda; Retardo no processo de cicatrização; Candidose no uso de inalatórios; Afetam a cicatrização. INDICAÇÕES Reduzem o processo inflamatório; Tratamento de lesões ulcerativas da mucosa oral, na aplicação intracanal de curativos (endo-prednisona); Tratamentos endodônticos onde não se observa necrose pulpar; Processos inflamatórios agudos da articulação temporomandibular (muito importante). CONTRA-INDICAÇÕES Euforia; Ganho de peso; Perda de massa muscular; Osteoporose; Perda de apetite; Redução da espessura da pele; Acúmulo de gordura no pescoço e na face; Cicatrização deficiente. ANALGÉSICOS OPIÓIDES MANEJO SEQUENCIAL DA DOR Não se faz necessário tratar uma dor que necessita apenas de uma dipirona, com uma morfina. ANALGÉSICOS OPIÓIDES Semelhantes ao ópio da papoula; Exemplos: Morfina e codeína; Receptores Mi, Kappa e Delta: Atua na diminuição da atividade do SNC; Aumenta a tolerância a dor por alterações na interpretação; Uso prolongado induz tolerância e dependência física; Prescritos em receituários especiais. ALCALOIDES DERIVADOS DO ERGOT Esporão do centeio; Exemplos: Ergotamina e a di-hidroergotamina; Receptores adrenérgicos, 5-HT e Dopamina; Atenua a dor por vasoconstrição; Muito utilizados em crises de enxaqueca; Não possuem aplicação na Odontologia. Pacientes que já foram submetidos a analgésico (ex.: Ibuprofebo) e houve falha é indicado o uso de tramadol* e coideina. Os fármacos utilizados para dor moderada/intensa podem ter efeitos ruins para o paciente, o que limita a utilização na odontologia. A codeína depende do metabolismo hepático, o que restringe seu uso para pacientes idosos. FÁRMACOS USADOS NO MANEJO DA DOR CRÔNICA OROFACIAL DOR Associada a praticamente todas as patologias clínicas; Opioides e o tratamento da dor aguda (mais utilizado) e crônica (caindo em desuso); Dor crônica: AINEs, anticonvulsivantes e antidepressivos; Opioide é qualquer substância que tenha as propriedades farmacológicas e funcionais de um opiáceo (fármacos derivados da papoula). PEPTÍDEOS OPIOIDES ENDÓGENOS Indivíduos viciados em academia, produzem mais opioides endógenos, o que gera uma maior sensação de bem estar, que pode se potencializar com a utilização de fármacos; São moléculas presentes no cérebro que atuam por meio de receptor opioide; Os precursores constituem uma família numerosa definida pelo pró-hormônio do qual derivam; Os opioides endógenos são produzidos através da clivagem de 3 grandes precursores: − Precursor da endorfina (Pré-POMC); − Precursor das encefalinas (Pré- ProENK); − Precursor das dinafinas (Pré-ProDYN). Todas essas 3 familias de proteínas, vão originas esses peptidios opitodies, que são clivados pela selinoproteases; Famílias de peptídeos opioides endógenos; Os precursores constituem uma família numerosa definida pelo pró-hormônio do qual derivam. Foi observado que a ligação dos receptores de opioides para que ela ocorra ela precisa ter uma certa sequência de aminoácidos finalizada por Metionina ou Leucina e no caso das encefalinas, foram descobertos no SNC. Esses peptidios atuam sobre 3 receptores: − Mi, Kappa, Delta (Agonista acoplados a proteína G). Esses receptores estão presentes no nosso Centros de Dores do SNC; Não tem predileções por nenhum receptor; Se acha que existes diferentes combinações desses receptores em células diferentes do SNC; Substancias extremamente parecidas mas a atuação vai ser distintas de acordo com as combinações desses receptores em nossas células. RECEPTORES OPIOIDES CLASSES DE RECEPTORES: MOR (mi), DOR (delta) e KOR (kappa), os 3 possuem atuação na analgesia; 55 a 58% de homologia; DISTRIBUIÇÃO: Receptores amplamente distribuídos na periferia e no neuroeixo nos corpos celulares dos neurônios e suas terminações. LIGANTES DOS RECEPTORES OPIOIDES: 1. Agonistas: Quase todos os agonistas clinicamente significantes têm como alvo o receptor mi; 2. Antagonistas: Possuem afinidade por todos os receptores opioides conhecidos. Paciente submetido a altas doses de morfina para analgesia, pode acarretar na depressão da respiração e utiliza-se naloxona para controle desse paciente. ESTRUTURA DOS RECEPTORES OPIOIDES: Os fármacos agem na hélice 3 e 7. SINALIZAÇÃO DOS RECEPTORES OPIOIDES: AMPc age como um interruptor das células, uma vez que sua concentração diminui à fosforilação consequentemente a desativação da célula. EFEITOS DAS ATIVAÇÕES AGUDAS E CRÔNICAS DOS RECEPTORES OPIOIDES DESSENSIBILIZAÇÃO DOS RECEPTORES Durante uma ativação transitória (minutos a horas), há tolerância ou dessensibilização imediata que desaparece com a evolução temporal paralela a depuração do agonista; Fosforilação de receptores – Quando o receptor recebe um fosfato ocorre o desacoplamento da proteína G e interiorização. TOLERÂNCIA Redução da eficácia aparente do agonista opioide com sua administração contínua e repetida (dias ou semanas), que desaparece com a remoção do agonista; Inibição reduzida da adenilato ciclase e perda dos efeitos sedativos e analgésicos. DEPENDÊNCIA Síndrome de abstinência do opioide com relação à cessação da exposição à substância; Pacientes dependentes desenvolvem agitação, hiperalgesia, hipertermia, hipertensão, diarreia, dilatação pupilar, disforia, ansiedade e depressão; A abstinência motiva o usuário a envidar esforços para evitar a abstinência e acabam consumindo mais drogas. ADICÇÃO É um padrão comportamental caracterizado pelo uso compulsivo de uma substância; Estado de adicção: o estímulo para adquirir a substância gera comportamentos de busca, mesmo com danos físicos, emocionais, sociais; Pacientes desenvolvem obsessãoe compulsão; Disposição a tolerar condições de muito estresse para conseguir a liberação da substância. EFEITOS DOS OPIOIDES UTILIZADOS CLINICAMENTE ANALGESIA Os fármacos semelhantes à morfina produzem analgesia, sonolência e euforia (paradoxalmente); Dor fica menos intensa ou desaparece por completo; Sonolência sem perda de consciência; Pacientes que fazem o uso sem dor, apresentam: sonolência, dificuldade mental, apatia, redução da atividade física; Depressão respiratória em doses mais altas; A dor mal definida e persistente é aliviada de maneira mais eficaz do que a dor intermitente em pontadas; Muito utilizado para cólica renal aguda. Na odontologia os opioides mais utilizados são: Codeína é convertida em morfina no fígado; Tramadol: analgésico menos potente que a morfina; Utilizados em CTBMF. ESTADO DE DOR E SEUS MECANISMOS NOCICEPÇÃO AGUDA Nociceptores = receptores da dor; Doi porem é interrompida; Ativação de fibras aferentes sensoriais finas de limiar alto (fibras A(delta) e C); Exemplo: Dor da picada de agulha. LESÃO TECIDUAL Depois da dor de dente o paciente começa a sentir ardência, pulsação e dor difusa e continua com resposta anormal à dor que pode ser evocada por estímulos inócuos (ex.: cantinho de unha); Os nociceptores captam o estimulo do tecido e transfere para o SNC. A lesão tecidual leva a produção de Prostaglandinas, Bradicininas, á acidificação (região dói mais, devido a inflamação, responsável pela acidificação). LESÃO NEURAL Alterações anatômicas e bioquímicas complexas que produzem pontadas, dor ardente (disestesia - pontada e ardência) e dor desencadeada pelo toque mais suave (alodinia). A náusea é o sintoma mais relatado pelos pacientes na utilização desses fármacos. MECANISMO DE AÇÃO São altamente lipofílicas, assim atravessam a BHE e atuando sobre o neuroeixo. O opioide liga-se ao seu receptor, que ativa a Proteína G, o que vai refletir na diminuição de alguns neurotransmissores. Fisiologicamente o Glutamato leva a continuação do sinal, enquanto o GABA (inibitório) leva a hiperpolarização, interrompendo a propagação do estimulo. Os receptores de opioides estão presentes tanto na periferia, como no neuroeixo, como em toda extensão do corpo celular dos neurônios. A partir da ativação da Proteina G as subunidades vão impedir a abertura do canal de cálcio. Assim interrompendo a sinapse. Se esses receptores estiverem no neurônio pós-sinapticos, eles irão ativar canais de potássio, liberando-os dissipando a carga elétrica, o que acarreta em perda de carga positiva. Tanto o bloqueio dos canais de cálcio e abertura dos canais de potássio inibem a sinapse. O opioide também atua diminuindo a ativação da Adenilil Ciclase o que acarreta na diminuição da síntese de AMPc. VIA ASCENDENTE: Após o trauma, a fibra nervosa aferente conduz o estimulo para o SNC. Essas fibras a partir do tálamo se ramificam para várias regiões do cérebro. VIA DESCENDENTE: Esta se relaciona com a via ascendente, regulando-a. Formada por neurônios que liberam opioides endógenos que é bloqueado por um neurônio GABAÉRGICO (interneurônio). O neurônio GABAÉRGICO deve ser interrompido para que se tenha controle da dor, assim necessitando de um fármaco opioide (diminuindo a produção de neurotransmissores, inclusive o GABA). Uma vez desativado a via descendente bloqueia o estimulo da via aferente. ANESTESICOS ORAIS INTRODUÇÃO Bloqueio reversível e temporário da condução nervosa, sem alteração do nível de consciência; Dor controlada resulta em conforto no atendimento; Não são seletivos, atuam em vias sensitivas e motoras; Não são específicos; A não seletividade e especificidade demanda maior atenção dos CD’s. Riscos x benefícios para cada paciente (anestésico, vasoconstritor e técnica) CANAIS IÔNICOS E ELETROQUÍMICA NAS MEMBRANAS CELULARES Em todas nossas células possuem um gradiente eletroquímico, meio intracelular fica mais eletronegativo que o meio extracelular, quando os canais de ions estão fechados, a célula atinge o potencial de repouso (-70 milivolts); Com o estimulo nervoso vai ter alteração nas membranas da célula, alterando os canais das células permitindo a entrada de íons “tudo ou nada”, causando a despolarização, assim o potencial de membrana vai para (+60 milivolts), responsável pelo impulso nervoso; Movimentos de íons através de canais iônicos, faz com que o impulso seja propagado, por canais dependentes de voltagem; Bomba de Sódio e potássio; Para que o estimulo não chegue ao SNC necessitamos bloquear a despolarização da célula, e é nisso que o anestésico vai atuar. Movimentação pelo campo elétrico da membrana; Despolarização no terminal receptor tem sua amplitude associada ao estimulo; Propagação por canais dependente de voltagem; Os anestésicos orais atuam bloqueando os canais de sódio; O bloqueio de 50% é suficiente para causar o déficit da condução nervosa; Esse bloqueio é dependente do uso e da frequência das aberturas desses canais, resultando em menos despolarização e potencial de membrana. ANESTÉSICOS LOCAIS Atuam na inibição do disparo do potencial de ação; 1928: cocaína foi abolida pelos efeitos cardiovasculares e respiratórios; A partir da molécula de cocaína teve-se a síntese de procaína e lidocaína; Lidocaína: segurança, potência, ação rápida e eficácia infiltrativa; Os esteres quando eles sobre ação das esterases ele dar origem ao ácido 4- aminobenzoico responsáveis pelos efeitos adversos, principalmente as alergias; Todos os anestésicos locais utilizados no brasil são amidas; O anel aromático dar lipofibilidade para conseguir adentrar a membrana para atuar internamente no bloqueio do potencial de membrana. VASOCONSTRITORES ASSOCIADOS A ANESTESICOS A adição dos vasoconstritores proporciona hemostasia local, aumento do tempo de absorção, tempo de depuração; Vasoconstrição regional; Atuam sobre receptores alfa-adrenérgicos, responsáveis pela contração da musculatura lisa dos vasos; Remoção lenta do anestésico, o que proporciona efeito prolongado, o que impacta na quantidade do sal anestésico que é utilizado quando associado ao vasoconstritor; A utilização desses deve ser avaliada em Cardiopata e pacientes com Distúrbio da tireoide. A maioria dos anestésicos vão sofrer metabolismo hepático (amidases hepáticas) e excreção renal. Os anestésicos podem estar na forma protonada e despotronada. As carregadas têm maior dificuldade de atravessar a membrana plasmática. A atuação do anestésico acontece através da sua difusão na membrana com o canal de sódio aberto, funcional e de preferência funcionando para que o anestésico acesse o sitio de atuação e feche o canal aos poucos e devagar. Esses sais anestésicos são equilibrados com HCl para que atravesse a membrana. Curta duração: procaína e cloroprocaína; Duração intermediária: lidocaína, prilocaína, mepivacaína e articaína; Longa duração: bupivacaína, tetracaína, etidocaína e ropivacaína; QUAIS OS SAIS ANESTÉSICOS ATUALMENTE DISPONÍVEIS NO BRASIL? Lidocaína; Mepivacaína; Articaína; Prilocaína; Bupivacaína. DURAÇÃO Resposta individual à substância; Precisão do depósito do anestésico; Condição dos tecidos no local da infiltração da substância (vascularização e pH); Variação anatômica; Tipo de injeção administrada. DOSES MÁXIMAS DE ANESTÉSICO LOCAL Miligrama de substância por unidade de peso corporal (mg/kg); Miligrama de substância por libras (mg/ lb Dose Máxima Recomendada (DMR): Cálculo de mg por tubete (1,8 mL) SOLUÇÕES DISPONÍVEIS NO BRASIL LIDOCAÍNA Mais usado no mundo, sendo o padrão de comparação; Articaína vem substituindo aos poucos em alguns países; Latência: 2 a 4 min; Duração: 5 a 10 min sem vasoconstritor, decorrente da vasodilatação que facilita a eliminação; Não há indicação sem vasoconstritor;Ação com vasoconstritor: 40 a 60 minutos pulpar. 3 a 5 horas tecido mole; Metabolizada no fígado e eliminada por rins; Meia-vida: 1,6 h; DMR: 7mg/kg -> 1:100000 - 11 tubetes (60Kg). Toxicidade: 4,5 microgramas/ml no SNC e 7,5 microgramas/ml no sistema cardiovascular; Estimulação do SNC, causa depressão, convulsão, coma e morte. MEPIVACAÍNA Possibilidade de utilização sem vaso na concentração 3%, devido a discreta vasodilatação; Potência um pouco maior do que a Lidocaína; Início de ação: 3 a 4 minutos; Ação com vasoconstritor: 40 a 60 minutos pulpar. 3 a 5 horas tecido mole; Sem vaso: 20 a 40 minutos pulpar. 2 a 3 horas tecido mole; Metabolização: fígado, eliminada pelos rins; Meia vida: 1,9h DMR: 6,6mg/kg -> 1:100000 11 tubetes (60Kg) / sem vaso 7,5 tubetes (60kg). PRILOCAÍNA Mesma potência da Lidocaína; Início de ação: 2 a 4 minutos; Não há indicação sem vasoconstritor no Brasil; Ação com vasoconstritor: minutos pulpar. 3 a 5 horas tecido mole; 4% SVC causa apenas 50% vadodilatação da lidocaína; Metabolização: fígado e pulmões e eliminação pelos rins; Meia vida: 1,6h; DMR: 8mg/kg 7 tubetes; Aumenta metemoglobina (Pacientes com anemias, alterações respiratórias e cardiovasculares, deve-se evitar o uso). A hemoglobina o núcleo sobre alteração Fe3+ não se ligando mais ao oxigênio e não transportando-o. ARTICAÍNA Potência: 1,5x do que a lidocaína; Maior difusão tecidual boas anestesias infiltrativas; Início de ação: 1 a 2 minutos; Baixa lipossolubilidade e alta taxa de ligação proteica, o que resulta em metabolismo também plasmático; Não há indicação sem vasoconstritor no Brasil; Ação com vasoconstritor: 60 a 75/ 45 a 60 minutos pulpar 3 a 6/ 2 a 5 horas tecido mole; Toxicidade semelhante à da lidocaína; Maior difusão com infiltração mesmo na mandíbula, dispensando bloqueio; Metabolização: fígado e plasma com rápida eliminação pelos rins (utilizada em disfunções hepáticas); Meia vida: 27 minutos DMR: 7 mg/kg 11 tubetes; Evitar bloqueios regionais pelo risco de parestesia. BUPIVACAÍNA Potência 4x lidocaína; Concentração de uso: 0,5%; Maior ação vasodilatadora; Início de ação: 6 a 10 minutos; Não há indicação sem vasoconstritor no Brasil; Ação com vasoconstritor: 90 a 180 minutos pulpar. 4 a 12 horas tecido mole; Com epinefrina à bloqueio do NAI leva 10 a 16 minutos na região de molares e pré-molares; Bloqueio NAI e lingual: anestesia 4 h e tecidos moles 12 h; Meia-vida: 2,7 h; Metabolizada no fígado e eliminada nos rins; Procedimentos longos, controle de dor pós operatória (questionado, pois o metabolismo é acelerado do ácido araquidônico, consequentemente o indivíduo vai ter o processo inflamatório mais acentuado, a PG leva a hiperalgesia); Não recomendada para pacientes < 12 anos à mordedura dos lábios; DMR: 2mg/kg 3 tubetes. APLICAÇÃO TÓPICA - BENZOCAÍNA Tipo Éster; Baixa solubilidade em água; Pouca absorção pelo sistema cardiovascular; Inadequada para injeção; Reações alérgicas. CONTRA INDICAÇÃO TOTAL EPINEFRINA Mepivacaína 3% sem vaso (< 30 minutos); Prilocaína com felipressina 0,03UI/ml; Hipertensos: 3,5 tubetes; 20% por 2min à anestesia superficial na região vestibular; Para NAI e lingual ação pouco eficaz. FARMACOLOGIA DOS VASOCONSTRITORES Todos os anestésicos locais injetáveis clinicamente eficazes são vasodilatadores. Após injeção de um anestésico local nos tecidos, os vasos sanguíneos (principalmente arteríolas e capilares) da área dilatam-se, resultando em um aumento da perfusão no local e levando às seguintes reações: 1. Aumento da taxa de absorção do anestésico local pelo sistema cardiovascular, que por sua vez o remove do local de infiltração (redistribuição). 2. Maiores níveis plasmáticos do anestésico local, com consequente aumento do risco de toxicidade (intoxicação por dose excessiva) do anestésico local. 3. Diminuição da profundidade e da duração da anestesia devido à difusão mais rápida da solução anestésica para fora do local de injeção. 4. Aumento do sangramento no local do tratamento devido ao aumento da perfusão. Os vasoconstritores são fármacos que contraem os vasos sanguíneos e, portanto, controlam a perfusão tecidual. Eles são adicionados às soluções anestésicas locais para equilibrar as ações vasodilatadoras intrínsecas dos anestésicos locais. Os vasoconstritores são adições importantes a uma solução anestésica local, pelas seguintes razões: 1. Por meio da constrição de vasos sanguíneos, os vasoconstritores diminuem o fluxo sanguíneo (a perfusão) para o local de administração do anestésico. 2. A absorção do anestésico local para o sistema cardiovascular torna-se mais lenta, resultando em níveis sanguíneos menores do anestésico. 3. Os níveis sanguíneos do anestésico local são reduzidos, diminuindo assim o risco de toxicidade do anestésico local. 4. Maiores quantidades de anestésico local penetram no nervo, onde permanecem por períodos mais longos, aumentando a duração de ação da maioria dos anestésicos locais. 5. Os vasoconstritores diminuem o sangramento no local da administração. VASOCONSTRITORES Rápida absorção do AL pela vasodilatação; Risco aumentado de toxicidade do AL no SNC; Benefícios na hemostasia; Aminas simpatomiméticas ou felipressina; Epinefrina (adrenalina), norepinefrina (noradrenalina), corbadrina (levonordefrina) e fenilefrina; Receptores alfa-adrenérgicos. RECEPTORES ADRENÉRGICOS Os receptores adrenérgicos são encontrados na maioria dos tecidos do corpo. A ativação dos receptores simpaticomiméticos produz vasoconstrição músculo liso dos vasos. Com base nas diferenças em sua função e localização, os receptores a têm sido divididos em subcategorias. Enquanto os receptores a1 são excitatórios pós-sinápticos, os receptores a2 são inibidores pós-sinápticos. A ativação dos receptores b produz o relaxamento do músculo liso (vasodilatação e broncodilatação) e a estimulação cardíaca (aumento da frequência cardíaca e da força de contração). Os receptores b são ainda divididos em b1 e b2. Os receptores b1 são encontrados no coração e no intestino delgado e são responsáveis pela estimulação cardíaca e pela lipólise; os receptores b2 são encontrados nos brônquios, leitos vasculares e no útero, produzindo broncodilatação e vasodilatação. CONCENTRAÇÃO DOS VASOCONSTRITORES A concentração dos vasoconstritores é comumente referida como uma relação (p. ex., 1 para 1.000 [escreve-se 1:1.000]). Como as doses máximas dos vasoconstritores são apresentadas em miligramas, ou atualmente mais comumente em microgramas (mg), as interpretações a seguir devem possibilitar ao leitor converter esses termos imediatamente: • Uma concentração de 1:1.000 significa que há 1 g (1.000 mg) de soluto (fármaco) contido em 1.000 ml de solução. • Portanto, uma concentração de 1:1.000 contém 1.000 mg em 1.000 ml, ou seja, 1 mg/ml de solução (1.000 mg/ml). Os vasoconstritores, quando usados em soluções anestésicas odontológicas, são muito menos concentrados do que a concentração de 1:1.000 descrita no parágrafo anterior. Para produzir essas concentrações clinicamente mais seguras, porém eficazes, a concentração de 1:1.000 deve ser diluída. A concentração de 1:200.000, que contém 5 mg/ml (ou 0,005 mg/ml), tornou-se amplamente utilizada tanto na medicina quanto na odontologia, e é atualmente encontrada na articaína, prilocaína, lidocaína, etidocaína e bupivacaína. Em vários países da Europa e da Ásia, soluções de lidocaína associada à adrenalina em concentrações de 1:300.000 e 1:400.000 são disponíveis em tubetes odontológicos. ADRENALINA (EPINEFRINA)* Mais utilizado no mundo; Agente de escolha da maioria das anestesias; Pacientes saudáveis:Crianças, gestantes e idosos; Se houver uma superdosagem vai ter alterações cardiológicas: frequência cardíaca e força de contração (coração saindo pela boca); Vai levar a dilatação das coronárias, não indicada para pacientes com angina no peito e infarto do miocárdio; Estimula receptores alfa1, beta1 e beta2; 1:50000, 1:100000 ou 1:200000; Essa dose é seguro em pacientes com angina e infarto controlado; Hemostasia. A adrenalina como sal ácido é altamente solúvel em água. Soluções ligeiramente ácidas são relativamente estáveis se protegidas do ar. A deterioração (por meio da oxidação) é acelerada pelo calor e pela presença de íons de metais pesados. O bissulfito de sódio é comumente adicionado às soluções de adrenalina para retardar sua deterioração. O tempo de validade de um tubete anestésico contendo vasoconstritor é menor (18 meses) que o de um tubete que não contenha vasoconstritor (36 meses). MODO DE AÇÃO A adrenalina atua diretamente nos receptores a- e b-adrenérgicos; os efeitos b predominam. AÇÕES SISTÊMICAS Miocárdio: A adrenalina estimula os receptores b1 do miocárdio. Há um efeito inotrópico (força de contração) positivo e um efeito cronotrópico (frequência de contração) positivo. O débito e a frequência cardíaca aumentam. Pressão Arterial: A pressão arterial sistólica é aumentada. A pressão diastólica é reduzida quando são administradas pequenas doses devido à maior sensibilidade à adrenalina dos receptores b2 que dos receptores a à adrenalina nos vasos que nutrem os músculos esqueléticos. A pressão diastólica aumenta com doses maiores de adrenalina devido à constrição dos vasos sanguíneos que nutrem os músculos esqueléticos causada pela estimulação dos receptores a. Dinâmica Cardiovascular: A ação geral da adrenalina no coração e no sistema cardiovascular é a estimulação direta: • Aumento das pressões sistólica e diastólica; • Aumento do débito cardíaco; • Aumento do volume sistólico; • Aumento da frequência cardíaca; • Aumento da força de contração; • Aumento do consumo miocárdico de oxigênio. Sistema Nervoso Central: Nas doses terapêuticas habituais, a adrenalina não é um estimulante potente do sistema nervoso central (SNC). Suas ações estimulantes do SNC tornam-se proeminentes quando é administrada uma dose excessiva. Efeitos Colaterais e Superdosagem: As manifestações clínicas da intoxicação por doses excessivas (superdosagem) de adrenalina estão relacionadas com a estimulação do SNC e incluem aumento do temor e ansiedade, tensão, agitação, cefaleia pulsátil, tremor, fraqueza, tontura, palidez, dificuldade respiratória e palpitação. APLICAÇÕES CLÍNICAS Tratamento das reações alérgicas agudas; Tratamento de episódios asmáticos agudos (broncoespasmo); Tratamento da parada cardíaca; Como um vasoconstritor, para hemostasia; Como um vasoconstritor em anestésicos locais, para diminuir a absorção para o sistema cardiovascular; Como um vasoconstritor em anestésicos locais, para aumentar a profundidade da anestesia; Como um vasoconstritor em anestésicos locais, para aumentar a duração da anestesia; Para produzir midríase. Disponibilidade em Odontologia: A adrenalina é o vasoconstritor mais potente e mais amplamente utilizado na odontologia. Em pacientes com comprometimento cardiovascular, parecer prudente limitar ou evitar, se possível, a exposição a vasoconstritores. CONTRAINDICAÇÃO ADRENALINA Hipertensos (PA sistólica > 160 mmHg ou diastólica > 100 mmHg); História de infarto sem liberação pelo cardiologista; Período < 6 meses após AVC; Cirurgia recente de ponte ou stents; Angina no peito instável; Algumas arritmias cardíacas; Insuficiência cardíaca descompensada; Hipertireoidismo descompensado; Feocromocitoma; Alergia a sulfitos; Anfetaminas; Diabéticos tipo 1; Drogas ilícitas. NORADRENALINA (NORAEPINEFRINA) Atua nos receptores alfa (90%) e beta; 25% da potência vasoconstritora da epinefrina; Efeitos colaterais: cefaléia intensa, hipertensão arterial, necrose e descamação tecidual; Desuso na odontologia. A noradrenalina (como o bitartarato) em tubetes anestésicos odontológicos é relativamente estável em soluções ácidas, deteriorando-se com a exposição à luz e ao ar. O tempo de validade de um tubete contendo bitartarato de noradrenalina é de 18 meses. O acetona-bissulfito de sódio é adicionado ao tubete para retardar a deterioração. MECANISMO DE AÇÃO As ações da noradrenalina são quase que exclusivamente sobre os receptores a (90%). Ela também estimula as ações b no coração (10%). A noradrenalina apresenta um quarto da potência da adrenalina. AÇÕES SISTÊMICAS Artérias Coronárias: A noradrenalina produz aumento no fluxo sanguíneo nas artérias coronárias por meio de um efeito vasodilatador. Frequência Cardíaca: A noradrenalina produz uma redução na frequência cardíaca causada por ação reflexa dos baroreceptores carotídeo e aórtico e do nervo vago após um aumento acentuado das pressões sistólica e diastólica. Pressão Arterial. Há aumento das pressões sistólica e diastólica, principalmente da sistólica. Esse efeito é produzido por meio de ações a-estimulantes da noradrenalina, que levam a uma vasoconstrição periférica e ao concomitante aumento da resistência vascular periférica. Dinâmica Cardiovascular. A ação geral da noradrenalina no coração e no sistema cardiovascular é a seguinte: • Aumento da pressão sistólica • Aumento da pressão diastólica • Diminuição da frequência cardíaca • Débito cardíaco inalterado ou ligeiramente diminuído • Aumento do volume sistólico • Aumento da resistência periférica total. CLORIDRATO DE FENILEFRINA* Alfa-estimulador por excelência: 95%; Efeitos adversos mais duradouros; Não apresenta vantagem sobre a epinefrina; Vasoconstrição elevada; Aumento de pressão arterial e cefaléia occipital; Baixa capacidade vasoconstritora; Não há vantagens sobre a adrenalina. A fenilefrina é bastante solúvel em água. É o vasoconstritor mais estável e mais fraco empregado na odontologia. AÇÕES SISTÊMICAS Miocárdio: Apresenta pouco efeito cronotrópico ou inotrópico sobre o coração. Artérias Coronárias: Aumento do fluxo sanguíneo causado por dilatação. Pressão Arterial: A ação a produz aumento nas pressões sistólica e diastólica. Frequência Cardíaca: A bradicardia é produzida por ações reflexas dos barorreceptores carotídeo-aórticos e do nervo vago. Raramente são observadas disritmias cardíacas, mesmo após grandes doses de fenilefrina. Dinâmica Cardiovascular: Em geral, as ações cardiovasculares da fenilefrina são as seguintes: • Aumento das pressões sistólica e diastólica. • Bradicardia reflexa. • Ligeira redução do débito cardíaco (resultante do aumento da pressão arterial e da bradicardia). • Vasoconstrição potente (contração da maioria dos leitos vasculares, aumento significativo da resistência periférica), mas sem congestão venosa acentuada. • Raramente associada à produção de disritmias cardíacas. Efeitos Colaterais e Superdosagem: Os efeitos da fenilefrina sobre o SNC são mínimos. Foram observadas cefaleia e disritmias ventriculares após superdosagem. A taquifilaxia é observada com o uso prolongado. Aplicações Clínicas: A fenilefrina é utilizada como vasoconstritor em anestésicos locais, para o tratamento da hipotensão, como descongestionante nasal e em soluções oftálmicas para produzir midríase. Disponibilidade em Odontologia: A fenilefrina era utilizada com a procaína a 4% em uma concentração a 1:2.500 (não é mais disponível em tubetes anestésicos odontológicos). FELIPRESSINA* Não é utilizada nos EUA; Semelhante a vasopressina (hormônio antidiurético); Vasoconstrição é decorrente dos receptores V1 da vasopressinapresentes no músculo cardíaco; Ação maior na microcirculação venosa; Pouco hemostástico; Opção em pacientes com contraindicação para adrenalina. Mecanismo de Ação: A felipressina age como estimulante direto da musculatura lisa vascular. Suas ações parecem ser mais acentuadas na microcirculação venosa do que na arteriolar. AÇÕES SISTÊMICAS Miocárdio: Não há efeito diretos. Artérias Coronárias: Quando administrada em altas doses (maiores do que as terapêuticas), pode reduzir o fluxo sanguíneo através das artérias coronárias. Vasculatura: Em altas doses (maiores do que as terapêuticas), a constrição dos vasos sanguíneos cutâneos induzida pela felipressina pode produzir palidez facial. Sistema Nervoso Central: A felipressina não apresenta efeito na transmissão nervosa adrenérgica, portanto, pode ser administrada com segurança a pacientes com hipertireoidismo e àqueles que recebem inibidores da MAO ou antidepressivos tricíclicos. Útero: Apresenta ações antidiuréticas e ocitócicas, as últimas contraindicando seu uso a pacientes grávidas. Efeitos Colaterais e Superdosagem: Estudos clínicos e laboratoriais com felipressina em animais e humanos demonstraram uma ampla margem de segurança. O fármaco é bem tolerado pelos tecidos nos quais é depositado, com desenvolvimento de pequena irritação. A incidência de reações sistêmicas à felipressina é mínima. OUTROS COMPONENTES DAS SOLUÇÕES ANESTÉSICAS Veículo: água bidestilada; Bissulfito de sódio: antioxidante para impedir a degradação do vasoconstritor pela ação do oxigênio; Metilparabeno (frasco-ampola): antimicrobiano presente geralmente em frascos de vidro, teve seu uso banido nos EUA e Canadá em 1980, pois é associado as piores crises alérgicas pelos anestésicos (1%); Pacientes asmáticos são mais propícios ao desenvolvimento de alergias em decorrência de serem altos respondedores TH2, assim produzindo IgE em excesso que ativam mastócitos assim desenvolvem alergia; Se o diafragma do tubete foi perfurado, este deve ser descartado, assim realizar assepsia do tubete com álcool 70. EFEITOS ADVERSOS Extremamente seguros; Alguns efeitos são sérios e letais: sobredosagem absoluta ou relativa (grandes volumes ou mal emprego da técnica); Em alguns casos o aumento brusco da pressão arterial, podem desenvolver hemorragia intracraniana e levar o paciente a morte; Reações alérgicas raras com as amidas e diminuição do grupo éster; Todos atravessam a BHE; Níveis plasmáticos elevados dos anestésicos podem ser provocados por injeções repetidas ou podem resultar de uma simples injeção intravascular acidental; Uma única injeção intravascular acidental pode ser responsável pelos problemas citados; Superdosagem absoluta: erro do cálculo; Superdosagem relativa: erro de localização; Injeção com aspiração negativa e de FORMA LENTA à 1,8 mL em 90 s; Utiliza-se anestésico sem preocupação em pacientes ASA1; ASA2 e ASA3 tem que ter cuidado; VER TABELA DE DOSES MAXIMAS SEDAÇÃO COM ÓXIDO NITROSO E OXIGÊNIO Não substitui a anestesia local, pois não proporciona hemostasia, devido a não presença de vasoconstritor; Atua elevando o limiar de percepção da dor; Paciente tranquilo e cooperativo durante o atendimento; Monitoração clínica com oximetria antes, durante e depois; É benéfica para pacientes portadores de doença cardiovascular ou distúrbio convulsivo, devido a constante suplementação de oxigênio da mistura; Máscara facial dificulta alguns procedimentos na maxila, principalmente na parte anterior. CONTRAINDICAÇÕES Respiração bucal e obstrução nasal; DPOC e bronquite severa; Infecções respiratórias agudas; Quimioterapia com bleomicina pelo risco de fibrose pulmonar; DESVANTAGENS Custo. VANTAGENS Tempo curto (~5 minutos) para sedação e recuperação; Os gases podem ser aplicados pela individualização de N2O/O2 para cada paciente; A duração e a intensidade são controladas pelo profissional em qualquer momento do atendimento; Administração constante de uma quantidade mínima de 30% de O2 durante o atendimento. K
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