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Documento Desafio 06

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Nossos alunos chegam à escola falantes de determinadas variedades da língua portuguesa, com seus próprios repertórios de práticas de letramento. Em muitos casos, essas variedades e repertórios não são os valorizados pela escola, ou melhor, pela sociedade de maneira geral, e esses alunos acabam tendo sua linguagem diminuída e estigmatizada.
A variedade linguística, valorizada pela escola e de maior prestígio na sociedade em que vivemos, é o dialeto padrão. Isso se dá pelo fato de essa ser a variedade falada por uma minoria da população que tem maior poder socio-político-econômico. Conhecer essa variedade é importante para que se possa participar de diversas esferas de letramento dentro de uma sociedade. É importante que a escola ensine a variedade padrão aos alunos, porém, sem diminuir as variedades trazidas por eles.
Como professor de língua portuguesa em uma escola da zona rural, como você poderia inserir a norma padrão nas suas aulas sem que os alunos sintam que sua maneira de falar está sendo desvalorizada ou depreciada?
PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO
Na sua sala de aula, uma alternativa interessante é trabalhar com a passagem da língua oral para a língua escrita e explicitar aos alunos suas diferenças. Ou seja, falar não é igual a escrever e vice-versa. Você poderia propor um projeto de audições, dos membros antigos da comunidade rural, para elaborar um livro de histórias da comunidade. Um passo importante é a elaboração das perguntas para a entrevista e a construção conjunta sobre o que os alunos querem perguntar. Outro passo importante é retextuallizar, quando os alunos forem passar as entrevistas para a língua escrita. Nesse momento, é que você precisa salientar as diferenças e fazê-los perceber que a escrita segue uma norma culta, que tem regras diferentes das regras da fala. É importante também que você saliente que todas as variedades linguísticas são sistemas que têm um funcionamento complexo. Ou seja, o modo com que os entrevistados irão falar não é "mais fácil" ou "errado", por ser diferente do que prega historicamente a gramática.

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