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1 Beatriz Machado de Almeida Hematologia – Mieloma múltiplo Mieloma múltiplo Introdução Nem toda paciente com lombalgia precisa de exame de imagem. O que vai sinalizar a necessidade são os sinais de alarme, também chamados de sinais vermelhos! Anamnese: Idade, história de anemia, febre; Exame físico: testes neurológicos... O mieloma múltiplo (MM) é uma doença hematológica que vem com lombalgia e sinais de alarme. Desordens proliferativas celulares plasmáticas O MM está classificado como doenças linfoplasmocitárias (doença do plasmócito). O plasmócito é a última diferenciação do linfócito B, responsável por produzir imunoglobulinas (IgD, IgG, IgA, IgE), dependendo da cadeia, mas ele fica imortalizado. Sempre vai produzir aquela imunoglobulina e normalmente já sai do linfonodo com essa capacidade, porém a sua casa (onde há produção de imunoglobulinas) é na medula óssea. Imunoglobulinas Lembrar: o nosso corpo produz 5 imunoglobulinas. ❖ IgG: principal de todas, mas cada uma tem uma característica importante. Ela é de cadeia única, assim como a IgE. ❖ IgM: é um pentâmero, ❖ IgA: São duas cadeias de imunoglobulinas. ❖ IgD: normalmente é de superfície; então, não tem liberação para o plasma. ❖ IgE: Cadeia única. COMPOSIÇÃO DAS IMUNOGLOBULINAS • Cadeia pesada: o que dá o nome a imunoglobulina. No caso da IgG, por exemplo, é a cadeia gama. • Cadeias leves: duas cadeias (Kappa e Lambda). Síndrome de hiperviscosidade Relembrando a aula passada: leucostase ou acúmulo de proteínas no plasma. Então, as doenças plasmocitárias podem levar a uma síndrome de hiperviscosidade. Quanto maior a cadeia da globulina, maior o risco de hiperviscosidade. Dessa forma, a mais comum que acontece é a IgM. Eletroforese de proteínas ❖ É o exame que consegue detectar anormalidades das imunoglobulinas. 2 Beatriz Machado de Almeida Hematologia – Mieloma múltiplo 1º pico: Albumina - principal proteína do nosso plasma. Depois temos 3 cadeias: α-1, α-2 e a β. A menorzinha e barriguda é a cadeias gama, onde estão as gama- globulinas., O gráfico apresenta o padrão normal. O que me interessa no MM (doença linfoplasmocitária) é a alteração da cadeia gama. Em baixo (setas laranjas) é de onde saiu o gráfico, a lâmina da eletroforese. Os gráficos se parecem com a eletroforese de hemoglobina. NORMAL: O pico maior e principal é o da albumina (1º pico). Quando temos todas as cadeias bem distribuídas, sequências policlonais, vamos ter um aumento de todas as principais cadeias da imunoglobulina (retângulo vermelho - IgG, IgA e IgM) as cadeias leves (retângulo azul - Kappa (κ) e a Lambda (λ). Outras 2 eletroforeses: 1. Padrão policlonal: visto em alguns processos inflamatórios crônicos (Ex. infecção, neoplasias). Acontece algo semelhante ao normal: aumento da IgG, IgA e dos componentes Kappa (κ) e a Lambda (λ). Curva tem um componente meio achatado (retângulo verde). 2. Padrão monoclonal: Padrão doente - pensar em MM. Quando o plasmócito é afetado por neoplasia, liberará APENAS 1 tipo de imunoglobulina; Então, vamos perder o traçado (seta verde). Quando o componente é monoclonal, só haverá liberação de IgG, e só uma cadeia leve (aqui no caso é Lambda (λ) - seta vermelha), então fica com o desnível. E a curva então ficará parecida com a da albumina (retângulo laranja); Esse é o pico monoclonal na eletroforese. Mieloma múltiplo É uma doença hematológica que causa lombalgia + sinais de alarme, merecendo, portanto, uma investigação. O MM é uma neoplasia do plasmócito. Patogênese do mieloma múltiplo O plasmócito é o linfócito B diferenciado que produz uma imunoglobulina eternamente. Ele vive na medula óssea e quando ocorre alguma alteração genética desse plasmócito, que vai ocasionar a doença do mieloma múltiplo (MM), ele interage com aquele meio da medula óssea; a outra célula que vai interagir é o osteoclasto, responsável pela absorção óssea. Com isso, dá pra entender mais ou menos quais são os sintomas relacionados com o MM, que vamos ter o mneumônico chamado de CARO: 1. C- Cálcio. Como o plasmócito interage com o osteoclasto, você vai ter uma maior reabsorção óssea e, com isso, você libera maior quantidade de cálcio. Então temos a hipercalcemia que é uma síndrome neoplásica, que você tem alguns mecanismos como a produção do PTH-like, pelas lesões osteolíticas (ocasionadas pelo MM) ou vitamina D. 2. A- Anemia. É um sinal de alarme. Como essa neoplasia fica na medula, ocupa espaço, causa um processo inflamatório como qualquer neoplasia e leva a esse quadro. É uma anemia normo, normo, que é de doença crônica. 3. R- Rim: A lesão renal acontece por liberação da imunoglobulina anormal pelo MM; você vai liberar principalmente cadeias leves, que irão causar uma tubulopatia (envolvimento tubular do rim) e isso vai levar a um quadro de insuficiência renal aguda (IRA). 4. O- Osso: como o MM vai interagir com o osteoclasto, vai aumentar a reabsorção óssea. Então o osso ficará mais fragilizado e o que pode acontecer são as FRATURAS patológicas! Lesão óssea → fratura → lombalgia MM normalmente é uma doença de idosos, mas pode acontecer em qualquer idade. Aqui no Brasil a maior prevalência é em idosos. Vai surgir uma dor lombar no órgão, e já tem um sinal de alarme, que é o fato da idade (idoso), mas aí tem que vir com outro sinal de alarme para a gente investigar o que está acontecendo. Todo paciente que tiver: dor lombar recente + idade muito avançada + anemia ➔ vale a pena investigar MM. O exame de triagem é a eletroforese de proteínas, na qual vamos identificar o pico monoclonal. 3 Beatriz Machado de Almeida Hematologia – Mieloma múltiplo Quanto a anemia, vai ser uma anemia de doença crônica devido ao processo inflamatório causado pelo MM: liberação de citocinas inflamatórias, de hepcidina pelo fígado (vai interromper a ferroportina e não vai ter o ferro liberado para produzir a hemoglobina). Outra coisa que pode contribuir, dependendo de estádio de envolvimento de órgãos, no MM, é o envolvimento renal. Lembra que 90% da EPO (ERITROPOETINA), que é o hormônio que estimula a medula óssea a produzir as hemácias, é produzido no rim. No MM, começa com uma IRA, que pode reverter o quadro, mas que pode vir a se tornar uma Insuficiência renal crônica, com necessidade de diálise; então, ele perde a EPO, e isso é mais um contribuinte para a anemia no MM. Para chegar no MM, em alguns pacientes, vemos uma história natural. É importante fazer a identificação de alteração inicial e o acompanhamento do paciente para análise da evolução. Em alguns outros pacientes, a gente só vai identificar quando ele já tiver MM. Fases do mieloma múltiplo (MM) 1º fase do MM → MGUS (gamopatia monoclonal de significado indeterminado: já surgiu alguma alteração naquele plasmócito e ele começa a liberar a imunoglobulina monoclonal; isso é identificado através da eletroforese alterada (pico monoclonal). O paciente ainda não tem nenhum sintoma (CARO). Então, esse paciente começa a ser acompanhado: investigação de anemia, lesão óssea, doença renal, hipercalcemia. Olhamos até a medula óssea para ver se encontra esse plasmócito. Com o passar do tempo, esse plasmócito vai adiquirindo novas mutações e pode chegar em uma fase que vamos chamar de MIEM (Mieloma SMUD - mieloma assintomático). Começa a aumentar a população de plasmócitos, tem o pico monoclonal, mas ainda está assintomático (sem o CARO). Quando ele apresenta o CARO já é considerado MM; É um paciente sintomático e necessita de tratamento. * Lembrar: MM geralmente é encontrado na Medula óssea (MO)*: Casos mais extremos: ele pode circular na periferia, simulando assim uma leucemia, que é um estágio bem crítico, com um prognóstico bem reservado, que é a leucemia decélulas plasmocitárias. É aquela célula do mieloma múltiplo que sai da MO e começa a circular na periferia. Mecanismos de progressão da doença nas gamopatias monoclonais Ilustração: célula normal: alguma coisa desencadeou e levou a uma mutação, e aí acontece aqueles primeiros plasmócitos, mas sem significado clínico. É possível suspeitar pela eletroforese, que tem essa gamopatia monoclonal de significado indeterminado. Com isso, vai ganhando novas mutações ao longo da vida e vai virar o mieloma. Aí no caso será o mieloma assintomático (mieloma SMUD) OU então o sintomático que merece o tratamento. O mieloma múltiplo é uma doença que não cura. A gente tenta deixar o máximo de tempo em remissão, fazendo o tratamento específico (novos tipos de quimioterapia, transplante de MO autólogo). Mas a depender do paciente e das mutações associadas, entre 2 a 5 anos, 4 Beatriz Machado de Almeida Hematologia – Mieloma múltiplo aquela doença vai voltar e precisa ser tratado novamente para nova remissão. Alguns pacientes conseguem ficar o máximo de tempo possível em remissão, mas tem pacientes que não conseguem. Toda vez que ele é retratado, fazemos uma seleção natural de mutantes; então, essa remissão dura menos tempo, até que em certo ponto, ele vai vir a falecer por conta dessa doença. Principais imunoglobulinas associadas ao MM A principal é a IgG seguida pela IgM. Obs. Ficar atento quanto ao mieloma por IgM, justamente por conta de maior complicação (hiperviscosidade). O IgM é um pentâmero - 5 imunoglobulinas associadas; quando temos uma proteína maior e uma produção anormal, você vai aumentar a viscosidade do sangue. Paciente pode desenvolver isso na apresentação clínica inicial ou numa progressão de doença. Ficar atento a análise clínica de desorientação, turvação visual. O tratamento, como é no plasma do paciente, tem que tirar o plasma, fazer uma plasmaférese e iniciar o tratamento para o MM. A mais frequente é IgG kappa. Normalmente, quando temos IgG lambda, a gente tem uma doença associada ao mieloma múltiplo, que faz depósito de uma proteína anormal que envolve rim, podendo dar macroglossia e neuropatia. A complicação é a amiloidose. PRINCIPAIS SINTOMAS ASSOCIADOS Principais sintomas associados A principal alteração relacionada ao MM é o envolvimento de esqueleto. TODA vez que você ver um paciente idoso, com uma dor lombar recente, com quadro de anemia, e se tiver uma disfunção renal, tem que brilhar na cabeça de vocês o MM. Quando se apresentar essa tríade (dor lombar, anemia e disfunção renal) numa emergência, é MM até que se prove o contrário. É um diagnóstico diferencial, que pode ser encontrado. Diagnóstico do mieloma múltiplo Parece uma infecção e a gente tem que encontrar o bicho na medula óssea. Exames necessários MIELOG RAM A ❖ Plasmócito anômalo: características especiais: Se apenas ele for encontrado, eu não vou caracterizar como doença. É preciso dizer que ele tem um componente monoclonal. BIÓPSIA DE MEDULA ÓSSEA Confirmatório. • A biópsia é um tecido sólido, que eu vou fazer a imuno-histoquímica. Obs: Imuno-histoquímica: Coloração especial em que a gente vê o formato das células. Para análise das células estranhas, é necessário fazer uma coloração especial que, normalmente, são imunoglobulinas que se ligam 5 Beatriz Machado de Almeida Hematologia – Mieloma múltiplo aquele local e vão adquirir uma cor especial. A gente procura sempre alguns CDs (Clos diferenciacion) – proteínas de diferenciação de grupo, que é CD2, CD5, CD20. No mieloma múltiplo, a gente tem dois mais comuns, que é o CD138 e o CD38. Utiliza a coloração para identificar o Kappa e o lambda. Se eu vejo um monte de célula anômala que marca 138 e só marca Kappa, já consegui identificar o componente monoclonal ali dentro da medula óssea. Então, eu vou dizer que ali é um mieloma múltiplo. Pra dar o diagnóstico, o componente tem que ser maior do que 10%, ou seja, >10% de plasmócitos monoclonais. Plasmócitos monoclonais >10% na medula óssea associado a outros exames, onde o principal de todos é a presença da eletroforese de proteínas que eu vou fazer aquele pico monoclonal. Lembrar que o mieloma múltiplo pode ser: de cadeia pesada (IgG, IgA, IgM, IgD e IgE - GAMDE) e de cadeia leve (Kappa e lambda). A cadeia leve não é vista adequadamente na eletroforese, mas pode ser notada porque tem uma região de transição entre a região beta2 e gamaglobulina. Junto com a eletroforese, eu preciso realizar um exame chamado imunofixação das proteínas, que é responsável por identificar o componente monoclonal e dar o nome. Se eu vi um pico monoclonal na eletroforese, a imunofixação que vai dizer quem é o responsável (Ex. IgG lambda, IgG Kappa, transição beta-2 – gamaglobulina). Isso é feito tanto no sangue quanto na urina. Lembrar: a principal alteração renal é a tubulopatia de cadeias leves da imunoglobulina. Então, fazendo uma eletroforese e uma imunofixação da urina, eu posso identificar a kappa e a lambda. Tais proteínas antigamente tinham o nome de proteínas de Bence Jones. Isso, nada mais é do que a identificação da cadeia leve na urina. Consegui identificar componente monoclonal na medula óssea/sangue? Vou procurar as alterações relacionadas ao mieloma múltiplo (ex. kappa). Ver se o paciente tem alteração do cálcio, anemia, disfunção renal. Procurar com exames de imagem a presença de lesões ósseas. Tríade do mieloma múltiplo: Dor lombar, anemia e disfunção renal. Viu isso na emergência? É mieloma múltiplo até que se prove o contrário. Antigamente: a investigação óssea era feita por meio do raioX. Identificação dessa parte mais escura nos ossos longos (crânio, toráx, úmero, fêmur, bacia, eixo da coluna). Lesões em sal e pimenta (sal – parte branca / pimenta – parte preta). Caracteríticas de lesões neoplásicas no osso, que são as lesões líticas. Lembrar: Neoplasia quando pega osso são dois tipos de lesão: líticas (padrão sal e pimenta) ou blásticas (semelhante a uma massa). Outras patologias podem dar lesão lítica (Ex. pulmão, mama; prostáta dá os dois tipos de lesão). Imagem: coisa bem característica das granulopatias (Principal – Mieloma múltiplo). Hemácias em rouleaux, que parecem um monte de moeda junta. A imunoglobulina tem uma carga negativa e, quando tem uma quantidade maior, vai juntar essas hemácias que tem um predomínio de carga positiva. Então, a junção das proteínas com carga negativa e das hemácias começa a fazer um aglomerado semelhante a um pacote de moedas. 6 Beatriz Machado de Almeida Hematologia – Mieloma múltiplo Isso é bem característico quando a gente tem uma quantidade muito elevada de proteínas no plasma. A principal doença que faz isso é o mieloma múltiplo. Importante: O mieloma múltiplo é a doença do plasmócito ... O plasmócito monoclonal pega a capacidade de fazer proteínas de vários tipos. Situação normal: A medula óssea tem vários tipos de plasmócitos produzindo vários tipos de imunoglobulinas (imunoglobulinas policlonais). Por algum motivo, um daqueles plasmócitos vai adquirir uma mutação, se proliferar a mais e produzir apenas 1 tipo de imunoglobulina (Ex. IgG kappa). No caso, você para de produzir as outras imunoglobulinas e só tem a IgG kappa, levando a uma apresentação na eletroforese (perda do componente achatado e pico monoclonal simulando a albumina). Revisão do que já foi dito anteriormente: As imunoglobulinas que temos em nosso corpo são IgG, IgA, IgD, IgE e IgM. A maior de todas é a IgM. A igG tem o formato em Y, onde o que está em vermelho é a cadeia pesada e o que está em verde é a cadeia leve. Lembrar que na distribuição normal tem IgG com cadeia leve kappa e IgG com cadeia lambda. No mieloma múltiplo, você perde acapacidade de produzir aquelas imunoglobulinas que tem atuaçaõ em várias frentes, tendo apenas 1 tipo de imunoglobulina e perdendo a capacidade de proteger contra os processos infecciosos. POSSÍVEIS SITUAÇÕES IDENTIFICADAS NA ELETROFORESE Imagem 2: Situação policlonal no processo infeccioso inflamatório. Produção de diversos tipos de imunoglobulinas. Imagem 3: IgG lambda monoclonal. Pico semelhante ao da albumina. Achados relacionados a dor lombar Imagem 1: achatamento das vértebras, características da boca de sapo. Componente um mais escuro, representado pela lesão lítica e visto muito melhor na ressonância. Imagem 2: Lesão lítica que pode fraturar e fazer uma compressão da medula espinhal, fazendo um quadro neurológico (sinal de alarme). Lesões líticas podem ser encontradas sem grandes repercussões. Ex. MGUD, SMUD. Pet scan • Serve para identificar lesões líticas e fazer o estadiamento clínico do linfoma. Nesse exame, você dá a glicose (marcada com agente reativo). Quando o mieloma capta a glicose, a gente consegue ver. Os pontos pretos são as lesões líticas causadas pelo mieloma múltiplo. Tabela: Por menores - Gamopatia monoclonal; mieloma SMUD; Mieloma sigmático. Tem outras 3 categorias que não precisa aprender agora. • Mieloma não secretor (bem raro; tem todos os sintomas, mas não é identificado por exame 7 Beatriz Machado de Almeida Hematologia – Mieloma múltiplo sanguíneo; eletroforese normal; imunfixação não identifica nem cadeia leve nem pesada; tem que ir direto na medula óssea, ter um bom nível de suspeição para identificar o plasmócito direto na medula óssea; • Plasmocitoma solitário: Tem situações em que a gente só tem uma única lesão lítica, que faz a biópsia e vê que é compatível com o mieloma. Neste caso, a gente não encontra o pico monoclonal na eletroforese, o paciente não tem anemia, não tem disfunção renal, nem cálcio elevado, nem outro tipo de lesão óssea; Na medula óssea, não tem a quantidade de plasmócitos para o diagnóstico do mieloma. Normalmente é resolvido com cirurgia ou radioterapia, sendo necessário o acompanhamento, pois em algum momento ele pode aparecer com o quadro de mieloma múltiplo. • Síndrome POEMS: Polineuropatia, organomegalia, doença endocrinológica, componente monoclonal e lesão de pele. Para ter essa síndrome é preciso ter o componente de polineuropatia, que normalmente é periférica (padrão de bota e luva). O diagnóstico diferencial, que pode levar a uma polineruopatia é o álcool, deficiência de B12 e ácido fólico, mieloma múltiplo. Estadiamento clínico Indica o prognóstico. • Estadiamento clínico inicial → Melhor prognóstico. • Estadiamento clínico final → Pior prognóstico. Antigamente, eram utilizados 2 exames para dar o prognóstico do paciente: Beta 2 microglobulina e albumina. • Beta 2 baixa (?) a albumina normais pra alta (?) → Estágio 1. Sobrevida média → 62 meses (5 anos) • Queda da albumina e Beta 2 baixa/perto dos limites → Estágio 2 → Sobrevida de 44 meses. • Queda da albumina e aumento da Beta 2 → Estágio 3 → Prognóstico bem reservado → Sobrevida de 29 meses. Tratamento Identificar o CRAB (envolvimento do cálcio, anemia, lesão da medula óssea) → analisar os sintomas → Dividir o paciente em ¨aguenta transplante e não aguenta transplante¨. O transplante vai submeter ele a ¨quimio¨, drogas que conseguem ter atuação no mieloma múltiplo sem fazer toxicidade medular. É um esquema bem tranquilo, sem queda de cabelo ou vômitos. Quanto entra em resposta, é submetido a um transplante de medula óssea autólogo. Depois utiliza- se uma droga de manutenção (geralmente por via oral). Quem não tem condição de fazer o transplante de medula óssea, vai fazer uso de drogas quimioterápicas que sã bem efetivas contra o mieloma múltiplo, mas tem capacidade de fazer toxidade medular. Para fazer transplante de medula óssea autólogo, eu tenho que guardar um pouco da medula. Se ela tiver o estímulo da quimioterapia, ela não serve para transplante. A primeira etapa junto com o transplante e manutenção, garante que ele tenha uma sobrevida maior e livre de progressão. Quando o paciente não vai para o transplante, eu faço uma quimioterapia Melphalan. Depois de alguns ciclos, o paciente entra em manutenção e depois em remissão. O paciente tem uma sobrevida que não equivale ao que faz transplante. Complicações • Doença óssea; • Anemia; • Infecção: por perda de várias imunoglobulinas. • Hipercalcemia; • Falência renal; • Síndrome da Hiperviscosidade: mais comum quando o mieloma múltiplo é o IgM – proteína maior.
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