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Resumo do capítulo três do livro: Das psiquiatrias reformadas às rupturas com a psiquiatria

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Linha do tempo: Capítulo 3 - “Das psiquiatrias reformadas às rupturas com a psiquiatria”
Nesta reflexão damos continuação ao livro do autor Paulo Amarante, com o capítulo três,
“Das psiquiatrias reformadas às rupturas com a psiquiatria”, onde começamos a ler sobre as
críticas da prática alienista e do modelo de ciência positiva que deu a legitimidade da prática
do isolamento terapêutico, no qual este modelo serviria como um tratamento para a
recuperação da sanidade dos loucos, com objetivo de buscar uma reeducação mental como
tentativa de diminuir as alucinações e delírios que os retiravam da sociedade. Amarante segue
falando sobre os primeiros asilos ficaram rapidamente superlotados de internos, e houve um
aumento na dificuldade em estabelecer os limites entre a loucura e a sanidade.
No capítulo, Paulo Amarante cita o livro “O alienista” do autor Machado de Assis, para
comentar sobre as “colônias de alienados” como um método de tratamento do antigo regime,
no qual acabaram por tornar-se equivalentes aos antigos hospitais psiquiátricos, superlotados
e desumanos, que atendem somente aos interesses daqueles que tinham maior poder
aquisitivo e queriam se livrar dos sujeitos a beira da sociedade.
Houve a primeira tentativa de recuperar o potencial terapêutico, que era através das colônias
de alienados, que surgiu-se da ideia de um Alienista Francês, relatando a história que
começou no século VI, na Irlanda, de uma princesa da aldeia Belga, chamada Geel, mas em
pouco tempo, esse projeto mostra-se ineficaz e iguais aos tratamentos tradicionais.
No início do século XX, os alienistas brasileiros, se dedicaram ao trabalho nas colônias de
alienados, pois acreditava que, “era o meio terapêutico mais precioso”, ou seja, eles
acreditavam que o trabalho seria a forma de libertá-los, mas como foi citado logo acima, foi
ineficaz e iguais aos asilos tradicionais.
Após a segunda Guerra, a sociedade começa a observar os hospícios e fazem uma
comparação com das condições de vida desses indivíduos com os campos de concentração,
fazendo com que exclua a dignidade humana daquele indivíduo. Contudo, deram origem às
primeiras experiências de reforma psiquiátrica, mas Amarante cita apenas alguns grupos no
capítulo, as quais, ainda influenciam na atualidade, sendo eles, o primeiro grupo, a
Comunidade Terapêutica e pela Psicoterapia Institucional; o segundo grupo, Psiquiatria de
Setor e a Psiquiatria Preventiva; e no terceiro grupo, a Antipsiquiatria e a Psiquiatria
Democrática. Amarante cita os seguintes problemas e soluções dos grupos, no primeiro grupo
ele enxerga o fracasso na gestão do hospital e a solução seria a introdução de mudanças
institucionais; no segundo grupo o modelo hospitalar está esgotado e seria melhor
desmontá-lo e dar lugar aos serviços de assistência, como centros de saúde mental; e por fim,
o terceiro grupo que era considerado como modelo psiquiátrico, e que deveria ser revisto,
porque os pacientes “desabafam” sobre os conflitos existentes na vida deles, que inclui a
sociedade, porém essa doença não decorre no corpo e mente, mas com a relação entre o
indivíduo e a sociedade. E essas instituições onde esses indivíduos ficam “presos”, acabam
acontecendo o mesmo, ou seja, os hospitais psiquiátricos reproduziram as mesmas estruturas
opressoras da família e da sociedade. Portanto, o terceiro grupo, a “antipsiquiatria”,
originou-se na Inglaterra, no final dos anos 50, mas sua maior repercussão foi na ‘conturbada’
década de 60, e teve como objetivo propor que o sintoma significa uma reorganização
interna. A “ psiquiatria democrática”, a ideia de Franco Basaglia, era de superar o modelo
manicomial, atendendo não só a estrutura física, mas também a estrutura mental de cada
indivíduo, junto havendo o fechamento dos pavilhões e enfermarias psiquiátricas, fazendo
com que sejam criados outros serviços como o CSM- Centro de Saúde Mental, que assumiam
a “integralidade das questões relativas ao cuidado no campo da saúde mental de cada
território”. Assim foi possível reconstruir a forma como as sociedades lidam com a loucura,
junto interligadas com a ideia de periculosidade e incapacidade desses indivíduos. Tudo
começou no início dos anos 60, em Gorizia, na Itália.
Seguindo com o capítulo quatro do livro “Estratégias e dimensões do campo da Saúde
Mental e atenção psicossocial”, é visto a retomada das características do modelo psiquiátrico,
destacando a hospitalização como pressuposto da doença mental.
Paulo Amarante cita no capítulo, a comparação do sistema psiquiátrico de saúde com as
instituições carcerárias e penitenciárias, pois há um poder disciplinar em ambas, onde o
sujeito está na observação e controle disciplinante, tornando desafiador qualquer processo
que vise além dos processos já conhecidos.
Em seguida, nos deparamos com um texto chocante, onde Amarante explica detalhadamente
a história de uma paciente que foi esquecida em uma cela dentro do hospício e lá morreu.
Porém, vimos a importância de se atentar para a mudança de olhar dos serviços, que passam
a lidar com pessoas, e não mais focar nas doenças, e através dessa mudança houve uma
ruptura da teoria que caminhou para o processo de atenção psicossocial vigente até hoje na
saúde mental, construindo um novo olhar para os loucos e a própria loucura.
A proposta do Sucessor de Basaglia, Franco Rotelli, era ver o modelo psiquiátrico tradicional
como um sistema social complexo, e o ponto de partida era parar de pensar nesse modelo
como um sistema fechado, portanto, a proposta será de um modelo de acolhimento, social e
produção de subjetividades. Pois a doença mental é colocada como algo externo ao homem,
onde esqueceram da subjetividade do paciente. Segundo Basaglia propôs tratar o paciente
através de suas experiências sendo, sendo essa proposta uma oportunidade de novos
conhecimentos por implicar em amplos contatos empíricos com a doença, fazendo com que
rompe o tradicional modelo psiquiátrico, pelo motivo de modificar o sujeito e suas
singularidades, que consequentemente desta proposta, o sujeito deixa de ser apenas um
sintomas, para ser um sujeito que tem problemas entre as relações sociais.
Paulo Amarante cita questões dos direitos humanos e a Lei n° 10.216/2001 e as demais leis
subsequentes da reforma psiquiátrica, que amparam o sujeito em sofrimento mental; Rio
Grande do sul-Lei 9.716 de 7 de agosto de 1992; Ceará-Lei 12.151 de 29 de julho de 1993;
Pernambuco-Lei 11.065 de 16 de maio de 1994; Rio Grande do Norte-Lei 6.758 de 04 de
janeiro de 1995; Minas Gerais-Lei 11.802 de 18 de janeiro de 1995; Paraná-Lei 11.189 de 09
de novembro de 1995; Distrito Federal-Lei 975 de 12 de dezembro de 1995; Espírito
Santo-Lei 5.267 de 10 de setembro de 1996.
Mas sabemos que as mudanças nas leis não fazem com que a sociedade mude de ideia em
relação aos “loucos”, pois eles continuam encarando da mesma forma, continuando com as
mesmas atitudes, mentalidades, relações, etc; a psiquiatria contribuiu para que a imagem do
“louco” seja através da periculosidade.
Bárbara N.

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