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IMUNOLOGIA – IMUNOPROFILAXIA Imunoprofilaxia é um conjunto de medidas preventivas e curativas que utilizam as respostas imunológicas para a elaboração de produtos terapêuticos como soros e vacinas. Tanto na ativa quanto na passiva, o tipo de imunidade pode ser natural ou artificial. No primeiro caso, o organismo é forçado a produzir o anticorpo após a exposição prévia de um antígeno natural (infecção) ou artificial (vacina). No segundo caso, o organismo já recebe os anticorpos prontos e ativos de forma artificial (soros) ou natural (amamentação) VACINA Vacina é uma combinação de antígenos microbianos que ao serem introduzidos no organismo de um indivíduo, induzem uma imunidade protetora contra infecção causada por esse microrganismo Os tipos de vacina são: microrganismo inativado, microrganismo atenuado, vacina conjugada, subunidades, antígenos sintéticos IMUNIDADE GRUPAL/EFEITO REBANHO Imunidade grupal/efeito rebanho: são expressões usadas na infectologia que fazem referência aos benefícios da aplicação de vacinas recebidos por pessoas que não foram vacinadas. O efeito acontece de modo indireto; indivíduos que recebem as vacinas com vírus atenuados se transformam em vetores desses parasitas ADJUVANTES A iniciação de respostas dependentes de células T imunológicas contra os antígenos de proteínas requer que os antígenos sejam administrados com adjuvantes Os adjuvantes provocam resposta imune inata, com aumento da expressão de coestimuladores e da produção de citocinas, tais como a IL-12, que estimula o crescimento e a diferenciação das células T Eles aumentam a imunogenicidade dos antígenos e reduzem a quantidade de antígenos e imunizações necessárias Exemplos de adjuvantes: hidróxido de alumínio gel (alúmen – promove respostas de células B; ativa os receptores NRLP3 relacionados com a formação de inflamassoma e produção de citocinas inflamatórias) e Squelene (ativa fagócitos) Uma alternativa para os adjuvantes é administrar substâncias que estimulam respostas de células T em conjunto com os antígenos, como a IL-12 incorporada a vacinas que promove uma forte imunidade mediada por células RESPOSTAS INDUZIDAS PELAS DIFERENTES VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE VACINAS Via oral Degradação dos antígenos pelas enzimas digestivas; quando absorvidos não são imunógenos; induzem tolerância. Exceções: vacina Sabin; rotavírus Via intramuscular, subcutânea ou intradérmica Uso de antígeno insolúvel ou em suspensão com adjuvantes. Quando um antígeno é administrado por essas vias, acaba sendo captado pela DC e chega a um linfonodo drenante, onde ativa a resposta imune adaptativa. Dois eventos importantes: inflamação no local da aplicação e liberação lenta do antígeno (efeito de depósito ou depot) Via intraperitoneal ou intravenosa Acumula-se predominantemente no baço VACINAS DE MICRORGANISMOS ATENUADOS Utilizam microrganismos intactos, porém enfraquecidos para que seja possível a progressão de uma resposta imune. O enfraquecimento dos antígenos se relaciona com a diminuição da sua virulência por meio de vários fatores sem que eles percam sua imunopatogenicidade Culturas de antígenos: como ocrre na vacina de Sabin (poliomielite) o vírus causador é exposto a várias culturas celulatrd de diferentes espécies. Esse processo faz com que seus compostos estruturais sofram mudanças drásticas que dificultam sua invasão na espécie humana. Isso permite que o vírus não se replique no hospedeiro. Submissão a condições extremas, como variações de temperatura, introdução de agentes químicos e variação de pressão proporcionam a atenuação dos antigenos A utilização de enzimas de restrição podem mudar partes do código genético desses antígenos para diminuir a sua virulência Induzem IgG e IgA e imunidade celular → promovem imunidade por muitos anos Exemplos: rotavírus, pólio oral, BCG, catapora, varíola, sarampo, caxumba, rubéola e febre amarela VACINAS DE MICRORGANISMOS INATIVADOS OU MORTOS Os microrganismos nessas vacinas são induzidos a sua morte por diversas maneiras, sejam elas químicas ou biológicas. Microrganismos vivos isolados são inativados por calor/formol/irradiação. Porém, sua patogenicidade fica preservada para conseguir induzir uma resposta imune produtora de anticorpos. Partículas virais são endocitadas e induzem principalmente resposta de células TCD4 que estimula por citocinas a produção de anticorpos IgG, mas não tem uma duração tão longa Exemplos: febre tifoide, hepatite A, cólera, raiva, pólio salk, gripe POLIO SALK X SABIN: são duas vacinas utilizadas contra o vírus da poliomielite, sendo que a primeira utiliza o antígeno morto e a outra o utiliza atenuado. A vacina inativa é mais segura, pois não há o risco de reversão de patogenicidade do antígeno, além de ela ser administrada de forma não oral e induzir resposta de anticorpos IgG no local da aplicação (menos efetiva). Já a atenuada, pode apresentar mais riscos, porém é mais eficiente por ser aplicada de maneira oral e ser absorvida na mucosa e induzir uma resposta sistêmica mediada por IgA VACINAS CONJUGADAS São vacinas com antígenos purificados, mas com polissacarídeos usados como carregador. O objetivo delas é induzir respostas imunes T dependentes para a geração de anticorpos de alta afinidade e memória duradoura. É por essa razão que se acopla aos antígenos as proteínas carreadoras, pois sem elas, apenas a resposta T independente seria gerada, com anticorpos de baixa afinidade e memória curta. Vacinas para infecções bacterianas nas quais o antígeno de interesse é um polissacarídeo capsular, incapaz de estimular as células T As respostas de alta afinidade podem ser produzidas contra antigenos polissacarídeos, mesmo em crianças, pelo acoplamento dos polissacarídeos a proteínas para formar as vacinas conjugadas Elas funcionam como conjugados hapteno-carreador, que contém epítopos de carboidratos reconhecidos por células B (hapteno) ligados a proteínas reconhecidas por células T (carreador) Efeito hapteno-carreador: as células B especificas para um hapteno ligam-se ao antígeno através do determinante do hapteno, endocitam o conjugado hapteno-carreador e apresentam peptídeos derivados da proteína carreadora a linfócitos T auxiliares específicos para essa proteína. Assim, os 2 linfocitos cooperam reconhecendo diferentes epítopos do mesmo complexo antigênico. O hapteno é responsável pela internalização eficiente da proteína carreadora para dentro da célula B, o que explica por que ambos precisam estar fisicamente ligados Exemplos: H. influenzae, pneumococos e meningococos VACINAS DE SUBUNIDADES OU DE ANTÍGENOS PURIFICADOS Consistem em vacinas compostas por microrganismos purificados ou toxinas inativadas que na maioria das vezes precisam estar acompanhadas de adjuvantes. Esse tipo de vacina consegue induzir uma resposta imune sem causar a doença, pela ativação de células CD4 e geração de anticorpos. Como o reconhecimento do MHC I fica baixo (induzido apenas por CD4), a ação dos CTLs fica quase nula. A razão para o baixo desenvolvimento de CTL é que proteínas exógenas (e peptídeos) são ineficientes ao entrarem na via do MHC i da apresentação de antigenos. Como resultado, as vacinas de proteínas não são reconhecidas de forma eficiente por células TCD8+ restritas de classe I. Importantes na prevenção de doenças causadas por toxinas bacterianas como tétano e difteria Exemplo: DTP VACINAS DE ANTÍGENOS SINTÉTICOS São produzidas em laboratórios com a tecnologia do DNA recombinante. Esse processo utiliza sequencias especificas de nucleotídeos constituintes de microrganismos com o objetivo de sintetizar proteínas semelhantes aos antígenos. Isso proporciona a resposta imune no individuo sem que elaexerça patogenicidade a ele Exemplo: a vacina contra o HPV é formada por quatro cepas de DNA recombinante produzidos em leveduras e conjugadas com coadjuvantes; outro exemplo é a hepatite B. as vacinas contra rotavírus e herpes simples também passam por um processo semelhante VACINAS DE DNA A inoculação de plasmídeo contendo DNA complementar (cDNA) que codifica antígeno proteico leva a respostas imunes celulares e humorais fortes e duradouras contra o antígeno Induz respostas de células T citotóxicas Plasmídeos (nucleotídeos CpG não metilados reconhecidos por TLR9): induz imunidade inata, aumentando intensidade da imunidade adaptativa Pesquisas em leishmaniose, esquistossomose, hanseníase, tuberculose, sífilis e malária IMUNOGLOBULINAS HUMANAS - APLICAÇÕES As preparações existentes são constituídas de IgG, produzidas a partir do plasma de doadores saudáveis. As imunoglobulinas específicas são obtidas a partir da reação com soros que contem antigenos específicos, como o da varicela e hepatite B. Essa estratégia é utilizada em pacientes que apresentam imunodeficiências primárias, secundárias e doenças autoimunes SOROS HETERÓLOGOS São aplicados em doenças potencialmente fatais e que necessitam de tratamento rápido, como picadas de animais peçonhentos e tétano. A produção dele ocorre normalmente com cavalos, com a aplicação do antígeno no plasma equino. Vale lembrar, que a imunização passiva pode ser natural (amamentação) ou artificial (soros)
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