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Pós- graduação em Psicopedagogia | Por Gisele Dourado | @resumosdapsi Educação Psicomotora AULA 7 e 8 - Psicomotricidade e Educação A educação psicomotora surge na França, no âmbito da educação física, através de propostas defendidas por Jean Le Boulch, pautadas na mudança do viés mecanicista do corpo e desportista da Educação física, para uma intervenção educativa com o objetivo do desenvolvimento global da criança. A Psicocinética de Le Boulch, definida pelo autor como uma ciência transdisciplinar do movimento, propõe o desenvolvimento funcional e relacional da criança. Através do movimento é possível explorar e estimular o desenvolvimento das funções cognitivas (memória, atenção, linguagem, percepção, pensamento) e o estabelecimento de relações de qualidade com o ambiente da criança. A metodologia da ação educativa desta abordagem trabalha intervenções para o desenvolvimento: a) da expressão no gesto à expressão verbal; b) da passagem da atividade espontânea à atividade controlada; c) da educação à ação perceptiva; d) do jogo da função de ajustamento à lateralização. (FERREIRA; HEINSIUS; BARROS, 2011, p.25-26). Para atingir ao objetivo, as intervenções psicomotoras podem utilizar-se de jogos e brincadeiras, estruturadas ou não, danças, cantigas de roda, desenhos e pinturas espontâneas, com o sentido de desenvolver o equilíbrio, a autoconfiança, força, resistência física e uma relação saudável e adequada com o ambiente e as outras pessoas. Outra teoria utilizada na educação psicomotora é a de Pierre Vayer com o Diálogo corporal. A ideia é que a construção do EU passa pelo movimento e pela tonicidade do organismo. A partir do tônus a pessoa relaciona-se com o mundo e com as outras pessoas, imersos em afetividade e sentidos emocionais e simbólicos. A teoria tem como objetivo desenvolver estratégias que possibilitem a organização do eu pela criança, da criança diante do mundo dos objetos e da criança diante do mundo do outro. (FERREIRA; HEINSIUS; BARROS, 2011, p.23). Outra abordagem do campo da educação psicomotora é o de André Lapierre e Bernard Aucouturier, pensando a educação como ato de experiência que leva à construção simbólica e ao pensamento abstrato. Para eles, é importante. Desenvolver a percepção e o pensamento a partir dos contrastes fundamentais. Contribuir para a organização da estruturação do EU e do mundo, visando o desenvolvimento da inteligência e da personalidade a partir de certas noções fundamentais. Contribuir para evitar e diminuir a maioria dos fracassos e inadaptações escolares. Contribuir prioritariamente, para a resolução de uma problemática fantasmática inconsciente, ligada à experiência vivenciada pelo corpo (conflitos relacionais) em sua relação com o outro. Desenvolver a cognição, vinculadas às experiências sensório e perceptivo-motoras. Atuar, em um nível mais superficial, sobre o corpo instrumental caracterizado pelas funções de equilíbrio e coordenação dinâmica global e manual, entre outras. Contribuir para evitar as inadaptações escolares (emerge a concepção de resistências institucionais e escolares). Favorecer o desenvolvimento e evitar os desvios por demais neuróticos da personalidade. (FERREIRA, 2011, p.23- 24). Desta forma, a educação psicomotora privilegia os seguintes objetivos: 1. Favorecer o desenvolvimento dos gestos e movimentos e a capacidade de percepção; 2. Desenvolver o equilíbrio; 3. Aprimorar e desenvolver a percepção do corpo e permitir a criança adquirir o sentimento de segurança; 4. Favorecer e melhorar a Psicomotricidade global e fina, sobretudo a grafomotricidade por meio da manipulação; 5. Revelar e reforçar o predomínio manual; 6. Estimular a confiança em si; 7. Atenuar os bloqueios que interferem na aprendizagem escolar; Pós- graduação em Psicopedagogia | Por Gisele Dourado | @resumosdapsi 8. Sensibilizar o ambiente envolvente – família, escola – em face as dificuldades da criança. (BARROS; RÊGO BARROS, 2001, p. 69). As escalas de desenvolvimento são um importante instrumento para a análise e diagnóstico relacionado à problemas e/ ou atrasos no desenvolvimento da criança naquilo que se refere aos aspectos cognitivos, sociais e emocionais. O diagnóstico inicia a partir de questionamentos sobre a gravidez, parto, os meses iniciais. É importante destacar os períodos críticos intrauterinos para o desenvolvimento de determinadas estruturas do feto. Nestes momentos, qualquer interferência externa ou do corpo materno pode ter consequências negativas na formação da pessoa. O desenvolvimento extrauterino também apresenta marcos de aquisição de habilidades, como rolar, sentar, ficar em pé com e sem apoio, andar, falar, início da manipulação de objetos. Tal desenvolvimento terá a temporalidade diferenciada, caso o bebê seja prematuro. As escalas de desenvolvimento podem ser abordadas de forma ontogenética, psicobiológico, comportamental, psicotônica, neurobiológico, desenvolvimento postural e da preensão e biopsicossocial. A partir do conhecimento especializado destas dimensões, o psicopedagogo poderá entender o paciente/aluno nas suas potencialidades, atrasos de desenvolvimento e deficiências, e construir estratégias para a intervenção no processo de aprendizagem.
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