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TATHIELY COSTA 1 Anatomia cirúrgica Fonte: Livro Cirurgia de Pequenos Animais de Theres Welch Fossum Musculo elevador da palpebra – tem como função elevar a palpedra ele é inervado pelo nervo oculomotor Musculo de Muller – ele vai permitir que a pálpebra fique aberta sem que o animal fique sempre ciente que a pálpebra está aberta Glândulas •Existem as gladulas lacrimais, as gladulas da terceira palpebra e glandulas tarsais •As glandulas lacrimais e terceira palpebra vão produzir a camada aquosa que é a camada que existe em maior quantidade no filme lacrimal •As glândulas tarsais elas vão produzir a camada elas vão produzir a camada lipídica •As células caliciformes conjuntivais localizadas na conjuntiva forma a camada mucosa Componentes do filme lacrimal •Camada lipídica essa camada ela vai ter a função de retardar a evaporação da lágrima, estabilizar o filme lacrimal revestindo toda a superfície da córnea (superfície óptica), vai prevenir a contaminação do filme lacrimal por corpos estranhos e restos celulares. •A camada aquosa e camada mucosa têm a função de lubrificação e hidratação da conjuntiva e da córnea. Além disso, elas também fazem parte da imunidade ocular, isso ocorre quando tem contaminação bacteriana. Sendo assim, quando bactérias e outros patógenos entram em contato com o olho essas são as duas camadas que mais irão atuar na proteção e na imunidade dessa região. Instrumental cirúrgico Fonte: Google imagens A - Pinça de Adson B - Especula de Barraquer C - Cabo de bisturi n° 3 Cirurgias de Olho A B C D E F TATHIELY COSTA 2 D - Lâmina n° 15 F - Placa de Jaeger G - Tesoura de íris Patologias cirúrgicas •Consideração urgência cirúrgica •Pode ser necessário realização de retalhos •Fechamento por primeira intenção •Fio de sutura utilizado Fonte: Livro Cirurgia de Pequenos Animais de Theres Welch Fossum A, Reparar as lacerações perpendiculares da margem da pálpebra pela colocação inicial de suturas de colchoeiro na placa tarsal (B) na junção mucocutânea para alinhar acuradamente a margem da pálpebra e a conjuntiva e, então, justapor a conjuntiva com um padrão de sutura simples contínua. C e D, Justapor a pele começando pela margem da pálpebra com uma sutura em cruz, mantendo as pontas dos fios longe da córnea. Colocar apenas suturas de pele; não colocar suturas na conjuntiva, porque elas poderiam irritar a córnea. Se o duto lacrimal estiver danificado próximo ao canto medial, canulá-lo primeiro com fio de sutura monofilamentoso para orientar o pedaço de tubo de polipropileno ou Silástico através do ducto e depois, justapor a conjuntiva e a pele. Laceração pálpebra •Um corte na pálpebra, é considerada uma urgência cirúrgica e normalmente ocorre naqueles animais que passam por brigas com outros animais. É muito comum em gato pois eles usam muito a unha e essa é uma região que costuma sofrer esse tipo de laceração justamente por causa dessas unhas muito afiadas. •Essa cirurgia sempre tem que ser corrigida pois não é uma doença que se pode deixar cicatrizar por segunda intenção, porque é muito importante manter todas integridade palpebral isso é o que vai conferir o fechamento e abertura da pálpebra se não tiver bem posicionado corretamente com a sutura fechada adequadamente pode causar um problema do animal futuramente ele vai ficar com uma cicatriz muito problemática. •Contudo, nem sempre ela corre dessa forma bem abertinha bonitinha, às vezes ela concorre tirando o fragmento daqui um pedaço da região da margem palpebral quase toda. É importante lembrar que por menor que seja o fragmento nunca se pode remover, sempre tem que fazer a sutura bem direitinho •É considerada de urgência porque justamente precisa ser suturado o quanto antes, o animal precisa que essa região seja reconstituída o mais rápido possível. Sendo assim, nunca se remove esse fragmento se não o animal vai ficar com defeito muito grande da pálpebra apresentando dificuldade de abrir e fechar o olho, isso vai danificar também o filme lacrimal evaporando mais rápido. •No entanto se ocorrer uma situação em que ou o animal perdeu o fragmento durante a briga ou então não vai conseguir fechar pode ser necessário a utilização de retalhos fazendo o uso de alguma pele de algum outro local pode ser da região que fica mais Nunca remover o fragmento de pálpebra lacrado TATHIELY COSTA 3 embaixo no rosto do animal para poder fazer o fechamento. •Então puxa-se a pele de outro local para fechar a margem palpebral, não é o ideal, o animal vai apresentar problemas futuramente, porém não vai ser tão ruim quanto deixar cicatrizar ou faltando um pedaço. Formas de suturar a laceração palpebral •Começa-se lembrando que tem que ser fechamento por primeira intenção não pode deixar cicatrizar sem sutura e por segunda intenção. •Sendo assim, tem-se a laceração onde pode-se observar toda a região corte sagital. Existem várias formas de fechar pode-se fazer em uma ou duas camadas. Se for fazer em duas camadas a gente fecha a primeira (parte mais interna) e depois fecha a pele por fora. As formas de fechar a parte mais interna é fazendo pontos separados individuais ou fazendo pontos contínuos onde dá uma primeira laçada, continua no final e depois da outra laçada. •Na parte da pele sempre tem que tentar fazer com que o primeiro ponto fique o mais distante possível da córnea. Então a forma é fazendo o primeiro ponto em U ou em Wolff, entra numa borda e sai, entra na outra borda contra lateral. Nessa borda contralateral entra de novo com a agulha e sai na borda inicial e aí fecha o nó. Depois continua com pontos simples separados normalmente, ou então pode se fazer em U até o final. Lembrando que você nunca pode apertar muito senão prejudica a posição da margem palpebral. •Outra forma de se fazer é fazendo essa sutura como se fosse um X. Você vai entrar na primeira borda sai na segunda dá a volta, entra de novo nessa primeira borda que a gente entrou e aí sai de novo na outra e fecha o nó. então entra numa borda sai na outra entra na conta lateral na que a gente começou e sai na outra borda e fecha o nó. Então os a serem feitos são um, dois, três, quatro, cinco e fecha, e em seguida continua com os pontos simples separados (melhor técnica na opinião da professora). •Outra forma é só fazendo os pontos simples separados sem fazer nada diferente. Tipos de fio •Na primeira camada pode ser usado fios absorvíveis (vicril, monocril, dexon). Lembrando que sempre deve ser utilizado fios bem pequenos (5.0; 4.0). •Por fora pode ser usado o fio inabsorvível (nylon), onde pode ser removido com 14 dias depois da cirurgia. •Emergência cirurgia •Origem traumática •Mais comum em raças braquicefálicas •Prognostico – pupilas Proptose do globo ocular •O globo ocular ele vai se projetar para fora da orbita. •Existem várias origens: pode ser por glaucoma que é causado por aumento da pressão intraocular, pode ser da origem traumática quando o animal passa por algum acidente automobilístico ou então por briga com outros animais, pode ser também por algum trauma crânio encefálico, neoplasia periorbital, fratura da orbita, edema na região da orbita fazendo com o olho se projete para fora. •Contudo, por fins didáticos vai ser falado só a resolução da origem traumática. Essa condição é mais comum naquelas raças braquicefálicas porque possuem a órbita bem mais rasa •Essa condição pode acontecer também pode ocorrer nos mesencefálicos e nos dolicocefálicos, mas quando isso acontece sabe-se que o trauma foi muito grande porque precisa de uma pressão muito maior para o globo se projetar para fora •Nas raças braquicefálicas que o globoocular sai muito facilmente o prognostico para saber se aquele olho ainda consegue ser salvo ou não é primeiro avaliar o aspecto geral dele, como que ele vai estar se estar lacerado, se já vai estar rompido, se possui uma ulcera muito profunda •No entanto, para saber se o animal enxerga daquele olho é principalmente o exame da pupila e realizado o reflexo pupilar. Então apaga-se as luzes TATHIELY COSTA 4 do consultório e com o auxílio de uma luz observa-se se o animal vai dilatar a pupila ou não mediante a escuridão e presença de luz (deve contrair a pupila) e a assim se determina se o animal consegue enxergar ou não e se consegue ou não salvar o olho, se faz a remoção completa ou se tenta colocar ele no local Fonte: Livro Cirurgia de Pequenos Animais de Theres Welch Fossum •O que determina se vai conseguir colocar facilmente ou não o globo ocular de volta para a órbita é que normalmente se você demorar muito mais de duas ou três horas, o músculo orbicular do olho começa a ter espasmos e a região do olho começa a ficar toda edemaciada, inclusive o próprio olho começa a aumentar a pressão intraocular ficando encarcerado para fora das pálpebras e a gente não consegue colocar facilmente ele de volta na órbita. •O que ajuda na hora de fazer a colocação do olho de volta é fazer uma cantotomia lateral, pode ser feito uma medial, mas não é recomendada pois corre o risco de pegar nos ductos nasolacrimais e assim acabar danificando •Então isso vai ajudar a ser feito a tarsorrafia temporária, então vai ser feito a cantotomia que pode ser com o auxílio de pinças de Hands-on onde com elas segura as pálpebras um palquinho para fora (traciona) e faz a estruturas usando captons (pedacinhos de plástico) para diminuir a tensão da região. É feita as estruturas sem serrar o nó, vai colocando os fios fazendo as suturas, na imagem foram usadas a sutura de Wolff. •É usada a placa de Jagger para ajudar a colocar o olho de volta, mas também pode ser um algodão molhado com solução salina, assim é colocado no cantinho e vai tracionando ao mesmo tempo as suturas para o olho ir voltando para sua posição normal. •Lembrando que quando é feita essa estrutura a não se pega a camada mais interna da córnea, na realidade nenhuma das suturas que a gente fizer vão pegar a parte mais interna e a palpebral que tá em contato com a córnea. Sendo assim, é feito só os pontinhos bem superficiais na região do meio na parte subcutânea • (imagem C e D): Vai tracionando os pontos que foram feitos e empurrando com a placa de Jagger e em seguida vai serrando os nós aos pouquinhos e fecha o cantinho com se tivesse fechando uma laceração palpebral, faz aquele primeiro nó e depois nós simples separados. • (Imagem E): aspecto final •Quando é feito o tracionamento do olho ocorre lesão no nervo e esse reflexo é ativado, causando bradicardia e hipotensão. Uma das formas de se evitar é fazendo uma boa anestesia profunda para que os músculos fiquem bem relaxados evitando o tracionamento excessivo do globo. Outra forma é o uso de medicações anticolinérgicas como a atropina no pré-cirurgico (10 a 15 min antes de começar a cirurgia – dose: 0,044 mg/k evitando a bradicardia grave) Enucleação Retirada das margens palpebrais e do globo ocular Exenteração Retirada de todos os anexos oculares: margens palpebrais, conjuntiva, globo, os músculos extraoculares, glândula lacrimal e glândula salivar zigomática ✘ ➚ TATHIELY COSTA 5 Tudo isso para se evitar o reflexo oculorcadíaco como também para evitar a lesão do quiasma óptico. Quando se traciona o olho pode causar cegueira no olho contralateral Fonte: Livro Cirurgia de Pequenos Animais de Theres Welch Fossum Enucleação transconjuntival. A, Realizar uma cantotomia lateral com tesoura. B, Fazer uma peritomia em 360º (incisão conjuntival) com uma tesoura de tenotomia. C, Identificar as ligações musculares extraoculares e incisá-las perto da esclera. Opcionalmente, apertar os músculos antes da incisão para reduzir o sangramento. D, Prender o nervo óptico e músculo retrator bulbar com uma pinça hemostática curva e em seguida, incisá-los. E, Nitidamente excisar as nictitantes e toda a conjuntiva associada. F, Excisar as margens da pálpebra antes de fechar a órbita. Passo a passo: •Inicia-se fazendo a cantotomia lateral, pode-se fazer também a medial. Como não vai ter mais olho para drenar não precisa preservar os ductos. •Então é feito a cantotomia lateral, usa-se o especulo de barraquer para abrir o olho e através da conjuntiva vai fazendo o corte para a retirada do olho (o corte é na conjuntiva e não na córnea) •Vai divulsionando através da conjuntiva, faz tenotomia dos músculos extra orbitais. É usado uma pinça para ligar embaixo na região de vasos e nervo óptico já lá no finalzinho, faz – se a ligadura usando o fio que pode ser reabsorvível ou absorvível •Em seguida faz a remoção do olho com o bisturi ou tesoura, corta e faz a remoção desse olho depois que ele já estiver totalmente solto da órbita Também pode ser retirado a glândula da terceira pálpebra, faz a remoção das margens palpebrais, não é obrigatório, mas é uma das fazes que também pode ser feita. E em seguida fecha normalmente fazendo as suturas normais •Umas das coisas que podem ser feitas também, já que está sendo feita a remoção do olho, é primeiro colocar uma tela de polipropileno embaixo e aí sutura ela na órbita no osso mesmo ou então no periósteo, porque depois de um tempo a pele não vai afundar e ficar como s fosse um aspecto de um buraco, que esteticamente fica feio desagradável. Além disso, pode pegar um fio de nylon e fazer uma redinha que é basicamente suturas continuas na região da orbita com o mesmo propósito do olho não afundar. Importante: Nunca tracionar o olho Quiasma Óptico Atenção!!! O olho nunca deve ser puxado TATHIELY COSTA 6 Fonte: Livro Cirurgia de Pequenos Animais de Theres Welch Fossum Enucleação transpalpebral (olho esquerdo). A, Suturar em conjunto as margens da pálpebra e deixar as extremidades longas para permitir a tração. B, Fazer uma incisão aguda em torno da fissura palpebral através da pele. C e D, Dissecar o tecido subcutâneo para identificar os anexos dos músculos extraoculares e isolar e incisá-los próximo da esclera. E, Fixar o nervo óptico e músculos retratores bulbares com uma pinça hemostática curva e, em seguida, incisar. F, Excisar as nictitantes e toda a conjuntiva associada se houver remanescência. •Como o nome já diz é atraves da pelpebra que se faz a incisão. Então é feito primeiramente a sutura da palpebra todinha e usa as pontas dos fios que foi dada a sutura para colocar a pinça de apoio, o auxiliar vai segurar facilitando a incisão ao redor da palpebra •Quando se faz a sutura ao redor do globo oucular colca-se pinças para ficar segurando o globo ocular sem tracionar muito (pinça de backaus ou allis) e assim vai usando a palpebra de apoio e divulsionando ao redor do olho •Em seguida corta os musculos extra orbitais e quando chegar lá embaixo faz a ligadura do plexo óptco e fecha (sutura simples separado, wolf, em X). Da mesma forma aqui na outra técnica também pode ser feita rede aqui na região do periósteo Complicações •Assimetria palpebral •Tecido cicatricial •Hipercorreção do entrópio podem causar ectrópio e vice-versa •Úlceras secundarias •Autotraumatismo pelo paciente •Recidiva do cherry-eye
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