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Priscilla Prado – turma 22 B 1 Insuficiência adrenal DEFINIÇÃO Comprometimento da produção de esteroides pela adrenal. FISIOPATOLOGIA Hipotálamo : CRH ⇾ hipófise : ACTH ⇾ córtex da adrenal : zona fasciculada e zona reticular ⇾ cortisol + andrógenos ⇾ cortisol inibe ACTH Renina ⇾ angiotensina II ⇾ córtex da adrenal : zona glomerulosa ⇾ aldosterona IA primária : Cortisol reduzido ⇾ feedback positivo : estimula hipotálamo e hipófise : aumenta CRH e ACTH IA secundária : ACTH e cortisol reduzidos ⇾ feedback positivo : estimula hipotálamo : aumenta CRH IA terciária : CRH, ACTH e cortisol reduzidos ETIOLOGIAS IA primária : córtex adrenal irresponsivo ao ACTH por conta da destruição ≥ 90% de sua massa, de origem autoimune. Leva à deficiência de glicocorticoides e mineralocorticoides e aumento de ACTH e de renina. • Síndrome poliglandular autoimune tipo 1 : doença de Addison + hipopara autoimune e/ou candidíase esofagiana; • Síndrome poliglandular autoimune tipo 2 : doença de Addison + doença autoimune tireoideana (Graves, Hashimoto) e/ou DM 1. • Atrofia adrenal idiopática : adrenalite autoimune = doença de Addison. Pode se associar à outras doenças autoimunes, como vitiligo; • Causas fúngicas como criptococo e histoplasma; • Hiperplasia adrenal congênita : mutação genética que leva à deficiência da enzima 21 hidroxilase, reduzindo a produção hormonal na glomerulosa e na fasciculada (deficiência de aldosterona e cortisol). - Forma clássica : 21 hidroxilase não funciona = acumula 17 hidroxiprogesterona e progesterona, levando ao aumento de testosterona e redução de aldosterona e cortisol. Desencadeia hipotensão e virilização. - Forma clássica virilizante : 12hidroxilase funciona 5%, suficiente para formar a aldosterona, mas não o cortisol. Leva ao aumento de 17 hidroxiprogesterona que aumenta a testosterona. Desencadeia virilização. - Forma clássica perdedora de sal : perde mais aldosterona. - Forma não clássica : enzima hipofuncionante, levando à um menor acúmulo de 17OHprogesterona e consequentemente à uma menor produção de andrógenos. Tem uma clínica branda, mas pode ter hirsutismo, infertilidade e irregularidade menstrual. É diagnóstico diferencial de síndrome do ovário policístico. Priscilla Prado – turma 22 B 2 • Doenças granulomatosas : TB, sarcoidose, hanseníase, micoses, AIDS, citomegalovírus; • Adrenolecodistrofia : doença genética que acomete homens com cromossomo X defeituoso, levando ao acúmulo de ácidos graxos no córtex da adrenal e SNC; • Fármacos que impedem a formação do cortisol endógeno, como o cetoconazol (micose). IA secundária : problema hipofisário levando à uma deficiência de ACTH, mais comum em idosos. Causas : trauma, tumor, apoplexia hipofisária (necrose hipofisária), síndrome de Sheehan (hemorragia hipofisária pós parto), doenças infiltrativas, uso de corticoides em excesso (> 3 semanas leva à inibição do eixo e atrofia das células produtoras de ACTH). Leva à deficiência apenas de glicocorticoides, por atrofia da zona fasciculada e reticular, porém com ACTH baixo e renina normal. IA terciária : problema hipotalâmico levando à uma deficiência de CRH, mais comum em idosos. QUADRO CLÍNICO • Deficiência dos glicocorticoides : perda de peso, fadiga, náuseas, febre, hipotensão (vasodilatação), aumento de TSH, hipoglicemia, artralgia, hiperpigmentação mucocutânea difusa (exclusivo da IA 1ª = decorre do hiperestímulo dos melanócitos pelo MSH, metabólito do ACTH, que não encontra-se presente na IA 2ª). O cortisol é um hormônio de resposta, e sua deficiência pode levar a paciente à morte. • Deficiência dos mineralocorticoides : hipotensão arterial, hipotensão postural (quando Ps diminui > 20mmHg, OU Pd diminui ≥ 10mmHg, OU FC aumenta ≥ 15bpm), hiponatremia, hipercalemia. • Deficiência dos andrógenos : sintomas mais evidentes nas mulheres, uma vez que os homens possuem a testosterona como hormônio majoritário. Ocorrerá redução da libido, pele seca e redução pilífera. CRISE ADDISONIANA ⇾ choque hipovolêmico + dor abdominal / vômitos / febre / hipoglicemia / convulsão. Pode acontecer em um paciente que desconhece seu diagnóstico de doença de Addison, ou em paciente com infecção que não ingeriu dose suficiente de corticoide. Priscilla Prado – turma 22 B 3 DIAGNÓSTICO VR do cortisol : 5 – 25 mcg/dL. Valor de diagnóstico : cortisol < 3 mg/dL. VR do ACTH : < 46 pg/mL. É altamente degradável, por isso a coleta deve ser com muito cuidado. O diagnóstico necessita de 2 dosagens de ACTH. Quando cortisol plasmático entre 3 e 19 mcg/dL ⇾ teste de estímulo adrenal com glucagon ou insulina. - Se cortisol aumentar : descartamos IA. - Se cortisol continuar < 18 mcg/dL : confirmamos IA. Diagnóstico de IA primária fechado = investigar doenças autoimunes, dosar TSH. • Diagnóstico de hiperplasia adrenal congênita : dosagem de 17OHprogesterona. O teste do pezinho faz um diagnóstico precoce, e dependendo da forma a criança já nasce com sintomas. TRATAMENTO • Crise addisoniana : hidrocortisona EV (de 8 em 8h, por 24h) + reposição volêmica. Após liberar a VO, administrar hidrocortisona VO com dose dobrada; • IA primária : hidrocortisona (glico) + fludrocortisona (mineralo). - Hiperplasia adrenal congênita : antiandrogrênicos + cortisol. • IA secundária : hidrocortisona (glico). Nas mulheres, repor o hormônio DHEA. Os pacientes com insuficiência adrenal precisam reajustar a dose do corticoide sempre que tiverem alguma infecção, uma vez que o organismo usa mais cortisol para barrar o processo.
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