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Controle de Fitoviroses Introdução Hull, 2002: Um vírus consiste em um grupo de uma ou mais moléculas de ácido nucléico, normalmente cobertas por uma capa ou capsídeo protetor composto de proteína e/ou lipídeo, capaz de se replicar no interior de uma célula hospedeira. Pode ser transmitido horizontalmente entre hospedeiros. No interior das células hospedeiras, a replicação viral possui as seguintes características: (1) é totalmente dependente da maquinaria de síntese protéica do hospedeiro, (2) é organizada a partir da síntese dos componentes em separado, ao invés de fissão binária, (3) não é isolada dos componentes celulares por meio de membranas lipoprotéicas, e (4) leva ao surgimento de variantes por meio de mudanças na seqüência de nucleotídeos. Introdução Os vírus de plantas são estudados por dois motivos: 1. Causam doenças de grande importância econômica, com sérias perdas 2. São modelos para estudos de biologia de plantas Porque estudar os vírus ? Infecção sistêmica de uma planta por um vírus 1. Penetração via ferimento ou vetor 2. Replicação na célula inicialmente infectada 3. Movimento célula-a-célula via plasmodesmas 4. Movimento a longa distância via floema 5. Saída do floema e infecção de novas células 6. Disseminação para outras plantas Replicação 1 4 5 6 2 3 Zerbini, 2008 Movimento viral • Movimento célula-a-célula via plasmodesmas ou microtúbulos • Movimento sistêmico via floema Os vírus seguem o fluxo de fotoassimilados do floema, e consequentemente não são capazes de atingir tecidos fonte durante o movimento a longa-distância Transmissão de vírus de plantas Transmissão artificial • extrato vegetal tamponado (transmissão “mecânica”) • enxertia Transmissão natural • semente • propagação vegetativa • vetores Transmissão por vetores • fungos • nematóides • ácaros • insetos – besouros – cochonilhas – tripes – cigarrinhas – mosca-branca – afídeos aparelho bucal tipo “picador-sugador” Transmissão por insetos vetores Conceitos: • Picada de prova (células do mesofilo) • Picada de alimentação (células do floema) • período de acesso de aquisição • período de acesso de inoculação • período latente • período de retenção Tipos de relacionamento vírus-vetor • não-circulativo • circulativo não-propagativo • circulativo propagativo Relacionamento inseto – vetor Período de aquisição Período latente Período de retenção Não-circulativo (picada de prova) Segundos a minutos Não possui Alguns minutos a poucas horas Circulativo não- propagativo (Picada de alimentação) Algumas horas Minutos a horas Alguns dias Circulativo propagativo Algumas horas Alguns dias Resto da vida do inseto Transmissão por insetos vetores Diagnose • Métodos biológicos • baseados nas propriedades biológicas dos vírus • Métodos sorológicos • baseados na detecção da proteína capsidial • Métodos moleculares • baseados na detecção do ácido nucléico viral Características desejáveis em um teste diagnóstico • execução simples • rapidez nos resultados • baixo custo • Sensibilidade • Especificidade • precisão Métodos biológicos -gama de hospedeiros -microscopia ótica e eletrônica -transmissão por vetores -purificação/concentração - análise da proteína capsidial e do ácido nucléico Métodos sorológicos -natureza da resposta imune anticorpos -reconhecimento antígeno/anticorpo epitopos -relacionamento sorológico entre antígenos Diagnose ELISA direto Elisa Indireto IgG específico adsorvido à parede da cavidade Y Vírus é imobilizado pelo IgG específico adsorvido à cavidade Lavar Y Vírus imobilizado reconhecido por IgG específico conjugado à enzima Lavar Y YE A enzima conjugada ao IgG específico é detectada colorimetricamente Lavar Y YE IgG específico é imobilizado pelo vírus adsorvido à cavidade Lavar Y Vírus adsorvido à parede da cavidade IgG secundário conjugado à enzima reconhece região Fc do IgG específico imobilizado pelo vírus Lavar YYE A enzima conjugada ao IgG secundário é detectada colorimetricamente Lavar YYE Métodos moleculares Hibridização Molecular Y Y YY E E EE * * ** * * * Membrana Membrana DNA imobilizado DNA imobilizado Sonda nucleotídeo radioativo (p.ex., 32PdATP) Sonda nucleotídeo marcado com fluoresceína IgG anti-fluoresceína conjugado com fosfatase alcalina A B Métodos moleculares Reação em cadeia de Polimerase (PCR) www.flmnh.ufl.edu/cowries/PCR Controle de Fitoviroses Devido à natureza intracelular obrigatória dos vírus, o controle de fitoviroses deve ser preventivo, pois ainda não foram descobertas substâncias que afetem a replicação e/ou movimento viral sem afetar também o metabolismo do hospedeiro Principais Estratégias de controle de viroses de plantas: -utilização de material de propagativo livre de vírus (sementes, dente de alho, estólons, borbulhas e etc...) -eliminação das fontes de inóculo -controle do agente vetor -resistência resistência natural proteção cruzada resistência derivada do patógeno Controle de Fitoviroses Mosaico da alface (LMV) • transmissão pela semente (embrião) e por afídeos (não-circulativo) • indexação de sementes • como determinar o limite de tolerância ? California, EUA: 0/30.000 Holanda: 0/2.000 • cuidados na produção de sementes Controle de Fitoviroses Controle do agente vetor: • escape ou fuga ao vetor batata-semente • controle químico apenas nos casos de transmissão circulativa begomovírus (tomateiro, feijoeiro) tospovírus em tomateiro e diversas outras culturas PRLV (luteovírus) em batata Obs: PRSV-P em mamão – Transmitido por afídeos de modo não circulativo Controle de Fitoviroses Resistência 1- Resistência natural - Incorporação de genes em determinadas cultivares Ex.: Mosaico da alface;Mosaico do feijoeiro; Tristeza dos citrus; 2- Proteção cruzada - Fenômeno conhecido há mais de 60 anos (TMV) - Infecção por um isolado viral torna a planta resistente à reinfecção por outro isolado da mesma espécie; caso o primeiro isolado seja “atenuado”, a proteção cruzada -Pode ser utilizada como estratégia de controle -Reversão do isolado atenuado -Isolado pode ser “normal” em outros hospedeiros -Único caso de aplicação prática no mundo: tristeza dos citros,no Brasil Controle de Fitoviroses Resistência transgênica Resistência derivada do patógeno Expressão de um gene ou porção de um gene viral na planta, levando a uma resposta de resistência Mecanismos: • Resistência mediada pela expressão de proteína (transdominância negativa) • Resistência mediada pela expressão de RNA (silenciamento gênico)
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