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Volume 3 MANUAL de 2ª EDIÇÃO FARMÁCIA FARMÁCIA HOSPITALAR, PÚBLICA E DE MANIPULAÇÃO COORDENADORA DA COLEÇÃO AUTORES ANDRÉA MENDONÇA GUSMÃO CUNHA ANNE CAROLINE TEIXEIRA FONSECA • BRUNO ANDRADE AMARAL • CÍNTIA FOCHESATTO JULIANA FERREIRA • LEONARDO KISTER DE TOLEDO • PABLO DE MOURA SANTOS Volume 3 MANUAL de 2ª EDIÇÃO FARMÁCIA FARMÁCIA HOSPITALAR, PÚBLICA E DE MANIPULAÇÃO Título | Editor | Diagramação| Capa | Copidesque | Conselho Editorial | Farmácia Hospitalar, Pública e de Manipulação Karen Nina Nolasco Microart Design Editorial Elementto Art Microart Design Editorial Caio Vinicius Menezes Nunes Itaciara Lazorra Nunes Paulo Costa Lima Silvio José Albergaria da Silva © Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar Ltda. pela Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou qualquer parte deste livro, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia ou outros), essas proibições apli- cam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráficas, sem permissão expressa da Editora. 2020 Editora Sanar Ltda. Rua Alceu Amoroso Lima, 172 Caminho das Árvores, Edf. Salvador Offiace & Pool, 3º andar. CEP: 41820-770, Salvador - BA. Telefone: 71.3052-4831 www.editorasanar.com.br atendimento@editorasanar.com.br Cunha, Andréa Mendonça Gusmão (coord.). Farmácia Hospitalar, Pública e de Manipulação / Coor- denadora: Andréa Mendonça Gusmão Cunha. – 2. ed. – Salvador, BA : Editora Sanar, 2020. 288 p.; il; 16x23 cm. (Coleção Manuais da Farmácia, v.3). ISBN 978-65-86246-04-9 1. Farmácia. 2. Farmacologia. 3. Manual. I. Título. II. Assunto. III. Cunha, Andréa Mendonça Gusmão. CDD: 615 CDU: 615 C972f Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) AUTORES Farmacêutico formado pela Universidade Federal da Bahia (2005), Especialista em Assistência Farmacêutica pela Universidade Federal da Bahia (2007). Mestre em Assistência Farmacêutica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014). Especialista em Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente pela Escola Nacional de Saúde Pública, FIOCRUZ (2015). Doutorando do programa de pós-graduação em Assistência Farmacêutica da UFBA. Farmacêutico Hospitalar do Complexo Hospitalar Universitário Prof. Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia onde chefia o Setor de Farmácia. Foi Professor Substituto das Disciplinas de Introdução a Atenção Farmacêutica e Farmácia Hospitalar da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (2009 a 2011). Tutor do curso a Distância de Gestão da Assistência Farmacêutica (Ministério da Saúde/UNASUS/Universidade Federal de Santa Catarina) na 1ª e 2ª versão. Diretor Financeiro da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH) – Regional Bahia (2012-2013). Presidente da SBRAFH Bahia (2014-2016). Diretor Executivo da Sbrafh Nacional ( 2018-2019). Vice-presidente da Sbrafh Nacional (2020-2021). Tem experiência na área de Farmácia Hospitalar, com ênfase em Assistência Farmacêutica, Farmacoepidemiologia, Farmacovigilância, Atenção Farmacêutica e Gestão Clinica. LEONARDO KISTER DE TOLEDO Farmacêutica Bioquímica formada pela Universidade Federal da Bahia (1998), com Mestrado (2001) e Doutorado (2005) em Ciências Médicas na área de Virolo- gia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Pós-doutorado (2009) em Virologia pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Possui experiência na área de Microbiologia e Biologia molecular, com ênfase em Virologia e diagnóstico mo- lecular de patógenos. Atualmente é Professora Adjunta da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC). Consultora e ava- liadora externa de projetos de pesquisa da ANLIS/Argentina e Consultora Ad Hoc PICT/SUS. ANDRÉA MENDONÇA GUSMÃO CUNHA Coordenadora PABLO DE MOURA SANTOS Farmacêutico formado pela Universidade Federal da Bahia (2000). Mestre (2007) e Doutor (2013) em Medicina e Saúde pelo Programa de Pós-graduação em Medicina e Saúde da UFBA e Especialista em Assistência Farmacêutica (2004) também pela Universidade Federal da Bahia. Professor Adjunto da Faculdade de Farmácia da Uni- versidade Federal da Bahia onde Coordena o projeto de implantação do Cuidado Farmacêutico no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica do Minis- tério da Saúde. Coordena o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde e o Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da UFBA. Foi Diretor Finan- ceiro da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde – SBRA- FH. Coordenou o Setor de Farmácia do Complexo Hospitalar Universitário da UFBA (2008-2018). Tem experiência na área de Farmácia Hospitalar e Atenção Farmacêuti- ca, com ênfase em Farmacoepidemiologia, Estudos de Utilização de Medicamentos, Pesquisa Clínica com Medicamentos, atuando principalmente nos seguintes temas: asma, ensaios terapêuticos e farmácia hospitalar. Farmacêutica formada pela Universidade Federal da Bahia (2009), Habilitação em Farmácia Industrial (2012) e Pós-graduada em Assistência Farmacêutica pela Uni- versidade Federal da Bahia (2015). Farmacêutica da Clínica de Oncologia (Clion). Tem experiência com Controle de qualidade de produtos farmacêuticos e cosméticos, manipulação de quimioterápicos, nutrição parenteral e manipulação de produtos não estéreis. Farmacêutica formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2003), com ênfase em Farmácia Industrial pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Mes- trado em Ciências Farmacêuticas, pela Faculdade de Farmácia da Universidade Fede- ral do Rio Grande do Sul (2008). Farmacêutica do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia. Experiência em Radiofar- mácia e Indústria Farmacêutica. ANNE CAROLINE TEIXEIRA FONSECA CÍNTIA FOCHESATTO Farmacêutico formado pela Universidade Federal da Bahia (2007), Mestre em Assistência Farmacêutica pelo Programa de Pós-graduação em Assistência Farmacêutica em rede (UFRGS/UFBA), Especialista em Administração Hospitalar e Sistemas em Serviços de Saúde pela Universidade Federal da Bahia (2012) e Farmacologia Clínica pela Atualiza Pós-graduação (2010). Atuou como Professor Substituto da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (2011 a 2012), como farmacêutico da rede de urgência e emergência em Salvador/BA (2012 a 2015), e da Farmácia da família II em Vitória da Conquista-BA (2015 a 2018). É Coordenador do Serviço de Assistência Farmacêutica do NRS-Sudoeste/SESAB, Docente da Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR. Responsável pela linha de pesquisa em Assistência farmacêutica da FAINOR e orientador de Trabalhos de Conclusão de Curso com ênfase em Assistência Farmacêutica. Farmacêutica formada pela Universidade Federal da Bahia (2012). Mestra em Assis- tência Farmacêutica pela Universidade Federal da Bahia (2018). Cursando especiali- zação em Avaliação de Tecnologias em Saúde pela Universidade Federal da Bahia. Atuou como Farmacêutica no Centro de Informação sobre Medicamentos da Univer- sidade Federal da Bahia (2013) no Centro de Farmacovigilância do Hospital Univer- sitário Professor Edgard Santos (2013 a 2019). Foi membro do Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (2019). Tem experiência em Farmácia Hospitalar com ênfase em Farmacovigilância, Atenção Farmacêutica, Segurança do Paciente e saúde baseada em evidência. BRUNO ANDRADE AMARAL JULIANA FERREIRA A coleção Manuais da Farmácia é o melhor e mais completo conjunto de obras voltado para a capacitação e aprovação dos farmacêuticos em provas e concur- sos públicos em todo o Brasil. Elaborada a partir de uma metodologia que julga- mos ser a mais apropriada ao estudo, contemplamosos volumes da coleção com os seguintes recursos: ✓ Teoria esquematizada de todos os assuntos; ✓ Questões comentadas alternativa por alternativa (incluindo as falsas); ✓ Quadros, tabelas e esquemas didáticos; ✓ Destaque em laranja para as palavras-chave; ✓ Questões categorizadas por grau de dificuldade, seguindo o seguinte modelo: APRESENTAÇÃO FÁCIL INTERMEDIÁRIO DIFÍCIL Elaborado por professores com sólida formação acadêmica em farmácia, a pre- sente obra é composta por um conjunto de elementos didáticos que em nossa avaliação otimizam o estudo, contribuindo assim para a obtenção de altas per- formances em provas e concursos. KAREN NINA NOLASCO Editor VOLUME 3 – FARMÁCIA HOSPITALAR, PÚBLICA E DE MANIPULAÇÃO CAPÍTULO 1 SUMÁRIO CAPÍTULO 2 Parte 1 • FARMÁCIA HOSPITALAR ..................................................15 INTRODUÇÃO À FARMÁCIA HOSPITALAR 1. Planejamento, organização e gestão da farmácia hospitalar .......................18 2. Principais determinações da legislação específica em farmácia hospita- lar .........................................................................................................................22 Quadro Resumo .......................................................................................................27 Quadro Esquemático ...............................................................................................28 Questões Comentadas ............................................................................................29 Referências ...............................................................................................................36 ATIVIDADES CLÍNICAS NA FARMÁCIA HOSPITALAR 1. Farmácia clínica e atenção farmacêutica .........................................................38 2. Segurança do paciente: protocolos do ministério da saúde, conciliação me- dicamentosa, medicamentos potencialmente perigosos (alta vigilância) ....... 42 2.1 Incidentes .................................................................................................................................43 2.2 Erros relacionados aos medicamentos .........................................................................45 2.3 Medicamentos Potencialmente Perigosos .................................................................46 2.4 Conciliação medicamentosa .............................................................................................46 3. Farmacovigilância ..............................................................................................47 4. Controle de infecção ..........................................................................................50 5. Conceitos e critérios diagnósticos das infecções hospitalares .....................52 5.1 Conceitos básicos ..................................................................................................................52 5.2 Critérios para diagnóstico de infecção hospitalar, previamente estabele- cidos e descritos ....................................................................................................................52 5.3 Classificação das cirurgias por potencial de contaminação da incisão ci- rúrgica .......................................................................................................................................53 6. Vigilância epidemiológica e indicadores epidemiológicos das infecções hospitalares ........................................................................................................54 6.1 Indicadores de uso de antimicrobianos .......................................................................56 6.2 Programa de Controle de Infecção Hospitalar ..........................................................57 6.3 Os indicadores de saúde têm por finalidade: ............................................................58 7. Pesquisa clínica ..................................................................................................61 Quadro Resumo .......................................................................................................64 Quadro Esquemático ...............................................................................................66 Questões Comentadas ............................................................................................67 Referências ...............................................................................................................74 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA FARMÁCIA HOSPITALAR 1. Seleção de medicamentos, comissão de farmácia e terapêutica e proto- colos e diretrizes clínicas ...................................................................................78 1.1 Seleção de Medicamentos .................................................................................................78 1.2 Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) .................................................................80 1.3 Protocolos e diretrizes terapêuticas ...............................................................................82 2. Programação e aquisição de medicamentos ..................................................83 2.1 Programação de medicamentos .....................................................................................83 2.2 Métodos para programação .............................................................................................84 2.3 Aquisição de medicamentos ............................................................................................88 3. Armazenamento e controle de estoque de medicamentos ..........................91 3.1 Armazenamento ....................................................................................................................91 3.2 Recebimento ...........................................................................................................................91 3.3 Estocagem e guarda .............................................................................................................92 3.4 Conservação ............................................................................................................................94 3.5 Controle de estoque .............................................................................................................97 3.6 Elementos de previsão de estoque ................................................................................98 3.7 Inventário ................................................................................................................................100 3.8 Recomendações sobre o inventário ............................................................................101 4. Sistema de distribuição de medicamentos e dispensação de medica- mentos ............................................................................................................. 101 5. Centro de informação sobre medicamentos ............................................... 106 6. Farmacoeconomia .......................................................................................... 108 6.1 Avaliações econômicas em saúde ................................................................................108 Quadro Resumo .................................................................................................... 113 Quadro Esquemático ............................................................................................ 115 CAPÍTULO 3 Questões Comentadas ......................................................................................... 121 Referências ............................................................................................................ 146 Parte 2 • FARMACOTÉCNICA ........................................................ 149 FARMACOTÉCNICA 1. Introdução à farmacotécnica .........................................................................152 1.1 Conceitos básicos ................................................................................................................152 1.2 Formas farmacêuticas e vias de administração .......................................................157 1.3 Legislação específica à área de manipulação e boas práticas de manipu- lação .........................................................................................................................................162 1.4 Estrutura física, materiais e equipamentos ...............................................................166 Quadro Resumo .................................................................................................... 172 Quadro Esquemático ............................................................................................ 174 Questões Comentadas ......................................................................................... 175 Referências ............................................................................................................ 182 ANÁLISE E MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS 1. Cálculo farmacêutico ...................................................................................... 186 1.1 Pesagem ..................................................................................................................................187 1.2 Conversão de unidades ....................................................................................................187 1.3 Diluição e preparo de soluções ......................................................................................188 1.4 Conversão de fórmulas e formas ...................................................................................189 1.5 Fator de equivalência .........................................................................................................189 1.6 Fator de correção .................................................................................................................190 2. Operações farmacêuticas ............................................................................... 190 2.1 Operações farmacêuticas .................................................................................................190 2.2 Operações mecânicas ........................................................................................................191 2.3 Operações físicas .................................................................................................................193 2.4 Operações de extração de extratos vegetais ...........................................................194 3. Nutrição parenteral ........................................................................................ 196 4. Quimioterapia ................................................................................................. 203 4.1 Terapia Antineoplásica ......................................................................................................205 5. Controle de qualidade em manipulação ...................................................... 209 5.1 Controle de qualidade .......................................................................................................209 5.2 Métodos gerais aplicados a medicamentos .............................................................210 CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 5 5.3 Controle de qualidade de matéria-prima e materiais de embalagem .........210 5.4 Controle de qualidade da água .....................................................................................211 5.5 Controle de Qualidade das Preparações Magistrais e Oficinais (produto acabado).................................................................................................................................212 5.6 Controle de qualidade físico-químico.........................................................................213 5.7 Controle de qualidade microbiológico.......................................................................213 6. Estabilidade de produtos farmacêuticos e incompatibilidades ................ 215 6.1 Estabilidade de produtos farmacêuticos ...................................................................215 6.2 Principais reações de decomposição dos medicamentos ..................................217 6.3 Estabilidade de produtos magistrais ...........................................................................218 6.4 Incompatibilidades .............................................................................................................220 Quadro Resumo .................................................................................................... 222 Quadro Esquemático ............................................................................................ 224 Questões Comentadas ......................................................................................... 227 Referências ........................................................................................................... 237 Parte 3 • FARMÁCIA COMUNITÁRIA PÚBLICA E DE MANIPULA- ÇÃO ................................................................................. 239 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA FARMÁCIA COMUNITÁRIA 1. Assistência farmacêutica no sus .................................................................... 242 1.1 Introdução ...............................................................................................................................242 1.2 Evolução histórica e conceitos básicos .......................................................................242 1.3 Arcabouço Legal: Política Nacional de Medicamentos – PNM; Política Na- cional de Assistência Farmacêutica – PBAF; Portarias Ministeriais ..................243 1.4 Programas institucionais ..................................................................................................250 1.5 Ciclo logístico da assistência farmacêutica ...............................................................254 1.6 Medicamentos essenciais: conceito e relevância ...................................................260 2. Assistência farmacêutica na farmácia comunitária privada ....................... 261 2.1 Introdução ...............................................................................................................................261 2.1 Legislação específica em farmácia comunitária .....................................................263 Quadro Resumo .................................................................................................... 271 Quadro Esquemático ............................................................................................ 273 Questões Comentadas ......................................................................................... 275 Referências ............................................................................................................ 285 CAPÍTULO 6 Parte 1 FARMÁCIA HOSPITALAR 17 CAPÍTULO 1 ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ INTRODUÇÃO À FARMÁCIA HOSPITALAR Pablo de Moura Santos Leonardo Kister de Toledo O que você irá ver neste capítulo: Planejamento, organização e gestão da farmácia hospitalar principais determinações da legislação específi ca em farmácia Hospitalar Quadro Resumo Quadro Esquemático Questões Comentadas Referências Objetivos de aprendizagem • Entender os processos de planejamento e gestão da farmácia hospitalar, compreendendo a infl uência da estrutura física para a sua organização; • Entender o papel da Farmácia na estrutura organizacional de uma Unidade Hospitalar; • Conhecer os objetivos e funções da Farmácia Hospitalar; • Conhecer as legislações específi cas em Farmácia Hospitalar. 18 CAPÍTULO 1 1. PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA FARMÁCIA HOSPITALAR Conceitualmente, a Farmácia hospitalar é a unidade clínico-assisten- cial, técnica e administrativa, em que se processam as atividades relacio-nadas à assistência farmacêutica, dirigida exclusivamente por um far- macêutico, compondo a estrutura organizacional do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades clínicas (de assistência ao pa- ciente) e administrativas3. Nos últimos anos, os Serviços de Farmácia Hospitalar têm mudado de maneira vertiginosa o seu conceito e desenvolvimento profissional. Os Serviços de Farmácia em um hospital são eminentemente unidades clíni- cas, portanto, devem estar ligadas à gerência ou departamentos assisten- ciais da instituição. Para o adequado desempenho das atividades da farmácia hospi- talar, sugere-se aos hospitais que: (i) provenham de estrutura organiza- cional e infraestrutura física que viabilizem as suas ações, com qualidade, utilizando um modelo de gestão sistêmico, integrado e coerente, pautado nas bases da moderna administração, influenciando na qualidade, resolu- tividade e custo da assistência, com reflexos positivos para o usuário, esta- belecimentos e sistema de saúde, devidamente aferidos por indicadores; (ii) considerem a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENA- ME) vigente, bem como os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde como referência para a seleção de medicamentos; (iii) promovam programa de educação permanente para farmacêuticos e técnicos/auxiliares; (iv) incluam a farmácia hospitalar no plano de con- tingência do estabelecimento; e (v) habilitem a efetiva participação do farmacêutico, de acordo com a complexidade do estabelecimento, nas Comissões existentes, tais como: Farmácia e Terapêutica (CFT), Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), Comissão de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde e outras que tenham interface com a assistência farmacêutica hospitalar. São objetivos e funções das farmácias hospitalares: • Garantir o abastecimento, dispensação, acesso, controle, rastrea- bilidade e uso racional de medicamentos e de outras tecnologias em saúde; 19 Introdução à farmácIa hospItalar • Assegurar o desenvolvimento de práticas clínico-assistenciais que permitam monitorar a utilização de medicamentos e outras tecno- logias em saúde; • Otimizar a relação entre custo, benefício e risco das tecnologias e processos assistenciais; • Desenvolver ações de assistência farmacêutica, articuladas e sin- cronizadas com as diretrizes institucionais; • Participar ativamente do aperfeiçoamento contínuo das práticas da equipe de saúde; • Garantir e assumir a responsabilidade técnica pela correta aquisi- ção de medicamentos, conservação, armazenamento, distribuição de medicamentos para pacientes hospitalizados e ambulatoriais; • Gerenciar um sistema adequado de gestão de estoque de medi- camentos; • Estabelecer um sistema seguro e efetivo de dispensação de medi- camentos; • Contribuir com suporte técnico operacional nos ensaios clínicos com medicamentos; • Participar de comissões assessoras da Direção do hospital, cujo co- nhecimento farmacêutico pode ser útil, como CFT, CCIH, Resíduos, Feridas etc.; • Realizar seguimento farmacoterapêutico de pacientes internados e ambulatoriais, implementando o desenvolvimento da farmácia clínica, buscando otimizar a terapia medicamentosa; • Desenvolver atividades de ensino e educação permanente; • Desenvolver e/ou manipular fórmulas magistrais e/ou oficinais de produtos não estéreis, destinados a atender necessidades especí- ficas dos pacientes; • Fornecer informações sobre medicamentos a profissionais de saú- de e pacientes. O Conselho Federal de Farmácia (CFF), a partir da Resolução nº 300 (1997), ressalta que a Farmácia deve ser uma unidade clínica e, portanto, todas as suas ações devem ser orientadas ao paciente. Isso significa que a farmácia, além de fornecer medicamentos, deve acompanhar sua correta 27 QUADRO RESUMO Palavras-chave Descrição Assistência Farmacêutica Um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual quanto coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população (Brasil, 2004)9. Atividades da Farmácia Hospitalar Por ser uma unidade clínica, as atividades da Farmácia Hospitalar devem ser direcionadas para o paciente. Isso significa que a farmácia, além de fornecer medicamentos, deve acompanhar sua correta utilização e seus efeitos. Farmácia Hospitalar Unidade clínico-assistencial, técnica e administrativa, em que se processam as atividades relacionadas à assistência farmacêutica, dirigida exclusivamente por farmacêutico, compondo a estrutura organizacional do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades clínicas (de assistência ao paciente) e administrativas. Portaria de consolidação nº2, de 28 de setembro de 2017, em seu Anexo 2 do Anexo XXVII (O texto deste anexo é originado da Portaria nº 4.283, de 30 de dezembro de 2010) Aprovam as diretrizes e estratégias para a organização, fortalecimento e aprimoramento das ações e serviços de farmácia no âmbito dos hospitais. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais: RENAME Uma das estratégias da política de medicamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS) para promover o acesso e uso seguro e racional de medicamentos. É uma lista de medicamentos que deve atender às necessidades de saúde prioritárias da população brasileira. Deve ser um instrumento mestre para as ações de assistência farmacêutica no SUS. Resolução do CFF nº 568, de 6 de dezembro de 2012 Ementa: Dá nova redação aos artigos 1º ao 6º da Resolução/CFF nº 492, de 26 de novembro de 2008, que regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada. QUADRO RESUMO QUADRO ESQUEMÁTICO 28 Promover, participar e apoiar ações de educação permanente, ensino e pesquisa. Ensino, educação permanente e pesquisa Promoção do Uso Racional de Medicamentos. Otimização da terapia medicamentosa Estrutura física, recursos humanos e materiais para a prática do farmacêutico. Desenvolvimento de infraestrutura Fornecer informações técnico científicas criticamente avaliadas para tomadas de decisão. Informação sobre medicamentos e produtos para a saúde Sistema racional de distribuição de medicamentos. Dose individualizada ou unitária. Preparo, distribuição, dispensação e controle de medicamentos e produtos para a saúde Missão, visão e valores voltados para práticas clínicas. Gestão clínica. Gestão FARMÁCIA HOSPITALAR QUADRO ESQUEMÁTICO 29 QUESTÕES COMENTADAS 1 (CRESCER CONSULTORIAS – PREFEITURA DE JIJOCA DE JERICOACOARA/CE – 2019) Analise as afirmações abaixo e assinale a alternativa INCORRETA: Ⓐ O principal objetivo da Farmácia Hospitalar é contribuir no processo de cuidado à saúde, visando melhorar a qualidade da assistência presta- da ao paciente, promovendo o uso seguro e racional de medicamentos e produtos para a saúde. Ⓑ No campo de atuação clínica, o foco da Farmácia Hospitalar e de ser- viços de saúde deve estar no paciente e no atendimento de suas neces- sidades. Ⓒ A atividade do farmacêutico no cuidado ao paciente pressupõe o aces- so a ele e seus familiares, ao prontuário, resultados de exames e demais informações, incluindo o diálogo com a equipe que assiste o paciente. Ⓓ O conceito de farmácia hospitalar se resume em uma Unidade admi- nistrativa, dirigida por responsável técnico farmacêutico ou de nível supe- rior, integrada ou não ao sistema hospitalar. GRAU DE DIFICULDADE ••° Alternativa A: CORRETA.Nos últimos anos, os Serviços de Farmácia Hos- pitalar têm mudado de maneira vertiginosa o seu conceito e desenvol- vimento profissional. Os Serviços de Farmácia em um hospital são emi- nentemente unidades clínicas, com objetivo de contribuir no processo de cuidado à saúde, visando melhorar a qualidade da assistência prestada ao paciente, promovendo o uso seguro e racional de medicamentos e produ- tos para a saúde7. Alternativa B: CORRETA. No campo de atuação clínica, o foco da Farmá- cia Hospitalar e de serviços de saúde deve estar no paciente e no aten- dimento de suas necessidades, contribuindo na tomada de decisção da melhor abordagem terapêutica para o paciente7. Alternativa C: CORRETA. A atividade do farmacêutico no cuidado ao paciente pressupõe o acesso a ele e seus familiares, ao prontuário, re- sultados de exames e demais informações, incluindo o diálogo com a equipe que assiste o paciente. O farmacêutico deve atuar em equipe multidisciplinar, documentando as suas intervernções e plano terapêu- tico, monitorando os parâmentros clínicos e laboratoriais de resposta ao tratamento, bem como, avaliando os resultados das suas intervenções7. QUESTÕES COMENTADAS 30 QUESTÕES COMENTADAS Alternativa D: INCORRETA. A farmácia hospitalar é a unidade clínico- -assistencial, técnica e administrativa, em que se processam as atividades relacionadas à assistência farmacêutica, dirigida exclusivamente por um farmacêutico, compondo a estrutura organizacional do hospital e integra- da funcionalmente com as demais unidades clínicas (de assistência ao pa- ciente) e administrativas7. 2 (COSEAC – UFF – 2019) Entre os objetivos da Farmácia Hospitalar no Brasil estão os abaixo relacio- nados, EXCETO: Ⓐ farmacocinética. Ⓑ armazenamento. Ⓒ dispensação. Ⓓ padronização. Ⓔ farmacotécnica. GRAU DE DIFICULDADE ••• Alternativa A: INCORRETA. Atividade de farmacocinética não está no es- copo de objetivos da Farmácia hospitalar no Brasil. Dentre os objetivos da farmácia hospitalar, destacam-se: • Garantir o abastecimento, dispensação, acesso, controle, rastreabilidade e uso racional de medicamentos e de outras tecnologias em saúde; • Assegurar o desenvolvimento de práticas clínico-assistenciais que per- mitam monitorar a utilização de medicamentos e outras tecnologias em saúde; • Otimizar a relação entre custo, benefício e risco das tecnologias e pro- cessos assistenciais; • Desenvolver ações de assistência farmacêutica, articuladas e sincroni- zadas com as diretrizes institucionais; • Participar ativamente do aperfeiçoamento contínuo das práticas da equipe de saúde; • Garantir e assumir a responsabilidade técnica pela correta aquisição de medicamentos, conservação, armazenamento, distribuição de medica- mentos para pacientes hospitalizados e ambulatoriais. Alternativa B: CORRETA. A farmácia deve garantir o abastecimento, dis- pensação, acesso, controle de medicamentos, sendo o armazenamento de medicamentos um dos objetivos/funções da farmácia hospitalar. 36 CAPÍTULO 1 REFERÊNCIAS 1. Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 338, de 6 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Diário Ofi- cial da União, Poder Executivo, Seção 1 nº 96, 20 de maio de 2004. Brasí- lia: Ministério da Saúde, 2004. 2. Brasil. Conselho Federal de Farmácia. Resolução do CFF nº 568, de 6 de dezembro de 2012. Dá nova redação aos artigos 1º ao 6º da Resolução CFF nº 492, de 26 de novembro de 2008, que regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na farmácia hos- pitalar e em outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada. 3. Brasil. Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 300, de 30 de janeiro de 1997. Regulamenta o exercício profissional em Farmácia e unidade hospitalar, clínicas e casa de saúde de natureza pública ou privada. Dis- ponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/300.pdf. 4. Brasil. Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 492, de 26 de novem- bro de 2008. Regulamenta o exercício profissional nos serviços de aten- dimento pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada. Disponível em: http://www.cff. org.br/userfiles/file/resolucoes/492.pdf. 5. Gomes, M. J. V. de M.; Reis, A. M. M. Ciências farmacêuticas: uma aborda- gem em Farmácia Hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2000. 6. Ministério da Saúde. Portaria nº 4.283, de 30 de dezembro de 2010. Aprova as diretrizes e estratégias para organização, fortalecimento e aprimoramento das ações e serviços de farmácia no âmbito dos hospi- tais. Disponível em: http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/ Portaria%204283%20 de%2030%20de%20dezembro%20de%202010. pdf. 7. Ministério da Saúde. Portaria de consolidação nº 2, de 27 de setembro de 2017. Aprova a consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde. 8. Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (SBRAFH). Organização Conselho Federal de Farmácia. Padrões Mínimos para Farmácia Hospitalar. Goiânia: 2007. 20p. 9. Brasil. Conselho Federal de Farmácia. Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas.
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