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METABOLISMO BIOSSÍNTESE DOS AMINOÁCIDOS: os aminoácidos podem ser produzidos por vias endógenas ou necessitam ser consumidos na dieta para estarem disponíveis no organismo • Aminoácidos nutricionalmente essenciais não são produzidos por vias endógenas → precisam ser ingeridos na dieta → 8 tipos de aminoácidos essenciais • Aminoácidos nutricionalmente não essenciais são produzidos por vias endógenas → não precisam ser ingeridos na dieta → 12 tipos de aminoácidos não essenciais • Os aminoácidos essenciais exigem vias metabólicas longas e de alto gasto energético → plantas e bactérias • Os doze aminoácidos não essenciais, de vias metabólicas curtas, passam pelo processo de biossíntese, cada um com suas enzimas e vias especificas Biossíntese do glutamato: • Formado a partir do α-cetoglutarato do ciclo de Krebs • α-cetoglutarato sofre amidação redutiva → grupamento cetona é substituído por amina → NADPH libera um elétron (energia) para essa troca • Enzima catalisadora: glutamato-desidrogenase • A amina alocada é proveniente do íon amônio presente no sangue → íon amônio é citotóxico → formação de glutamato representa um mecanismo de redução de amônio no sangue Biossíntese da glutamina: • Formada a partir da amidação extra do glutamato • Glutamato sofre amidação fosforilativa → substituição do oxigênio com valência livre da carboxila do glutamato (quebra de ATP) → formação de um composto intermediário (glutamil-fosfato) → amônio substitui o fosfato gerando a glutamina • Liberação do ADP + Pi • Também ocorre redução do íon amônio do sangue → redução da citotixidade Biossíntese de alanina e aspartato: • Amidação do piruvato → alanina • Amidação do oxaloacetato → aspartato • Glutamato e glutamina doador de amina • Enzimas glutamato desidrogenase e glutamina sintase → convertem amônio citotóxico do sangue nas aminas dos aminoácidos • Enzimas aminotransferases retiram agrupamentos aminas dos aminoácidos e colocam em substratos ácidos para formar outros aminoácidos • Aminoácido que doa o grupamento amina para a aminotransferase regressa a sua forma desaminada Biossíntese de asparagina: • Amidação extra do aspartato • Enzima asparagina sintase • A conversão do aspartato em asparagina envolve a quebra de um ATP e formação de aspartil-fosfato • Grupo amina é proveniente de uma glutamina e não de um amônio circulante Biossíntese de serina: • Desfosforilação do 1,3-bifosfoglicerato → formação do 3-fosfoglicerato • Isomerização do 3-fosfoglicerato → formação do 2-fosfoglicerato • Oxidação do 3-fosfoglicerato → formação do fosfo-hidroxi-piruvato (enzima 3-fosfoglicerato-desidrogenase) ◦ Transferência de um grupo amina de um glutamato para a fosfo-hidroxi-piruvato → transaminase • Amidação do fosfo-hidroxi-piruvato → fosfoserina • Desfosforilação da fosfoserina → formação da serina (enzima fosfoserina hidrolase) Biossíntese da glicina: • Formada a partir de muitos compostos → glicoxilato, glutamato, glutamina, alanina, colina e serina • Catalisada pela enzima glicina-aminotransferase Biossíntese de prolina: • Formada a partir do glutamato • Fosforilação do glutamato → formação do glutamato-γ-fosfato (enzima glutamato-5-cinase) • Oxidação do glutamato-γ-fosfato → formação do glutamato-γ-semialdeído (enzima glutamato semialdeído desidrogenase) • Formação espontânea de um anel pelo glutamato-γ-semialdeído → denominado pirrolina-5-carboxilato • Redução da pirrolina-5-carboxilato → formação da prolina (enzima pirrolina-5-carboxilato redutase) Biossíntese de cisteína: • Formado a partir da metionina (aminoácido essencial) • Conversão da metionina em hemocisteína • Reação entre hemocisteína com a serina → formação da cistationina • Quebra da cistationina → formação da hemosserina e cisteína Biossíntese de tirosina: • Formada a partir da fenilalanina (aminoácido essencial) • Oxidação da fenilalanina → formação da tirosina (enzima fenilalanina hidroxilase) • É uma reação irreversível → isso significa que uma carência nutricional de tirosina pode ser suprida pela fenilalanina, mas o contrário não é verdade Biossíntese de hidroxiprolina e hidroxilisina: • Aminoácidos presentes no colágeno • Formadas a partir da prolina e da lisina, após estas serem incorporadas em peptídeos Biossíntese de valina, leucina e isoleucina: • Aminotransferases podem formar estes aminoácidos essenciais a partir de cetoácidos • Interconversão reversível entre esses 3 aminoácidos e seus α-cetoácidos • Esses α-cetoácidos podem substituir seus aminoácidos na dieta METABOLISMO DOS AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS: • Proteínas estão em constante processo de degradação e síntese • Reciclagem proteica: enzimas degradam proteínas → aminoácidos são utilizados para produzir novas proteínas → processo que permite o rearranjo estrutural constate dos tecidos • 75% dos aminoácidos liberados na degradação proteica são reutilizados • 25% são degradados em 2 partes (catabolismo dos aminoácidos) → esqueleto de carbono + nitrogênio amino ◦ Esqueleto de carbono: convertido em intermediários anfibólicos → utilização em vias catabólicas (obtenção de energia) e anabólicas (armazenamento de energia) ◦ Nitrogênio amino: convertido em ureia (ciclo da ureia) → excretada na urina Degradação das proteínas: processo mediado por enzimas • Proteases intracelulares: hidrolisam as ligações peptídicas internas → liberação de peptídeos • Endopeptidases: degradam as ligações internas dos peptídeos → formação de peptídeos menores • Aminopeptidases e carboxipeptidases: removem sequencialmente (um por um) os aminoácidos a partir das extremidades amino-terminal e carboxi-terminal, respectivamente → Degradação independente de ATP: • Ocorre com as glicoproteínas do sangue • As glicoproteínas são internalizadas por receptores específicos presentes nas células hepática → proteases lisossômicas degradam • Ocorre com proteínas associadas a face externa da membrana plasmática e com proteínas intracelulares • A degradação acontece nos lisossomos sem a quebra de ATP (sem gasto de energia) → Degradação dependente de ATP e de ubiquitina: • Ocorre com as proteínas reguladoras de meia-vida curta e com as proteínas anormais ou com dobramento errado → acontece no citosol • Ubiquitina: pequeno polipeptídio que direciona proteínas intracelulares para degradação → ‘’marcador’’ de proteína que precisa ser degradada → regula qual proteína será degradada e qual não será ◦ Ligação da ubiquitina com as proteínas ocorre com gasto de energia (quebra de ATP) • Ubequitinação: ocorre pela catalisação de 3 enzimas ◦ E1 (enzima ativadora): liga-se a ubiquitina, quebra o ATP e a ativa ◦ E2 (ligase): substitui a E1 e passa a ubiquitina para a proteína alvo ◦ E3 (transferase): substitui a ligação com E2 pela ligação com a proteína alvo • Após a Ubequitinação → degradação da proteína por um proteossomo • Proteossomo: macromolécula cilíndrica (formato de donuts empilhados) com um poro central ◦ Enzimas proteolíticas presentes no poro central → degradação das proteínas ubequitinadas Intercâmbio de aminoácidos entre os órgãos: • Degradação de proteínas (músculos) + consumo de proteínas via dieta → liberação de aminoácidos livres no sangue → aumento da concentração • Fígado metaboliza parte desses aminoácidos no ciclo da ureia → reduz concentração • Intercâmbio de aminoácidos entre os órgãos → estabilidade na concentração no plasma circulante → Troca de aminoácidos – músculos • Liberação de alanina → absorção no fígado → alanina entra no ciclo da ureia e na gliconeogênese • Alanina é um aminoácido gliconeogênico • Liberação de glutamina → absorção no intestino e rins → esses órgãos convertem a glutamina em alanina → liberação da alanina no sangue → absorção no fígado • Liberação de valina → absorçãopelo encéfalo Degradação dos aminoácidos: • Geração de esqueleto carbônico e amônia → alimenta o ciclo da ureia • Ocorre pelo acoplamento da transaminaçao e desaminação oxidativa do glutamato → transdesaminação → Transaminação: centro da degradação dos aminoácidos • Retirada do nitrogênio de um aminoácido, transferindo-o para um cetoácido • É uma via de mão dupla: interconverte um aminoácido a seu esqueleto carbônico correspondente e vice-versa • Aminotransferases: dois sítios de ligação → um para o aminoácido especifico e um para o esqueleto de carbono correspondente ao mesmo ◦ Exemplo: alanina-piruvato aminotransferase → se liga a uma alanina e retira sua amina + se liga ao piruvato → Desaminação: • Aminoácido perde uma amina na forma de amônia • Ocorre apenas com o glutamato • Oxidação do glutamato → formação do cetoglutarato (enzima glutamato-desidrogenase) • Utilização de um NAD+ como aceptor de elétrons • Formação de cetoglutarato + NADH • Representa a fonte de amônia que vai ser convertida em ureia → Transdesaminação: • Transaminação do glutamato (glutamato aminotransferase) + desaminação oxidativa do glutamato (glutamato desidrogenase) → permite que o grupo amino dos demais aminoácidos seja convertido em amônia • Degradação dos aminoácidos em esqueleto carbônico apto as vias anfibólicas e amônia apta ao ciclo da ureia Catabolismo dos esqueletos de carbono dos aminoácidos: • Os esqueletos carbônicos dos aminoácidos são catabolizados a intermediários para a biossíntese de carboidratos e lipídios • Aminoácidos glicogênicos: convertidos a carboidratos → alanina, argina, asparagina, cisteína, glutamina, glicina, histidina, prolina, serina, treonina e valina • Aminoácidos cetogênicos: convertidos em lipídios → leucina • Aminoácidos glicogênios e cetogênicos: convertidos em carboidratos e/ou lipídios → lisina, fenilalanina, tirosina, triptofano DOENÇAS HEREDITÁRIAS DO METABOLISMO DE AMINOÁCIDOS: • Geralmente raras e transmitidas por genes autossômicos recessivos • Síndromes genéticas metabólicas • Consequência: acumulo de determinado metabolito em todos os fluidos do corpos e excreção na urina • Fenilcetonúria: ausência de fenilalanina hidroxilase → não ocorre conversão da fenilalanina em tirosina ◦ Acumulo de fenilalanina ◦ Em recém-nascidos → concentração de fenilalanina no sangue pelo teste do pezinho ◦ Tratamento: evitar o consumo de fenilalanina na dieta ◦ Sintomas: retardamento mental, pigmentação deficiente de pele e cabelo → prejudica a síntese de melanina • Moléstia da urina em xarope de bordo: deficiência da enzima que descarboxiliza os aminoácidos ramificados (isoleucina, leucina e valina) ◦ Acumulo desses aminoácidos e de seus cetoácidos ◦ Odo semelhante ao xarope de bordo • Bloqueio parcial do ciclo da ureia → causa hiperamonemia (nível aumentado de amônia no sangue) ◦ Alta toxidade da amônia (especialmente para o SNC) → coma e morte ◦ Tratamento: administração de dieta pobre em proteínas
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