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1_Observação e Registro do Cpto

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1 
 
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL- FACULDADE DE PSICOLOGIA 
ANÁLISE APLICADA DO COMPORTAMENTO E PRÁTICAS INTEGRATIVAS 
 
OBSERVAÇÃO E REGISTRO DO COMPORTAMENTO 
TEXTO ADAPTADO PELOS PROFESSORES RESPONSÁVEIS PELA 
DISCIPLINA A PARTIR DOS TRABALHOS DE DANA (1986), FAGUNDES 
(1982) e THOMSON (2006). 
 
 
A Observação do comportamento 
Se quisermos tentar entender as variáveis envolvidas em comportamentos 
exibidos, devemos observar comportamentos. As informações obtidas através 
da observação cuidadosa costumam ser mais úteis do que as informações 
obtidas através da observação do senso comum. Por esse motivo observações 
de comportamento vêm sendo realizadas em psicologia por inúmeros 
pesquisadores, de diferentes áreas, interessados em conhecer comportamentos 
de organismos e as variáveis que sobre eles incidem, como atestam trabalhos 
antigos de Darwin-1872, Taine-1877, Goudenouch-1931, Thomas, Loomis e 
Arrigton-1933, sendo os três últimos apontados por Ferreira (1967) apud 
Fagundes (1982, p. 17). 
Qualquer pessoa que tente observar comportamentos sabe que essa não 
é uma tarefa fácil, pois exige muito empenho e cuidados específicos, uma vez 
que o desconhecimento sobre como relatar o que se vê, ouve, sente, etc., aliado 
à “fluidez comportamental”, traz dificuldades para o registro fidedigno de dados. 
Mudamos de atividade e na forma de como nos comportamos continuamente, 
criando com isso dificuldades a quem tenta acompanhar o que fazemos, quando 
fazemos e “por que fazemos”. 
A observação comportamental é reconhecida como instrumento importante em 
psicologia, pois sem ela, pouco saberíamos objetivamente sobre como se 
comportam organismos em diferentes situações, dado de fundamental 
importância para que se compreenda não só o comportamento, mas também a 
relação entre eventos e comportamentos. Além disso, a observação e registro 
de dados permite a comparação com os registros de outros observadores 
ampliando as oportunidades de reflexões sobre a função de determinados 
comportamentos no repertório comportamental de alguém, o que nos leva a 
concluir que, se queremos tentar entender os comportamentos, precisamos 
 
 
2 
 
observa-los cuidadosa e objetivamente para que as informações coletadas não 
sejam produto de observação do senso comum. 
Convencionou-se que a observação a ser utilizada em tais situações deve 
ser a observação sistemática, tipo de observação onde se deve definir clara e 
objetivamente cada um dos comportamentos que se pretende observar, para 
que não haja dúvidas posteriores sobre o que se deve registrar ou sobre a 
validade do que foi registrado pelo observador. 
Registros sistematizados podem ser compartilhados com outros 
pesquisadores propiciando oportunidade de reflexões sobre situações de 
interesses compartilhados e colocando pesquisadores sob a influência do que 
na realidade acontece, evitando suposições ou interpretações falhas. 
“O registro sistemático supõe o estabelecimento prévio de definições 
comportamentais por que facilitam o trabalho do observador e por eliminar as 
contradições existentes nas noções que cada um tem a respeito dos mesmos 
comportamentos, permitindo haver maior concordância entre os observadores 
quanto à ocorrência dos comportamentos sob observação” (FAGUNDES, 1982, 
p. 41). 
Segundo o mesmo autor, em tais situações deve-se usar a linguagem 
científica, ou seja, a definição do comportamento deve ser clara, objetiva, exata, 
concisa, direta. Em tais situações não podemos utilizar a linguagem coloquial, 
romanesca, policial, futebolística, gírias, etc. Segue abaixo um exemplo de relato 
da mesma situação. Um deles é retratado em linguagem romanesca e outro em 
linguagem científica: 
 
Linguagem Romanesca Linguagem coloquial Linguagem científica 
 
Paulo está sentado à mesa do bar. 
Tem a sua frente três garrafas de 
cerveja vazias e uma quarta ainda 
pela metade. Ostenta um olhar de 
profunda melancolia. Não faz 
nada. Praticamente seu único e 
repetitivo gesto é o de levar o copo 
à boca. Às vezes olha o copo para 
ver se nele ainda há cerveja. As 
várias pessoas, que se 
 
 Paulo está sentado na mesa de 
um bar bebendo cerveja. Está 
muito triste e olha para as 
pessoas que estão no bar. Põe o 
copo na boca repetidamente e 
várias vezes olha o copo para ver 
se já está vazio. Nem nota as 
pessoas que entram ou saem do 
bar. 
Paulo está sentado à mesa de 
um bar. Tem à sua frente 
quatro garrafas com rótulos de 
cerveja: Três vazias e uma 
pela metade, praticamente 
seu único e repetitivo gesto é 
levar o copo à boca. Três 
vezes leva de volta o rosto em 
direção ao copo. Duas 
pessoas passam, andando em 
torno de sua mesa, enquanto 
 
 
3 
 
movimentam à sua volta, não 
parecem existir para ele. São 
agitação de superfície que não 
perturbam a triste quietude de 
suas águas profundas. 
Mas que vejo? Paulo se move! 
Acompanha atentamente a 
graciosa criatura que passando 
perto dele, foi sentar-se à mesa do 
lado. Algo de inexplicável se deu. 
Seu olhar agora refulge! É de 
alegria que brilham seus olhos. Se 
movem inquietos de um lado para 
o outro, fitando os mínimos 
movimentos do rosto da moça 
encantadora. Na verdade, todo o 
seu ser parece transformado. 
Quem será a formosa criatura? 
Como pode transformá-lo assim, 
tão abruptamente? 
ele mantém o rosto e os olhos 
fixos voltados para o mesmo 
ponto do espaço. 
Paulo se move. Seu rosto se 
volta em direção a uma moça 
que passando ao lado dele, vai 
sentar-se à mesa que está ao 
lado da dele. Seus olhos se 
movem repetitivamente de um 
lado a outro, mantendo o rosto 
orientado para o rosto da 
moça que se move para um 
lado e para outro. 
 
Deve-se perceber acima que as características de clareza, objetividade, 
exatidão e precisão foram utilizadas para descrever de forma científica o trecho 
apresentado. 
 Devemos lembrar que na definição do comportamento observado deve 
ser usada: 
a) Linguagem científica: objetiva, clara, exata, concisa e direta; 
b) Tornar a definição explicita e completa: nada do que é importante deve ficar 
implícito e subtendido, mas ser explicado de modo que nada lhe falte e a 
definição se torne completa; 
c) Empregar elementos pertinentes: apontar só o que realmente faz parte da 
observação, sem qualquer interpretação; 
d) Dar denominação apropriada: a definição do comportamento deve requerer 
cuidado, objetividade e propriedade. 
Ex.: Comportamento: “sorrir”. A utilização do termo resposta de sorrir é o 
indicado ao invés de resposta “contentamento”. 
Poderíamos tornar ainda mais objetiva a descrição. Exemplo: 
Comportamento de Sorrir: retração dos cantos da boca para os lados e para 
 
 
4 
 
o alto, podendo haver exposição de dentes da arcada superior e inferior da 
boca. 
Comportamento de “apontar para algo”: seria preferível a resposta de 
estender o dedo indicador ou o polegar em direção a uma pessoa “X” ou 
objeto. 
Quando fomos descrever comportamentos, devemos esclarecer o que 
fazem as pessoas que observamos quando andam, gritam, choram ou qualquer 
outro comportamento que sejam exibidos por elas. 
Segundo Danna e Matos (1984), a observação é considerada um 
instrumento importante para o trabalho do Psicólogo porque por meio dela, 
coletam-se os dados acerca do comportamento e da situação ambiental que 
constituem o ponto de partida para o trabalho científico e profissional. 
A observação científica é uma observação sistemática e objetiva, planejada 
em função de um objetivo anteriormente definido. Deve se ater aos fatos que 
sejam visíveis, audíveis, palpáveis, degustáveis, cheiráveis, enfim perceptíveis 
pelos sentidos. 
A clareza e precisão da linguagem exige que se obedeça aos critérios de 
estrutura gramatical do idioma, não sejam usados termos ambíguos, fornecendo 
referências quantitativas e empíricas. Termos subjetivos como alegre, nervoso,queria, tentou ou que atribua causalidade ou finalidade da ação observada 
devem ser evitados. Enfim o observador deve utilizar verbos que descrevam a 
ação observada, termos que identifiquem os objetos ou pessoas presentes e 
referenciais físicos. 
Segundo Fagundes (1982), a observação comportamental é importante 
para os psicólogos e pesquisadores, servindo-lhes como um instrumento de 
trabalho para a obtenção de dados que, entre outras coisas, aumenta nossa 
compreensão a respeito do comportamento sob investigação, facilita o 
levantamento de hipóteses bem como o estabelecimento de diagnósticos, 
permitindo também acompanhar o desenrolar de uma intervenção ou tratamento 
e ainda testar seus efeitos e eficácia (p. 21). 
Quando nos propomos a observar comportamentos, algumas questões 
gerais vão se apresentando, tais como: 
• O que os organismos fazem? 
 
 
5 
 
• Em que circunstâncias ou sob que condições ambientais se comportam de 
forma específica? 
• Com quais objetivos iremos observar? 
 
 Passaremos a apontar agora alguns aspectos importantes quando se 
trabalha com a Observação Comportamental: 
 
1. Características dos dados coletados através da observação 
 
 Referem-se aos comportamentos exibidos pelo sujeito: contatos físicos 
com objetos e pessoas, vocalizações, expressões faciais, movimentos no 
espaço, posturas e posições do corpo. Referem-se também, à situação 
ambiental, ou seja, às características do meio físico e social em que o sujeito se 
encontra, bem como às mudanças que ocorrem no mesmo. Dependem do 
objetivo para o qual a observação está sendo realizada. 
 
2. Planejamento da Observação 
A observação científica é sistemática pelo fato de ser organizada e/ou 
planejada. Planejar uma observação significa estabelecer: 
❖ Objetivo: Para que a observação será realizada? 
❖ Local e situação: Onde a observação será realizada? 
❖ Tempo: Em que momentos a observação será realizada? 
❖ Sujeito: Quem será o sujeito observado. 
❖ Comportamentos e circunstâncias ambientais: O que será observado? Quais 
os comportamentos ou circunstâncias ambientais que serão observados? 
❖ Técnica de observação: Como a observação será realizada? Qual a técnica 
de observação e registro que serão utilizados? 
 
Ao fazer observações científicas nos defrontamos com dois problemas 
básicos que ameaçam a validade ou integridade das observações. Um problema 
tem a ver com a escolha do foco do comportamento a ser observado. 
Observadores humanos possuem uma capacidade finita para perceber os 
eventos e raciocinar sobre eles. Como exemplo, podemos citar o fato de que a 
 
 
6 
 
maioria de nós não pode prestar atenção em 20 comportamentos diferentes 
ocorrendo ao longo de curtos períodos de tempo e lembrar deles. Desse modo, 
alguma fronteira na variedade de comportamentos precisa determinar aquilo que 
planejamos observar. Precisamos escolher os comportamentos essenciais para 
os problemas que estudamos. O segundo problema diz respeito à reação do 
participante por estar sendo observado (HANTOWITZ et al., 2006). 
 Em relação aos objetivos da observação, são apontados a seguir os 
mais comuns: 
❖ Para o diagnóstico preliminar da situação-problema: através da observação, 
o psicólogo faz uma identificação preliminar das deficiências ou interesses de 
pesquisa existentes, identificando as variáveis que afetam ou se supõe afetar 
o comportamento e os recursos disponíveis no ambiente para resolver a 
situação. 
Exemplo: Identificar as dificuldades de socialização de uma criança em um 
contexto escolar determinado. 
 
❖ Para decidir quais as técnicas e procedimentos adequados de 
intervenção/atuação e resolução da situação-problema: através da 
observação, o psicólogo faz uma identificação dos recursos disponíveis no 
ambiente para resolver a situação, e seleciona suas estratégias de atuação, 
assim como as estratégias de atuação de outras pessoas inseridas na 
situação-problema. Exemplo: Identificar as estratégias que podem ajudar na 
socialização de uma criança em um contexto escolar determinado. 
 
❖ Para avaliar a eficácia das técnicas e procedimentos de 
intervenção/atuação utilizados na resolução da situação-problema: através 
da observação, o psicólogo identifica se através das técnicas e procedimentos 
de intervenção/atuação utilizados foi possível alcançar o resultado esperado. 
Exemplo: Identificar se as estratégias de intervenção usadas para ajudar na 
socialização de uma criança, em um contexto escolar determinado, foram 
eficazes. 
 
 
 
7 
 
❖ Na Pesquisa Científica: a observação é utilizada de forma especial no 
contexto da pesquisa científica em todas as áreas da Psicologia tais como: 
Psicologia Clínica, Psicologia Escolar, Psicologia do Trabalho e 
Organizacional, Psicologia do Desenvolvimento, etc. 
 
 
8 
 
TÉCNICAS DE REGISTRO 
 
Registro contínuo (ou Registro Cursivo) 
A técnica de registro contínuo cursivo é uma das técnicas usadas na 
observação para registrar os comportamentos e circunstâncias ambientais. 
A técnica de registro contínuo cursivo ou RCC consiste em 
registrar/descrever os eventos apresentados dentro de um período ininterrupto 
de tempo de observação, utilizando a linguagem científica (objetiva, clara e 
precisa) e obedecendo à sequência temporal de ocorrência. 
Em outras palavras, a técnica de registro contínuo cursivo pode ser 
considerada como uma “filmagem” ou “gravação” dos acontecimentos em 
determinada situação, relatando quase tudo o que ocorre. Nesse registro, o 
observador faz uma narração dos fatos em sequência. 
O registro é contínuo porque é feito sem parar durante o período em que a 
observação ocorre, e é cursivo pela forma com que o registro é feito. 
O registro contínuo cursivo é utilizado para o levantamento inicial do 
repertório comportamental do sujeito e das circunstâncias ambientais. 
Com os dados em mãos, é possível selecionar comportamentos para observar 
separadamente usando outras técnicas posteriormente (conforme o objetivo do 
estudo de observação). 
 
1. Localização do sujeito no ambiente: indicação do local onde o sujeito 
se encontra na situação observada. Exemplo: “S se encontra no canto cd 
(canto formado pelas paredes c e d) do refeitório”. 
 
2. Posição e postura do sujeito: como o sujeito se encontra. Exemplo: 
Em pé (ereto ou curvo); ajoelhado, agachado, deitado (encolhido ou 
distendido), etc. 
 2. 1 Posição: descreve uma relação com o ambiente. O referencial é o 
ambiente no qual o sujeito se encontra (exemplos: em pé, deitado, etc.). 
 
 
9 
 
 2. 2 Postura: “Disposições espaciais estacionárias de partes do organismo 
em relação a outras” (CUNHA, 1975). Referencial é o próprio corpo do sujeito 
observado. Exemplos: curvo, ereto, encolhido, distendido. 
 2. 3 Eventos comportamentais: descrição das ações do sujeito. 
As ações a serem registradas são: 
Comportamento motor 
a) comportamentos que resultam em contato físico do sujeito com ele 
mesmo ou com o ambiente; 
b) comportamentos que mudam o contato físico existente; 
 c) comportamentos que alteram a relação espacial que o sujeito mantém 
com ele mesmo ou com o ambiente. 
 
São considerados como comportamentos motores: 
 - Mudar de postura ou posição: [exemplos] agachar-se, levantar-se, 
virar a cabeça, erguer o braço, gestos (acenar, entre outros); 
 - Estabelecer e alterar contato físico: contato consigo mesmo ou com 
ambiente. Exemplos: passar mão no cabelo, colocar dedo no nariz, tirar dedo 
da boca, chutar a bola, morder coxinha, etc.; 
 - Locomoção: comportamentos que resultam em deslocamento do 
sujeito, usando como referência pontos fixos no espaço. Exemplos de 
locomoção: andar, correr, engatinhar, pular. 
 
1. Expressões faciais: modificações que ocorrem no rosto do sujeito (testa, 
sobrancelhas, olhos, nariz, boca, bochechas e queixo). 
Exemplos de expressões faciais:enrugar a testa, franzir as 
sobrancelhas, sorrir, piscar os olhos, olhar para os lados, fixar olhar em 
uma pessoa, etc. 
 
2. Comportamento vocal: sons produzidos pelo aparelho fonador, 
articulados ou não. 
 Exemplos de comportamento vocal: fala, canto, assobio, gargalhadas, 
murmúrios, onomatopeias. 
 
 
 
10 
 
3. Eventos ambientais: alterações no ambiente durante a observação. Os 
eventos ambientais se dividem em dois tipos: eventos físicos e eventos 
sociais. 
 
a) Eventos físicos: alterações no ambiente físico. Exemplos de eventos 
físicos em uma observação: bola que bate na trave, telefone que toca. 
b) Eventos sociais: comportamentos de outras pessoas presentes no 
ambiente da observação. Exemplos de eventos sociais: 
“O menino joga a bola em direção a S”; 
“O pai entra na sala e diz – você quer passear?”; 
“Uma menina se aproxima de S e coloca a mão no ombro de S”. 
 
Vantagens da técnica de registro contínuo cursivo: as vantagens 
da técnica de registro contínuo cursivo na observação psicológica são: 
❖ Levantamento dos eventos em sequência temporal; 
❖ Referência a muitos comportamentos e eventos ambientais. 
 
Dificuldades para empregar a técnica de registro contínuo cursivo 
Detalhamento: é impossível fazer a observação e registrar tudo com o 
máximo de detalhes. Para contornar esse problema é possível selecionar 
determinados eventos em detrimento de outros, por exemplo, se o objetivo 
do estudo de observação psicológica for “identificar problemas de 
manipulação motora fina apresentados por uma criança”, o observador 
focalizará nas posturas, posições e movimentos das mãos. Seleção dos 
comportamentos a serem observados -> refinamento dos registros -> maior 
riqueza de detalhes. 
A seleção de eventos para observação através da técnica de registro contínuo 
cursivo é feita em função do objetivo do estudo, que determina 
a variedade e tipo de comportamentos para registro. 
 
 Possibilidades na utilização da técnica de registro contínuo cursivo 
❖ Fazer registro amplo de ações (comportamentos motores, expressões faciais 
e comportamentos vocais); 
 
 
11 
 
❖ Selecionar a classe (ou classes) de comportamento(s) a ser registrada; 
❖ Focalizar a observação e registro em determinada parte do corpo (mãos, 
boca, olhos, etc.). 
Fatores que influenciam o grau de detalhes do registro contínuo cursivo: 
❖ Variedade de tipos de comportamentos (comportamentos motores x 
expressões faciais x comportamentos vocais); 
❖ Velocidade de ocorrência dos eventos: maior morosidade x rapidez 
(exemplos: um adulto lendo jornal x criança pulando amarelinha); 
❖ Grau de treinamento do observador (familiarização com a situação de 
observação, material utilizado (prancheta, protocolo de observação, 
cronômetro, gravador) e sistemática de registro; 
❖ Sistemática de registro: procedimentos específicos da técnica de registro 
utilizada + conjunto de convenções adotadas pelo observador. 
 
PROCEDIMENTOS: 
1. Permanecer a uma distância do sujeito que permita a visualização adequada 
da situação ou comportamentos observados, de modo que não interfira nas 
ações do sujeito; 
2. Buscar a não interferência na situação, agindo com indiferença ou 
‘neutralidade’ a possíveis solicitações do sujeito; 
3. Recomenda-se um tempo de ambientação do observador antes de iniciar os 
registros da observação; 
4. Utilizar uma folha em branco e ir anotando o mais fielmente possível os 
comportamentos exibidos na ordem e na sequência em que eles aconteçam. 
 
Exemplos de convenções adotadas em técnicas de registro de observação 
 
1. Aplicar o verbo no tempo presente no registro de eventos (exemplo: Em vez 
de “o menino caiu”, use “o menino cai”); 
2. Indicar em que direção a ação ocorre usando referenciais como partes do 
corpo do sujeito ou objetos, pessoas e partes do ambiente; 
3. Usar o grau normal ao se referir aos objetos; 
 
 
12 
 
4. Registrar as ações que ocorrer e NÃO registrar as ações que NÃO ocorrem 
(exemplo de registro de ação que não ocorre: “o menino caiu e NÃO 
CHOROU”); 
5. Relatar apenas informações recebidas pelos sentidos. Evitar interpretações 
ou impressões pessoais, como sugerir estados subjetivos ao sujeito (triste, 
bravo, etc.). 
 
Como diminuir o tempo gasto na técnica de registro contínuo cursivo 
 
▪ Usar símbolos para se referir a aspectos do ambiente físico, letras minúsculas 
para paredes ou lados de uma área (a,b,c,d) e letras maiúsculas para 
pessoas que emitem ações ou são objetos de ações. Especificar tudo na 
legenda do diagrama; 
▪ Sinais ou abreviaturas, por exemplo: Trocar a expressão “em direção a” por 
→ (seta). Especifique também na legenda do diagrama. 
 
Técnica de registro contínuo cursivo X Gravações em vídeos: o registro 
contínuo cursivo tem sido muitas vezes substituído por gravações em vídeo, 
que apresentam as seguintes vantagens: preservação da situação tal qual 
observadas infinitas repetições durante o processo de análise. 
 
2. REGISTRO DE EVENTOS 
Inicialmente escolhe-se um ou mais comportamentos a serem observados. 
Depois tais comportamentos são descritos ou definidos. Além das definições, 
costumam ser estabelecidos alguns critérios para se considerar quando o 
comportamento definido ocorre ou não. A seguir efetua-se uma contagem de 
frequência das vezes que o(os) comportamento(os) escolhido(s) ocorre(m). 
 
▪ Como fazer registro de evento: 
1. Escolher um ou mais comportamentos para observar; 
2. Descrever e definir os comportamentos escolhidos para observação 
(costuma-se estabelecer critérios para considerar a ocorrência ou não do 
comportamento definido); 
3. Contar a frequência de vezes que o comportamento ocorre. 
 
 
13 
 
 
Folha de registro de evento 
• Situação de observação: intervalo de aula, no pátio da faculdade; 
• Sujeito: Vitor (universitário com aproximadamente 20 anos); 
• Início: 20h45; 
• Término: 21h; 
• Duração: 15 min.; 
• Técnica de observação: Registro de evento; 
• Data: 03/05/2016; 
• Comportamento observado: andar; 
• Definição: Considera-se “andar” a locomoção do sujeito, realizada mediante o 
deslocamento alternado dos pés no solo; 
• Critérios de ocorrência: Uma possível nova ocorrência acontece quando o 
sujeito para por no mínimo 3 segundos. A menor unidade de ocorrência inclui 
o deslocamento de um dos pés, seguido do deslocamento do outro pé. 
 
Exemplo de registro de evento em uma observação de comportamento 
Comportamento Frequência Total 
Andar //// // 7 
 
Nesse exemplo (de registro de eventos), o sujeito andou 7 vezes durante o 
período de observação. 
 
Para que servem os critérios de ocorrência de eventos na observação 
psicológica: 
Os critérios são meras convenções, estes foram apenas exemplos. A função 
dos critérios de ocorrência de eventos é clara: permitir a duas ou mais 
pessoas que observassem o mesmo sujeito terem os mesmos elementos 
objetivos para decidirem quando ocorre o comportamento de andar mínimo e 
quando dizer que o sujeito voltou a andar, ou que uma deve-se registrar uma 
nova ocorrência (no exemplo de registro de evento dado, a nova ocorrência é 
definida e registrada quando o sujeito para por 3 segundos, no mínimo). 
 
 
14 
 
 
Como fazer registro de eventos com vários comportamentos ao mesmo 
tempo: 
❖ Defina todos os comportamentos (com critérios de ocorrência, se for o caso); 
❖ Reserve uma linha da folha de registro de eventos para cada 
comportamento. 
CATEGORIAS 
• Registro a intervalo (ou Registro de intervalos) 
 
Registro a intervalos (ou Registro de intervalos) é uma das técnicas de 
observação e registro do comportamento, assim como o registro de 
eventos e registro de duração. Para fazer um registro a intervalos deve-se 
usar uma folha quadriculada ou uma folha comum dividida em caselas, que 
indicarão os intervalos de tempo (duração sempre igual / intervalos de 10 ou 
15 segundos são os mais usados) para dividiro tempo de observação. 
Em cada casela, anota-se se o comportamento observado ocorre ou não. 
Aqui apenas anota-se se o comportamento ocorre ou não. Não se anota 
quantas vezes ele ocorreu. É apenas ocorrência, não frequência. 
 
Exemplo de registro a intervalos 
❖ Comportamento registrado: andar 
❖ Tempo de observação: 2 minutos 
❖ Intervalos: 10 segundos 
❖ Legenda: 
X: ocorrência do comportamento (andar) 
–: não ocorrência (não andou) 
 
1. Criar uma folha quadriculada, conforme modelo abaixo. Em cada casela 
dessa folha serão rgistrados os itervalos de tempo. A escolha da duração de 
cada intervalo é arbitrária ficando a critério do observador. Em cada casela se 
anota se ocorreu ou não o comportamento observado. 
 
http://psicoativo.com/2016/05/registro-de-eventos-psicologia.html
http://psicoativo.com/2016/05/registro-de-eventos-psicologia.html
http://psicoativo.com/2016/05/registro-de-duracao-do-comportamento-na-psicologia.html
 
 
15 
 
Min. 1 0-10 11-20 21-30 31-40 41-50 51-60 
Min. 2 - - X - - X 
Min. 3 - X - X - X 
 
3.Registro de duração do comportamento 
Registro de duração é uma das técnicas de observação e registro do 
comportamento. Assim como no registro de evento e em outras técnicas, o 
registro de duração requer a definição de comportamentos a serem 
observados, e, muitas vezes, a indicação dos critérios de ocorrência desses 
comportamentos (o que define se um comportamento ocorre ou não). Então, 
vamos organizar: 
Observe atentamente o sujeito, mas seja discreto. 
 
Como fazer um registro de duração 
1. Definir o comportamento a ser observado; 
2. Definir, se for o caso, os critérios de ocorrência do comportamento definido; 
3. Observar e anotar a duração dos comportamentos (dê preferência na 
utilização de um cronômetro); 
Exemplo de registro de duração de comportamento 
Categoria comportamental a ser observada: ANDAR 
Comportamento Duração (segundos) Total 
Andar 10 – 33 – 16 – 14 73 segundos 
 
Nesse registro de duração de comportamento, o sujeito andou 73 segundos 
durante o tempo que esteve sob observação. Marcar a duração de cada 
ocorrência permite saber o número total de ocorrências. Nesse exemplo 
houve 4 ocorrências. O registro desse modo se tornou uma mistura 
de registro de evento e de duração. 
 
Como registrar duração de evento: 
1. Use um cronômetro; 
http://psicoativo.com/2016/05/registro-de-eventos-psicologia.html
 
 
16 
 
2. Dispare o cronômetro no início da ocorrência do comportamento; 
3. Pause quando o sujeito interromper o comportamento; 
4. Dispare de novo assim que ele emitir o comportamento novamente (use o 
tempo acumulativo, claro); 
Desse modo o cronômetro mostrará apenas o registro de duração total do 
comportamento observado. 
 
 
Ex. de Folha registro de duração 
Situação da observação: ______________________________ 
Sujeito (se possível indique o nome ou iniciais e as características principais, 
como: sexo, idade, escolaridade, etc.): ______________________ 
Início da observação: ______ Término: _____ 
Duração total: ______ Data: …../…../…… 
Técnica de observação: _____________________________ 
Comportamento observado: _________________________ 
Definição do comportamento: 
___________________________________________________ 
Critérios de ocorrência (caso necessário): 
___________________________________________ 
 
 
4. Registro por amostragem de tempo 
Bastante semelhante ao registro de intervalos. Difere, entretanto, porque ao 
invés de se observar aqui a ação do sujeito durante o tempo todo de cada 
intervalo, só se faz isso ao final dele. 
Ex.: Ao invés de ficar olhando o sujeito desde 0 até 15 segundos, deve-se 
fazê-lo somente no final do intervalo, exatamente no 15º segundo. No tempo 
restante o observador faz o que bem entende menos olhar para o sujeito. Se 
os intervalos adotados forem de 15 em 15 segundos, só olhará no 15º, no 30º, 
no 45º segundo e assim por diante. 
Embora a escolha da duração do intervalo seja razoavelmente arbitrária, 
recomenda-se adaptar a duração mais curta para os comportamentos que, 
 
 
17 
 
normalmente tenham alta frequência e mais longa para os que apresentem 
frequência mais baixa (BIJOU; PATERSON; AULT, 1968). 
Exemplo de folha de Registro 
Sujeito (Nome ou iniciais e características principais):__________________ 
Situação de Observação (onde está e o que faz o 
sujeito):_________________ 
Técnica de Observação: Registro por Amostragem de tempo Data: 
________ 
Início:____________ Término: ___________ Duração Total: 
_____________ 
Comportamento Observado: 
_________________________________________ 
Definição do comportamento: 
_____________________________________________________________
___ 
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
______ 
 
Minutos 0-15 16-30 31-45 46-60 
1 
2 
3 
4 
5 
 
 
TÉCNICAS MISTAS 
 
 
18 
 
As cinco técnicas descritas são as fundamentais. Costuma-se, 
entretanto, combiná-las entre si ou com outros elementos de forma a se 
obter tipos que chamaremos de “técnicas mistas”. 
Registro cursivo minuto a minuto –Ex.: 
 
Minuto Sequência dos Comportamentos 
1 S (o sujeito) escreve. Para de escrever. Pergunta que 
horas são. Carlos responde: “São quinze horas.”. S. 
agradece. Volta a escrever.

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