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Exame em Técnicas de Observação: Conteúdo 1. Observação em Psicologia 2. Linguagem científica 3. Tipos de observação 4. Protocolo de observação 5. Tipos de registro 1. Observação em Psicologia: A observação está envolvida diretamente ou indiretamente em todas as atividades do psicólogo. Utiliza da observação cientifica e dos métodos científicos. O Psicólogo cientista, investiga, descreve e aplica o que é observado, a fim de entender e ajudar no comportamento e contexto do indivíduo. O ato de observar em psicologia é essencial para o profissional, deve ser neutro e sem julgamentos; é necessário para colher dados, avaliar, intervir, analisar, identificar, conhecer, se adaptar e ter acesso a informações do comportamento. 1.1 É dever do psicólogo: Manter o foco na realidade não mantendo o habito de criar ou interpretar de forma pessoal informações colhidas; Possuir uma melhor compreensão da natureza; Evitar inferências interpessoais, interpretações, preconceitos; Manter uma relação de causalidade, possibilitando prever e intervir nos fenômenos observados. Identificar demandas e pontos principais. 1.2 O que se observa? Ao utilizarmos da observação, podemos identificar o sujeito e seus comportamentos públicos, o seu contato com objeto e pessoas, falas e vocalizações, atividades motoras e expressões faciais. Podemos identificar também o ambiente em que o sujeito está inserido, analisando os aspectos físicos e sociais a partir das características e mudanças ocorridas. 1.3 Objetivo da observação A observação científica é considerada sistemática e objetiva, podendo identificar: Onde a ação ocorre; Quando ocorre e qual a situação; Quem está sendo observado e pratica a ação; O que é observado em relação a comportamentos e condições; Como ocorre a observação a respeito dos registros e técnicas utilizados. A objetividade na observação ocorre através de fatos observáveis que podem ser percebidos pelos sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato. Para atender ás características de uma observação científica é necessário um treino específico que utilize de procedimentos específicos, linguagem científica e cuidados técnicos e éticos. 2. Linguagem Científica Utilizada para produção e obtenção de conhecimento, controlar eventos naturais e replicar conhecimentos. Apresenta linguagem precisa e rigorosa. A linguagem pode ser: Literária: utilizada para comunicar e produzir impressões sobre o evento, criar, dar asas a imaginação. Científica: visa á objetividade estudando os fenômenos que ocorrem x estudo da opinião alheia. Elimina todas as impressões pessoais e subjetivas que o observador possa ter ou interpretações a cerca dos fatos. Apresenta em sua estrutura clareza e precisão. Clareza e Precisão: Obedece a critérios de estrutura gramatical do idioma a fim de se fazer compreender o que foi descrito; Utiliza de termos cujo significado NÃO é ambíguo; Indica propriedades definidoras, fornecendo referenciais físicos, quantitativos e verdadeiros. Utiliza verbos que descrevem a ação; Palavras que identifiquem objetos e pessoas presentes na situação e suas características; Fidedignidade no relato utilizando de uma descrição mais refinada que inclua gestos, vocalizações, entonação de voz, expressões faciais, etc. Fornece ao leitor através da descrição a situação requerida; NÃO utiliza figuras de linguagem e interpretações próprias. 3. Tipos de observação 3.1. Estrutura da observação: Sistemática: é planejada, estruturada ou controlada. Usa de instrumentos controlados para a coleta de dados. Há uma definição anterior do que se deve observar; há uma construção de categorias a priori para os comportamentos que serão observados e elaboração de planilhas ou outras formas objetivas de registro. Assistemática: não é estruturada, é simples, espontânea, informal. O observador é um mero espectador; É bastante utilizada em estudos exploratórios e não possui planejamento ou controle. Não é indicada para testar hipóteses ou situações reveladas como públicas. 3.2. Local da observação: Vida real/ Natural: observação sistemática do comportamento humano ou animal conforme ocorre, ou seja, natural e espontânea. Ocorre no seu meio habitual, em ambientes não criados artificialmente. O observador vai onde a ação acontece. Vantagens Desvantagens Comportamentos mais reais possíveis. É de difícil replicação. O comportamento não é afetado pela inibição e ansiedade dos experimentos. As conclusões feitas são suposições. Não há manipulação de variáveis. O comportamento do sujeito pode ser alterado se souber que está sendo observado. Pode ser utilizada em qualquer situação. É difícil autenticar as ações. Eventos raros são inviáveis. Observação experimental: a realização do comportamento é em condições controladas; a situação é artificial, provocada. Há uma sistematização prévia, definindo o que se pretende observar com a construção de tabelas de registros; possibilita ir além da observação direta com entrevistas, questionários e testes; há estratégias que evitem o condicionamento do comportamento com a utilização de espelhos de uma via, câmeras de vídeo, etc. Vantagens Desvantagens Seu rigor permite a presença de observadores independentes que anotam todo tipo de comportamento de forma descritiva para posterior análise. Limitação da variabilidade comportamental. 3.3. Ação do observador: ∙ Observação participante- natural: observador é visto como alguém do grupo. ∙ Observação participante- artificial: observador é reconhecido como alguém estranho. ∙ Participante total: não informa sobre a observação ∙ Participante observador: informa sobre a observação. ∙ Observação não participante: observa o fenômeno diretamente no tempo em que ocorre, sem que interfira no campo observado. Indiretamente: observas indiretamente, através de vídeos, por exemplo, para que haja posterior análise. Não ocorre no tempo da ação. 3.4. Número de observadores: ∙ Observação individual: é realizada por apenas um pesquisador. Vantagem Desvantagem Praticidade Possibilidade de distorção do observado, sem que haja confrontação de dados de outros observadores. ∙ Observação em equipe: é realizada por um grupo de pesquisadores. Vantagem Desvantagem Possibilidade de confrontação de dados obtidos através de vários observadores; podem observar os mesmos aspectos Investimento na formação e deslocamento das atividades dos observadores. 3.5. Observação Clínica: Os dados colhidos na observação clínica são utilizados para diagnóstico, definição de técnicas a serem utilizadas e avaliação dos resultados. Objetivos: colher dados não verbais, como, gestos, postura, vestimentas. Busca indicativos psicopatológicos através dos comportamentos dos pacientes; Verificar índices de desenvolvimento; Comparar discurso verbal de discurso não verbal; Auxiliar a compreender as dinâmicas grupais (co-terapia). A implicação do observador: o ato de observar não é imperceptível, na relação clínica, o terapeuta não passa despercebido e sua presença já modifica o comportamento do paciente. Dentro da relação terapêutica deve se enfatizar a dimensão afetiva e a importância do vínculo. A relação paciente- terapeuta é pautada pelo padrão de interação estabelecido. Estes padrões muitas vezes são relacionados e estabelecidos pelo paciente com outras pessoas significativas em sua vida. A relação terapêutica também tem um impacto afetivo no profissional que visa á atenção para separar o profissional, a psicoterapia e a supervisão. A observação de si, de seus pensamentos, sentimentos e atos, podem ser um índice de como está o movimento terapêutico. 4. Protocolo de observação “É a folha onde o observador registrará os comportamentos, contém uma série de itens que abrangem informações relevantes para a análise do comportamento; O observador deve preencher um protocolo por sessão, ou melhor, por período de tempo” (DANNA, Marilda Fernandes; MATTOS, Maria Amélia. Aprendendo a observar. 2.ed. São Paulo: Edicon, 2011.)Um protocolo de observação contém basicamente três conjuntos de informações: 4.1. Identificação geral: Nome do/s observador; Objetivo da observação. 4.2. Identificação das condições: Data da observação; Horário da Observação; Descrição do sujeito observado; Diagrama da observação; Relato do ambiente físico; Relato ambiente Social. 4.3. Registro do comportamento e circunstâncias ambientais: técnicas de registros utilizados e registro propriamente dito. Pode se usar sistemas de sinais e abreviações. Durante a construção de um protocolo de observação é preciso identificar alguns pontos essenciais do conjunto de informações, como: Identificação da situação: contexto, condições em que a observação está sendo realizada; relação entre o sujeito e o ambiente do ponto de vista do comportamento. É importante registrar informações relevantes para posterior análise e interpretação do comportamento. O ambiente apresenta condições para que determinado comportamento ocorra. O sujeito se adéqua a situação? Identificar quando a observação ocorre através de data e horário. Quem é observado, destacando a espécie, idade, sexo, nível socioeconômico, grau de escolaridade, se possui características especiais ou particulares, características físicas como: biótipo (longilíneo, mediolíneo, brevilíneo), pele, cabelos (cor, comprimento, textura), vestimentas, acessórios/particularidades. Descrição do ambiente físico: descrever o ambiente físico é descrever o local em que o sujeito se encontra e fornecer características deste local. Características a serem observadas: O formato do local e suas dimensões; O número/ tipo/ disposição de portas, janelas, móveis, e demais objetos presentes; Condição de iluminação, luz natural, lâmpadas acessas, etc. Condições relacionadas ao funcionamento dos objetos, como, televisão ligada, ruído de motor, etc. Características pouco comuns á situação observada devem ser identificadas. Descrição de ambiente social: descrever o ambiente social significa identificar e descrever aos sujeitos que estão presentes no local (com exceção do sujeito observado) e descrever a atividade geral que ali está ocorrendo. Ex: Aula de matemática, aula de ginástica. Etc. Fornecer informações com relação ao número de pessoas presentes, sexo, idade e função destas pessoas (os indivíduos devem ser identificados por letra maiúscula). Se existirem características comuns á pessoas presentes, é importante especificar também estas características. Ex: Alunos do 3º B, ambos os sexos, entre 20 e 35 anos. 5. Tipos de registro A principal função dos registros é a de registrar as informações coletadas em relação ao ambiente e ao comportamento observado. Ele deve apresentar inicialmente como ocorreu à observação, ou seja, a técnica de registro utilizada e o que foi observado, o registro propriamente dito. Além da descrição da observação e do registro propriamente dito, os registros apresentam inicialmente, as informações gerais presentes no protocolo de observação. São muitas as formas de registro, mas conheceremos apenas alguns que estão relacionados à forma como o registro é realizado e qual o período de duração de cada um. ∙ Registro contínuo cursivo: dentro de um período ininterrupto de tempo de observação, registrar, obedecendo à linguagem científica e a sequência cronológica dos acontecimentos que ocorreram. Método qualitativo. ∙ Registro contínuo categorizado: o observador registra categorias de comportamentos previamente definidas na sequência em que ocorrem. ∙ Registro de evento/ frequência: é uma forma de registro contínuo categorizado, onde há a definição dos comportamentos a serem observados e o observador procede à contagem do número de vezes em que o comportamento ocorreu em um determinado período de tempo. Observação contínua com método quantitativo. ∙ Registro de duração: é outro tipo de registro contínuo categorizado através de uma prévia definição dos comportamentos a serem estudados. Neste caso, o observador registra a duração (em segundos) que aqueles comportamentos definidos ocorrem em determinada sessão de observação. Neste tipo de registro, é necessária a utilização de um cronômetro que marca o segundo inicial em que o comportamento começou a ocorrer e o segundo final do comportamento. A duração de cada ocorrência tem como subproduto a frequência de cada comportamento. Método quantitativo. ∙ Registro de intervalo: é uma variação do registro categorizado em amostras de tempo. Nele o comportamento é previamente definido e a sessão de observação é dividida em períodos de tempos iguais e o observador registra a ocorrência do comportamento em cada um destes períodos. O sujeito é observado ininterruptamente, mas as anotações de seu comportamento só ocorrem uma única vez em cada intervalo. Registro categorizado em amostras de tempo. Método quantitativo. ∙ Registro em listas para assinalar: neste tipo de registro o comportamento é previamente definido e a observação é dividida por intervalos de tempos. O observador identifica o comportamento no período pré-definido (inicio ou fim do intervalo). Pode ser definida como uma observação interrompida devido às pausas do observador. Referências: ∙ DANNA, Marilda Fernandes; MATOS, Maria Amélia. Aprendendo a observar. 2. ed. São Paulo: Edicon, 2001. É RECOMENDÁVEL A UTILIZAÇÃO DOS LIVROS DO PORTAL PARA O ESTUDO DO CONTEÚDO, VISTO QUE AO FINAL DE CADA CAPITÚLO POSSUEM EXERCÍCIOS QUE AJUDAM NA FIXAÇÃO DA MATÉRIA! É POSSÍVEL QUE ELA COBRE EXPRESSÕES FACIAIS, REGISTRO DE EVENTOS SOCIAIS E COMPORTAMENTOS MOTORES. PARA ISSO, USE OS LIVROS DE REFERÊNCIA E PRATIQUE AS DESCRIÇÕES, SEJA DE IMAGENS OU DE VÍDEOS. CUIDADO COM A INFERÊNCIA DE ESTADOS SUBJETIVOS; UTILIZE A LINGUAGEM CIENTÍFICA E EXPANDA SEU VOCABULÁRIO COM SINÔNIMOS, AJUDA MUITO NA DESCRIÇÃO. BOM ESTUDO!!!!!
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