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Revisão: anatomia e fisiologia renal Considerações iniciais Funções do sistema renal: Homeostase: controle dos fluidos corporais Regulação: formação de urina Controle do volume do plasma sanguíneo Regulação da pressão arterial: quando há um grande volume de líquido no interior dos vasos sanguíneos, ocorre o aumento da excreção de fluidos corporais nos rins. Atua na concentração de eletrólitos: existem eletrólitos que podem estimular tanto a retenção quanto a eliminação de líquidos. Regulação do metabolismo celular: excreção de substâncias nitrogenadas (ureia e creatinina). Eliminação de fármacos ou drogas: a via renal é a principal via de excreção de fármacos. Os fármacos precisam estar hidrossolúveis para serem eliminados. Quando o fármaco é muito lipossolúvel, ele não é facilmente excretado pelos rins. Nesses casos, é necessário que o fármaco passe por um processo de metabolização no fígado antes de ser eliminado. Qual o objetivo da metabolização hepática dos fármacos? Deixar a molécula do fármaco mais hidrossolúvel, facilitando assim a sua eliminação. Controle de substâncias essenciais que não podem se acumular, como a glicose. Em altas concentrações, a glicose não será utilizada como fonte de energia e em caso de pacientes diabéticos, as altas concentrações de glicose no plasma sanguíneo podem acarretar em sobrecarga renal e em casos graves, insuficiência dos rins. Controle do pH plasmático através do sistema tampão bicarbonato: no caso de aumento da concentração de íons H+ no sangue, há a diminuição do pH do plasma, levando a um quadro de acidose. Nessa situação, o sistema renal diminui a excreção de íons bicarbonato e aumenta a excreção de íons H+. Função endócrina: secreção de eritropoietina e de renina. Função da eritropoietina: estimular a medula óssea a produzir células sanguíneas. Função da renina: regular a pressão arterial. Ativação da vitamina D Fisiologia renal Composição do sistema renal: Dois rins: filtram o sangue. Localizam-se na região posterior do abdômen, são protegidos pelas costelas flutuantes. Ficam atrás do peritônio (membrana que reveste toda a cavidade abdominal). Dois ureteres: responsáveis por transportar a urina formada dos rins para a bexiga Bexiga: responsável por armazenar a urina. É um órgão que se expande facilmente quando cheio. Uretra: tubo que transporta a urina da bexiga para o meio externo. Glândulas adrenais: localizadas acima dos rins, possui função importante na liberação de diversos hormônios, como: o Glicocorticoides: - Cortisol e cortisona o Andrógenos: - Estrogênio e testosterona o Mineralocorticoides: - Aldosterona e corticosterona o Catecolaminas: - Epinefrina e norepinefrina A adrenalina pode ser produzida tanto pelas adrenais quanto pelo SNC. A síntese desse hormônio acontece da seguinte forma: a adrenalina é sintetizada a partir de um aminoácido chamado de Tirosina. A tirosina é capturada na adrenal e na região medular dessa glândula, sofre a ação de uma enzima chamada Tirosina Hidroxilase que a converte em substancia chamada de Dopa. A Dopa sofre a ação de outra enzima, chamada Dopa Descarboxilase, que a converte em Dopamina. A Dopamina sofre a ação de outra enzima, que é a Dopamina--hidroxilase, formando um composto, que é a Noradrenalina. A noradrenalina é modificada quimicamente por outra enzima, a Feniletanolamina-N- metiltransferase (FNMT), que converte a noradrenalina em Adrenalina. A adrenalina possui funções simpáticas. Anatomia renal Hilo renal: é uma “fenda” na qual há a entrada de algumas estruturas, como a veia renal, a artéria renal e a pelve renal. Pelve renal: está ligada aos cálices maior e menor. Todas as demais estruturas estão envoltas pela cápsula renal. A parte mais externa é o córtex renal. É onde se encontram os néfrons. A parte “do meio” é a medula renal A artéria renal é proveniente da artéria abdominal e a veia renal desemboca na veia cava inferior. O sangue entra nos rins através da artéria renal. Depois que é filtrado, o sangue sai pela veia renal. O conteúdo filtrado do sangue oriundo da artéria renal desemboca na pelve renal, passa pelo cálice maior, pelo cálice menor e posteriormente pelo ureter. Formação da urina Filtração glomerular: É um produto da filtração do glomérulo. O conteúdo sanguíneo que entra pela artéria renal passa primeiro pelo glomérulo renal. O glomérulo renal é uma estrutura que fica “dentro” da cápsula de Bowman. Barreiras de filtração glomerular: o Frenestação endotelial (poro) do glomérulo: impede a filtração das células sanguíneas, mas permite que todos os componentes do plasma passem através dela. o Lâmina basal do glomérulo: impede a filtração de proteínas maiores o Fenda da membrana, entre os pedículos: impede a passagem de proteínas de tamanho médio. Reabsorção: Após o filtrado sanguíneo passar pelo glomérulo renal e pela cápsula de Bowman, ele é reabsorvido por uma estrutura chamada túbulo proximal. Posteriormente, o filtrado passa pela Alça de Henle e alcança outra estrutura, o túbulo distal. Secreção tubular: Ocorre no túbulo distal. Depois de passar por essa estrutura, o filtrado alcança o ducto coletor e continua seu caminho pelo sistema renal até a urina ser excretada. Resumindo: o sangue entra pela arteríola aferente, é filtrado no glomérulo renal, passa pela cápsula de Bowman, é reabsorvido no túbulo proximal e secretado no túbulo distal, alcançando o ducto coletor. Características do filtrado: Formação de um ultrafiltrado glomerular Semelhante ao líquido intersticial Água e pequenos solutos no sangue Praticamente não contém proteínas nem células sanguíneas Formado sob pressão. Taxa de filtração glomerular É o volume de liquido que é filtrado pra dentro da cápsula de Bowman por unidade de tempo (volume do filtrado produzido por ambos os rins por minuto). Mulher: 115ml/min Homem: 125ml/min Se o volume do plasma é de 3L, significa que os rins filtram o plasma inteiro 60 vezes por dia! Reabsorção tubular É a passagem de grande parte da água e solutos dos túbulos renais de volta para a circulação sanguínea. Aproximadamente, 65% ocorre no túbulo proximal. Substancias que são reabsorvidas e secretadas nos túbulos: No túbulo proximal, há a reabsorção dos íons sódio, cloreto, potássio, e os demais descritos na figura. O que ocorre, por exemplo, quando o paciente tem uma acidose metabólica? Ocorre a produção elevada de íons H+. O sistema renal secreta no final do túbulo proximal, os íons que estão em excesso, fazendo que a urina fique um pouco mais ácida. No ramo descendente, há a reabsorção principalmente de água. No ramo ascendente, ocorre a reabsorção de alguns íons. Os fármacos diuréticos atuam principalmente na alça de Henle. Eles impedem a reabsorção de alguns íons, principalmente do sódio e potássio, diminuindo também a reabsorção de água e aumentando o conteúdo do líquido tubular e, consequentemente, aumentando também a secreção de fluidos. Volume final urinário Para um adulto, o volume médio diário de urina é de aproximadamente 1200 a 1500mL. Média normal: 600 – 2000mL/24 horas Anúria: menos de 100mL por dia Oligúria: menos de 500mL por dia Poliúria: acima de 2500mL por dia Controle da pressão arterial : sistema Renina-Angiotensina- Aldosterona Inicialmente, quando há uma diminuição ou um aumento da pressão arterial, ocorre, nos rins, a percepção dessa anormalidade. Como isso ocorre? Pela presença de barorreceptores, que percebemo aumento ou a diminuição da volemia. Na diminuição da volemia, os rins liberam um hormônio chamado renina. A renina converte o angiotensinogênio (substância produzida no fígado e que está presente na corrente sanguínea na sua forma inativa. Sua forma ativa só existe a partir da liberação de renina pelos rins, ou seja, a renina só é liberada caso haja a diminuição da perfusão renal) em angiotensina I. Quando a angiotensina I chega aos pulmões, há uma enzima, a enzima conversora de angiotensina (ECA). A função dessa enzima é converter a angiotensina I em angiotensina II. A angiotensina II tem várias funções, dentre elas, a estimulação das adrenais para liberação de aldosterona. Esta atua nos túbulos renais diminuindo a excreção de sódio e outros íons e também de água. Consequentemente, há o aumento da volemia e a regulação da pressão arterial. A angiotensina II também causa vasoconstrição, atua na hipófise, estimulando a liberação de ADH (hormônio antidiurético) que atua nos néfrons, diminuindo a eliminação de água. Porém, sua principal função é a diminuição da excreção de íons que causam o aumento da volemia nos vasos sanguíneos. O que ocorre em pacientes com aumento da pressão arterial? Geralmente, tais pacientes fazem uso de fármacos que inibem a ação da enzima conversora de angiotensina, a ECA. Com isso, não há a conversão de angiotensina I em angiotensina II nem a reabsorção dos íons e de água, o que acarreta a diminuição da pressão arterial.
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