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1 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 aul� 8 - ha�. clínica� Febre, FOI e Sepse Febre De�inição - elevação da temperatura corporal decorrente da elevação do limiar de temperatura hipotalâmico. Considerações •Elevação > 38°C (Normal - 36,5° C) •Mecanismo de resposta do organismo a alguma injúria/anomalia Etiologia •Transtornos cerebrais •Produção de pirógenos/ substâncias tóxicas que atuam nos centros termorreguladores - Pirógenos: toxinas bacterianas, substâncias liberadas por tecidos em degeneração/ in�lamação , neoplasias malignas Signi�icado biológico da febre - Sinal de alerta. Anamnese •Neoplasias •Doenças autoimunes •Hospitalização (infecções nosocomiais) •Antecedentes pessoais - Cirurgias, hábitos (etilismo, tabagismo) •Qual procedência do paciente - Viajou recentemente? Onde? (importante devido às doenças endêmicas •Medicações em uso •Alergias (Medicamentosa ou alimentar) •Patologias prévias *Avaliação dos sintomas associados. Manifestações clínicas •Astenia •Inapetência •Cefaléia •Taquicardia/ taquipnéia •Calafrios •Sudorese •Oligúria •Náuseas, vômitos •Delírio, confusão mental, convulsão Avaliação da febre F → FUNDAÇÃO: Início (indolente, súbito) E → ENERGIA: Intensidade (Começou já alta? Se mantém alta?) B → BREVIDADE: Duração (dura quantos dias? Ela vai e volta?) R → ROTA: Modo de evolução E → ENCERRAMENTO: Término (Foi abrupto ou gradativo? Passa com medicação?) Classi�icação Febre contínua - permanece sempre acima do normal com variações de até 1 °C e sem grandes oscilações - Febre tifóide, endocardite infecciosa e pneumonia. Febre irregular ou séptica - registram-se picos muito altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia. Não há caráter cíclico. As variações são imprevisíveis e bem evidentes. Ocorre várias vezes ao dia. - Sepse, abcessos pulmonares, empiema vesicular, tuberculosa, fase inicial da malária 2 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Febre remitente - há hipertermia diária, com variações de mais de 1 °C e sem períodos de apirexia. - Septicemia, pneumonia, tuberculose. Febre intermitente - a hipertermia é ciclicamente interrompida por um período de temperatura normal - O paciente pode apresentar febre de manhã e não à tarde. Um dia sim outro não - Malária, infecção urinária, linfomas, septicemias Febre recorrente ou ondulante - período de temperatura normal que dura dias ou semanas até que sejam interrompidos por períodos de temperatura elevada. - Brucelose, doença de Hodgkin e outros linfomas. Classi�icação de acordo com a intensidade Critérios de internação •Instabilidade hemodinâmica - Pressão sistólica < 100mmHg - Pulsos �inos - Taquicardia •Saturação baixa - SaO2 < 90% •Confusão mental - Mais comum em idosos •Convulsão Tratamento •Direcionado a causa - Antibiótico - Antifúngico - Anti-in�lamatórios •Sintomáticos - Paracetamol - Dipirona (pode causar hipotensão) - Antieméticos - Luftal (gases) - Floratil, enterogermina (diarréia) Tratamento não medicamentoso *Resfriamento corporal ✓Hidratação ✓Banho frio ✓Álcool *Banho muito gelado pode gerar choque térmico Situações especiais •Insolação - exposição ao calor muito elevada - Hidratação intensa •Idosos - Pode não fazer uma febre clara e franca - Pode apresentar sintomas atípicos (confusão mental) •Crianças - Menores que 3 anos: Podem apresentar convulsão febril (devido à imaturidade do sistema regulatório) • Imunossuprimidos - Neutropenia febril •Heat stroke 3 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 - “Golpe de calor” - Disfunções neurológicas - “Associadas a temperatura > 40°C” •Tratamento/ resfriamento corporal - Remover a roupa do paciente e pulverizar água a – 15°C na super�ície corpórea - Hidratação vigorosa (termorregulação) - Banho frio Hipertermia É o aumento da temperatura corporal sem elevação do limiar de temperatura no hipotálamo. - Quando o corpo produz ou absorve mais calor do que consegue dissipar - > 41°C Etiologia •Hemorragias cerebrais graves •Insolação •Mal epilético •Aumento da temperatura ambiente (deserto) •Di�iculdade de eliminação de calor •Uso de medicações •Excesso de roupas •Atividade �ísica Emergência médica *Não costuma responder a antitérmicos comuns - necessário resfriamento da super�ície corporal para baixar a temperatura (aplicação de compressas frias, bolsas de gelo). Febre de origem indeterminada De�inição - é uma síndrome clínica tendo como principal manifestação a febre, que apesar de esforços para identi�icação da causa, permanece sem uma etiologia esclarecida. Considerações •Também chamada de febre de origem obscura •Condição clínica comum •Importante causa de hospitalização prolongada •A maioria dos casos são de doenças comuns com apresentação atípica •Mais de 50% dos casos de FOI �icam sem diagnóstico de�initivo Critérios de de�inição (Petersdorf e Beeson, 1961) Temperatura axilar superior a 37,8 em diversas ocasiões Duração mínima de 3 semanas Ausência de diagnóstico etiológico após uma semana de investigação hospitalar O objetivo dos critérios é excluir pacientes com doenças autolimitadas (doenças de diagnóstico simples após realização de exames laboratoriais). Etiologia ✓Países desenvolvidos: causas NÃO infecciosas ✓Países subdesenvolvidos: causa infecciosa Classi�icação Etiologia Infecções (16%) Tuberculose* Abcessos abdominais, pélvicos Osteomielite Endocardite bacteriana Malária Toxoplasmose Doenças do tecido conjuntivo (22%) Doença de Still do adulto Arterite de células gigantes Poliarterite nodosa Arterite de Takayasu Neoplasias malígnas (7%) Linfoma Leucemia Carcinoma de células renais Carcinoma hepatocelular Metástases Miscelânea (4%) Medicações Febre factícia Doença de Crohn Tireoidites Febre medicamentosa *Envolve outras doenças que não se encaixam nos grupos anteriores. Condições autoimunes Polimialgia reumática Vasculites Arterite temporal Síndrome de Reiter Lúpus eritematoso 4 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 A FOI pode se apresentar como efeito colateral de uso de medicações como: •Antibióticos* (penicilinas, fenitoínas,) •Antihistamínicos •Antiepilépticos •Anti-in�lamatórios não esteroidais •Anti-hipertensivos (captopril) •Antiarrítmicos •Drogas antitireoidianas •Barbitúricos Procedimentos invasivos prévios - Dreno, prótese *Qualquer fármaco pode induzir febre como efeito colateral *Na suspeita de febre de etiologia medicamentosa deve-se suspender ou substituir todos os remédios que estejam sendo utilizados. Febre factícia É uma febre fraudulenta que ocorre quando o paciente manipula o termômetro para simular febre ou quando utiliza procedimentos para se autoprovocar febre como injeção de material contaminado ou toxinas. *É um evento raro, mas acontece principalmente em mulheres jovens que são pro�issionais de saúde. *É uma manifestação de doença psiquiátrica e exige tratamento adequado. Cla���fic�ção Fis���a��l��i� Febre - ocorre devido a presença de pirógenos que agem no centro termorregulador do hipotálamo, aumentando o limiar de temperatura, proporcionando respostas metabólicas para produção e conservação de calor, como vasoconstrição periférica, aumento do metabolismo e tremores. A regulação da temperatura corporal requer um equilíbrio entre produção e perda de calor, cabendo ao hipotálamo regular o nível em que a temperatura deve ser mantida. Febre: como o limiar de temp. está aumentado no hipotálamo, a produção de calor não é inibida. No entanto, a dissipação do calor está ampliada pelo �luxo sanguíneo aumentado através da pele e pela sudorese (calafrios). Quando a temperatura corporal supera o novo limiar de temperatura a resposta metabólica é direcionada para a dissipação do calor, na tentativa de reduzir a temperatura. - Vasodilatação periférica e sudorese *Apesar da temperatura basal encontrar-se aumentada na febre, a termorregulação do organismo se mantém. Pirógenos exógenos Drogas, microrganismos, complexos imunes, antígenos não microbianos ( IL-1, IL-6, IL-8, TNF, IFN e MIP-1) Pirógenos endógenos IL-1, TNF, IFN e IL-6 Febredesencadeada por fatores endógenos IL-1, TNF, IFN e IL-6 ⇩ Estimulam a produção de prostaglandinas (E2) no III ventrículo (próx. ao hipotálamo) ⇩ Hipotálamo ⇩ 5 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Aumento do limiar de temperatura ⇩ Resposta metabólica de conservação de calor Febre desencadeada por fatores exógenos IL-8 e MIP-1 ⇩ Estimulam a produção do fator liberador de ACTH ⇩ Estimula as vias simpáticas de produção de calor Di�g�ós�i�� *A investigação diagnóstica deve se basear nas doenças que tem mais associação com a FOI Deve-se ter conhecimento do ambiente de origem do paciente, sua idade, seu estado imunológico e da epidemiologia do local. 1 passo - Se certi�icar que o paciente realmente tem febre. - A temperatura axilar deve ser aferida pelo menos 4x ao dia - Febre: 37,8 C 2 passo - Excluir a possibilidade de febre factícia - O ideal é que o médico faça a aferição da temperatura para ter certeza de que não houve manipulação do termômetro. 3 passo - Anamnese minuciosa e repeti-la periodicamente (obter novos dados) - Abranger dados orgânicos, aspectos pro�issionais, local de moradia, contato com pessoas doentes, animais, viagens (endemia dos lugares visitados) - Avaliar história pregressa: uso de medicações atuais, prévias, doenças anteriores, internações, cirurgias, transfusões sanguíneas, patologias dentárias - História familiar: familiares com sintomas semelhantes, se houve exposição comum, doenças de caráter genético (neoplasias, doenças autoimunes) 4 passo - Exame �ísico completo e detalhado - Pesquisar lesões cutâneas, lesões em orofaringe, seios paranasais, visceromegalias, adenomegalias, sopros cardíacos, massas palpáveis em abdome e pelve. Exame da região genital e anal - Fundoscopia: deve ser realizada a cada 3 dias - Deve ser realizado diariamente (buscar novos sinais) - Peso corporal (Perda de peso progressiva e rápida associada a febre prolongada costuma estar associado a neoplasia maligna) *Até as pequenas alterações devem ser estudadas *Pensar sempre em associação de doenças *Investigação focada SEM EXCESSOS Avaliar padrão da febre ✓Horário (manhã, tarde, noite) ✓Contínua ou intermitente ✓Presença ou ausência de sudorese A anamnese e o exame �ísico completo devem excluir doenças potencialmente graves com tratamento disponível. •Endocardite bacteriana •Doença das vias biliares •Abcessos abdominais •Infecções em imunodeprimidos *São as principais causas de morte evitável por FOI. Etiologia neoplásica •Perda de peso não intencional (mais de 1 Kg por semana) •Rastreamento familiar de neoplasia - Qual idade, local e evolução •Tabagismo e etilismo •Esplenomegalia (linfomas) Etiologia reumatológica 6 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 •Dor muscular, artralgia/artrites - Inchaço articular, calor local, vermelhidão, limitação, mobilização articular? •Úlceras orais •História familiar de doença autoimune - Lúpus, artrite reumatoide Etiologias miscelâneas •Febre factícia - Antecedente psiquiátrico •Tireoidites •Febre medicamentosa •Sarcoidose •Doença de Crohn Achados �ísicos importantes Exa��� c���le���t��e� *São decisivos para o diagnóstico etiológico *História detalhada com exame �ísico completo ✓Coleta de uma amostra de sangue que �icará guardada a 4oC - Essa amostra servirá para comparar níveis de anticorpos no futuro (saber se estão aumentando ou diminuindo com o curso da doença/ tratamento) •Hemograma (pouco especí�ico, norteia a investigação) - Pode sugerir neoplasia ou infecção bacteriana •VHS (baixa especi�icidade, pode indicar uma etiologia) - Alto VHS: artrite de células gigantes •Marcadores in�lamatórios (VHS e PCR) •Fosfatase alcalina - Geralmente elevada quando há acometimento hepático ou ósseo •Cultura para aeróbios, anaeróbios e BAAR (identi�icar possíveis infecções virais) •Sorologias •Hormônios tireoidianos •Provas reumáticas/ hepáticas, renais •Biópsias *Devem ser repetidos de forma periódica Outros exames •Hemocultura - 3 pares (em sítios diferentes, horas separadas) •Hematologia e bioquímica •Cultura •Exames de fezes e urina •Sorologias - Hepatites, HIV, citomegalovírus •Testes cutâneos •Provas reumatológicas •Biópsias (esclarecimento etiológico) - Linfonodos, MO, �ígado - Qualquer adenomegalia em pacientes com FOI deve ser biopsiada Exames de imagem ✓Rx - Tórax em AP e per�il ✓Tc de tórax e abdome 7 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Em alguns pacientes, apesar dos esforços, uma etiologia não é identi�icada através de exames menos invasivos. Nesses casos, pode ser considerada a realização de uma laparotomia exploradora, principalmente se houver suspeita de doença intra-abdominal. Sinais de doença intra-abdominal •Dor abdominal •Anemia •Perda de peso progressiva •Icterícia •Hepatomegalia •Alteração da função hepática •Esplenomegalia •Massas palpáveis •Ascite *Os materiais obtidos na laparotomia devem ser enviados para estudo citológico e cultivados para bactérias aeróbicas, anaeróbicas e micobactérias. Laparotomia exploratória Neoplasias (40%) Infecção - tuberculose, abcessos(35%) Artrites e granulomatoses não-caseosas Sem diagnóstico Tratamento •Equipe multipro�issional •Boa relação com o paciente e familiares (Febre prolongada e sem diagnóstico geram ansiedade) •O tratamento só será realizado com sucesso após a identi�icação da etiologia causadora da febre, para que o tratamento seja direcionado a patologia especí�ica do paciente. *Em casos de não reconhecimento do agente etiológico o tratamento é expectante Di�iculdades para diagnóstico •Inexperiência pro�issional •Acreditar que a febre é de origem única •Precipitação terapêutica •Necessidade de avaliação multipro�issional Sepse De�inição - corresponde a uma reação in�lamatória desregulada, secundária a uma infecção (suspeita ou diagnosticada) que se associa com disfunção orgânica ameaçadora à vida. Considerações •Também chamada de infecção generalizada •Alta taxa de mortalidade 50% •Condição muito comum Fisiopatologia A sepse ocorre devido a uma resposta imunológica exacerbada a um microrganismo antigênico. Infecção local ⇩ Produção exacerbada mediadores in�lamatórios (TNF-α, IL-1, prostaglandinas, leucotrienos, óxido nítrico, Fator de ativação plaquetária) ⇩ Liberação na corrente sanguínea ⇩ 8 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Disseminação dos fatores in�lamatórios por todo corpo ⇩ Sepse ⇩ Disfunção de vários órgãos *A atividade in�lamatória exacerbada leva a morte celular Principais locais afetados Sistema respiratório O pulmão é um dos locais mais acometidos em caso de sepse. A reação in�lamatória afeta os capilares alveolares, ocasionando uma lesão endotelial e consequente acúmulo de líquido nos espaços alveolares o que gera edema e atrapalha o processo de trocas gasosas. Sistema cardiovascular A in�lamação generalizada resulta em uma vasodilatação periférica importante. Fase quente - o paciente tenta compensar o quadro aumentando se DC (sobrecarga cardíaca). - Na maioria dos casos é insu�iciente Fase fria - Devido a sobrecarga, o corpo não consegue mais manter o DC aumentado e nem uma saturação periférica adequada resultando em Choque. Sepsis-2 Inicialmente deve-se classi�icar o paciente em uma das 4 categorias: ✓SIRS ✓Sepse ✓Sepse grave ✓Choque séptico Síndrome da Resposta In�lamatória Sistêmica (SIRS/SRIS) - Condição em que o corpo apresenta uma reação in�lamatória exacerbada. - É identi�icada caso o paciente apresente 2 ou mais critérios *Avalia-se os 2 principais sistemas acometidos (cardiov. e respirat.), além de fatores relacionados ao processo infeccioso. O SIRS só indica se há uma resposta in�lamatória exacerbada (Inespecí�ico) - Ele pode ocorrer em casos de trauma, queimaduras, isquemia Só deve-se dizer que um paciente está em sepse se ele apresentar um quadro de SIRS proveniente de um processo infeccioso. SEPSE = 2 ou mais critérios para SIRS + identi�icação de um foco infeccioso Sepse grave - quando o paciente apresentar sinais de hipotensão tecidual e disfunção orgânica. *Opaciente deve apresentar 1 ou mais desses achados. 9 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Choque séptico - o paciente apresenta uma sepse grave com hipotensão não responsiva à administração de volume, de modo que é necessário entrar com fármacos vasopressores para manter uma PAM ≥ 65 mmHg. - Presença de anormalidades circulatórias, metabólicas e celulares Crítica ao Sepsis-2 Os parâmetros utilizados são muito sensíveis. Desse modo, pacientes com algum processo infeccioso não muito grave acabavam sendo submetidos ao protocolo de tratamento para Sepse. Sepsis-3 Mudanças •Retirada dos critérios de SIRS para de�inição de sepse •Extinção do termo Sepse grave •Rede�inição do conceito de sepse *Tornou a de�inição de sepse mais especí�ica Sepse - infecção suspeita ou diagnosticada que se associa com disfunção orgânica ameaçadora à vida. SEPSE ✓Lactato ≥ 2 mmol/L ✓PAM < 65 mmHg após ressuscitação volêmica *PAM - Pressão arterial média SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) - Esse critério de�ine se há disfunção orgânica. *Para cada sistema avaliado, o paciente receberá uma pontuação que varia entre 0 e 4. Ao �inal, o paciente pode obter um score de 1 a 24 pontos. *O SOFA necessita que o médico tenha conhecimento dos parâmetros avaliativos para indicar corretamente os exames complementares necessários. - Não é indicado seu uso na emergência A presença de disfunção orgânica é considerada quando o paciente tiver um aumento de 2 pontos no SOFA. - O paciente pode apresentar um infecção de base que con�ira alguma pontuação no sofa, mas só será considerado com disfunção orgânica se aumentar 2 pontos em relação a essa pontuação prévia. qSOFA (quickSOFA) *Versão menos complexa, se baseia em parâmetros clínicos e não precisa de testes laboratoriais. - Ferramenta mais simples, rápida e prática de ser utilizada O qSOFA NÃO DEFINE DIAGNÓSTICO Um qSOFA ≥ 2 pontos é um indicativo de disfunção e, por isso, o SOFA deve ser aplicado. Choque séptico - É necessário que o paciente apresente quadro de sepse, hiperlactatemia (lactato sérico superior a 2 mmol/L (18 mg/dL) e 10 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 seja necessária a utilização de vasopressores para manter a PAM igual ou maior que 65 mmHg. Choque séptico • Internamento em unidade fechada • Droga vasoativa se necessário • Avaliar resposta à volume • Dosagem seriada de lactato • Avaliação parâmetros de perfusão Abordagem diagnóstica 1. Ter em mente a clínica do paciente: a apresentação da sepse se dá de forma muito inespecí�ica e os sintomas identi�icados costumam estar muito mais relacionados ao processo infeccioso em curso. Sintomas - taquicardia, febre, dispnéia, agitação, taquipnéia, alteração da temperatura, confusão mental e com a evolução do quadro podem começar a apresentar sinais de choque e disfunção orgânica. 2. Na suspeita de infecção deve-se pesquisar se há ≥ 2 critérios de SIRS e/ou se há disfunção orgânica. - Se tiver, liga o alerta e começa a investigar Sepse. 3. Pensar no foco infeccioso: se o paciente apresentar um foco infeccioso sugestivo de doença atípica deve-se mudar o protocolo para um especí�ico nesse tratamento. Abordagem terapêutica Uma vez tendo levantado suspeita de Sepse, deve-se manejar o paciente o mais rápido possível. •Monitorização (FC, PA, tempo de enchimento capilar, pele e mucosas, exame cardiovascular) •Acesso vascular (reposição volêmica) - Avaliar comorbidades do paciente (nem todos suportam a mesma reposição de �luidos (ICC) - Hipovolemia (avaliar necessidade da administração de drogas vasoativas) •Gasometria arterial •Hemograma •Plaquetograma •Coagulograma •Bilirrubina •Creatinina Investigar o foco infeccioso Solicitar 2 hemoculturas de sítios diferentes e cultura de todos os sítios pertinentes - Esses exames precisam ser feitos antes do início da terapia medicamentosa, mas não pode atrasar a conduta inicial esperando o resultado Antibioticoterapia - Deve ser instituída de imediato - Preferencialmente após a coleta das culturas A cada hora de atraso no início da antibioticoterapia, a mortalidade aumenta cerca de 4%. A escolha da medicação a ser utilizada vai variar de acordo com o foco suspeito da infecção, uso prévio de antibióticos, internação recente, comorbidades e/ ou imunossupressão, dispositivos invasivos e os padrões de resistência dos microrganismos locais. A escolha inicial deve incluir uma cobertura de amplo espectro (ATB único ou combinado). 11 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 - O espectro deve ser reduzido quando os patógenos forem isolados e as sensibilidades estabelecidas *Nem sempre é possível isolar o patógeno na cultura. Exames complementares •Hemograma completo • Ureia e Creatinina e Eletrólitos • Glicemia • Gasometria arterial e Lactato; • Proteína C reativa; • Urina Rotina; •Raio X de tórax • Tempo de protrombina (TP) e Tempo de •tromboplastina parcial ativada (TTPa) • Fibrinogênio e d-dímero Protocolo de SEPSE •Coleta de exames SOFA - (Respiratório, Cardiovascular, Fígado, Coagulação, Rim, SNC) •Investigação de foco •Antibioticoterapia Tratamento •LACTATO - Marcador de hipoperfusão tecidual - Marcador prognóstico - Alvo terapêutico: < 2 mmol/L ou queda de 20% em 2-6h •HEMOCULTURA - Devem ser colhidas o mais rápido possível, para não atrasar a antibioticoterapia - Deve ser feita antes da administração do ATB - Foco suspeito + hemocultura - Exames complementares para identi�icar o foco mais provável •ANTIBIÓTICO - Amplo espectro (cobre os patógenos mais prováveis do foco suspeito) - Deve ser iniciada imediatamente após a realização da hemocultura - Retirar o foco infeccioso - Descalonar antibioticoterapia (após identi�icação dos patógenos) •VOLUME - Ressuscitação volêmica precoce (estabilização da hipoperfusão tecidual) - 30ml/kg (na primeira hora) - Cristalóides balanceados (Ringer Lactato) Tem menos cloro que o SF •VASOPRESSOR - Utilizados quando a pressão arterial não for restabelecida após a ressuscitação �luídica inicial - PAM > 65 mmHg (É o objetivo) - Caso o paciente não responda com o volume - Droga de escolha: NORADRENALINA Pacote de 1h Esse pacote estabelece que tem-se 1h desde a triagem do paciente (suspeita de sepse) para realizar toda a abordagem inicial à Sepse. 12 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5
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