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1 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 aul� 9 - ha�. clínica� Infecções do SNC Meningites De�inição - processo in�lamatório das meninges. - Meninges: recobre o encéfalo e a medula espinhal *Acomete a aracnóide, pia-máter e LCR, estendendo-se pelo espaço subaracnóideo do cérebro e da medula espinhal. Etiologia •Vírus (+ comum) •Bactéria •Fungos •Protozoários •Helmintos Meningite asséptica: síndrome clínica em que não há crescimento bacteriano no líquor (cultura negativa) - Infecções virais, fármacos, neoplasias e metástases tumorais, doenças reumatológicas Notificação compulsória ✓Todos os casos de meningite devem ser noti�icados e investigados. - Noti�icação: surtos, aglomerado de casos, óbitos Epidemiologia •Problema de saúde pública mundial •Incidência de 4-6 casos/100 mil adultos •N. meningitidis e S. pneumoniae são responsáveis por 80% dos casos •Brasil: meningococo (principal responsável por epidemias) •Letalidade: 22,2% Modo de transmissão: de pessoa para pessoa. - Contato íntimo (pessoas da mesma casa) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente *Enterovírus: transmissão oral-fecal Manifestações clínicas: Febre, cefaléia intensa, náusea, vômito, rigidez de nuca, prostração e confusão mental, fotofobia, sinais de irritação meníngea, acompanhados de alterações do líquido cefalorraquidiano (LCR). Sinais de gravidade Piora da cefaleia, rebaixamento do nível de consciência, torpor, convulsões, dé�icit neurológico focal, confusão mental, transtornos pupilares, turvação visual, paralisias de nervos cranianos, bradicardia, nistagmo, papiledema. Sinais de irritação meníngea Sinal de Kernig – resposta em �lexão da articulação do joelho, quando a coxa é colocada em certo grau de �lexão, relativamente ao tronco. - paciente em decúbito dorsal – eleva-se o tronco, �letindo-o sobre a bacia; há �lexão da perna sobre a coxa e dessa sobre a bacia 2 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Manobra de Laségue - paciente em decúbito dorsal eleva-se o membro inferior em extensão, �letindo-o sobre a bacia; após pequena angulação, há �lexão da perna sobre a coxa. Sinal de Brudzinski – �lexão involuntária da perna sobre a coxa e dessa sobre a bacia, ao se tentar �letir a cabeça do paciente. Meningite bacteriana Considerações •Meningite purulenta •Letalidade: 22,2% •Tem potencial de ser endêmica e causar surtos •Acomete mais crianças < 5 anos - Principalmente em lactentes no primeiro ano de vida Principais agentes ✓Neisseria meningitidis (meningococo)* ✓Streptococcus pneumoniae (pneumococo)* ✓Haemophilus in�luenzae ✓Mycobacterium tuberculosis Agente etiológico Características Neisseria meningitidis (Meningococo) Gram - Atinge adultos e crianças Potencial epidêmico Apresenta lesões cutâneas MC: prostração intensa, palidez, sinais de toxemia, exantema e/ou petéquias, sufusões hemorrágicas, hipotensão, rebaixamento do sensório *Risco de evolução para choque, CIVD e morte Síndrome de Waterhouse-Friderichsen Streptococcus pneumoniae Alta mortalidade (40- 50%) Gram + Mais prevalente em crianças de meses até 10 anos Foco inicial de infecção: otite média, pneumonia, sinusites, traumatismo de face e crânio LCR: purulento de cor esverdeada, intensa pleocitose Sequelas frequentes e tardias Mycobacterium tuberculosis Atípica Apresenta evolução prolongada e alta mortalidade Haemophilus in�luenzae Gram - Mais prevalente em menores de 1 ano e nos primeiros anos de vida Alta mortalidade Foco inicial de infecção: ouvido médio, cavidades nasais e as broncopneumonias MC: Hipertermia acentuada, convulsões, HIC LCR: intensa pleocitose Sequelas frequentes e graves Fatores associados 1. Faixa etária, porta de entrada ou foco séptico inicial 2. Tipo e local da infecção no sistema nervoso central (SNC) 3. Imunidade prévia; situação epidemiológica local. Fis���a��l��i� 3 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 As bactérias que causam meningite, podem alcançar o LCR e as meninges através de: •Acesso direto: fraturas de crânio (traumatismo), defeito congênito de fechamento do tubo neural (espinha bí�ida, meningocele, meningomielocele, meningoencefalocele) e iatrogênica (punção liquórica inadequada) •Contiguidade: otites médias, mastoidites, infecções na garganta, nariz, olhos ou sinusites. - A infecção pode atingir as meninges através de processos infecciosos localizados em estruturas vizinhas (osteomielites de ossos cranianos e vértebras) •Via hematogênica: ultrapassa a barreira hematoencefálica por ligação com receptores endoteliais, lesão endotelial ou em áreas mais susceptíveis, como o plexo coróide, contaminando o LCR •Punção liquórica Bactérias ⇩ Liberação de endotoxinas/ ácido teicóico/ peptidoglicanos ⇩ Indução da produção de citocinas in�lamatórias ⇩ Aumento da permeabilidade da BHE ⇩ Entrada de Microrganismos no SNC (meninges) ⇩ Migração de leucócitos + extravasamento de proteínas plasmáticas ⇩ Exudato ⇩ Obstrução do �luxo do LCR e menor reabsorção ⇩ Hidrocefalia ⇩ Aumento da pressão intracraniana (pode levar a isquemia) *A produção de mediadores in�lamatórios geram edema citotóxico, crises epilépticas e até mesmo acidente vascular. *A infecção das meninges provoca alteração da pressão, volume, composição química e celular do líquor. Estágios da meningite 1. In�lamação das meninges com consequente dor de cabeça, irritabilidade, febre e rigidez da nuca - O líquido cefalorraquidiano contém células que são predominantemente polimorfonucleares. *Duração de 1 a 2 semanas 2. a super�ície subpial e o córtex cerebral mostram uma proliferação microglial e reação astrocitária, que podem levar a convulsões. *Evidências de danos cerebrais 3. O exsudato purulento coleciona-se na base do crânio, com consequente obstrução no �luxo do líquor e comprometimento de nervos cranianos, resultando em hidrocefalia, edema de papila e paralisia de nervos cranianos, especialmente do sexto, sétimo e oitavo pares *Também pode desenvolver-se vasculite com trombose de meninges e de vasos cerebrais, levando a sinais neurológicos focais e convulsões. 4. Resulta também em hidrocefalia. Os microrganismos também podem invadir o cérebro e causar encefalite. Man����tações ��íni��� Período de incubação: 2-10 dias Sintomas gerais •Cefaléia: sinal precoce. Dor persistente, contínua ou em surtos. Pode ser mais localizada ou manifestar-se em toda a extensão da cabeça - Está associada a náuseas e a vômitos •Sonolência/ excitabilidade / insônia •Delírio/ confusão mental/ alucinações/ inconsciência/ coma •Intolerância ao barulho e a luz, irregularidades pupilares •Vômitos: pode não ser precedidos por náusea, em forma de jato •Mialgia, prostração •Febre (calafrios): alta e irregular *Convulsões não são frequentes nos adultos Sintomas de localização Os sintomas variam de acordo com o processo 4 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 predominante: irritação, compressão, comprometimento do parênquima ou destruição das estruturas nervosas pelo processo in�lamatório (arterites, comprometimento dos nervos cranianos). - As perturbações visuais e auditivas são frequentes ✓III, V e VII - paralisias, paresias ✓VIII - Surdez ✓Meninges do vértex - sintomas motores irritativo ou paralíticos (monoplegias, hemiplegias e paraplegias) ✓Nervo óptico - lesado pela estase venosa, hipertensão intracraniana ou por neurite tóxica. Lactentes/ crianças *Di�ícil reconhecimento pela pobreza de sinais meníngeos típicos Manifestações iniciais •Febre, Vômitos, Anorexia •Constipação ou diarréia •Apatia, Irritabilidade •Palidez e/ou cianose •Sonolência •Baixa aceitação da dieta Manifestações tardias •Podem não apresentar rigidez de nuca, ou aparecem tardiamente - sinais de Kernig e Brudzinski •Abaulamento da fontanela •Convulsões (tipo focal ou generalizada) A apresentação clínica pode ser na forma de 3 síndromes (não necessariamente todas precisam estar presentes): Síndrome toxêmica: Queda importante do estado geral, febre alta, delirium, quadro confusional, anorexia e apatia - Sinal de Faget (dissociação pulso-temperatura)pode estar presente. Síndrome da Hipertensão Intracraniana (HIC): Cefaleia, náuseas e vômitos sem relação com a alimentação, fundo de olho com edema de papila. Síndrome da irritação meníngea: Rigidez nucal, sinal de Kernig, sinal de Brudzinski e desconforto lombar. *Outros achados: convulsões, sinais neurológicos focais, lesões cutâneas (N. meningitidis) Pode haver sequelas como retardo mental, surdez, convulsões e perdas motoras ou sensoriais, distúrbios visuais e de linguagem. Complicações •Encefalite •Abcessos cerebrais •Coleções subdurais •Trombose de seios venosos •Hidrocefalia Exame �ísico •Rigidez de nuca: precoce e constante •Kernig: patognomônico •Ritmo respiratório anormal: Biot ou Hevne-Stokesm *Pode haver retenção de urina ou fezes. Diagnóstico •Análise do LCR (exame quimiocitológico e cultura) •Cultura de outros sítios que não LCR: sangue, raspado de lesões petequiais ou fezes. •Reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real – LCR, soro, sangue total •Aglutinação pelo látex – LCR e soro. •Contraimunoletroforese (CIE) – LCR e soro. •Bacterioscopia direta (método de Gram) – LCR (diplococos gram-negativos: Neisseria meningitidis; cocos gram-positivos: Streptococcus pneumoniae). •Sorologia (pesquisa de anticorpos IgG e IgM) – pesquisar etiologia viral. Tratamento Medidas iniciais a serem adotadas 5 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 •Hospitalização imediata dos casos suspeitos. •Precaução respiratória para gotículas durante as primeiras 24 horas de antibioticoterapia. •Coleta de amostras para exames diagnósticos. •Instalação de medidas de suporte geral, como reposição de líquidos e cuidadosa assistência. •Instituição de antibioticoterapia empírica conforme a suspeita clínica, o mais precocemente possível, de preferência logo após a punção lombar e a coleta de sangue para hemocultura. •A antibioticoterapia imediata não impede a coleta de material para exames diagnósticos, mas recomenda-se que a coleta seja feita o mais próximo possível do início do antimicrobiano. •Noti�icação do caso à Secretaria Municipal de Saúde para a investigação epidemiológica e adoção das medidas preventivas cabíveis. •A antibioticoterapia deve ser ajustada de acordo com resultados do teste de sensibilidade. •Investigação epidemiológica de todos os casos noti�icados e quimiopro�ilaxia quando houver indicação. *É necessário que o medicamento penetre bem na BHE em [ ] e�icazes Dexametasona A ação anti-in�lamatória, com consequente baixa da pressão intracraniana, redução da lesão da barreira hematoencefálica, diminuição da passagem de proteínas para o liquor, diminui o edema cerebral e decréscimo na produção de citocinas in�lamatórias. Resulta em menor incidência de complicações, sequelas e diminui morbimortalidade. *Deve ser administrada antes ou concomitante à primeira dose de ATB. Prevenção VACINAÇÃO Vacina Agentes Vacina conjugada Pentavalente Protege contra meningite e outras infecções causadas pelo H. in�luenzae tipo b, além de difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Vacina BCG Protege contra as formas graves de tuberculose (miliar e meníngea). Vacina pneumocócica conjugada 10-valente Protege contra doenças invasivas e outras infecções causadas pelo pneumococo Vacina meningocócica conjugada C Protege contra doença invasiva causada por meningococo do sorogrupo C. Vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23) Indicada para imunodeprimidos, portadores de doenças crônicas e população indígena acima de 2 anos de idade. Meningite viral Considerações •Geralmente possuem evolução benigna, são autolimitadas (duração inferior a 1 semana) e possuem baixa letalidade •Instalação rápida •Apresenta quadro clínico muito agudo •Possui maior incidência nos meses de outono e primavera •São associadas a ocorrência de surtos 6 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Transmissão ✓Via hematogênica (enterovírus) ✓Neuronal (HSV) - Nervo trigêmeo ou olfatório Manifestações clínicas •Manifestações gastrointestinais (vômitos, hiporexia, diarreia e dor abdominal) - Enterovírus •Sintomas respiratórios (tosse, faringite) •Erupções cutâneas (herpéticas) Infecções herpéticas são mais graves. Tem início muito agudo. Distúrbios de consciência e cognitivos mais precoces. *Pedir PCR para identi�icar etiologia viral e iniciar o mais rápido possível o tratamento (ACICLOVIR) Exame �ísico •Bom estado geral •Sinais de irritação meníngea *Bom prognóstico Tratamento •Não há indicação de tratamento antiviral especí�ico. •Recomenda-se tratamento de suporte, com sintomáticos, avaliação criteriosa e acompanhamento clínico. •Tratamento antiviral especí�ico somente nos casos de meningite herpética (HSV 1 e 2 e VZV) com Aciclovir endovenoso. Meningite Fúngica Considerações •Tem característica oportunista - Acomete principalmente imunocomprometidos •Cursam com comprometimento neurológico grave - Evolução grave •Elevado risco de complicações e sequelas Etiologia ✓Cryptococcus (C. neoformans e C. gattii) - Mais frequente ✓Candida albicans ✓Candida tropicalis ✓Histoplasma capsulatum ✓Paracoccidioides brasiliensis ✓Aspergillus fumigatus Tratamento Meningoencefalites De�inição Meningoencefalites - in�lamação das meninges e do cérebro. Encefalites - in�lamação do parênquima encefálico + evidências clínicas de disfunção encefálica. Epidemiologia •Mais comum em crianças abaixo de 10 anos (raro em maiores de 40) •O segundo pico de incidência é entre os 15 e 30 anos •Etiologia viral é a mais comum Etiologia •Infecciosa - Herpes simples 1 (HSV-1), HSV-6 - HIV - Enterovírus - EVB - Bactérias - Protozoários •Pós-infecciosa (ocorre após infecção ou vacinação) - processo imune mediado - encefalomielite disseminada aguda (ADEM) •Autoimune •Paraneoplásica 7 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 - Neoplasias de pulmão, testículos, timo ✓Imunocompetentes: os vírus mais comuns são os herpesvírus, dos arbovírus e dos enterovírus. ✓Imunocomprometidos: vírus da varicela-zóster e pelo citomegalovírus. Patogenia *Depende da etiologia. Pode ser: Direto Vias Hematogênica - quando há a presença dos vírus dentro dos neutró�ilos e de células mononucleares ou livres circulando no sangue (como os enterovírus). Dessa forma, a penetração na BHE ocorre por meio de células parasitadas pelos vírus que migram através dos vasos sanguíneos das meninges, plexo coróide ou do cérebro. - Uma vez no sistema nervoso central, os vírus podem disseminar-se de célula a célula *Ex: raiva, herpes simples e poliomielite Difusão - quando ocorre infecção através da difusão centrípeta a partir de nervos periféricos (Raiva) Olfativa - e penetram no SNC pelas vias olfatórias, cruzando a placa cribriforme e chegando ao lobo frontal. Ex: herpes, poliomielite, amebas e arbovírus. Indireto A patologia ocorre através de mecanismos imunológicos, por um mecanismo predominantemente mediado por células T ativadas que reconhecem antígenos da mielina e causam a lesão. Quadro clínico Período de incubação: varia de algumas horas até 3 ou mais semanas (na raiva, pode durar meses) Pródromos inepecí�icos •Mal-estar •Anorexia •Cefaleia •Fotofobia (baixa) •Vômitos Instalação do quadro neurológico + intensi�icação dos sintomas prodrômicos •Alterações do estado mental •Crises convulsivas •Alterações cognitivo-comportamentais (desorientação, mudanças no comportamento, dé�icit de memória e delirium) •Sinais neurológicos focais (hemiparesia, distúrbio da linguagem) •Sinais meníngeos (rigidez de nuca) 8 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 •Exantema •Sinais de infecção respiratória •Febre elevada (nem sempre ocorre) *A maioria evolui bem, sem sequelas Diagnóstico •Anamnese •Exame �ísico •Exames de imagem (TC, RM*) - É de extrema importância - *Pode apresentar-se sem alterações •Estudo do LCR - Pleocitose moderada (predomínio de linfócitos) - Aumento do nível de proteínas - HSV-1 hemácias - Glicose normal •Sorologias •Eletroencefalograma (irritação focal) •Cultura, PCR, painel de anticorpos - De�inir agente etiológico Achados de imagem*Os exames de imagem devem ser realizados antes da punção, para que sejam afastadas causas expansivas localizadas de hipertensão intracraniana, como abscessos e granulomas. - Esses achados podem contraindicar a punção liquórica. ✓Encefalite viral por HSV-1 - Acometimento predominantemente no lobo temporal. ✓Encefalites paraneoplásicas pu autoimune - Maior acometimento de estruturas límbicas ✓Encefalites pó-infecciosas - Acometimento multifocal TC: método mais utilizado (deve ser realizado com e sem contraste) - Pode se apresentar normal em fases iniciais RM: método superior (destaca anormalidades mais sutis e demonstrar o processo in�lamatório das meninges) 9 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Punção do líquor Considerações •LCR: reveste o SNC interna e externamente •Funções: proteção mecânica, facilita a difusão de substâncias (medicamentos injetados no LCR) para diferentes estruturas e possibilita a homogeneização das respostas de defesa, quando o SNC é acometido por processos infecciosos •Formação do LCR: plexo coróide - (estruturas vasculares com atividade secretória situadas nos ventrículos cerebrais) •Reabsorção do LCR: vilosidades aracnóideas •Deve haver um equilíbrio entre a formação e reabsorção do volume do LCR - Normal = 100 a 150 ml •Barreira hematoliquórica: garante a separação do sangue e LCR •LCR normal = límpido e incolor Col��� O LCR deve ser coletado antes da administração de antibioticoterapia Punção = tem o objetivo de drenar �luidos e outros líquidos do corpo. Locais de punção ✓Lombar (local de escolha - mais seguro e menos invasivo) ✓Suboccipital (utilizada em casos que a punção lombar apresenta-se contraindicada) ✓Ventricular (o LCR é acessado pela fontanela, ainda aberta do RN) Quantidade segura de coleta ✓RN prematuro: 2 ml ✓Recém-nascido: 3 a 5 ml ✓Crianças, adolescentes e adultos: 8 a 10 ml Punção suboccipital Punção ventricular Punção lombar Punção lombar 1. Posicionar paciente em decúbito lateral, posição fetal (�letir a cabeça e a coluna, abrindo os espaços intervertebrais) 2. Identi�icar e marcar local da punção: - Palpar cristas ilíacas e traçar linha imaginária entre elas, a qual cruza a linha média ao nível de L4 - Palpar processo espinhoso de L4 e identi�icar espaço intervertebral L3-L4 ou L4-L5 – escolher um deles para punção e marcar com caneta 3. Fazer antissepsia da pele (povedine ou clorexidina) 4. Anestesia da pele (subcutânea) e do trajeto da agulha (lidocaína) 5. Inserção da agulha de punção 6. Sentir a resistência dos planos atravessados pela agulha: pele, subcutâneo, ligamento supraespinhal, ligamento interespinhal, ligamento amarelo (maior resistência), epidural, dura-máter e subaracnóide 7. Ao sentir a passagem da resistência do ligamento amarelo, introduzir a agulha de 2/2mm, retirando o estilete para identi�icar presença ou não de LCR 8. Medir a pressão de abertura do LCR, assim que esse começar a gotejar 9. Colher 4-5ml do LCR por gotejamento espontâneo 10 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Parâmetros avaliados Parâmetro Característica Pressão Normal Aumentada Aspecto Límpido Levemente turvo Fortemente turvo Purulento Cor Incolor Xantocromia Eritrocromia *Icterícia, carotenemia (amarelado) Sangramento Decorrente da punção (hemorragia diminui de modo progressivo) - Cor: incolor,, há a formação de coágulos Hemorragia (intensidade da hemorragia é homogênea, não para) - Cor: amarelado, não forma coágulos Número de células Normal (ausência de hemácias e até 4 leucócitos por campo) Pleocitose (+ de 10 células por campo) - Aumento do número de leucócitos Tipo de células (citomorfologia) Normal (linfócitos e monócitos) Mononucleares Anormal (macrófagos, plasmocitos, neutró�ilos, eosinó�ilos, basó�ilos, hemácias, células atípicas - neoplásicas) Polimorfonucleares (sinal de infecção Proteínas totais Ventricular, até 25 mgl Cisterna magna, até 30 mgL Região lombar, até 40 mgl *Lactentes abaixo de 6 meses apresentam [ ] maiores (incomp. amadurecimento da BHE) Frações protéicas *O aumento da [ ] de proteínas indicam um comprometimento da BHE ou reação in�lamatória local Albumina Pré-albumina *Tauproteína Glicose Aumento Diminuição (processo in�lamatório do SNC) - Hipoglicorraquia discreta ou moderada (meningoencefali te tuberculosa e por levedura) - Hipoglicorraquia nítida ou intensa (meningites bacterianas agudas, meningopatias neoplásicas) Cloro Aumento Diminuição (meningites e encefalites) Enzimas Aumento da TGO (necrose) Aumento da DHL (necrose, precoce) Aumento da ADA (encefalites) Imunologia/ microbiologia Sí�ilis Cisticercose Micobactérias Leveduras Vírus 11 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Xantocromia - alteração da cor do líquor. - Ocorre quando há bloqueio no canal raquidiano e quando há hemorragias (hemorragia subaracnóidea, AVC hemorrágico, em certos traumas cranioencefálicos) *Hemorragia recente - eritrocromia (aspecto avermelhado) Pressão Deve-se avaliar a pressão inicial e a �inal após a coleta de LCR (esses dados são utilizados para o cálculo do quociente raquidiano) ✓Normal - P inicial = >20 e >5 cmH20 - P �inal = deve ser cerca de metade da P inicial ✓Hipotensão do LCR por efeito de massa - P �inal apresenta queda maior ✓Hipertensão por aumento de LCR (meningite) - P �inal apresenta queda menor Prova manométrica de Queckenstedt Stookey *utilizada em casos de suspeita de bloqueio do canal raquidiano Inicialmente registra-se a P inicial do LCR, em seguida, sem tirar o manômetro da agulha de punção, provoca-se hipotensão do LCR por compressão simultânea de ambas as veias jugulares por 1O segundos. Resposta esperada: Aumento pa P do LCR (2x a P inicial) durante a compressão. Após a compressão, o valor cai, alcançando o valor da P inicial em cerca de 10-20s. Resposta anormal - Bloqueio total: a pressão do LCR não se modi�ica em função da compressão jugular. - Bloqueio parcial: o aumento da P é pequeno e persiste até certo período. Após a compressão, a P diminui lentamente (tempo maior que 30 segundos), nem sempre retomando ao valor da pressão inicial, mantendo-se acima dele. Interpretação do resultado do exame ⇨Sem alterações - LCR dentro dos limites normais ⇨Presença de hemácias - LCR hemorrágico ⇨Amostra turva (pleocitose) - LCR meníngítico *Podem haver alterações isoladas que re�letem apenas alterações sistêmicas vigentes: - Glicose e cloro tendem a alterar suas [ ] de acordo com as [ ] sanguíneas (hipoclororraquia secundária a hipodoremia, hiperglicorraquia secundária a hiperglicemia) Indicação •Diagnóstico - Meningite - Hemorragia subaracnóide - Doenças desmielinizantes - Doenças metabólicas - Doenças in�lamatórias (esclerose múltipla, síndrome de Guillain-Barré) - Doenças oncológicas (leucemia, linfoma) •Analgesia (raquianestesia) •Administração de antibióticos, quimioterapia Contraindicações •Hipertensão intracraniana - Pode haver herniação (cérebro passa pelo forame) •Presença de piodermite do local da punção 12 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 - A infecção pode ser levada para dentro do canal medular •Doenças graves com instabilidade hemodinâmicas •Meningocele •Trombocitopenia (pode haver sangramento no canal medular e percurso da agulha) •Agitação psicomotora •Fase aguda de traumatismo cranioencefálico •Desvio de linha média Reações transitórias •Cefaléia •Dor no local da punção •Rigidez de nuca •Convulsão •Dor irradiada para a coxa •Edema da região lombar Complicações •Herniação cerebral (mais grave) •Meningite (agulha contaminada) •Lesão de um nervo segmentar Alterações do LCR 13 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 *Cultura: teste de Gram
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