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MENINGES 1- Dura Máter -> membrana externa, dura, resistente e fibrosa, em proximidade com os ossos raquianos e muito inervada -> responsável por cefaleia ao ser comprimida 2- Pia Máter -> interna, recobre o SNC, fina, delicada e vascularizada 3- Aracnóide -> membrana formada por um tecido trabeculado, delicada, com dois folhetos, um parietal, ligado à dura-máter, e outro visceral, ligado à pia-máter. . Parietal -> Paquimeninge . Visceral -> Leptomeninge . No intervalo entre os folhetos é o espaço subaracnóideo, onde circula o LCR LÍQUOR (LCR- LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO) → ORIGEM -> secreção e filtração do plasma arterial formado nos ventrículos encefálicos por uma rede de capilares com finas células endoteliais → FUNÇÃO -> proteção do SNC contra traumas, regulação da pressão intracraniana e contém células de defesa - Quando ocorre um processo inflamatório envolvendo as barreiras hematoencefálica e hemoliquoríca, aumenta a sua permeabilidade e algumas substâncias, especialmente as com menor peso molecular, são capazes de passar para o líquor → CARACTERÍSTICAS - É produzido e absorvido continuamente - Quantidade normal: 125 a 200 ml - Pressão . Paciente sentado -> 18 a 25 cm/H2O (Média: 20 cm/H2O) . Decúbito lateral -> 5 a 18 cm/H2O . RN -> 1 a 8 cm/H2O . Lactentes e crianças maiores -> oscila entre 4 e 15 cm/H2O . Acima de 10 anos -> valores iguais aos dos adultos ASPECTO Translúcido, incolor, como água de rocha, sem hemácias, estéril CITOLOGIA 3 a 5 células/mm³ BIOQUÍMICA - Proteínas: 20 a 40 mg/100ml - Glicose: 2/3 da glicose sérica RECÉM-NASCIDO - Maior celularidade: 25 células/mm³ - Proteínas podem atingir 100 mg/100ml → PUNÇÃO LOMBAR - Paciente em decúbito lateral direito e punciona-se entre a quarta e a quinta vértebras lombares num ponto de interseção com uma linha imaginária traçada entre as cristas ilíacas anterossuperiores. - Assepsia - Criança: 5 ml - Recém-nascidos: 3 ml EXAME SOLICITADO JUSTIFICATIVA LÍQUOR - História Clínica/ Trauma - Suspeita clínica - Uso de antibiótico??/ Tempo de uso?? - Uso de Aciclovir?? - Uso de COXIP?? - Hidrocefalia?? - Uso de DVE?? → CARACTERÍSTICAS DO LÍQUOR NAS MENINGITES Líquor Bacteriana Viral Tuberculosa Leucócitos/ mm³ > 1000 < 1000 20 a 500 Diferencial PMN Linfócitos Linfócitos Glicose Diminuição acentuada < 30 mg/dl Normal Diminuída Proteínas Aumentadas Normal ou pouco aumentada Elevadas > 100 mg/dl Bacterioscopia Positiva Negativa Ziehl- Neelsen positivo em 30% dos casos Cultura Positiva Negativa Pode ser positiva para M. tuberculosis - Nas meningoencefalites, a análise do líquido cefalorraquidiano costuma mostrar pressão aumentada, número de células elevado, o que é denominado pleocitose, as proteínas elevam-se, a glicose está normal ou diminuída - Líquor Turvo . Exsudato purulento, com grande quantidade de células polimorfonucleares e são geralmente causadas por bactérias piogênicas: meningococo, pneumococo, hemófilo, enterobactérias, pseudomonas, estafilococos e outras. - Líquor Claro . Exsudato pouco intenso, com predomínio absoluto de células mononucleares (linfócitos e monócitos) e têm etiologia variada: bactérias específicas (Mycobacterium tuberculosis, micoplasmas e outras), vírus, fungos, helmintos e protozoários - Líquor Opalescente . LCR não se apresenta translúcido, claro, nem está com o aspecto francamente turvo, purulento, das meningoencefalites bacterianas. Pode apresentar predomínio de polimorfonucleares ou mononucleares, mas a celularidade não é muito elevada. A etiologia dessas ME pode ser tuberculosa, fúngica, bacteriana mal tratada ou decorrente de pequena hemorragia. → DEFINIÇÃO -> processos inflamatórios de natureza microbiana ou parasitária localizados na leptomeninge, ocorrendo exsudato no espaço subaracnóideo. - Infecções agudas e graves, causadas por germes que atingem as meninges e o encéfalo quando falham os mecanismos de defesa que os protegem. ETIOLOGIA → VIRAIS - São os agentes infecciosos mais implicados na etiologia das ME infecciosas, sendo os principais agentes envolvidos enterovírus, vírus herpes simples (meningite necrotizante -> grave), varicela zoster, CMV, vírus do sarampo, arbovírus e outros → BACTERIANA - Principais agentes envolvidos são a Neisseria meningitidis e o Streptococcus pneumoniae FAIXA ETÁRIA AGENTE ETIOLÓGICO RN e lactente até 3 meses Streptococcus agalactiae, gram negativos entéricos e Listeria monocytogenes 3 meses a 18 anos Neisseria meingitidis, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzes 18 anos a 50 anos Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae > 50 anos Pneumococo, Listeria e gram negativos entéricos → TEMPO DE EVOLUÇÃO X ETIOLOGIA - Agudas -> bacterianas/ viral - Crônicas ou Subagudas -> fúngicas/ tuberculose PATOGENIA VIA DIRETA Traumatismos cranioencefálicos ou raquimedulares VIA SANGUÍNEA/ HEMATOGÊNICA Foco infeccioso primário POR CONTIGUIDADE Processo infeccioso próximo do encéfalo (sinusites, otites, mastoidites, outros) MENINGOENCEFALITE BACTERIANA → DEFINIÇÃO -> Infecções agudas e graves, causadas por germes que atingem as meninges e o encéfalo quando falham os mecanismos de defesa que os protegem → EPIDEMIOLOGIA - Urgência médica -> diagnóstico precoce e um tratamento imediato, tratando-se as infecções causadas por bactérias gram-positivas ou gram- negativas - Qualquer bactéria patogênica, comensal ou oportunista pode causar uma meningoencefalite. Em grande parte das vezes, o quadro meningítico surge de maneira súbita, sem qualquer fator predisponente. - Crianças de 1 mês a 5 anos correspondem a 90% dos casos - Taxa de mortalidade se aproxima a 100% se não tratada → AGENTES ETIOLÓGICOS - Streptococcus pneumoniae . Diplococos gram-positivos . Fator de Risco: pneumonia, sinusite, otite . Mais grave e deixa mais sequelas - Neisseria meningitidis . Diplococo gram-negativo . Raramente deixa sequelas neurológicas - Haemophilus influenzae tipo B . Cocobacilo gram-negativo pleomórfico . Sequelas -> surdez neurossensorial - Meningococo . Evolução muito rápida → QUADRO CLÍNICO SÍNDROME INFECCIOSA - Febre alta persistente - Mialgias - Palidez - Mal-estar generalizado - Astenia - Anorexia SÍNDROME DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA - Resulta da inflamação das raízes nervosas - Defesa antálgica - Rigidez de nuca - Sinais de Kerning, Brudzinski e Lasegue SÍNDROME DE HIPERTENSÃO INTRACRANIANA - Cefaleia holocraniana intensa - Irritabilidade - Náuseas - Vômito em jato - Fotofobia - Bradicardia - Abaulamento da fontanela em lactentes e neonatos - Exame de fundo de olho -> hiperemia de papila e, em casos graves, edema e contornos pouco nítidos SÍNDROME ENCEFÁLICA - Sonolência - Estupor - Convulsão - Estado confusional - Acometimento da via piramidal: paresias, paralisias, hiporreflexia e sinal de Babinski - Diagnóstico Diferencial . Meningoencefalites de outras etiologias, encefalites virais, meningismo, hemorragia subaracnóidea, processos expansivos intracranianos, abscessos cerebrais, tromboses de seios venosos da dura-máter, síndrome de Reye- Johnson, tétano, otites médias agudas, adenites agudas de pescoço, abscessos retrofaríngeos e afecções de coluna cervical que possam simular rigidez de nuca. - Complicações . Choque bacteriano com ou sem coagulação intravascular disseminada, choque cardiogênico, distúrbios hidroeletrolíticos, distúrbios respiratórios centrais ou periféricos (aspiração), localização à distância das infecções com artritese derrames de serosas . Neurológicas -> lesão de pares cranianos - Sinais de Irritação Meníngea 1- Sinal de Brudzinski -> tenta-se flexionar a cabeça sobre o tronco e nota-se a flexão involuntária dos joelhos 2- Sinal de Kernig -> com as pernas estendidas, tenta-se levantar o tronco. Os joelhos flexionam-se automaticamente e qualquer tentativa de estendê- los é inútil e dolorosa 3- Sinal de Lasegue 4- Rigidez de Nuca -> resistência involuntária à flexão passiva da cabeça, devida ao espasmo dos músculos cervicais - Lactentes . Choro persistente . Agitação . Irritabilidade . Recusa alimentar . Abaulamento da fontanela (sinal tardio) . Sinais de HIC geralmente são tardios pela expansibilidade devido às fontanelas e às suturas cranianas - Avaliar estado geral → EXAMES COMPLEMENTARES - Neuroimagem (RNM e TC) . Tomografia computadorizada (TC) é indicada antes da punção lombar quando houver evidências clínicas de hipertensão intracraniana (HIC) muito elevada, como rebaixamento do nível de consciência, vômitos frequentes, assimetria de pupila, midríase, alterações do ritmo respiratório, edema de papila, bradicardia, convulsão e hipertensão arterial - Hemocultura → MENINGOENCEFALITE TUBERCULOSA - Complicação mais grave da tuberculose, ocorrendo sobretudo em crianças que têm contato com parente com a doença - M. tuberculosis atinge o sistema nervoso por via hematogênica, produzindo tubérculos miliares que se transformam em focos caseosos, os quais se rompem para o espaço subaracnoide - LCR -> claro, tem pleocitose moderada (geralmente abaixo de 500 células/mm3), com predomínio de células mononucleares, proteínas elevadas e glicose baixa . Exsudato é predominantemente mononuclear e localiza-se principalmente no espaço subaracnóideo da base do encéfalo, causando alterações precoces de pares cranianos. . Líquor amarelo citrino - Exame direto pelo método de Ziehl-Neelsen na meningite tuberculosa apresenta pequeno índice de positividade - Diagnóstico -> estabelecido pelo quadro clínico, epidemiologia, lesões pulmonares (se presentes) e a cultura, cujo resultado é demorado (15 a 45 dias) - Tratamento -> RHZE (duração maior da segunda fase – 7 meses) + corticoesteroides nos 2 primeiros meses de tratamento, com a finalidade de diminuir a formação de fibrina (responsável por algumas sequelas) → PROFILAXIA - Vacina Haemophilus influenzae tipo B . Pentavalente -> 2 meses, 4 meses e 6 meses (3 doses) - Vacina Pneumocócica . 2 meses, 4 meses e 12 meses (2 doses + Reforço) - Vacina Meningocócica . 3 meses, 5 meses e 12 meses (2 doses + Reforço) - Vacina tríplice e tetraviral . Caxumba, Sarampo e Varicela -> vírus que atingem o SNC . 12 meses (tríplice) e 15 meses (tetraviral) - VIP e VOP . 2 meses, 4 meses e 6 meses (3 doses) - BCG . Ao nascer (dose única) . Neurotuberculose - Quimioprofilaxia -> pessoas que têm contato íntimo com os doentes de meningoencefalite meningocócica e por hemófilo, profissionais da saúde que fizerem respiração boca a boca ou intubação sem proteção -> Rifampicina → TRATAMENTO - Deve ser instituído prontamente após coleta dos exames - Corticoterapia e Antibioticoterapia . Corticoides apresentam bons resultados em casos de meningites por HIB, prevenindo perda auditiva se administrado antes ou ao mesmo tempo com a primeira dose de antibióticos. No entanto, essa eficácia não é visualizada em casos de meningites por pneumococos ou meningococos. p - Isolamento respiratório por 24 hrs (em casos de meningococo ou hemófilo) - Se não for possível realizar punção lombar, inicia- se imediatamente antibióticos de acordo com a faixa etária e demais dados clínicos/ epidemiológicos MENINGITE VIRAL → ETIOLOGIA MAIS FREQUENTE -> vírus da caxumba - Obs: com a implantação da vacinação contra essa virose, tornou-se mais rara sua ocorrência - Enterovírus: Echovirus e Coxsackievirus - Arborvírus: como o vírus da dengue → QUADRO CLÍNICO - Infecção aguda, com febre moderada ou elevada, cefaleia, estado geral mantido, fotofobia, sonolência. - Vômitos não alimentares podem estar presentes - Exame Físico -> presença de sinais de irritação meníngea, porém mais discretos - Quadro clínico é benigno, o paciente conserva a lucidez e a evolução para a cura ocorre em 5 a 10 dias → HERPES VÍRUS - É grave, consequente a um processo inflamatório necrotizante no encéfalo, com predomínio das lesões nas regiões frontotemporais - Costuma cursar com febre elevada, acentuado rebaixamento do nível de consciência, convulsões e sinais neurológicos de localização → LCR - Aspecto claro - Pressão normal ou não muito elevada - Pleocitose moderada (geralmente abaixo de 200 células/mm3), com predomínio de células mononucleares - Proteína pouco elevada e glicose normal - Dosagem do lactato geralmente é normal → TRATAMENTO - Sintomáticos - Herpes Vírus -> Aciclovir
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