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TEORIA GERAL DO PROCESSO U1- NOÇÕES TEÓRICAS BÁSICAS DO PROCESSO U1S3 – Acesso à justiça e constitucionalização do processo ÉTTORE DE LIMA Linha histórica evolutiva processo civil Primeira fase Entendia-se o processo como simples meio para a realização dos direitos das partes. Não se analisava o Direito Processual como ciência autônoma em relação ao Direito vinculado no processo, fosse ele Direito Civil, Penal etc., ou seja, não era o Direito Processual dotado de independência em relação ao Direito Material controvertido no processo. O Direito Processual era, portanto, um simples Direito adjetivo nessa fase denominada fase sincrética. Segunda fase Pregava-se a inteira autonomia entre o Direito Processual e o Direito versado no processo. Tratou-se da denominada fase autonomista ou conceitual, em que se defendia a total independência do Direito Processual e o Direito Material. *Surgimento do Estado Moderno – Sec. XVIII (Rev. Francesa e Iluminismo). Segunda fase O procedimentalismo decorreu do liberalismo instaurado após a Revolução Francesa, e inspirou princípios hoje consagrados, como a separação dos poderes, legalidade e outros. A partir daí, entendia-se que o juiz deveria agir de acordo com os procedimentos processuais, abrangendo ritos, prazos e formas designados em lei, cabendo ao juiz agir conforme o Direito vigente, sem margem a interpretações. Portanto, foi nesse período que o Direito Processual começa a ter a sua autonomia reconhecida, a partir da criação de procedimentos previstos em lei, deixando de ser uma mera praxe forense. Todavia, foi tal independência tratada com demasiado radicalismo, gerando distorções, uma vez que o processo era visto como um fim em si mesmo. Terceira fase • Instrumentalista Atualmente... ➢Fase instrumentalista, apesar de doutrinadores defenderem uma 4ª fase (neoprocessualista). ➢Direito processual civil desempenha a finalidade de instrumento do direito material. OBS: Neoprocessualismo faz referência ao neoconstitucionalismo. Relação entre o processo e o acesso à justiça O processo não é um fim em si mesmo, mas, ao contrário, é um instrumento para que o jurisdicionado tenha seu conflito pacificado, deve-se concluir que o ordenamento jurídico, para que o processo desempenhe bem tal função, deve possibilitar que o acesso à Justiça não se trate apenas de um princípio constitucional formalmente considerado, mas, sim, que se concretize na prática por meio de efetivas condutas estatais voltadas para tal amplo acesso. Fatores que dificultam o acesso à justiça ❖ Há custo da litigância? ❖Quem deve ter acesso à justiça? • Entraves: jurídicos e não jurídicos. Exemplos: ✓ Defensoria Pública ✓ Gratuidade da justiça ✓ Juizados Especiais Constitucionalização do processo A constitucionalização do processo pode ser constatada em duas dimensões: (i) na incorporação de normas processuais nos textos constitucionais; (ii) no ponto de vista em que as normas infraconstitucionais são concretizadoras das disposições constitucionais. ❖ Valores processuais estão constitucionalizados! Mas qual a importância disto?