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O carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus é um parasito externo que vive parte de sua vida sobre bovinos (vida parasitária), alimentando-se de sangue e, quando infectado, transmite hematozoários, principalmente dos gêneros Anaplasma e Babesia, que vão infectar o animal. O Boophilus microplus causa muitos prejuízos pela ação espoliativa de ingestão de sangue, por lesões na pele, condicionando ao aparecimento de infecções secundárias, com consequente desvalorização do couro do animal parasitado e pela transmissão dos hematozoários. • Características morfológicas - Peritrema em forma de círculo; - Macho com 4 placas adanais bem desenvolvidos e apêndice caudal; - Festões ausentes; - Olhos presentes; -Sulco anal ausente; -Coxa I com dois espinhos curtos em ambos os sexos; - Escudo com ornamentação. Tem uma maior incidência nos trópicos. OVO > LARVA > NINFA > ADULTO. O dimorfismo sexual só aparece quando adultos. • Características ideias - Temperatura: 25 a 28°C. - Umidade: 85 a 95% - Temperatura do bovino: 39 a 42°C - Baixa luminosidade. Fase de vida livre: É o período em que a larva eclode até alcançar um hospedeiro. Fase parasitária: É a fase de vida em que ela passa no hospedeiro. O carrapato R. microplus apresenta duas etapas distintas no seu ciclo de vida: uma fase parasitária durante um período médio de 22 dias sobre um único hospedeiro e uma fase não parasitária que ocorre no solo que pode durar de dois a três meses, dependendo fundamentalmente das condições climáticas existentes. Na fase parasitária, o carrapato apresenta três variações morfológicas distintas: larva, ninfa e adulto. A larva apresenta três pares de patas, é bastante ativa, pois necessita encontrar o hospedeiro para nele se fixar, e sobrevive das reservas energéticas acumuladas na fase de ovo. Fixa-se em locais específicos utilizando algumas importantes estruturas, como as quelíceras, as quais seccionam a pele para a introdução do hipostômio, órgão responsável pela fixação da larva na pele do bovino. A larva alimenta-se e inicia o processo de desenvolvimento e crescimento do tegumentário essa então passa por um período de inércia entre o quarto e quinto dia e atinge a fase de metalarva. E em torno do sexto dia, adquire uma nova estrutura, com um outro tegumento, mais um par de patas e uma fileira de dentição do hipostômio entre outras alterações: é a fase de ninfa. Esta fase dura em média dois a quatro dias e ao continuar seu desenvolvimento, uma nova alteração no exoesqueleto se processa, havendo um período igual de inatividade, denominado de metaninfa. Ao final do processo surge o indivíduo adulto, sexualmente diferenciado. Isto acontece em torno do décimo segundo dia. A partir dessa fase, inicia-se o processo de maturação dos machos e das fêmeas. Em torno do décimo sétimo dia os machos já estão aptos à cópula. As fêmeas, após serem fecundadas, passam de metaninfa para neógina num período médio de 17 dias. Em seguida, em um período de três dias, passam a partenógena (parcialmente ingurgitada) e em mais dois dias, a teleógina (ingurgitamento máximo). Nota-se um crescimento mais acentuado do tegumento nessa fase, e nas últimas horas próximas ao ingurgitamento completo, a alimentação intensifica-se, ao ponto de as fêmeas apresentarem um tamanho cerca de 10 vezes superior ao dos machos. Aos 22 dias, a maioria das fêmeas cai ao solo. Os machos podem permanecer no bovino por mais de 38 dias fecundando inúmeras fêmeas. A fase não parasitária compreende os estágios de fêmea adulta (teleógina), ovo e larva infestante. A fêmea adulta fecundada, ao desprender-se do bovino procura um local no solo para efetuar a postura. Em condições adequadas de temperatura (25-28ºC) e umidade (~85%) a postura se inicia no terceiro dia após a queda. Após a postura, a fêmea apresenta uma coloração mais amarelada chegando à morte após o término da ovoposição. A eclosão dos ovos inicia a partir da quarta semana após o início da postura. No meio ambiente, este processo pode ser longo, sendo uma forma estratégica de sobrevivência do parasito frente às adversidades climáticas. As larvas necessitam de um período de maturação médio de uma semana para estarem aptas a fixarem-se no hospedeiro e continuarem o desenvolvimento. Após esse período, deslocam-se às extremidades da vegetação para alcançarem mais facilmente o bovino. Nessa fase de larva infestante, elas podem sobreviver por até 60 dias. Depois que a larva consegue subir no hospedeiro ela vai reiniciar o seu ciclo biológico. • Pontos positivos para o carrapato no hospedeiro. - Temperatura constante (39°C); - Alimento (sangue); -Proteção; - Umidade adequada; - Deslocamento; - Local adequado para fecundação. • Pontos negativos para os hospedeiros. - Incômodo; - Irritação; - Desvio de nutrientes; - Diminuição do desempenho - Diminuição da energia voltada para a produção.
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