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Metastigmata - Aparelho bucal constituído de palpos, quelíceras e hipostômio contendo dentes. - Fêmeas com área porosa na base do capítulo. - Dimorfismo sexual nítido (machos com escudo completo e fêmeas com escudo incompleto na face dorsal do corpo). - Ciclo: ovo – larva – ninfa- adultos (macho e fêmea). Observações: Larvas: possuem três pares de patas, respiração cutânea e escudo incompleto. Ninfas: possuem quatro pares de patas, respiração traqueal, escudo incompleto e ausência de aparelho genital. Fêmeas: possuem quatro pares de patas, escudo incompleto e aparelho genital na face ventral entre o primeiro e o segundo par de coxas. Machos: possuem quatro pares de patas, escudo completo e aparelho genital na face ventral do corpo entre o primeiro e segundo por de patas. Classificação do ciclo de acordo com o número de hospedeiros: Monoxeno: Carrapato de um só hospedeiro. Todos os três estágios (larva, ninfa, e adulto) se alimentam do mesmo hospedeiro, no qual também realizam as mudas. - Fêmea ingurgita de sangue (1), vai ao solo (2), faz a postura (3), eclodem as larvas (4), as larvas sobem no hospedeiro (5), se alimentam e mudam para ninfas (6), as ninfas se alimentam, ingurgitam e mudam para adultos, macho e fêmea. Dioxeno: carrapato de dois hospedeiros. Os estádios de larva e ninfa ocorrem no mesmo hospedeiro, no qual também é realizada a primeira ecdise. A segunda ecdise se realiza no solo e o inxodídeo adulto procura um segundo hospedeiro. Trioxeno: carrapato que necessita de três hospedeiros. Para cada estádio há um hospedeiro (pode ser o mesmo animal) e todas as mudas são feitas fora do hospedeiro. -Larva sobe no hospedeiro (1), ingurgita, desce do animal e muda para ninfa no ambiente (2), a ninfa sobe no hospedeiro (3), ingurgita e vai para o ambiente (4), onde muda para adultos, macho ou fêmea (5), que sobem no hospedeiro para se alimentar. A fêmea, depois de ingurgitada, cai no solo para fazer a postura (6), eclodem as larvas e reinicia o ciclo. Gênero Rhipicephalus Características: - Palpos e rostos curtos - Base do gnastossoma hexagonal - Escudo sem ornamentação - Machos com um par de placas adanais desenvolvidas e um par rudimentar. Rhipicephalus sanguíneos Estigma em forma de vírgula bastante acentuado no macho e pouco acentuado na fêmea. Hospedeiro: parasito de cães, mas pode parasitar gatos e carnívoros silvestres. Ciclo biológico É um carrapato que exige três hospedeiros (trioxeno). Os machos permanecem mais tempo no hospedeiro e copulam com várias fêmeas. - As mudas são feitas fora do hospedeiro. ⟹ A larva sobe no animal, alimenta-se até ingurgitar (em torno de 2 a 7 dias), desce do hospedeiro, muda para ninfa, esta sobe no hospedeiro, alimenta-se até ingurgitar (cinco a dez dias) e desce do animal. No solo, muda para macho ou fêmea, que novamente sobe no hospedeiro para fazer o hematofagismo (6 a 30 dias). A fêmea, depois de ingurgitada, vai ao solo, onde faz a postura contínua de 2000 a 3000 ovos. Após 20 a 60 dias, dependendo da temperatura e umidade, eclodem as larvas. Sobrevivência: - As larvas não alimentadas podem sobreviver até oito meses e meio. - As ninfas sobrevivem seis meses. - Os adultos sobrevivem até 19 meses. Controle - Aplicação de banhos carrapaticidas nos cães, repetindo-se o tratamento duas ou três vezes, com intervalos de 14 dias, ou utilização de produtos sistêmicos spot on em intervalos de 30 a 45 dias. - Higiene e isolamento dos cães e canis. - Aplicação de acaricidas nas paredes, teto e piso das instalações. Rhipicephalus (Booplhilus) microplus Características morfológicas: - Base do gnatossoma hexagonal com rostro e palpos curtos, achatados, rugosos lateral e dorsalmente; - Escudo sem ornamentação; - Presença de olhos; - Festões ausentes; - Estigmas arredondados ou ovais; Hospedeiros: bovídeos, mas pode ser encontrado em outros hospedeiros domésticos e silvestres. Ciclo biológico - Carrapato de um só hospedeiro. A fase parasitária (de larva a fêmea) é de 21 a 22 dias. As fêmeas ingurgitadas (teleóginas) e prestes a darem início à oviposição desprendem-se naturalmente do hospedeiro e no solo procuram um lugar apropriado para a postura. A oviposição pode durar vários dias. As teleóginas realizam posturas de 3000 a 4000 ovos, que permanecem aglutinados. As larvas eclodem no ambiente e sobem no hospedeiro, mudando para ninfas e adultos. As fêmeas descem do animal para fazer a postura. Terminada a oviposição, a fêmea morre (quinógina). Patogenia - Irritação local e perda de sangue; - Formação de miíases no local; - Via de acesso para infecções secundárias; - Anemia; - Diminuição na produção de carne e leite; - Os ácaros transmitem protozoários do gênero Babesia e a Rickéttsia Anaplasma, responsáveis pela tristeza parasitária bovina; É considero o principal vetor da babesiose canina e a transmissão da doença pode ser por via transovariana ou transestadial. Pode também transmitir vírus e bactérias e atacar o homem, causando dermatites. - O ácaro também pode transmitir vírus e bactérias. Controle Nas pastagens: Limpeza, rotação, queima e tratamento das pastagens. Nos hospedeiros: Banho imersão; Aspersão ou spray; Vacinação; Produtos pour on de aplicação dorsal; Produtos injetáveis; Gênero Amblyomma Característica morfológicas: - Gnatossoma mais longo do que largo; - Presença de olhos no escudo; - Festões presentes; - Placas adanais ausentes no macho; - Presença de estigmas em forma de vírgula ou triângulo; Existem 33 espécies no Brasil: - Amblyomma cajennense; - A. tigrinum; - A. ovale; - A. aureolatum. Hospedeiros: Parasita a maioria dos animais domésticos(cavalos, bois, cães, aves e roedores) e silvestres; Pode parasitar o homem. Ciclo Biológico Trioxeno; semelhante ao do R. sanguineus. A fêmea põe de 6.000 a 8.000 ovos em uma única postura. Patologia -Pode transmitir vários agentes patogênicos: Borrelia (agente da doença de Lyme) e Rickettsia rickettsi (causadora da febre maculosa); -A picada pode originar ferimentos na pele de cura demorada. Diagnóstico da Febre Maculosa: Reação de imunofluorescência indireta (RIFI) Controle -Evitar áreas silvestres; -Áreas urbanas: mesmo controle do Rhipicephalus sanguineus, tratando o animal e o ambiente Família Argasidae Não possuem escudo e, por isso, são chamados de carrapatos moles. - Gnatossoma ventral nos adultos e nas ninfas e anterior nas larvas. - Palpos livres Fêmeas sem áreas porosas na base do capítulo. Tegumento coriáceo, rugoso e granuloso. Gênero Argas Espécie: Argas miniatus Características morfológicas - Face dorsal separada da ventral por um bordo lateral nítido. - Corpo achatado dorsoventralmente. - Aparelho bucal na face ventral. Hospedeiros: Aves como galinha, peru, pombo e aves silvestres. É carrapato encontrando comumente em galinheiros. Ciclo Biológico Patologia - Ação espoliadora (anemia e mortalidade) → principalmente jovens - Causa lesões hemorrágica na pele - Irritação → aves bicam a pele - Diminuição da postura - Retardo no desenvolvimento dos jovens - Transmissor de Borrelia anserina Diagnóstico No hospedeiro, procurar as ninfas e adultos à noite, larvas a qualquer hora do dia, principalmente embaixo das asas. Controle - Evitar a entrada de aves parasitadas no galinheiro - Limpeza e uso de acaricidas nas instalações e destruição dos ninhos do carrapato. -Repelentes com DEET + permetrina (humanos). Otobius megnini - Vive nos estádios larvais e ninfais nas orelhas de equídeos, bovinos, ovinos e outras espécies. - Os adultos não são parasitos. - Todas as mudas são realizadas no hospedeiro.- As larvas e ninfas localizam-se na orelha sugando sangue e causando irritação que resulta em inflamações. Ciclo biológico Fêmeas podem depositar até 1500 ovos em um período de duas semanas. As larvas hexápodes, que medem 0,5 mm, eclodem em três a oito semanas, vão até o hospedeiro (orelha) e, após sugarem sangue por 5 a 15 dias, passam a ninfa 1, que possui em torno de 4mm. Esse primeiro estádio permanece alimentando-se no canal auditivo e muda em sete a dez dias para o segundo estádio, que se alimenta por um a sete meses crescendo até 8mm. Esse estádio é o mais comum de ser visto e pode sobreviver vários meses sem se alimentar. Após deixarem o hospedeiro, transformam-se em adultos de vida livre e vão para lugares altos e secos, onde vivem em esconderijos com galhos de árvores. Ocorre a cópula e a postura. Os adultos não se alimentam e podem sobreviver mais de dois anos. Sinais clínicos - O homem e os animais podem sofrer grave irritação do canal auditivo. - Os animais de produção perdem peso e tornam-se irritados, balançando constantemente a cabeça. Diagnóstico - Otoscopia para visualizar larvas e ninfas. Controle - Pode-se fazer o controle da infestação com o uso de fipronil aplicado na orelha.
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