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Durante o século XVI, antes da introdução de gado bovino e de outros animais domésticos na região neotropical – a D. hominis parasitava animais silvestres Os bovinos são os principais hospedeiros da D. hominis , sendo o parasita mais patogênico para bovinos no Brasil Cães, gatos, caprinos, ovinos, suínos, equinos, homens são outros mamíferos suscetíveis A miíase nodular ou “berne” constitui um problema econômico-sanitário de grandes proporções • São robustos medindo cerca de 12 a 17mm de comprimento • A cabeça é amarela e o abdômen é azul-metálico • Asas são castanho-claro e as patas amarelas • Possui distribuição por locais quentes e úmidos, do sul do México ao norte da Argentina (ausente no Chile) • Estação chuvosa e temperaturas moderadas • No Brasil estão ausentes no Pará e regiões áridas do NE e norte de MG (isso ocorre devido ao clima que impede o desenvolvimento da larva) Precisam de vetores ou foréticos, que são geralmente outros dípteros, para que possam veicular seus ovos (essa etapa é obrigatória para que o ciclo seja completo) – a forma adulta da mosca não possui característica hematófaga Para encontrar estes vetores a D. hominis fica próxima aos seus hospedeiros, que são visitados por diversos dípteros Características comuns dos vetores: → Possuem hábitos zoofílicos, independente de serem ou não hematófagos → Período diurno de atividade → Tamanho igual ou menor que a D. hominis → Hábitos moderadamente ativos: muito lentos não estimulam a captura e muito rápidos não são capturados Para ocorrer a postura dos ovos a fêmea captura o vetor durante o voo, e o segura com suas patas depositando os ovos na região abdominal do vetor. Pode ser depositado de 800 a 1000 ovos e diversas posturas Os ovos ficam dispostos em cachos (20 a 40 ovos), fortemente aderidos ao abdômen do vetor. Geralmente em apenas um dos lados – são de coloração creme e medem de 2 a 3mm de comprimento A posição dos ovos permitem que os opérculos entrem em contato com a pele do hospedeiro quando os vetores pousarem A eclosão do ovos com liberação das larvas ocorre com cerca de 1 semana, porém podem permanecer viáveis nos ovos por cerca de 20 a 28 dias Os ovos eclodem somente em condições ambientais propicias, como: estímulo adequado de calor e CO2 emanado pelo hospedeiro, isso aumento a probabilidade do encontro parasito-hospedeiro → Se a larva L1 quando está eclodindo não consegue atingir a pele ou pelo do hospedeiro, ela retorna para dentro do ovo podendo permanecer por 20 dias A larva eclodida com cerca de 1 a 1,5mm de comprimento é muito ativa, podendo penetrar de imediato ou migrar até 19cm sobre a pele do hospedeiro para então penetrar na pele (a pele não precisa necessariamente estar lesionada) – não há uma região preferencial para o desenvolvimento das larvas No tecido subcutâneo a larva permanece em posição quase horizontal, se mantendo em comunicação com o exterior por meio dos orifícios (espiráculos) respiratórios posteriores No interior na cavidade subdérmica a larva se alimenta do material purulento e necrótico da lesão – passa por 3 instares sofrendo duas ecdises O período larval varia de acordo com a espécie de hospedeiro e dentro de uma mesma espécie podem ocorrer variações Em bovinos e cães (espécies mais acometidas) a fase larval tem duração de 35 a 70 dias Ao atingir a maturidade, a larva L3 com cerca de 18 a 24mm de comprimento, abandona o hospedeiro, se arrastando por meio do orifício respiratório, que é alargado para essa finalidade A saída das larvas ocorre geralmente durante o período noturno ou nas primeira horas da manhã, pois são momentos do dia que a temperatura ambiental está amena o que evita sua dessecação e possível ataques de predadores Quando a L3 cai no solo, ocorre a formação do pupário e a partir disso há o desenvolvimento para a fase adulta A L3 possui preferência por solos macios e úmidos, ricos em matéria orgânica – a larva se enterra facilmente e demora de 1 a 2 dias para se tornar pupa A temperatura e a umidade influenciam o tempo de evolução da pupa, tendo um prazo médio de 21 a 35 dias Os adultos emergem do pupário e alcançam a maturidade sexual após 1,5 a 4h Duração do ciclo evolutivo é de 120 dias A longevidade do adulto depende da temperatura e da umidade, os adultos vivem em regiões de matas sombreadas • Miíases furunculosas se caracteriza pela formação de um nódulo parasitário cutâneo, apresentado um orifício característica a presença do parasita • Pode ocorrer contaminações secundárias nesses feridas • Pode haver formação de abcessos profundos e muito dolorosos • Durante o desenvolvimento da larva os animais ficam nervosos, irrequietos e se alimentam mal • No humano a lesão furuncular apresenta secreção sanguinolenta e purulenta, sensação de movimento, prurido e dor Queda na produção de leite Queda nos índices zootécnicos Depreciação do couro: após a queda da larva, o orifício de saída é fechado por tecido cicatricial comprometendo a qualidade do couro Prejuízo anual estimado é de 200 milhões de dólares Controle do berne – controle do vetor, de um grande número de dípteros, muitos dos quais nem são ectoparasitos ou pragas do gado bovino Raio de ação dos foréticos (propriedades vizinhas) Associação de substâncias bernicidas durante a profilaxia Oclusão do orifício respiratório (morte da larva) Aplicação de organofosforados e avermectinas Doramectin: eficácia de 100% - 6 dias após o tratamento e proteção até 35 dias (tratamento de grandes animais) Em pequenos animais parasitados – retirada na larva de forma manual, não há necessidade de prescrição de antibiótico e anti-inflamatório sistêmico (difícil a infecção secundária), em ambientes com a presença de D. hominis o indicado é o uso de coleiras com capacidade de repelência _
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