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Desenvolvimento do SNC

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O sistema nervoso central (SNC) surge a partir do tubo neural, 
oriundo da placa neural, pelo processo de neurulação. Esse 
processo começa no início da 4ª semana, em torno do 22º e 
23º dia, e é induzido pelos sinais advindos da notocorda e do 
mesoderma adjacente, que estimulam o ectoderma a se 
diferenciar em placa neural. Após o surgimento da placa 
neural, as células dessa região começam a se espessar e 
aumentar de tamanho, posteriormente, forma-se uma 
depressão que é denominada sulco neural, enquanto as 
bordas das regiões mais altas ao lado do sulco são chamadas 
de pregas neurais. Estas, por sua vez, se fundem formando o 
tubo neural (TN). Algumas células do ectoderma não-neural 
se desprendem junto com as que formarão o tubo neural, 
mas estas se localizam nas adjacências e fazem parte da 
crista neural. O tubo neural dará origem ao sistema nervoso 
central e a medula espinhal, enquanto a crista neural originará 
o sistema nervoso periférico (SNP). O tubo neural se fecha 
primeiramente na região medial do embrião e as 
extremidades ainda abertas são denominadas neuróporos. Os 
genes HOX atuam entre a nêurula e a segmentação do tubo 
neural, conferindo identidade e reconhecimento dentro do 
plano axial. Em suma, a placa neural se invagina ao longo do 
seu eixo central formando uma depressão chamada de sulco 
neural, e consequentemente, ao lado desta depressão, serão 
formadas elevações: as pregas neurais. Estas se fundem e 
formam o tubo neural que dará origem ao SNC e a medula 
espinhal. 
 
 
A extremidade da região crianial é o neuróporo rostral, que 
fecha no 25° dia e forma a placa do teto. Já a extremidade 
caudal, é chamada de neuróporo caudal, fechando 2 dias 
depois, e originando a placa do chão do assoalho. Antes de 
fechar as extremidades, o tubo neural é preenchido por líquido 
amniótico, porém, após o fechamento o liquido para a ser 
denominado de líquido ependimático, e por fim, quando surge 
o complexo coroide é denominado líquor. 
 
 
O fechamento dos neuróporos coincide com o 
estabelecimento de uma circulação vascular no tubo neural. 
As paredes do TN se espessam para formar o encéfalo, a 
medula e o canal central da medula. Sem delonga ao 
fechamento do TN, ele se diferencia dorso-ventralmente em 
placa do teto (dorsal e sensitivo) e placa do assoalho (ventral 
e motor). O alargamento do tubo neural se dá no eixo 
anteroposterior, em decorrência de um gradiente 
morfogenético crânio-caudal. A formação do encéfalo 
necessita de fatores dorsalizantes, por isso, a ação de BMP – 
durante a neurogênese – é bloqueada pela cordina. Além 
disso, outra molécula de destaque é a proteína Wnt, associada 
com a caudalização, que requer um gradiente equilibrado, pois 
níveis acentuados de Wnt causam microcefalia e níveis 
reduzidos causam macrocefalia. O padrão dorso-ventral 
também é influenciado por outras moléculas, como Shh, Pax, 
TGF-β, etc. A parede do tubo neural é composta por um 
©
epitélio pseudoestratificado cilíndrico, que está em constante 
mitose (células próximas a luz do tubo neural) para formação 
de progenitores neurais e gliais. 
 
 
 
 
 
Após o fechamento do tubo neural, as células neuroepiteliais 
dão origem as células nervosas primitivas ou neuroblastos, 
nessa etapa a medula espinhal com seis semanas é composta 
por três zonas: 
 Zona Ventricular: constituída por células neuroepiteliais 
da parede do tubo neural (glia radial) que darão origem a 
todos os neurônios e células macrogliais (astrócitos e 
oligondendrócitos) da medula espinhal; 
 Zona Intermediária: formada por neuroblastos, oriundos 
das células neuroepiteliais em divisão da zona ventricular. 
Nessa zona os neuroblastos se tornam neurônios; 
 Zona Marginal: composta pelas partes externas das 
células neuroepiteliais. É a futura substância branca da 
medula espinhal. 
 
Quando as células da zona ventricular param de gerar 
progenitores, elas se tornam células ependimárias e 
revestem o canal central da medula. Por volta de oito a dez 
semanas, a medula espinhal é parecida com a do adulto. Na 
região ventral da medula espinhal, a notocorda direciona a 
diferenciação das células neuroepiteliais adjacentes a ela para 
neurônios motores, por meio da expressão da proteína 
Hedgehog (Shh). 
OBS: a micróglia é originada, majoritariamente, na 
hematopoiese primitiva no saco vitelínico, migrando para o 
futuro SNC, após o estabelecimento da circulação 
placentária. 
 
 
As meninges são as três membranas de tecido conjuntivo 
que revestem o encéfalo e a medula espinhal, tendo como 
objetivo protegê-los. O mesênquima que circunda o TN se 
condensa para formar as meninges. A camada mais externa 
dessa membrana origina a dura-máter, a interna a pia-máter, 
já a aracnoide é derivada das células da crista neural. O líquido 
cefalorraquidiano (LCR) embrionário começa a se formar 
durante a 5ª semana, produzido pela tela corióide dos 
ventrículos laterais. Através das aberturas mediana e lateral, 
o LCR passa para o espaço subaracnóideo, e é absorvido pelas 
vilosidades aracnoides, que são protusões da aracnoide nos 
seios venosos da dura-máter. 
 
 
©
 
 
 
Na altura do quarto par de somitos é originado o encéfalo, que 
apresenta três vesículas distintas que podem ser 
reconhecidas na extremidade rostral. Estas são: o encéfalo 
anterior (prosencéfalo), médio (mesencéfalo) e posterior 
(rombencéfalo), que constituem as vesículas primárias. Na 5ª 
semana as vesículas começam a se dividir, o prosencéfalo 
forma o telencéfalo e o diencéfalo, enquanto o mesencéfalo 
não se divide e o rombencéfalo forma o metencéfalo e o 
mielencéfalo. Desta forma, as vesículas secundárias somam 
um total de cinco vesículas. 
 
 
Entre a quarta e a oitava semana do embrião, o encéfalo 
cresce e se dobra ventralmente com a prega cefálica, 
formando as flexuras encefálicas. A flexura mesencefálica, 
direcionada ventralmente, está presente região do 
mesencéfalo. Já A flexura cervical, está na junção do 
rombencéfalo com a medula espinhal, também direcionada 
ventralmente. Enquanto a flexura pontina localiza-se entre o 
metencéfalo e o mielencéfalo na direção oposta das duas 
anteriores. 
 
 
 
 
Logo após o aparecimento das vesículas ópticas (no 
diencéfalo), um segundo par de divertículos aparece, mais 
dorsal e rostralmente: as vesículas telencefálicas. Elas 
localizam-se nos primórdios dos hemisférios cerebrais. Os 
hemisférios acabam se encontrando na linha média, 
achatando suas superfícies mediais. Portanto, no feto, ocorre 
a diferenciação das principais partes do encéfalo e um grande 
crescimento deste, que aumenta em centenas de vezes seu 
volume. Depois do nascimento, o peso dobra durantes os 
primeiros nove meses de vida, e em torno dos seis anos atinge 
90% do peso do adulto. 
 
 
©
Isso ocorre pela produção de células da glia, formação de 
dentritos e mielinização dos axônios. No início do 
desenvolvimento do telencéfalo, a superfície dos hemisférios 
cerebrais é lisa, contudo, com o crescimento, há o 
surgimento de sulcos e giros, que promovem aumento da 
superfície do córtex sem necessitar de grande aumento do 
tamanho do crânio. Após o nascimento, dificilmente surgem 
novas células neurais, mas as células já existentes 
desenvolvem mais prolongamentos, estabelecendo sinapses 
com outras células, o que é responsável pela grande 
capacidade de aprendizagem do cérebro. Durante o primeiro 
ano de vida, um neurônio cortical estabelece cerca de 
100.000 sinapses com outros neurônios. Nesse contexto, a 
formação da bainha de mielina das fibras nervosas é muito 
importante, já que facilita a condução do impulso nervoso. O 
processo de mielinização não está totalmente completado 
até os 20 anos. Os primeiros indícios de atividade cerebral são 
percebidos com cinco ou seis semanas e consistem em 
movimentos de extensão ou flexão do colo e da região 
torácica. Eles vão progredindo gradualmente, sendo que 
todos os padrões motores parecem estar presentes no início 
do segundotrimestre. 
 
Com o fechamento do neuróporo rostral, aparecem duas 
evaginações laterais, uma de cada lado do encéfalo anterior, 
as vesículas ópticas, primórdios das retinas e dos nervos 
ópticos, tais vesículas caracterizam o diencéfalo. As 
evaginações medianas que deixam o encéfalo anterior são a 
glândula pineal e a neurohipófise. Uma característica 
marcante do diencéfalo é o tálamo dorsal, que aparece com 
aproximadamente cinco semanas, formada pela glândula 
pineal, e composto pelo epitálamo, tálamo e hipotálamo. 
 
 
É a parte do encéfalo que sofre as menores modificações 
durante o desenvolvimento. Na parte ventral (tegmento), 
com um desenvolvimento intenso da formação reticular, 
observa-se uma continuação da estrutura rombencefálica, 
enquanto a parte dorsal, constituída pelos colículos 
superiores e inferiores, pode ser considerada uma 
continuação das regiões prosencefálicas. Os colículos 
superiores estão relacionados com os reflexos visuais, e os 
inferiores, com os reflexos auditivos. O tegmento contém os 
núcleos do terceiro nervo craniano. 
 
 
As paredes do metencéfalo formam o cerebelo e a ponte. 
 Cerebelo: é o centro para controle do equilíbrio e da 
postura. O cerebelo se liga ao mesencéfalo, à ponte e ao 
bulbo, pelos pedúnculos cerebelares superior, médio e 
inferior, respectivamente, que são constituídos por 
feixes de fibras. 
 Ponte: reenvia sinais que ligam a medula espinhal e o 
córtex cerebral com o cerebelo. Contém os núcleos 
pontinos, cocleares e vestibulares, os núcleos sensitivos 
do nervo trigêmio e núcleo do nervo facial. 
 
 
 
 
As paredes do mielencéfalo formam o bulbo, este é a porção 
do encéfalo de maior semelhança com a medula espinhal. O 
bulbo contém os núcleos dos nervos cranianos 
glossofaríngeo, vago, acessório e hipoglosso, derivados de 
©
células da lâmina basal. Além disso, contêm centros e redes 
de nervos que regulam a respiração, batimentos cardíacos, 
movimentos reflexos e outras funções. 
 
OBS: células-tronco neurais em humanos só estão presentes 
no hipocampo. 
 
 
A maior parte das anomalias congênitas do tubo neural são 
resultado de problemas no fechamento do TN durante a 4ª 
semana. Podendo afetar os tecidos que recobrem a medula, 
as meninges, os músculos e a pele. 
Espinha bífida → ocorre na região espinhal, causada por uma 
divisão dos arcos vertebrais, podendo ou não envolver o tecido 
neural subjacente. Tem origem multifatorial, estando 
associada com hipotermia, hipervitaminose e ácido valpróico. 
A ingestão de ácido fólico com início dois meses antes da 
concepção e durante pelo menos até os 3 primeiros meses de 
gestação podem diminuir em até 70% a incidência de defeitos 
no tubo neural. Pode ser de dois tipos: 
 Espinha bífida oculta: ocorre por um defeito no 
crescimento das metades do arco vertebral e da sua 
fusão no plano mediano na região lombossacral (L4 a S1). 
Esse defeito é coberto pela pele e geralmente não 
envolve o tecido neural subjacente. Pode ser marcado por 
um tufo de pêlos sobrejacente à região afetada; 
 
 
 Espinha bífida cística: ocorre protrusão da medula 
espinhal e/ou das meninges através do defeito no arco 
vertebral e na pele. É geralmente acompanhada de déficit 
neurológico, dependendo do local da lesão, com perda de 
sensibilidade e paralisia completa ou parcial de músculos. 
Se o saco contém meninges junto com o líquido 
cerebroespinhal, a anomalia é chamada de espinha bífida 
com meningocele. Se o saco contém medula espinhal 
e/ou raízes nervosas, a anomalia é chamada de espinha 
bífida com meningomielocele. Se as pregas neurais não 
se elevam, permanecendo como uma placa de tecido 
neural, a anomalia se denomina espinha bífida com 
mielosquise. A espinha bífida cística é diagnosticada por 
meio da ultrassonografia com 10 a 12 semanas de 
gestação e dos níveis de α-fetoproteína no soro 
materno e no líquido amniótico. 
 
 
 
 
 
Holoprosencefalia → há perda de estruturas da linha média 
levando a malformações encefálicas e faciais. As causas 
©
envolvem fatores genéticos e ambientais (diabetes materna, 
consumo materno de álcool na gestação); 
 
 
Crânio bífido → causado por um defeito na ossificação dos 
ossos do crânio, sendo o mais frequentemente atingido a 
parte escamosa do occipital. Se o defeito é pequeno somente 
as meninges herniam é chamado de meningocele, mas se 
ocorre herniação das meninges e de parte do encéfalo, a 
anomalia se denomina meningoencefalocele. Ainda, se a 
parte do encéfalo que hernia contem parte do sistema 
vestibular, denomina-se meningoidroencefalocele; 
 
 
Exencefalia → exposição do encéfalo devido ao não 
fechamento da parte cefálica do tubo neural, com 
consequente não formação da abóbada craniana. O encéfalo 
exposto posteriormente se degenera, originando a 
anencefalia. O tronco encefálico pode permanecer intacto. 
Ocorre em 1 a cada 1.000 nascimento, sendo 2 a 4 vezes 
mais frequente em mulheres. A prevenção como na espinha 
bífida é o uso de ácido fólico na gestação; 
 
Microcefalia → abóbada craniana menor do que o normal, 
com face de tamanho normal. Acompanhada de grave 
retardo mental. Multifatorial, envolvendo fatores genéticos e 
ambientais (exposição ao vírus da rubéola, citalomegalovírus, 
radiação ionizante, alcoolismo materno); 
 
 
 
Malformação de Arnold-Chiari → deslocamento caudal e 
herniação de partes do cerebelo pelo forame magno. Ocorre 
em quase todos os casos de espinha bífida cística. E está 
associada com frequência a hidrocefalia. 
 
 
Hidrocefalia → acúmulo anormal de líquido dentro do crânio 
que leva ao inchaço e ao aumento de pressão cerebral, o que 
pode acontecer devido a infecções do cérebro como 
meningite ou ser consequência de tumores ou alterações 
ainda durante o desenvolvimento fetal. 
 
 
REFERÊNCIAS 
1) MOORE, K.L. & Persaud, V. Embriologia Básica. 8ª ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2008. 
2)www.famema.br/ensino/embriologia/sistemaneurologico.php

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