Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mediação Mediação • Técnica privada e voluntária de solução de conflitos de grande eficiência nos conflitos interpessoais visto que as próprias partes buscam as soluções, sendo papel do mediador apenas ajuda-las na busca, valendo-se de técnicas que demonstram melhores critérios e raciocínios na chegada do melhor entendimento. • Resolução 125 do CNJ: instrumento efetivo de pacificação social, solução e prevenção de litígios que tem como finalidade reduzir a judicialização dos conflitos. Mediador • O mediador é um terceiro “neutro” que irá intermediar a relação conflituosa, operacionalizando a comunicação e resgatando o diálogo até uma solução. Na mediação, o mediador atua em plano de igualdade em relação às partes, de forma a auxiliá-las na prática de uma comunicação construtiva capaz de identificar seus interesses e necessidades. Modelos de escolas de mediação • A escolha dos modelos leva em conta a natureza do conflito e a realidade socioeconômica e cultural dos envolvidos. A escolha poderá ser modificada no transcorrer da mediação. • As mais comuns são: 1) mediação facilitativa (linear, tradicional ou de Harvard); 2) mediação avaliativa; 3) mediação transformativa; 4) mediação circular-narrativa. Escolas • Facilitativa e avaliativa são mais comuns no âmbito judicial. • Nos conflitos extrajudiciais mais comuns quando as questões versam sobre patrimônio, questões pontuais ou entre partes que não possuem relação continuada. São mais indicadas quando os pontos que envolvem sentimentos não são fundamentais. • A avaliativa é na verdade a conciliação, com ouro nome, visto que o mediador participa mais ativamente. Escolas • Transformativa e a mediação circular-narrativa são mais adequadas aos conflitos em que os agentes mantêm ou já mantiveram relações continuadas, com centralidade de aspectos sentimentais como nos casos envolvendo de família, vizinhos, sócios e colegas de trabalho. • Na transformativa não há imposição de regras prévias e há maior liberdade para a construção d procedimento pelas partes. • A circular-narrativa busca desconstruir a relação das partes para em seguida construí-las novamente. Desfazer a narrativa inaugural para construir outra sem a centralidade do litígio. Estratégia: ataque ao problema se afastando dos ataques pessoais. *Quadro adaptado da mestranda FeernandaAlves Curbage(Mediação: solução judicial e extrajudicial na governança corporativa da sociedade familiar –dissertação) Circular narrativa Transformativa Facilitativa e Avaliativa Autores referenciais Sara Cobb Robert A. Baruch Bush Joseph Folger William Ury Bruce Patton Roger Fisher Objetivo Tem como foco a exteriorização das emoções dos mediados. Espírito negociador das partes. Mantém um foco dual ao longo do processo de mediação: empoderamento e reconhecimento. Tem como foco a separação das pessoas dos conflitos. Negociação por interesse e não por oposição. Comunicação no sentido linear. Atuação do Mediador O mediador objetiva causar desorganização no sistema capaz de provocar uma nova organização não circular. Apoia a possibilidade de mudança do relacionamento entre as partes. O mediador é um terceiro imparcial que auxilia/propõe os envolvidos a encontrarem a melhor solução ao conflito. Mediador: facilita o diálogo. Conciliador: opina, sugere, emite parecer e valora. Tipos de Mediação • Poderá ser judicial: ocorre no curso de uma ação judicial seja de natureza civil ou penal. Mediador se sujeita a compromisso e as partes podem recusá-lo no prazo de 5 dias de sua nomeação, ou extrajudicial. • Poderá ser prévia (tanto judicial quanto extrajudicial). Será judicial quando o pedido for formulado ao judiciário. Ela deverá ser realizada em até 90 dias do recebimento do pedido. Não havendo acordo, o mediador devolverá a inicial e lavrará termo com a descrição da impossibilidade para prosseguimento do feito. Se houver acordo, seguirá para homologação ou incidental (obrigatória no processo judicial de conhecimento, exceto: interdição, falência, recuperação judicial, insolvência civil, inventário, usucapião de imóvel, cautelares, etc. ou quando a mediação prévia tiver sido realizada nos 180 dias anteriores ao ajuizamento da ação). Se dá após o protocolo da inicial. Etapas da Mediação • Pré-mediação(avalia-se se a mediação é recomendada. Define-se as regras, quantias, valores, número de sessões, tempo de duração. • Iniciar as tratativas • Fazer uso de tom positivo; • Auxiliar os indivíduos a expressar seus sentimentos e interesses; • Selecionar as áreas e questões alvo de discussão; • Definir agenda: • - áreas de interesse; • - definir o que de fato será discutido; • - determinar o encaminhamento lógico das questões; • - estimular melhor comunicação; • - efetuar agenda de negociação. • Identificar interesse oculto (formular perguntas para explorar novos focos); • Gerar opções de acordo • Avaliar as opções para o acordo (quais opções disponíveis, avaliar as possibilidades, os gastos e benefícios) • Fechamento (resultado do trabalho). Técnicas de mediação • Recontextualização: tem como fundamento prioritário determinar a organização do conflito: 1) enfoque nas necessidades; 2) enfoque prospectivo; 3) linguagem neutra: a) repetir o que a pessoa disse usando outras palavras; b) enfatizar pontos positivos; c) incluir todas as pessoas; d) permitir que ouçam suas histórias por um terceiro imparcial. • Vantagem: ouvir a história contada por outra pessoa nos faz refletir acerca do discurso. Técnicas de mediação • Identificação das propostas implícitas: enfoque nas propostas: 1) buscar interpretar nas entrelinhas o que o indivíduo realmente deseja; 2) observar com atenção para que o próprio mediador não esteja propondo a solução; 3) tornar explícitas as propostas. • Escuta ativa: escutar para ouvir e não para responder, mediador deve estimular a escuta ativa que objetiva atingir à composição e não a vencer. Escutar o que se verbaliza e o que não está sendo dito. Técnicas para induzir a escuta ativa: a) valer-se do silêncio; b) notar as emoções; c) repetir o que as pessoas estão afirmando; d) reconhecer sentimentos (necessidades ou interesses ocultos). Técnicas de Mediação • Construção de possibilidades: informar acerca da necessidade de gerar várias opções; reduzir os compromissos com alternativas que sejam isoladas; gerar variações fazendo a utilização da negociação, com base nos interesses dos litigantes. • Acondicionamento das questões e interesses das partes: mediador deve tentar ao máximo que a) alcancem o consenso; sublimem os interesses divergentes; atinjam a compreensão recíproca. • Teste de realidade ou reflexão: alcançar o melhor posicionamento dos envolvidos sobre o problema que os envolve e suas possíveis soluções, sempre por intermédio da reflexão objetiva das partes em relação ao que está colocado. Vantagens e Princípios da Mediação • Autonomia: preservação da vontade das pessoas de a procurarem e de sua vontade de modo que o mediador não poderá forçar um acordo ou tomar decisões pelas partes. • Preservação dos laços entre as partes: ambiente mais saudável e de aproximação das partes. Menos desgaste, desejo de suavizar a disputa. Diminuição da carga beligerante. • Economicidade: como os atos são mais concentrados e dinâmicos poderá haver uma redução de custos em comparação ao processo judicial. • Confidencialidade: o que é debatido na sessão fica na sessão. Sigilo é uma vantagem importante. Vantagens e Princípios da Mediação • Celeridade: decorre da informalidade do instituto e da concentração dos seus atos. • Oralidade: conduzida na oralidade, colocando as partes como principais protagonistas da narrativa. • Informalidade: não significa ausência de regras, mas uma maior flexibilidade em sua determinação com premissas distintas. • Consensualismo: as partes encontram-se em igualdade e com oportunidades idênticas, fazendo com que as decisões sejam consensuais e autocompositivas.• Boa-fé: (art. 113 e 422 CC) não contempla a produção de provas, mas o instituto é baseado na boa-fé. Atividades: • Pesquise as principais características das Escolas de Mediação; • Pesquise as principais técnicas de Mediação; • Quais são as principais diferenças entre a conciliação e a mediação?
Compartilhar