Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA Caderno Pedagógico do Ceduc@f A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 2 PROGRAMA DO CURSO EMENTA: Desenvolvimento da consciência ecológica; crise ambiental ou crise civilizatória? A educação como elemento indispensável para a transformação da consciência ambiental; Noções básicas para a compreensão da questão ambiental; Meio ambiente e lixo; meio ambiente e tratamento do lixo; Sustentabilidade; Noções básicas para a questão ambiental; A escola e a educação ambiental; Propostas metodológicas para a educação ambiental. OBJETIVO GERAL: Conhecer as noções básicas sobre o meio ambiente para uma transformação da consciência ambiental. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Analisar a importância do desenvolvimento da consciência ecológica Identificar as propostas metodológicas para a educação ambiental Proporcionar ao futuro noções básicas para uma boa compreensão da questão ambiental A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 3 CONTEÚDOS: Desenvolvimento da consciência ecológica Crise ambiental ou crise civilizatória? A educação como elemento indispensável para a transformação da consciência ambiental Noções básicas para a compreensão da questão ambiental Meio ambiente e lixo Meio ambiente e tratamento do lixo Sustentabilidade Noções básicas para a questão ambiental A escola e a educação ambiental Propostas metodológicas para a educação ambiental Avaliação de conclusão de curso METODOLOGIA: Desenvolvimento de questões objetivas, que tome como pressupostos teóricos os conteúdos estudados neste curso. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 4 APRESENTAÇÃO Estimado (a) Cursista. Este curso constitui-se numa proposta de estudos para discussões e elaboração de conceitos sobre o tema “A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA”. Você, que se interessa pelo estudo da Ecologia e quer que a vida sobre a terra seja mantida, precisa conhecer a carta que o velho cacique, cheio de sabedoria, mandou ao presidente de seu país: “como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Não conseguimos compreender esta ideia. Se o frescor do ar e a limpidez brilhante da água não nos pertencem, como podemos vendê-los? ” Cada pedaço desta terra é sagrado para nossa gente. Cada ponta brilhante de um pinheiro, toda praia de areia, cada nevoa nos bosques ao escurecer, cada lugar claro, sem arvores, no meio da floresta e cada inseto zumbindo são sagrados na memória de nossa gente. O córrego que procura seu caminho entre as arvores, carrega consigo lembranças de nossos antepassados”. Bom estudo! A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 5 SUMÁRIO Introdução....................................................................................................................................06 Desenvolvimento da consciência ecológica.................................................................................07 Crise ambiental ou crise civilizatória?...........................................................................................9 A educação como elemento indispensável para a transformação da consciência ambiental......11 Noções básicas para a compreensão da questão ambiental.........................................................13 Meio ambiente e lixo.................................................................................................................. 13 Meio ambiente e tratamento do lixo............................................................................................14 Sustentabilidade...........................................................................................................................15 A escola e a educação ambiental..................................................................................................18 Propostas metodológicas para a educação ambiental..................................................................19 Ecologia: A ciência que quer deixar a mãe terra viver................................................................19 Nem tudo está perdido. Depende de nós......................................................................................22 Considerações finais....................................................................................................................24 Bibliografia..................................................................................................................................25 Avaliação de conclusão de curso..................................................................................................26 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 6 INTRODUÇÃO Na medida em que a humanidade aumenta sua capacidade de intervir na natureza para satisfação de necessidades e desejos crescentes, surgem tensões e conflitos quanto ao uso do espaço e dos recursos em virtudes da tecnologia disponível. Desde seus primórdios muitas sociedades humanas, que se tornaram hegemônicas em diferentes épocas históricas, buscaram acumular riquezas. Utilizaram todos os recursos ambientais à sua volta. Quando estes rareavam, a maioria delas expandia-se geograficamente na busca por mais e melhores recursos. (Pedrini, 2000, p.21). Nos últimos séculos, um modelo de civilização se impôs, trazendo a industrialização com sua forma de produção e organização do trabalho, além da mecanização da agricultura que inclui o uso intenso de agrotóxicos, e a urbanização com um processo de concentração populacional nas cidades. Não precisa ser um cientista ambiental ou ecologista para perceber que a deterioração do meio ambiente é uma realidade dolorosa presente na vida de qualquer cidade. Para isso basta ter contato com o mínimo de informação através dos meios de comunicação ou caminhar pelas ruas das cidades, que certamente visualizaremos a degradação do meio ambiente. Podemos também, perceber a falta de uma política ambiental que nos leva avaliar os problemas ecológicos e nos conduz para um futuro incerto, intranquilo e de provável escassez de recursos e falta de condições de vida. Torna-se imprescindível então, que a escola adote uma postura mais participativa nas questões ambientais, portanto não basta conscientizar a geração presente, é preciso ensinar a agir, a buscar soluções, a criar condições e vencer obstáculos. O crescente interesse mundial pela educação ambiental decorre da constatação de que o desenvolvimento das nações modernas tem sido associado historicamente à degradação do meio ambiente. O avanço da tecnologia e da ciência nos ajuda a conhecer mais sobre os problemas ambientais e seus geradores. No entanto, isso não tem sido suficiente para deter o processo de degradação em curso. O modelo de desenvolvimento atual excludente e esgotante de recursos naturais tem levado a produção de níveis alarmantes de poluição do solo, do ar e da água contaminados por resíduos, desnutrição da biodiversidade animal e vegetal e consumo rápido de reservas minerais e demais A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 7 recursos não renováveis. A gravidade desses problemas ambientais coloca para as gerações presentes questões bastante complexas. Nesse sentido, entendendo a escola como um dos principais meios de informação e de apropriação de conhecimento, este trabalho busca refletir acerca da educação ambiental e do papel da escola no desenvolvimento da consciência ecológica, propondo alternativas para que a escola busque no seu cotidianoa formação de cidadãos conscientes e preocupados com o ambiente em que vivem de forma a pensar não só no hoje, mas também no futuro, aptos a decidirem e atuarem na realidade sócio ambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem estar de cada um e da sociedade local e global. Para tanto se busca em autores como Mauro Guimarães, Michele Sato e outros, referenciais que nos auxiliam na elaboração de uma proposta educacional que contribua na consolidação de uma educação ambiental capaz de enfrentar a grave crise sócio-ambiental da atualidade. A pesquisa caracteriza-se como bibliográfica e abordará no primeiro momento o desenvolvimento da consciência ecológica; no segundo, o meio ambiente; no terceiro a responsabilidade e necessidade de ação; no último, a escola e a educação ambiental. Entende-se que a escola ao contribuir com a mudança de postura dos indivíduos está contribuindo para a mudança na sociedade e para melhoria na qualidade de vidas das pessoas. DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA A tecnologia empregada evolui rapidamente com consequências indesejáveis que se agravam com igual rapidez. A exploração dos recursos naturais passou a ser feita de forma demasiadamente intensa. Recursos não renováveis como o petróleo, ameaçam a escassear. De onde se retirava uma árvore, agora se retiram centenas. Onde moravam algumas famílias, consumindo alguma água e produzindo poucos detritos, agora moram milhões de famílias, exigindo imensos mananciais gerando milhares de toneladas de lixo por dia. Essas diferenças são determinantes para a degradação do meio onde se insere o homem. Sistemas inteiros de vida vegetal e animal são tirados de seu equilíbrio. E a riqueza gerada num modelo econômico que propicia a concentração da renda, não impede o crescimento da miséria e da fome. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 8 Algumas das consequências indesejáveis desse tipo de ação humana são, por exemplo, o esgotamento do solo, a contaminação da água e da crescente violência nos centros urbanos. À medida que tal modelo de desenvolvimento provocou efeitos negativos mais graves, surgiram manifestações e movimentos que refletiam a consciência de parcelas da população sobre o perigo que a humanidade corre ao afetar de forma tão violenta o seu meio ambiente. Em países como o Brasil, preocupações com a preservação de espécies surgiram já há alguns séculos, como no caso do Pau-Brasil, por exemplo, em virtude de seu valor econômico. No final do século passado iniciaram-se manifestações pela preservação dos sistemas naturais que culminaram na criação de Parques Nacionais, como ocorreu também nos Estados Unidos. É nesse contexto que, no final do século passado, surge a área do conhecimento que se chamou de Ecologia. O termo foi proposto em 1866 pelo biólogo Haeckel, e deriva de duas palavras gregas: Oikos, que quer dizer ‘’ morada’’, e logos, que significa ‘’ estudos’’. A ecologia começa como um novo ramo das Ciências Naturais, e seus estudos passam a seguir novos campos do conhecimento como, por exemplo, a ecologia humana e a economia ecológica. Mas só na década de 1970 o termo “ecologia” passa a ser conhecida do grande público. Com frequência, porém, ele é usado com outros sentidos e até como sinônimo de meio ambiente. Nas nações mais industrializadas passa-se a constatar uma deterioração na qualidade de vida que afeta a saúde tanto física quando psicológica dos habitantes das grandes cidades. Por outro lado, os estudos ecológicos começam a tornar evidente que a destruição – e até a simples alteração – de um único elemento num ecossistema pode ser nociva e mesmo fatal para o sistema como um todo. Grandes extensões de monocultura podem determinar a extinção regional de algumas espécies e a proliferação de outras. Vegetais e animais favorecidos pela plantação, ou cujos predadores foram exterminados, reproduzem-se de modo desequilibrado, prejudicando a própria plantação. Eles passam a ser considerado então uma ‘’ praga’’. A indústria química oferece como solução o uso de praguicidas que acabam muitas vezes, envenenado as plantas, o solo e a água. Problemas como esses, vêm confirmar a hipótese, que já se levantava, de que poderia haver riscos sérios em manter um alto ritmo de ocupação, invadindo e destruindo a natureza sem conhecimento das implicações que isso traria para a vida do planeta. Até por volta da metade do século XX, o conhecimento científico da Ecologia somou-se um movimento ecológico voltado no início principalmente para a preservação de grandes áreas de ecossistemas ‘’ intocados’’ pelo homem, criando-se parques e reservas. Isso foi visto muitas vezes A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 9 como uma preocupação poética de visionários, uma vez que pregavam o afastamento do homem desses espaços, inviabilizando sua exploração econômica. Após a Segunda Guerra Mundial, principalmente a partir da década de 60, intensificou-se a percepção de que a humanidade podia caminhar aceleradamente para o esgotamento ou a inviabilizarão de recursos, indispensáveis à sua própria sobrevivência. E, assim sendo, que algo deveria ser feito para alterar as formas de ocupação do planeta estabelecidas pela cultura dominante. Esse tipo de constatação gerou o movimento de defesa do meio ambiente que luta para diminuir o ritmo de destruição dos recursos naturais ainda preservados e, que busca alternativas que concilie, na prática, a conservação da natureza com a qualidade de vida das populações que dependem dessa natureza. CRISE AMBIENTAL OU CRISE CIVILIZATÓRIA? Para uns, a maior parte dos problemas atuais, decorrentes do modelo de desenvolvimento, economia e sociedade, pode ser revolvida pela comunidade cientifica. Confia na capacidade de a humanidade produzir novas soluções tecnológicas e econômicas a cada etapa, em resposta a cada problema que surge, permanecendo basicamente no mesmo paradigma civilizatório dos últimos séculos. Para outros, a questão ambiental representa quase uma síntese dos impasses que o atual modelo de civilização acarreta. Consideram que aquilo a que se assiste não é só uma crise ambiental, mas uma crise civilizatória. E que a superação dos problemas exigirá mudanças profundas na concepção de mundo, de natureza, de poder, de bem-estar, tendo por base novos valores individuais e sociais. Faz parte dessa nova visão de mundo a percepção de que o homem não é o centro da natureza. Para outros, ainda, o homem deveria se comportar não como dono do mundo, mas, percebendo-se como parte integrante da natureza, resgatar a noção de sacralidade da natureza, respeitada e celebrada por diversas culturas tradicionais antigas e contemporâneas. Tanto uns quantos outros, reconhecem que a forma clássica criada pela ciência ocidental para estudar a realidade, subdividindo-a em aspectos a serem analisadas por diferentes áreas do conhecimento, não é suficiente para a compreensão dos fenômenos ambientais. A complexidade da natureza exige uma abordagem sistêmica para seu estudo, isto é, um trabalho de síntese com os A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 10 diversos componentes vistos como um todo partes de um sistema maior, bem como em suas correlações e interações com os demais componentes e seus aspectos. Fazendo-se uma analogia entre um sistema natural em estudo e uma rede de pesca, da mesma forma que para conhecer a rede não basta observar os seus nós, mas é fundamental iluminarem- se os fios que interligam esses nós, para conhecer um sistema não basta observar suas partes, é preciso enxergar como elas se interligam e se modificam, em sua própria estrutura e sentido de ser, por causa dessas interações. De todo modo, os recursos naturais e o próprio meio ambiente tornam-seuma prioridade, um dos componentes mais importantes para o planejamento político e econômico dos governos. Passam então a ser analisados em seu potencial econômico e vistos como fatores estratégicos. O desnível econômico entre grupos sociais e entre os países, tanto em termos de riqueza quanto de poder, cria vetores importantes de pressão sobre as políticas econômicas e ambientais em toda parte do mundo. E, além do mais, o poderio dos grandes empreendimentos transnacionais toma-os capazes de influir fortemente nas decisões ambientais que governos e comunidades deveriam tomar, especialmente quando envolvem o uso dos recursos naturais. A interdependência mundial se dá também sob o ponto de vista ecológico: o que se faz num local, num país, pode afetar amplas regiões ultrapassando várias regiões. É o que acontece, por exemplo, com as armas atômicas. Se um país resolve fazer um experimento atômico, o mundo todo sofre, em menor ou maior grau, as consequências dessa ação. Um desastre numa usina atômica contamina, num primeiro momento, apenas o que está mais próximo. Pessoas, alimentos, todas as formas de vida são afetadas. Num segundo momento, pelas correntes de água, pelos ventos e pelas teias alimentares, dentre outros processos, a contaminação pode chegar a qualquer parte do mundo. Com a constatação dessa inevitável interferência que uma nação exerce sobre outra por intermédio das ações relacionadas ao meio ambiente; a questão ambiental torna-se internacional. Portanto, ao lado da chamada ‘’ globalização econômica’’, assiste-se à globalização dos problemas ambientais, o que obriga os países a negociarem, a legislarem de forma que os direitos e os interesses de cada nação possam ver minimamente limitados em virtude do interesse maior da humanidade e do planeta. A ética entre as nações e os povos deve passar então a incorporar novas exigências com base numa percepção de mundo em que as ações sejam consideradas em suas consequências mais amplas, tanto no espaço quanto no tempo. Não é só o crime ou a guerra que ameaçam a vida, mas também a forma como se gera, se distribui e se usa a riqueza, a forma como se trata a natureza. Nesse sentido, a questão ambiental refere-se ao conjunto de temáticas relativas não só a proteção da vida no planeta, mas também a melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida das A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 11 comunidades. Em 2000, Pedrini, A Educação Ambiental se insurge num contexto derivado do uso inadequado dos bens coletivos planetários em diferentes escalas espaços-temporais. É, nesses contextos que se iniciam as grandes reuniões mundiais sobre o tema em que se formaliza a dimensão internacional das questões relacionadas ao meio ambiente, o que leva os países a se posicionarem quanto às decisões ambientais de alcance mundial. A EDUCAÇÃO COMO ELEMENTO INDISPENSÁVEL PARA A TRANSFORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL Uma das principais conclusões e proposições assumidas internacionalmente é a recomendação de investir numa mudança de mentalidade, conscientizando os grupos humanos para a necessidade de se adotarem novos pontos de vista e novas posturas diante dos dilemas e das constatações feitas nessas reuniões. Durante a última década muitos países iniciaram trabalhos no campo da educação, a fim de aperfeiçoar, a partir da analise das necessidades e problemas, inovações relativas ao conteúdo, métodos e estratégias de uma educação e formação que correspondam aos princípios e objetivos da educação ambiental (Dias, 1998, p. 85). Por ocasião da Conferência Internacional Rio/92, cidadãos representando instituição de mais de 170 países assinaram tratados nos quais se reconhece o papel central da educação para a ‘’construção de um modo socialmente justo e ecologicamente equilibrado’’, o que requer responsabilidade individual e coletiva em nível local, nacional e planetário’. E é isso o que se espera da Educação Ambiental no Brasil, que foi assumida como obrigações nacionais pela Constituição promulgada em 1988. Todas as recomendações, decisões e tratados internacionais sobre o tema evidenciam a importância atribuída por lideranças de todo o mundo para a Educação Ambiental como meio indispensável para conseguir criar a aplicar formas cada vez mais sustentáveis de interação sociedade- natureza e soluções para os problemas ambientais. Evidentemente, a educação sozinha não é suficiente para mudar os rumos do planeta, mas certamente é condição necessária para tanto. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 12 O Brasil, além de ser um dos maiores países do mundo em extensão, possui inúmeros recursos naturais de fundamental importância para todo o planeta: desde ecossistemas importantes como as suas florestas tropicais, o pantanal, o cerrado, os mangues e restingas, até uma grande parte da água doce disponível para o consumo humano. Dono de uma das maiores biodiversidades do mundo tem ainda uma riqueza cultural vinda da interação entre os diversos grupos étnicos – americanos, africanos, europeus, asiáticos – o que traz contribuições para toda a comunidade. Parte desse patrimônio cultural consiste no conhecimento importantíssimo, mas ainda pouco divulgado, dos ecossistemas locais: seu funcionamento, sua dinâmica e seus recursos. É preocupante, no entanto, a forma como os recursos naturais e culturais brasileiros vêm sendo tratados. Poucos produtores conhecem ou dão valor ao conhecimento ambiental específico em que atuam. Muitas vezes, para extrair um recurso natural, perde-se outro de maior valor, como tem sido o caso da formação de pastos em certas áreas da Amazônia. Com frequência, também, a extração de um bem (minérios, por exemplo) traz lucros somente para um pequeno grupo de pessoas, que muitas vezes nem são habitantes da região, e que levam a riqueza para longe e até para fora do país, deixando em seu lugar uma devastação que custará caro à saúde da população e aos cofres públicos. Além disso, a degradação dos ambientes intensamente urbanizados nos quais se insere a maior parte da população brasileira, também é razão de ser deste tema. A fome, a miséria, a injustiça social, a violência e a baixa qualidade de vida de grande parte da população brasileira são fatores que estão fortemente relacionados ao modelo de desenvolvimento e suas implicações sócio ambientais. Nesse contexto, fica evidente a importância de educar os futuros cidadãos brasileiros para que, como empreendedores, venham a agir de modo responsável e com sensibilidade, conservando o ambiente saudável no presente e para o futuro; como participantes do governo ou da sociedade civil, saibam cumprir suas obrigações, exigir e respeitar os direitos próprios e os de toda a comunidade, tanto local como internacional; e, como pessoas, encontrem acolhidas para ampliar a qualidade de suas relações intra e interpessoais com o ambiente físico quanto social. Hoje, de acordo com o depoimento de vários especialistas que vem participando de encontros nacionais e internacionais, o Brasil é considerado um dos países com maior variedade de experiências em Educação Ambiental, com iniciativas originais que, muitas vezes, se associam a intervenções na realidade local. Portanto, qualquer política nacional, regional ou local que se estabeleçam deve levar em consideração essa riqueza de experiências, investir nela, e não a inibir ou descaracterizar sua diversidade. NOÇÕES BÁSICAS PARA A COMPREENSÃO DA QUESTÃO AMBIENTAL A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 13 O conhecimento sistemático relacionado ao meio ambiente e ao movimento ambiental é bastante recente. A própria base conceitual – definições como a de meio ambiente e de desenvolvimento sustentável, por exemplo – está em plena construção. De fato,não existe consenso sobre esses termos nem mesmo na comunidade científica; com mais razão, pode-se admitir que o mesmo ocorra fora dela. No entanto, existe uma terminologia própria de elementos que formam as bases gerais do que se pode chamar de pensamento ecológico. Justamente pelo fato de estar em pleno processo de construção, a definição de muitos desses elementos é controvertida. Assim, considerou-se importante à apresentação, como uma referência, de três noções centrais: a de Meio Ambiente, a de Sustentabilidade e a de Diversidade. MEIO AMBIENTE E LIXO Um dos grandes problemas ambientais da atualidade é o lixo. O homem colocando o lixo para o lixeiro, ou jogando-o em terrenos baldios, resolve o seu problema individual não se dando conta que as áreas de deposito de lixo das cidades estão cada vez mais escassas e que o lixo jogado nos terrenos baldios favorece o desenvolvimento de insetos e ratos transmissores de doenças. Para a preservação do meio ambiente o tratamento de lixo deve ser considerado como um problema individual. O artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 estabelece que: “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de defendê-lo e para os presentes e futuras gerações”. É direito do cidadão ter um ambiente sadio, e um dever de todos preservá-lo. Em março de 1998 foi promulgada a Lei de Crimes Ambientais que assegura alguns princípios para manter o meio ambiente equilibrado. São ações como esta que garantem o direito do cidadão a um ambiente saudável. O grande desafio da atualidade é promover o desenvolvimento sustentável, tema central da Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento, conhecida como Rio 92. Por A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 14 desenvolvimento sustentável podemos entender o desenvolvimento capaz de satisfazer as necessidades presentes, mas sem comprometer as necessidades das gerações futuras. MEIO AMBIENTE E TRATAMENTO DO LIXO Lixo é todo e qualquer resíduo sólido resultante das atividades humanas. No Brasil o lixo é composto na sua maior parte (60%) por restos de alimentos. Esse desperdício poderia ser evitado com o uso de embalagens adequadas e melhor manuseio. É importante ressaltar que as embalagens protegem os alimentos, remédios, eletrodomésticos e as mais variadas mercadorias, permitindo a venda desses produtos em qualquer lugar e época do ano. O lixo pode ser classificado como: Domiciliar – Resultante das atividades residenciais; Comercial – Resultante das atividades comerciais; Hospitalar – Resultante das atividades médicas e veterinárias; Industrial – Resultante das atividades industriais; Público – Resultante da varrição dos espaços públicos; Especial – Resíduos volumosos, tóxicos e da construção civil. O lixo pode ser também, classificado, de acordo com sua composição química em Orgânico e Inorgânico. Quando for resultante de restos de ser vivo, animal ou vegetal, o lixo é denominado orgânico; quando resultante de material sem vida é inorgânico. O lixo inorgânico é composto, principalmente por materiais de embalagens. O vidro, o metal e os plásticos em geral correspondem a 10% do lixo inorgânico. O papel e o papelão, porque podem ser reciclados, são aqui considerados como inorgânicos e representam 25% do total desse tipo de lixo. SUSTENTABILIDADE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 15 Com o confronto inevitável entre o modelo de desenvolvimento econômico vigente que valoriza o aumento de riqueza em detrimento da conservação dos recursos naturais – e a necessidade vital de conservação do meio ambiente, surge à discussão sobre como promover o desenvolvimento das nações de forma que gere o crescimento econômico, mas explorando os recursos naturais de forma racional e não predatória. Estabelece-se, então, uma discussão que está longe de chegar a um fim, a um consenso. Será necessário impor limite ao crescimento? Será possível o desenvolvimento sem aumentar a destruição? De que tipo de desenvolvimento se fala? De qualquer forma, concorda-se que é fundamental a sociedade impor regras ao crescimento, a exploração e a distribuição dos recursos a fim de garantir as condições de vida no planeta. Nos documentos assinados pela grande maioria dos países, incluindo-se o Brasil, fala-se em garantir o acesso de todos aos bens econômicos e culturais necessários ao seu desenvolvimento pessoal e a uma boa qualidade de vida, relacionando com os conceitos de desenvolvimento e sociedade sustentáveis. Desenvolvimento sustentável foi definido pela Comissão Mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento como o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Muitos consideram essa ideia ambígua permitindo assim interpretações contraditórias. Porque desenvolvimento pode ser entendido como crescimento, e crescimento sustentável é uma contradição: nenhum elemento físico pode crescer indefinidamente. Nas propostas apresentadas pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), emprega-se o termo “desenvolvimento sustentável” significando “melhorar a qualidade da vida humana dentro dos limites das capacidades de suporte dos ecossistemas”. Isso implica, entre outros requisitos, o uso sustentável dos recursos renováveis – ou seja, de forma qualitativamente adequada e em quantidades compatíveis com sua capacidade de renovação. O Pnuma, com o apoio da ONU e de diversas organizações não governamentais, propôs, em 1991, princípios, ações e estratégias para a construção de uma sociedade sustentável. Na formulação dessa proposta emprega-se a palavra “sustentável” em diversas expressões: desenvolvimento sustentável, economia sustentável, sociedade sustentável e uso sustentável. Parte-se do princípio de que, “se uma atividade é sustentável, para todos os fins práticos ela pode continuar A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 16 indefinidamente. Contudo não pode haver garantia de sustentabilidade em longo prazo porque muitos fatores são desconhecidos ou imprevisíveis”. Diante disso, propõe-se que as ações humanas ocorram dentro das técnicas e princípios conhecidos de conservação, estudando seus efeitos para que se aprenda rapidamente com os erros. Esse processo exige que as decisões sejam monitoradas, avaliadas e ocasionando assim uma ação redirecionada. Uma sociedade sustentável, segundo o mesmo programa, é aquela que vive em harmonia com nove princípios interligados apresentados a seguir. Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos – Trata-se de um princípio ético que “reflete o dever de nos preocuparmos com as outras pessoas e outras formas de vida, agora e no futuro”; Melhorar a qualidade da vida humana – Esses são os verdadeiros objetivos do desenvolvimento, o qual o crescimento econômico deve estar sujeito: permitir aos seres humanos “perceber o seu potencial, obter autoconfiança e uma vida plena de dignidade e satisfação”; Conservar a vitalidade e a diversidade do Planeta Terra – O desenvolvimento deve ser tal, que garanta a proteção “da estrutura, das funções e da diversidade dos sistemas naturais do Planeta, dos quais temos absoluta dependência”; Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis – recursos como os minérios, petróleo, gás, carvão mineral, não podem ser usados de maneira sustentável porque não são renováveis. Mas podem ser retirados a fim de reduzir perdas e principalmente de minimizar o impacto ambiental. Devem ser usados para “ter uma vida prolongada como, por exemplo, por meio de reciclagem,pela utilização de menor quantidade na obtenção de produtos, ou pela substituição por recursos renováveis, quando possível”; Permanecer nos limites da capacidade de suporte do Planeta Terra – Não se pode ter uma definição exata, por enquanto, mas sem dúvida há limites para os impactos que os ecossistemas e a biosfera como um todo pode suportar sem provocar uma destruição arriscada. Isso varia de região para região. Poucas pessoas consumindo muito podem causar tanta destruição quanto, muitas pessoas consumindo pouco. Devem-se adotar políticas que desenvolvam técnicas adequadas e tragam equilíbrio entre a capacidade da natureza e as necessidades de uso pelas pessoas; Modificar atitudes e práticas pessoais – para adotar a ética de viver sustentavelmente, as pessoas devem reexaminar os seus valores e alterar o seu comportamento a sociedade deve A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 17 promover atitudes que apoiem a nova ética e desfavoreçam aqueles que não se coadunem com o modo de vida sustentável; Permitir que as comunidades cuidassem de seu próprio ambiente – é nas comunidades que os indivíduos desenvolvem a maioria das atividades produtivas e criativas. As comunidades constituem o meio mais acessível para a manifestação de opiniões e tomadas de decisões sobre iniciativas e situações que as afetam; Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação – a estrutura deve garantir uma base de informação e de conhecimento, leis e instituições, políticas econômicas e sociais coerentes. A estrutura deve ser flexível e regionalizável, considerando cada região de modo integrado, centrado nas pessoas e nos fatores sociais, econômicos, técnico e políticos que influem na sustentabilidade dos processos de geração e distribuição de riqueza e bem estar; Constituir uma aliança global – hoje, mais do que antes, a sustentabilidade do planeta depende da confluência das ações de todos os países, de todos os povos. As grandes desigualdades entre ricos e pobres são prejudiciais a todos. A ética do cuidado com a terra, aplica-se em todos os níveis, internacional, nacional e individual. Todas as nações só têm a ganhar com a sustentabilidade mundial e todas estão ameaçadas caso não consigamos essa sustentabilidade. O conhecimento sistemático relacionado ao meio ambiente e ao movimento ambiental é bastante recente. A própria base conceitual – definições como a de meio ambiente e de desenvolvimento sustentável, por exemplo – está em plena construção. De fato, não existe consenso sobre esses termos nem mesmo na comunidade científica; com mais razão, pode-se admitir que o mesmo ocorra fora dela. No entanto, existe uma terminologia própria de elementos que formam as bases gerais do que se pode chamar de pensamento ecológico. Justamente pelo fato de estar em pleno processo de construção, a definição de muitos desses elementos é controvertida. Assim, considerou-se importante à apresentação, como uma referência, de três noções centrais: a de Meio Ambiente, a de Sustentabilidade e a de Diversidade. A ESCOLA E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 18 As dimensões culturais e educativas da educação ambiental na escola são de fundamental importância. Os objetivos, as metas da educação ambiental e os enfoques de ensino constituem um todo. Nesse entrelaçamento de componentes, o final desejado é um compromisso de ação orientado por comportamentos adequados em busca de melhoria e elevação da qualidade de vida, e em consequência da qualidade da experiência humana. (Dias, 1998, p. 130). Quando pensamos a educação ambiental dentro da escola, temos que pensá-la de forma contextualizada, penetrando nos contextos, nas relações estabelecidas no cotidiano escolar. Dentre tantas informações no processo de globalização, onde estamos conectados virtualmente com o mundo, através da internet e outras áreas da comunicação, acabam sendo cômodas todas as informações que vão penetrando em toda a rede social e transformando o comportamento das sociedades. É importante para nós, que acreditamos na importância da educação ambiental no âmbito escolar, lembrar que não bastam novas metodologias, temos que conscientizar muitas gerações futuras, e principalmente nossos alunos. Na formação dessa consciência, os professores têm inegavelmente, um papel determinante, principalmente os do ensino fundamental, pois estabelecem uma relação direta com a criança e com o adolescente, proporcionando uma relação com a própria comunidade através dos pais e dos familiares dessas crianças conhecendo a partir deles, a realidade local. Esses professores atuam diretamente no processo de formação das mesmas numa ação indireta, porém continua, na própria comunidade. Assim, cada professor tem a possibilidade de trabalhar a problemática ambiental a partir dos dados concretos da realidade de cada localidade. Os PCNS e a PROPOSTA CURRICULAR DO ESTADO DE SANTA CATARINA evidenciam a necessidade de formação dos educadores no que se refere à Educação Ambiental. No entanto, para que o professor seja capaz de ajudar os alunos na compreensão e, levá-los as ações que possam influenciar e estimular a formação de uma mentalidade que os levem a se envolver na identificação do problema da sua comunidade, é necessário que tenha consciência da sua responsabilidade enquanto cidadão, compreender que os problemas ambientais interferem na qualidade de vida das pessoas, tanto local como globalmente. PROPOSTAS METODOLÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 19 São muitas as experiências realizadas em torno da educação ambiental. Estudos com mais reflexões aprofundadas sobre temas da área, pequenos passeios, visitas em parques, com a observação de faunas ou floras. Não há uma única proposta metodológica para esse desenvolvimento, no entanto é importante considerar alguns pontos que são essenciais, e que passam a nos orientar na escolha de um caminho metodológico para o trabalho de educação ambiental. As crianças são sujeitas à opinião, e quando estimuladas pela prática do professor, que permite a participação ativa no processo de construção do conhecimento, a expressão de ideias e sentimentos para a busca de novas situações de aprendizagem, há maior possibilidade de o aluno desenvolver uma visão de si e do mundo no qual está inserido. O professor tem que incorporar a sua prática, a visão social de ser humano. Nessa perspectiva o trabalho do educador ultrapassa os muros da escola, pois a comunidade passa a ser um campo de aprendizagem, de pesquisa, de reconhecimento de problemas, visando à busca de soluções. Faz-se necessário então, reconstruir com os alunos o fazer pedagógico, sensibilizando sua percepção para o mundo à sua volta, para que possam desenvolver um trabalho que não só identifique problemas, mas que também contribua na busca de soluções dos problemas do cotidiano da comunidade. ECOLOGIA: A CIÊNCIA QUE QUER DEIXAR A MÃE TERRA VIVER Até 1866, não havia uma ciência com o nome de Ecologia. Foi nessa época que o biólogo alemão Ernest Heinrich Haeckel propôs a criação de uma nova disciplina cientifica, ligada a Biologia, que deveria estudar as relações entre os animais e o meio ambiente. É claro que nós estamos entre esses animais, por sermos mamíferos e usarmos da terra como forma de sobreviver. Ecologia, então passou a ser a ciência que ensina como viver direito com a Terra-mãe, como os seres vivos devem se relacionar com o meio ambiente, ou seja, o lugar onde eles vivem. Saber viver em harmonia com a A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 20 Terra e sua Natureza é muito importante hoje, porque o homem anda destruídoe poluindo o mundo de tal forma, que nossa própria vida está ameaçada. A terra como disse o Cacique Seatte, é a mãe do homem. Ela nos dá coisa sobre ela, e milhares de coisas debaixo dela. São os chamados recursos da Natureza. E eles, se bem explorados, não jogariam o mundo na situação difícil em que está em relação a preservação da Ecologia. São duas espécies, estes recursos: 1- Recursos Naturais Renováveis, que o homem pode explorar em seu beneficio, repondo o que consumir, ou criando condições que favoreçam uma reposição natural. Exemplos: o solo, a água, a flora, a fauna e o ar. De fato, se você cuidar bem de um pedaço de terra, ele produzirá todos os anos. Usada com os devidos cuidados, a água irá para o rio, o rio para o mar, será evaporada, cairá nas nascentes em forma de chuva e voltará a ser usada por nós. Também o ar, não sendo poluído, volta a ser usado. 2- Recursos Naturais Irrenováveis são os minerais que, através do tempo, se formaram debaixo da superfície da terra e que podem contribuir de modo importante para o desenvolvimento econômico de um país, como o petróleo, os metais, as pedras preciosas, o carvão mineral. Sua principal característica é serem todos esgotáveis, isto é, depois de certo tempo, acabam. Então é por esta razão que devemos usá-los com muito critério e responsabilidade, pois só foram produzidos uma vez. Basta refletir em que um pé de café, uma laranjeira ou uma bananeira produzem suas safras todos os anos, enquanto uma jazida de ferro só produziu uma safra durante sua existência. Então, se tirarmos o minério de ferro de uma serra, a Natureza não colocará outro no mesmo lugar. E além de perdermos o minério de ferro, vamos perder também a serra que nos protege de ventos fortes e abriga aves, animais, insetos, e as arvores que nos ajudam na retenção das águas das chuvas. E perderemos também o encanto da visão de uma montanha, essa coisa que é tão bonita para os olhos da gente sensível e boa. Quando vemos uma serra sendo posta abaixo, as palavras do Cacique Seattle ficam repetindo em nossos ouvidos: Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Não conseguirmos compreender esta ideia. Se o frescor do ar e a limpidez brilhante da água não nos pertencem, como podemos vendê- los? A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 21 Sabemos que o homem branco não compreende nosso modo de ser. Uma porção da terra, para ele, representa o mesmo que outra porção, pois ele é aqui um estrangeiro que vem a noite e tira da terra o de que precisa. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga e quando a conquista, simplesmente segue em frente, sem se importar, deixando as sepulturas de seus pais para trás. Não pensa duas vezes e rouba da terra o que seria de seus filhos. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, roubadas, vendidas como colares coloridos. Seu apetite vai terminar por devorar a terra, deixando somente um deserto. Então, se pensarmos bem, os que destroem montanhas estão roubando de seus filhos, assim como nossos pais já roubaram muito de nós, destruindo também florestas e poluindo o ar, a água, o solo e matando animais. NEM TUDO ESTÁ PERDIDO, DEPENDE DE NÓS A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 22 Poluição da água, do ar, do solo, visual, sonora, radioativa, por defensivos agrícolas. Estamos cercados por estes males por todos os lados. A poluição e a destruição provocadas pelo homem o acompanham desde o inicio de sua história. Se a ciência e a técnica resolvem um dado problema, provocam outro. Daí as calamidades acontecidas nos últimos tempos e já atingindo proporções alarmantes. Transformação de terras férteis em desertos. Poluição que mata a planta e animais. No mundo, perda de quinhentos milhões de hectares de terra aproveitáveis, por causa da erosão e salinização. Destruição de dois terços da superfície arborizada do mundo. Extinção de 150 espécies de aves e animais raros ou ameaçados de extinção, existem cerca de mil animais selvagens. Deteriorização dos solos. Danos nas bacias fluviais. A destruição da vida animal e vegetal prossegue e mesmo acelera-se em certas regiões. O problema ecológico agravou-se porque o homem não se compenetrou de que a sua liberdade termina onde começa a liberdade de seu próximo e, por extensão, das plantas e animais. No final de sua carta, o Cacique Seattle dizia: “Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar livre do destino comum. Afinal, é possível que sejamos irmãos. Veremos. Uma coisa sabemos, que o homem branco poderá vir a descobrir um dia que nosso Deus é o mesmo Deus. Poderá pensar que possui Deus, como deseja possuir nossa terra, mas isto não é possível. Ele é o Deus do homem e sua compaixão é igual para o homem de pele-vermelha e para o homem branco. A terra é preciosa para Deus e ofender a terra é desprezar seu Criador. Os homens brancos também passarão, talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminam suas camas e uma noite serão sufocados pelos seus próprios desejos. Mas, quando da desaparição do homem branco, ele brilhará intensamente iluminado pela força do Deus que o trouxe a esta terra e por alguma razão especial, deu a ele domínio sobre a terra e sobre o homem de pele-vermelha. Tal destino é um mistério para nós, pois não compreendemos a razão de todos os búfalos serem mortos, os cavalos selvagens serem todos domados, os recantos secretos da floresta ficarem cheios do cheiro de muitos homens e a vista dos morros fecundos ficar tapada por fios que falam. Onde está o arvoredo? Onde está a águia? Desapareceram. É o final da vida e o princípio da sobrevivência”. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 23 Não é ainda tão grave a situação do homem. Você pode modificar o que mostramos aqui. Você pode se relacionar bem com o meio ambiente. E exigir que as pessoas que o rodeiam façam a mesma coisa. Com os conhecimentos adquiridos agora sobre Ecologia, você está mais consciente. E cada homem é uma célula muito importante da humanidade. A sementinha que você plantar, representada por sua responsabilidade perante a Natureza, vai crescer em árvore frondosa e dar muitos frutos. Nada é impossível para o homem. E, se ele até aqui destruiu o mundo, pode reconstruí-lo. Há recursos técnicos para repor as florestas, aumentar o fluxo das águas dos rios, limpar o ar que nos rodeia. Se cada um fizer da sua parte, o mundo será melhor. O ar mais puro, o verde mais limpo, o azul do céu mais profundo. Depende de você. Depende de nós. CONSIDERAÇÕES FINAIS A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 24 Todos nós sabemos que o Brasil é um país que possui inúmeros recursos naturais, que vão desde poderosas jazidas de minérios até grandes rios com um fabuloso volume de água. Além dos recursos existentes no país, muitos outros são importados como o petróleo, que é utilizado principalmente como combustível, além de outras utilizações. Porém o petróleo, assim como outros minérios, são recursos naturais não renováveis, isto é, não existem depósitos infinitos desta substância; em outras palavras, são substâncias que caminham para a extinção. No entanto, possuímos, em grandes quantidades, outro recurso natural renovável, a água. Na natureza, a água que é evaporada dos rios, mares e oceanos passa para o estado gasoso, se condensa e cai sob forma de chuva, neve ou granizo. Esta água cairá novamente sobre o lugar de onde foi evaporada. É bom lembrar que todos os recursos naturais têm sido explorados de maneira desordenada, pois o homem se preocupa em extrair mais e mais, esquecendo-sedo futuro. Um bom exemplo ocorre no desmatamento de florestas como a Amazônia. Grandes máquinas penetram florestas adentro, retiram as madeiras e como “gratidões” deixam os solos totalmente inúteis para novas culturas. Quando isso terá fim? É preciso que todos sejam conscientizados a respeito dos prejuízos causados á natureza pela exploração desordenada dos recursos naturais, tanto os renováveis quanto os não renováveis. Precisamos zelar pelo ambiente que nos rodeia, pois é dele que sai o nosso alimento, a água que bebemos o conforto que temos e principalmente o ar que respiramos. Vamos utilizá-los, mas não abusivamente, para que possamos contar com eles sempre. BIBLIOGRAFIA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 25 BRASIL, Senado Federal. Constituição Federal de 1988. Brasília, 1998. DIAS, Genebaldo Freire, 1949. Educação Ambiental: Princípios e práticas. 5ªed. São Paulo: Global, 1998. MEC, Lei n° 9394/96. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB. Brasília, 1996. OLIVEIRA, Elísio Márcio de. Educação Ambiental uma possível abordagem. 2ª ed. Brasília: Ed. Ibama, 2000. PEDRINI, Alexandre de Gusmão. Educação Ambiental: reflexões e práticas contemporâneas. 3°ed. Editora. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. SEED/SC. Proposta Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio: Temas multidisciplinares. Florianópolis: COGEN, 1998. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 26 IMPORTANTE! AVALIAÇÃO DE CONCLUSÃO DO CURSO 1207 ESTIMADO (A) CURSISTA DESENVOLVA AS ATIVIDADES CORRESPONDENTES PARA CERTIFICAÇÃO DO CURSO. 1-Assinale a alternativa correta sobre a questão ambiental. A) O modelo de desenvolvimento atual excludente e esgotante de recursos naturais tem levado a produção de níveis alarmantes de poluição do solo, do ar e da água contaminados por resíduos, desnutrição da biodiversidade animal e vegetal e consumo rápido de reservas minerais e demais recursos não renováveis. B) Nesse sentido, entendendo a escola como um dos principais meios de informação e de apropriação de conhecimento, este trabalho busca refletir acerca da educação ambiental e do papel da escola no desenvolvimento da consciência ecológica, propondo alternativas para que a escola busque no seu cotidiano a formação de cidadãos conscientes e preocupados com o ambiente em que vivem. C) O professor tem que incorporar a sua prática, a visão social de ser humano. Nessa perspectiva o trabalho do educador ultrapassa os muros da escola, pois a comunidade passa a ser um campo de aprendizagem, de pesquisa, de reconhecimento de problemas, visando à busca de soluções. D) Todas as questões estão corretas. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 27 2- Após a..............................................., principalmente a partir da década de 60, intensificou-se a percepção de que a humanidade podia caminhar aceleradamente para o esgotamento ou a inviabilização de recursos, indispensáveis à sua própria sobrevivência. A) Primeira Guerra Mundial B) Segunda Guerra Mundial C) Revolução Industrial D) Revolução de Farroupilha 3- Qual autor escreveu esta frase? “Durante a última década muitos países iniciaram trabalhos no campo da educação, a fim de aperfeiçoar, a partir da análise das necessidades e problemas, inovações relativas aos conteúdos, métodos e estratégias de uma educação e formação que correspondam aos princípios e objetivos da educação ambiental”. A) DIAS, 1998 B) PEDRINI, 2000 C) OLIVEIRA, 2000 D) HAECKEL, 1866 4- Alguns princípios interligados para uma sociedade sustentável. A) Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos B) Melhorar a qualidade da vida humana C) Conservar a vitalidade e a diversidade do Planeta Terra D) Todas as alternativas estão corretas. 5- O lixo pode ser também, classificado, de acordo com sua composição química em: A) Orgânico e Inorgânico, animal ou vegetal. B) Orgânico e Inorgânico, mineral ou vegetal. C) Panorâmico e Inorgânico, animal ou vegetal. D) Orgânico e botânico, animal ou vegetal. 6- Poluição da água, do ar, do solo, visual, sonora, radioativa, por defensivos agrícolas. Estamos cercados por estes males por todos os lados. A) Falta mais consciência ecológica das pessoas B) Falta maiores investimentos na agricultura familiar e industrial A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 28 C) Falta mais rigor nas leis que estabelecem o meio ambiente mundial D) Todas as questões estão corretas 7- Todas as afirmativas abaixo que falam sobre o meio ambiente estão corretas, exceto a afirmativa da questão: A) Para a preservação do meio ambiente o tratamento de lixo deve ser considerado como um problema individual. B) O artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 estabelece que: “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de defendê-lo e para os presentes e futuras gerações”. C) É direito do cidadão ter um ambiente sadio, e um dever de todos preservá-lo. D) Em dezembro de 1999 foi promulgada a Lei de Crimes Ambientais que assegura alguns princípios para manter o meio ambiente equilibrado. 8- Todas as afirmativas abaixo que falam sobre o meio ambiente estão corretas, exceto a afirmativa da questão: A) Conservar a vitalidade e a diversidade do Planeta Terra. B) Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis. C) Permanecer nos limites da capacidade de suporte do Planeta Terra. D) Deixar de investir e lutar pela preservação do meio ambiente. 9- A terra como disse o................................., é a mãe do homem. Ela nos dá coisa sobre ela, e milhares de coisas debaixo dela. São os chamados recursos da Natureza. E eles, se bem explorados, não jogariam o mundo na situação difícil em que está em relação a preservação da Ecologia. A) Cacique Seatte B) Chefe índio da Amazônia C) Cacique da Bolívia D) Chefe índio do Paraguai A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 29 10- A .............................empregada evolui rapidamente com consequências indesejáveis que se agravam com igual rapidez. A exploração dos recursos naturais passou a ser feita de forma demasiadamente intensa. Recursos não renováveis como o petróleo, ameaçam a escassear. De onde se retirava uma árvore, agora se retiram centenas. A) Tecnologia B) Ciência C) Modernidade D) Legislação A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA - CÓDIGO 1207 30 AVALIAÇÃO DE CONCLUSÃO DO CURSO 1207 NOME: ___________________________________________________________________________ DATA: ____________________________________CARGA HORÁRIA: ____________________ CPF:______________________________________RG:____________________________________ Preencha o cartão resposta e nos encaminhe por e-mail ou WhatsApp. 01 A B C D 02 A B C D 03 A B C D 04 A B C D 05 A B C D 06 A B C D 07 A B C D 08 A B C D 09 A B C D 10 A B C D Assinatura do (a) Cursista . CEDUCAF – CENTRO DE EDUCAÇÃO, CAPACITAÇÃO EAPERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL Rua Pedro João Pereira,331/Mato Alto Telefone: (48) 3526-0166 Celular WhatsApp: (48) 99623-3849 E-mail: fale@ceducaprofissional.com.br Site: http://www.ceducaf..com.br mailto:fale@ceducaprofissional.com.br http://www.ceducaf..com.br/
Compartilhar