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Linfoma de Hodgkin e não-Hodgkin

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● Epidemiologia
○ O linfoma de Hodgkin corresponde a aproximadamente 10% de todos os linfomas e a cerca de 0,6% de todos os 
cânceres
■ Aproximadamente 5x menos comum que o LNH
○ De acordo com os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do biênio 2018/2019 estimou-se 
que fossem diagnosticados 2.530 novos casos de linfoma de Hodgkin (1.480 em homens e 1.050 em mulheres) 
no Brasil
○ Segundo a OMS, o linfoma de Hodgkin é dividido em duas classificações: 
■ “linfoma de Hodgkin clássico” (corresponde a aproximadamente 90% dos casos) 
● a esclerose nodular é o subtipo mais comum, aproximadamente 70% a 80% de todos os casos
■ “linfoma de Hodgkin de predomínio linfocitário nodular” (cerca de 10% dos casos)
○ A incidência do linfoma de Hodgkin apresenta distribuição etária bimodal, com primeiro pico no final da 
adolescência (20 anos) e início da idade adulta jovem e segundo pico em idosos (50-60 anos)
■ A distribuição das idades dos pacientes varia de acordo com o subtipo histológico!
○ A incidência e distribuição dos subtipos histológicos de linfoma de Hodgkin também sofrem a influência de 
fatores geográficos, socioeconômicos e de exposição à infecção pelo vírus HIV
■ O risco absoluto de desenvolver linfoma de Hodgkin após infecção por EBV considerado como muito 
pequeno
● Etiologia
○ O LH-EN relaciona-se à exposição tardia a agentes ambientais ou infecciosos e ao maior nível de 
desenvolvimento socioeconômico e menor positividade para EBV (10%-25%)
○ O LH-CM e o LH-DL associam-se ao baixo nível econômico e à infecção por EBV (75% e 100%, respectivamente)
○ O risco de LH no paciente com vírus da imunodeficiência humana (HIV) é em torno de 5 a 25x maior, porém 
não é a doença definidora de síndrome da imunodeficiência adquirida – SIDA; no entanto, está comumente 
associado ao EBV (75% a 100%)
○ Há predisposição genética
● Fisiopatologia
○ Há dois aspectos importantes, a saber: 
■ escape da apoptose
■ diminuição da imunidade celular
○ Um dos mecanismos atualmente aceitos para o escape da apoptose, é a ativação do NFκB, um fator de 
transcrição nuclear que aumenta a expressão do oncogene bcl-2
■ Várias são as formas descritas de ativação da via do NFκB. A mais importante seria através do VEB
■ Vários dos seus antígenos têm potencial oncogênico, nomeadamente o LMP-1 por mimetizar a via do 
CD40, um receptor de membrana que desencadeia uma cascata de reações que ativa o NFκB
■ Entre outras teorias, está a presença de mutações no seu inibidor, o IκB (que são raras), e a ativação 
por citocinas, como ocorre com a estimulação autócrina através da IL-13
● Classificação
○ Com base no imunofenótipo, morfologia das células neoplásicas e do fundo inflamatório, o linfoma de 
Hodgkin (LH) é classificado em:
■ predominância linfocítica nodular (LHPLN) (10%) 
■ clássico (LHC) (90%)
● O LHC divide-se em: 
○ esclerose nodular (LH-EN) (70%): 
■ mais comum em adolescentes e adultos jovens, apresenta-se localizada em região 
cervical, supraclavicular e tórax (mediastino)
○ celularidade mista (LH-CM) (20%-25%): 
■ mais comum em homens idosos, é prevalente em pessoas com o vírus HIV e é 
comumente associado com estágio mais avançado de doença
○ rico em linfócitos (LH-RL) (5%): 
■ semelhante ao de predominância linfocítica nodular, é mais comum em homens
○ depleção linfocitária (LH-DL) (< 1%)
■ Confunde-se muito com linfoma não-Hodgkin
■ Ocorre principalmente em idosos, em pacientes portadores de Síndrome de 
Imunodeficiência adquirida e portadores do vírus HIV
■ Pacientes podem apresentar doença extensa sem linfadenomegalia
● Classificação
○ No LHC, uma parte do tumor é composta por células de Hodgkin (células neop. 
mononucleares) e células de Reed-Sternberg ou RS (células neop. multinucleadas) envoltas 
por um infiltrado inflamatório não neoplásico (linfócitos T, histiócitos, eosinófilos, 
neutrófilos, plasmócitos), que compõe a outra maior parte 
○ Não há diferença no manejo e tratamento dos diferentes subgrupos de LHC
● O LHPLN tem manejo individualizado e maior risco de transformação para linfoma não Hodgkin 
(LNH) (3%-5%) de alto grau
○ Há predomínio de células B benignas e presença de células L&H (linfocítica e histiocítica) 
ou popcorn. Não há células de Reed-Sternberg
● Quadro clínico
○ Diferente do Linfoma Não-Hodgkin, origina-se sempre num linfonodo, nunca num tecido extra-nodal, e 
dissemina-se de modo característico para os linfonodos anatomicamente contíguos
○ A maioria dos pacientes se apresenta com doença nodal, ou seja, exclusiva ou predominantemente 
acometendo linfonodos
○ Na maioria dos casos, inicia com linfonodomegalia progressiva na região supradiafragmática, 
particularmente nas regiões laterais do pescoço
○ É incomum que se apresente isoladamente na região infradiafragmática, tanto intra-abdominal, quanto 
inguinal
● Quadro clínico
■ A apresentação infradiafragmática exclusiva, por razões desconhecidas, implica em pior prognóstico
○ Na maioria das vezes pode-se palpar linfonodos na região cervical, mas também, dependendo da extensão da 
doença, linfonodos supra e infra-claviculares, axilares e inguinais podem mostrar-se aumentados
○ Os linfonodos costumam ser indolores e de consistência fibroelástica (parecida com borracha) e não fistulam
○ Também pode acometer linfonodos locais extra nodais por invasão direta ou hematogênica
■ Os locais comuns que podem estar envolvidos incluem baço, fígado, pulmões e medula óssea
■ Há também os linfonodos internos, que muitas vezes, são diagnosticados mais tardiamente
■ Pode ocorrer compressão de estruturas adjacentes como as vias aéreas e a veia cava superior, 
ocasionando tosse, dispneia ou manifestações da síndrome da veia cava superior
■ Tosse e dispneia podem estar presentes, particularmente em acometimento de linfonodos mediastinais
○ Sintomas constitucionais: febre acima de 38º C, perda de peso nos últimos seis meses maior que 10% do peso 
habitual e sudorese profusa à noite
■ Prognóstico negativo!
○ Fadiga e prurido são outros dois sintomas que podem ser observados
■ O prurido é uma manifestação que deve estar no leque de diagnóstico diferencial, e quando persistente 
aumenta o risco de dificuldade de tratamento com comprometimento imunoalérgico
○ O LHPLN apresenta-se usualmente como adenomegalia localizada (75% a 95%) cervical, axilar ou inguinal, 
sem sintomas B ou bulky, e tem curso indolente e recaídas ocasionais tardias
● Diagnóstico
○ Histológico
■ Procedimento padrão: biópsia excisional de linfonodo ou de uma amostra incisional cirúrgica
■ Por ser uma região mais sujeita a infecções locais, a biópsia de linfonodo inguinal deve ser evitada
■ As amostras de aspiração por agulha fina são geralmente inadequadas porque muitas vezes não 
removem o material suficiente para um diagnóstico definitivo
■ A biópsia com agulha grossa dirigida por exame de imagem, apesar de ser menos frequente, pode ser 
usada nos casos de linfonodos internos e de difícil acesso
■ A presença de células Hodgkin e Reed-Sternberg (HRS) é definidora de doença
● As células de Reed-Sternberg possuem pelo menos 2 nucléolos em lobos nucleares separados
● O imunofenótipo se caracteriza por CD30+ (100% dos casos) e CD15+ (75-85% dos casos), sendo 
ocasionalmente positivas para CD20 e negativo para CD45
■ A detecção de células predominantes de linfócitos (PL) é necessária para o diagnóstico de linfoma de 
Hodgkin de predominio linfocítico nodular (LHPLN)
● As células PL são caracterizadas pela expressão de CD20 e CD45, mas carecem de CD15 e CD30
○ Imagem
■ PET-CT de corpo inteiro é considerado padrão ouro para a avaliação inicial 
■ Se a PET-CT não estiver disponível, pedir: radiografia; tomografia computadorizada (TC) com contraste 
do pescoço, tórax e abdômen; biópsia da medula óssea;
● Diagnóstico
○ Complementares:
■ Hemograma completo com plaquetas;
■ Determinação da velocidade de hemossedimentação (VHS);
■ Avaliação metabólica, incluindo dosagem de proteína C reativa (PCR), fosfatase alcalina(AP), lactato 
desidrogenase (LDH), enzimas hepáticas e albumina;
■ Sorologias para HIV, hepatites B e C, sífilis;
■ Rastreamento da hepatite B (HBV) e Infecção Latente por Tuberculose (ILTB);
■ Teste para gravidez – Dosagem de gonadotrofina coriônica βHCG (em mulheres em idade fértil);
■ Provas de função pulmonar e ecocardiograma devem ser considerados
● Estadiamento
○ Classificação de Ann Arbor, que classifica os pacientes em quatro estádios
■ Os estádios de um a três indicam o grau de envolvimento linfonodal, enquanto o estádio quatro é 
indicativo de envolvimento disseminado de órgãos, que pode ser encontrado em 20% dos casos
■ Também subdivide os pacientes de acordo com a presença de sintomas sistêmicos, como A ou B de 
acordo com a ausência ou presença de febre, sudorese ou emagrecimento (perda de > 10% do peso 
corporal em 6 meses)
○ A classificação de Lugano incorpora o PET-CT no estadiamento inicial e na avaliação de resposta
■ Melhor técnica de imagem para confirmar o acometimento esplênico e hepático
Classificação de Ann Arbor
Estádio I envolvimento de uma cadeia linfonodal ou estrutura linfóide (baço, timo, anel de Waldeyer) ou sítio extra linfático (IE)
Estádio II envolvimento de duas ou mais cadeias linfonodais localizadas no mesmo lado do diafragma, que pode ter contiguidade com um local extra linfático (IIE)
Estádio III envolvimento de cadeias linfonodais em ambos os lados do diafragma, que pode estar associado a um local extra linfático (IIIE) ou envolvimento do baço (IIIS), ou ambos (IIIES)
Estádio IV envolvimento disseminado de um ou mais órgãos extra linfáticos, ou ainda envolvimento de um local extra linfático com envolvimento linfonodal à distância
A: Ausência de sintomas sistêmicos
B: Presença de sintomas sistêmicos (febre, sudorese noturna, perda de peso) 
X: Massa linfonodal é ≥ 10 cm ou ocupa um diâmetro superior a ⅓ da caixa torácica
E: Envolvimento de sítio extralinfático 
S: Envolvimento do baço
Classificação de Lugano
Doença localizada
Estádio I um sítio linfonodal
Estádio IE um sítio extra-nodal sem envolvimento nodal
Estádio II duas ou mais regiões linfonodais ipsilaterais no diafragma
Estádio IIE um sítio extra-nodal por contiguidade, acometendo ou não outras regiões linfonodais ipsilaterais no diafragma
Estádio II bulky estádio II + presença de grande massa
Doença Avançada
Estádio III acomete regiões linfonodais em ambos os lados do diafragma; linfonodos acima do diafragma com acometimento esplênico;
Estádio IV
acometimento difuso ou disseminado de um ou mais órgãos extranodais, com ou sem linfonodo associado; OU 
acometimento de órgão extra-nodal não contíguo em conjunto com doença nodal estádio II OU qualquer acometimento 
de órgão extra-nodal na doença nodal estádio III
● Estadiamento
■ De acordo com a classificação de Lugano, a doença volumosa ocorre quando há uma única massa nodal 
de 10 cm ou maior do que ⅓ do diâmetro transtorácico, em qualquer nível das vértebras torácicas, 
determinado por uma TC
■ O Estádio II bulky pode ser considerado doença localizada ou avançada, com base na histologia do 
linfoma e em fatores prognósticos
■ O Estádio IV inclui qualquer acometimento do líquido cefalorraquidiano, medula óssea, fígado ou 
múltiplas lesões pulmonares
● Grupos de risco e prognóstico
○ É uma neoplasia com bom prognóstico. A taxa de sobrevida aos 5 anos ultrapassa os 80%
○ A Organização Europeia para a Pesquisa e o Tratamento do Câncer (EORTC), o Grupo de Estudo Alemão do 
Linfoma de Hodgkin (GHSG), assim como a Rede Nacional Abrangente de Câncer (NCCN) classificam os 
pacientes com linfoma de Hodgkin em três grupos de risco
■ Doença localizada sem fatores de riscos ou favorável; 
■ Doença localizada com fatores de riscos ou desfavorável; 
■ Doença avançada.
○ Os grupos são definidos de acordo com o estádio da doença e outros fatores prognósticos como o nº de áreas 
linfonodais, VHS, acometimento extra-nodal e a presença de massa mediastinal
Fatores de risco GHSG EORTC NCCN 
Idade - ≥ 50 anos -
VHS e sintomas B
VHS > 50 mm/h sem 
sintomas B
VHS > 30 mm/h com 
sintomas B
VHS > 50 mm/h sem 
sintomas B 
VHS > 30 mm/h com 
sintomas B
VHS ≥ 50 mm/h 
ou 
presença de sintomas B
Massa mediastinal RMM > 0,33 RMM > 0,35 RMM > 0,33
Áreas linfonodais >2 >3 >3
Acometimento extra-nodal Qualquer - -
Grande massa - - >10cm
 Fatores de risco para estratificação de grupos de risco
● Grupos de risco e prognóstico
○ Outro tipo de estratificação de risco prognóstico proposta para pacientes com linfoma de Hodgkin é o Escore 
Prognóstico Internacional (IPS), que tem sido utilizado em alguns centros para ajudar na escolha de um 
tratamento mais intenso, principalmente para pacientes com pior prognóstico. 
○ O IPS foi desenvolvido a partir da análise de dados clínicos e laboratoriais e sete fatores foram relacionados a 
uma menor sobrevida, que são:
■ Sexo masculino;
■ Idade > 45 anos;
■ Estádio IV;
■ Albumina sérica inferior a 4,0 g/dL;
■ Hemoglobina inferior a 10,5 g/dL;
■ Contagem de linfócitos inferior a 600/mm3 ou inferior a 8% do total de leucócitos;
■ Contagem de leucócitos acima de 15.000/mm3.
○ Interpretação do IPS
■ Escore 3: risco moderadamente alto, representa uma sobrevida livre de progressão de 55% e sobrevida 
global de 70% em 5 anos
■ Escore ≥ 4: risco alto, com sobrevida livre de progressão e sobrevida global em 5 anos de 47% e 59%, 
respectivamente
● Tratamento
○ Forma Clássica
■ A quimioterapia e a radioterapia são os principais tratamentos
■ Dependendo da fase da doença (inicial, intermediária ou avançada) e dos fatores prognósticos 
associados há variações sobre a dose, o número de ciclos de quimioterapia e da combinação de 
medicamentos prescritos
■ O protocolo mais comum para tratar o linfoma de Hodgkin é uma combinação de quatro medicamentos 
denominado pela sigla ABVD 
● Doxorrubicina + Bleomicina + Vimblastina + Dacarbazina
● Intervalo de 28 dias entre os ciclos
■ Para os pacientes com doença localizada desfavorável ou com doença avançada, é mais indicado o 
protocolo BEACOPP
● Bleomicina + Etoposídeo + Doxorrubicina + Ciclofosfamida + Vincristina + Procarbazina + 
Prednisona + G-CSF
● Intervalo de 21 dias entre os ciclos
● Mais intenso, maior toxicidade aguda
● Necessário: profissionais com experiência, locais com cuidados de suporte apropriados, 
pacientes bem selecionados (IPS ≥ 3 e < 60 anos)
● Tratamento
○ Recaída ou refratária
■ Cerca de 10% dos pacientes com linfoma de Hodgkin, desenvolvem doença recaída ou refratária
● Doença refratária: progressão ou não resposta durante o tratamento de indução ou dentro de 90 
dias após o término do tratamento
● Doença recorrente, ou de recaída: reaparecimento da doença após o tratamento inicial e a 
resposta completa no local da doença anterior e/ou em novos locais
■ Altas as doses de quimioterapia, utilizando esquemas multidrogas à base de platina, como ICE 
(Ifosfamida, Carboplatina e Etoposídeo) ou DHAP (Dexametasona, Citarabina e Cisplatina), seguidos 
por um transplante autólogo de células-tronco, se houver indicação
■ E se houver recaída após o transplante, tratar com brentuximabe vedotina
■ Pedir PET-CT para avaliar a resposta ao tratamento e o perfil de risco
■ 16 ciclos
○ Linfoma de Hodgkin com predomínio linfocitário nodular
■ As células malignas são caracterizadas pela expressão obrigatória de CD20 juntamente com 
negatividade para CD30
■ Estádio IA (um local linfático ou envolvimento localizado de um único órgão ou local extra linfático sem 
sintomas sistêmicos): apenas radioterapia
● Tratamento
○ Linfoma de Hodgkin com predomínio linfocitário nodular
■ ABVD (Adriamicina, Bleomicina, Vimblastina, Dacarbazina), R-CHOP (Ciclofosfamida, Doxorrubicina, 
Vincristina, Rituximabe), R-CVP (Ciclofosfamida, Vincristina, Prednisona)
○ Em gestantes
■ Depende da fase (trimestre) da gestação, da localização e estágio clínico da doença
■ Sempre que possível, deve ser adiada até pelo menos o início do segundo trimestre
■ Sea doença for supra diafragmática assintomática, estável e não volumosa, é candidata para 
adiamento para além do primeiro trimestre de gestação
■ Se a doença for sintomática, de acometimento subdiafragmático ou apresenta tumores volumosos ou 
em progressão, o tratamento apropriado não deve ser postergado
■ Se o bem-estar imediato da mãe está comprometido, a intervenção terapêutica emergente é requerida 
a qualquer momento
■ A interrupção da gravidez raramente é indicada para pacientes recém-diagnosticados, pois a 
quimioterapia (ABVD ou vimblastina em monoterapia) pode ser empregada com segurança até mesmo 
no primeiro trimestre de gestação
■ A interrupção da gestação é mais frequentemente indicada em casos de recidiva após uma linha 
completa de tratamento padrão, pois a quimioterapia em altas doses com transplante autólogo de 
medula óssea devem ser a estratégia de preferência
● Tratamento em gestantes
● Monitoramento
○ Extremamente importante a fim de detectar precocemente possíveis toxicidades e até mesmo recorrência
○ O monitoramento cuidadoso da detecção precoce da recorrência é particularmente importante nos primeiros 
5 anos após o final do tratamento, porque 90% de todas as recorrências se enquadram nesse período
○ Os pacientes com linfoma de Hodgkin precisam ser acompanhados quanto a história, exame físico e análise 
laboratorial regularmente: a cada 3 meses no primeiro ano após o tratamento, a cada 6 meses do segundo ao 
quarto ano e, posteriormente, anualmente
○ Perguntar ao paciente sobre sintomas que possam indicar sequelas tardias do tratamento
○ Se houver suspeita de recorrência, é recomendável confirmá-la ou descartá-la por um PET-CT, se disponível, 
ou então por uma tomografia computadorizada, seguida de biópsia
○ Pacientes assintomáticos que receberam quimioterapia contendo radioterapia mediastinal na dose de 20 Gy 
ou mais devem ser submetidos a eletrocardiografia, ecocardiografia e um exame para detectar ou descartar 
doença cardíaca coronariana
○ Medir o TSH uma vez por ano em pacientes submetidos a radioterapia nas proximidades da região da tireoide 
descartar disfunções
○ Pacientes submetidos à radioterapia pulmonar ou mediastinal devem ser submetidos a testes de função 
pulmonar, incluindo a medição da capacidade de difusão, 12 meses após o final do tratamento
○ Se houver queixa de disfunção gonadal, encaminhar para especialista
● Epidemiologia
○ Correspondem à cerca de 80% dos casos de linfoma
○ Podem ter origem de células B ou T, sendo que cerca de 85% dos casos são de células B
○ Pode ocorrer em crianças, adolescentes e adultos
■ Entre os linfomas, é o tipo mais incidente na infância
○ De modo geral, o LNH torna-se mais comum à medida que as pessoas envelhecem
○ Por razões ainda desconhecidas, o número de casos duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre 
pessoas com mais de 60 anos
○ Os homens são mais predispostos do que as mulheres, mais incidente entre brancos
○ Apresenta variações com maior prevalência de certos tipos histológicos em determinadas áreas geográficas
● Fatores de risco/Etiologia
○ Imunodeficiência
○ Doenças autoimunes
○ Portadores dos vírus Epstein-Barr e HTLV1 e da bactéria Helicobacter pylori
○ Algumas substâncias químicas estão associadas à ocorrência da doença (aminas aromáticas, benzidina, 
benzeno, bifenil policlorado, solventes orgânicos, tetracloreto de carbono, entre outras)
○ Exposição a altas doses de radiação
○ Trabalhadores rurais representam grupo de maior risco para linfoma não Hodgkin possivelmente devido a 
exposição a múltiplos agentes (agrotóxicos, solventes, diesel, poeiras, dentre outros)
● Especificidades
○ Comprometimento de múltiplos linfonodos
○ Disseminação não-contígua
○ Comprometimento extra-nodal comum 
○ A apresentação clínica dos linfomas não-Hodgkin varia muito de acordo com o tipo histológico
■ Pode comportar-se de forma menos agressiva , de forma intermediária e de forma muito agressiva
■ As formas menos agressivas geralmente são incuráveis e podem sofrer uma transformação para a 
forma mais agressiva
■ Os casos mais agressivos podem levar à morte em semanas, se não forem tratados
○ Acometem com maior frequência o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), assim como a 
medula óssea
○ Habitualmente acometem os linfonodos mais periféricos como o epitroclear, poplíteo, mesentéricos e anel de 
Waldeyer
○ Existem também os linfomas que acometem primariamente o sistema nervoso central, além dos que 
acometem a pele (micose fungóide)
○ Classificação REAL: tipo celular, as manifestações clínicas, a morfologia, a imunofenotipagem e o genótipo
○ Na cavidade oral o linfoma apresenta-se como tumefações firmes e difusas, de coloração eritematosa ou 
arroxeada e geralmente com a superfície ulcerada
■ Acomete principalmente a região de fundo de sulco, gengiva e palato
Estadiamento do LNH
Estádio I Apenas um único grupo de linfonodos acometido ou um único órgão linfoide acometido
Estádio II Dois ou mais grupos de linfonodos do mesmo lado do diafragma
Estádio III Quando os grupos de linfonodos acometidos estão em posições diferentes (acima e abaixo) do diafragma
Estádio IV Quando estão envolvidos linfonodos e outros órgãos fora do sistema linfático, como pulmões, fígado, ossos e/ou medula óssea
A: Ausência de sintomas sistêmicos
B: Presença de sintomas sistêmicos (febre, sudorese noturna, perda de peso) 
X: Massa linfonodal é ≥ 10 cm ou ocupa um diâmetro superior a ⅓ da caixa torácica
E: Envolvimento de sítio extralinfático 
S: Envolvimento do baço
● Especificidades
○ As células linfocíticas apresentam características de malignidade, como hipercromatismo nuclear, nucléolos 
evidentes, pleomorfismo nuclear e mitoses atípicas
○ Os métodos diagnósticos são os mesmos utilizados para a doença de Hodgkin
■ Após a confirmação do diagnóstico, a doença é classificada de acordo com o tipo de linfoma e o estágio 
em que se encontra
● indolente, ou seja, de crescimento relativamente lento
● agressivo, de alto grau e desenvolvimento rápido 
■ Os linfomas indolentes correspondem a aproximadamente 40%, e os agressivos, aos 60% restantes
○ O tratamento difere nos remédios quimioterápicos utilizados e nas indicações de radioterapia
■ Os linfomas de alto grau respondem melhor ao tratamento, mesmo assim é observada uma taxa de 
mortalidade de 60% cinco anos após o diagnóstico e tratamento
■ Os casos de baixo grau são muitas vezes difíceis de tratar, pois não respondem bem à quimioterpia e 
radioterapia, no entanto, como apresentam um curso clínico lento, muitas vezes o paciente morre com o 
linfoma e não do linfoma
■ O linfoma de Burkitt é agressivo, mas responde adequadamente ao tratamento quimioterápico e a 
maioria dos pacientes são curados.
● Especificidades
○ Sobre o tratamento
■ Esquema muito utilizado para os linfomas de linfócitos B é o R CHOP que utiliza uma droga 
imunoterápica associada com a quimioterapia. Outros esquemas existentes poderão ser utilizados:
● R CHOP: Rituximabe, Ciclofosfamida, Doxorrubicina, Oncovin e Prednisona
● R CVP: Rituximabe, Ciclofosfamida, Oncovin e Prednisona
● R FCM: Rituximabe, Fludarabina, Ciclofosfamida e Mitoxantrone
● R EPOCH: Rituximabe, Etoposideo, Prednisona, Vincristina, Ciclofosfamida eDoxorrubicina
● R DHAP: Rituximabe, Cisplatina, Citarabina e Dexamatesona
● R ICE: Rituximabe, Ifosfamida, Ciclofosfamida e Etoposideo
● R Hyper CVAD: Ciclofosfamida, Mesna, Vincristina, Doxorrubicina e Dexametasona, alternando 
com Metotrexate, Leucovorin, Citarabina e Metilprednisolona.
● Mesmo em baixas doses ou de forma isolada, esses tratamentos apresentam riscos de eventos adversos, como por 
exemplo, aumento do risco de desenvolver uma malignidade secundária
● Quanto ao composto da quimioterapia, o tratamento com BEACOPP escalado causa um maior risco de eventos 
adversos, como anemia, neutropenia, trombocitopenia e infecções, quando comparado ao protocolo de ABVD
● A pneumonite de irradiação geralmente passa assintomática e tendea ser reversível
● A leucemia mielóide está associada à dose cumulativa de agentes alquilantes, sendo por isso mais frequente com o 
esquema MOPP do que com o ABVD, fundamentalmente em doentes que recaíram
● Sinal de Lhermitte, após RT, que consiste na sensação de choque eléctrico pela coluna, produzido pela flexão
● Síndrome da fadiga crônica
● Devemos ter também presente que a irradiação do pescoço, frequentemente, está associada ao desenvolvimento de 
hipotiroidismo
● Não esquecer também o risco aumentado, nestes doentes, de neoplasias da tireóide
● O risco de câncer de mama feminino secundário à radioterapia é particularmente alto
● Pacientes que necessitam de transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas, bem como radioterapia, têm 
um risco aumentado de infecção devido à imunossupressão
● A neuropatia é a principal toxicidade não hematológica do tratamento com a brentuximabe vedotina
● Como a quimioterapia e a radioterapia abdominal podem causar infertilidade permanente, deve ser oferecido a 
pacientes em idade reprodutiva o aconselhamento reprodutivo
● Contra náuseas e vômitos:
○ Prefira alimentos frios ou gelados e diminua ou evite o uso de temperos fortes na preparação dos alimentos
○ Coma pequenas porções várias vezes ao dia
● Contra a diarreia:
○ Aumente a ingestão de líquidos, como água, chá, suco
○ Evite alimentos laxativos, como doces concentrados, leite de vaca, creme de leite, manteiga, queijos, verduras, 
cereais e pães integrais, além de frutas como mamão, laranja, uva e ameixa preta
● Contra a obstipação (prisão de ventre):
○ Evite o consumo de cereais refinados (arroz branco, farinha de trigo refinada, fubá, semolina, maisena, 
polvilho)
○ Substitua alimentos pobres em fibras por alimentos ricos nesse nutriente (ex.: feijão, ervilha, lentilha, grão de 
bico, soja, arroz integral, linhaça, aveia...)
○ Beba muita água
● Contra a mucosite
○ Evite alimentos picantes e salgados, com temperos fortes e alimentos ácidos 
○ Consuma preferencialmente alimentos macios ou pastosos e também alimentos frios/gelados
● Contra a xerostomia (boca seca)
○ Beba líquidos em abundância (ex.: água, chá, suco, sopa). Chupe cubos de gelo ao longo do dia
○ Aumente a ingestão de alimentos ácidos e cítricos. Evite alimentos ricos em sal
○ Utilize pomadas industrializadas (“salivas artificiais”) antes das refeições
●
● Em relação à fertilidade
○ Homens: é possível preservar a fertilidade por meio da criopreservação do sêmen, procedimento citado pela 
Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) como o que apresenta maior probabilidade de sucesso para 
os pacientes do sexo masculino
○ Mulheres: o método mais eficiente para a preservação da fertilidade é a criopreservação (ou congelamento) 
dos óvulos e do tecido ovariano, além da transposição ovariana (deslocamento cirúrgico dos ovários para 
uma área que não receberá radioterapia)
● Quanto à menstruação, é possível haver algumas alterações no ciclo menstrual
○ Caso ocorra a amenorreia (falta de menstruação) ou a hipermenorréia (aumento do fluxo menstrual), o 
médico deve ser comunicado
○ Mesmo na ausência de menstruação, é preciso utilizar método anticoncepcional para evitar gravidez (o 
tratamento pode ser extremamente prejudicial ao bebê)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
● Hematologia : métodos e interpretação / Alexsandro Macedo Silva, Luciane Maria Ribeiro 
Neto (org.). São Paulo : Roca, 2017
● Hematologia laboratorial : teoria e procedimentos [recurso eletrônico] / Paulo Henrique da 
Silva ... [et al.]. - Porto Alegre : Artmed, 2016. 
● Laboratório de hematologia: teorias, técnicas e atlas / Márcio Antonio Wanderley de Melo / 
Cristina Magalhães da Silveira – 1. ed. – Rio de janeiro: Rubio, 2015.
● Fisiopatologia da doença : uma introdução à medicina clínica [recurso eletrônico] / Gary D. 
Hammer, Stephen J. McPhee ; [tradução: Geraldo de Alencar Serra, Patricia Lydie Voeux ; 
revisão técnica: Renato Seligman, Beatriz GraeffSantos Seligman. - 7. ed. - Porto Alegre: AMGH, 
2016.

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