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MOVIMENTOS REFLEXIVOS VOLUNTÁRIOS E AUTOMÁTICOS

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MOVIMENTOS REFLEXIVOS VOLUNTÁRIOS E AUTOMÁTICOS 
 
Definida como “conjunto de funções nervosas e musculares que permite os 
movimentos voluntários ou automáticos do corpo”, a motricidade pode ser 
compreendida como a sucessão de posturas e movimentos divididos em três 
categorias: movimentos reflexos, movimentos rítmicos e movimentos 
voluntários. 
Em uma escala de complexidade os movimentos reflexos seriam os mais 
simples, e os voluntários, mais complexos. Por esta razão, os movimentos 
reflexos são organizados pela medula espinal e movimentos voluntários 
necessitam da participação de outros níveis hierárquicos do sistema motor. 
 Movimento reflexo 
 O movimento reflexo é independente de nossa vontade e normalmente só 
depois de executado é que tomamos conhecimento dele. É uma reação 
orgânica sucedendo-se a uma excitação sensorial, uma resposta a um 
estímulo estereotipado na mesma intensidade deste, mas que não pode ser 
aprendida, modificada ou aprimorada pelo aprendizado. É o que acontece ao 
furarmos o dedo com uma agulha, por exemplo, seu toque estimula o 
neurônio sensitivo, que leva o impulso até a medula. O estímulo é captado 
pelos receptores sensoriais do organismo e levado ao sistema nervoso. De lá 
provoca direta e imediatamente uma resposta motora. Na medula, um 
neurônio associativo manda uma resposta ao músculo através do neurônio 
motor. Todo esse processo é inconsciente e só se torna consciente depois 
que já aconteceu. O contexto, no entanto, pode nos ajudar a ‘contornar’ a 
reação automática do reflexo em um dado momento, levando-nos a 
identificar se estamos diante de uma real situação de perigo ou se nosso 
comportamento pode garantir nossa segurança perante situações nas quais o 
reflexo seria a primeira resposta. 
Para que isso aconteça, há a participação das áreas corticais de associação e 
dos núcleos da base, estruturas neurais envolvidas mais diretamente na 
elaboração de uma estratégia motora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pavlov (apud OLIVEIRA, 2001) dividiu os reflexos em inatos e adquiridos: 
 Inatos 
 São independentes da aprendizagem e são determinados pela bagagem 
biológica. São, portanto, hereditários, quase sempre permanentes e comuns a 
uma mesma espécie animal. Exemplo: uma luz forte incidindo sobre os olhos 
provoca uma resposta imediata de contração pupilar. Este é um movimento 
inato, pois não implica em aprendizagem para a sua produção. Outro 
exemplo: uma gota de limão na boca provoca, como resposta, a salivação, 
preparando o organismo para a ingestão do elemento ácido, ou até mesmo o 
reflexo de sucção que o bebê tem. 
 Adquiridos 
 São reflexos aprendidos ou condicionados. Sua ocorrência depende de 
uma história de associação entre estímulos inatos, que produzem resposta 
reflexa a outros estímulos. No segundo exemplo acima, a simples palavra ou 
visão do limão pode eliciar uma resposta condicionada de salivação. O reflexo 
adquirido é muito utilizado e desenvolvido em esportes e outras práticas 
corporais. Na capoeira, por exemplo, pode-se executar uma esquiva ou outro 
movimento baseado neste reflexo. Podemos até sugerir que os movimentos 
de defesa na capoeira são os mais desenvolvidos neste aspecto, devido à 
necessidade de auto-preservação e defesa do Ser. 
Movimento voluntário 
 Como já diz o próprio nome, o movimento voluntário depende de nossa 
vontade. Movimentos como andar em direção a um objeto (ibidem, 2001). 
Neste ato supõe-se que houve uma intenção, um desejo ou uma necessidade 
e finalmente o desenvolvimento do movimento. No movimento voluntário, 
portanto, há primeiramente uma representação mental e global do 
movimento, uma intenção, um desejo ou uma necessidade e, por último, a 
execução do movimento propriamente dito. O ato voluntário é sempre 
aprendido e é constituído por diversas ações encadeadas. 
Os núcleos da base das estruturas neurais participam na aprendizagem e na 
realização dos movimentos voluntários e daqueles que exigem habilidade 
motora como, por exemplo, o caminhar. O movimento voluntário é 
caracterizado por ser aquele com alguma intencionalidade. Para que esse 
movimento aconteça na intensidade, altura e proporção correta são 
necessárias um ajuste e determinada previsão deste. 
Durante a aprendizagem de movimentos e mesmo em movimentos bem 
aprendidos, os núcleos da base exercem importante função relacionada à 
formulação do comportamento adaptativo. A elaboração dos aspectos táticos 
é responsabilidade mais direta do córtex motor e cerebelo. E a ativação de 
interneurônios e motoneurônios que participam tanto da geração quanto das 
correções dos movimentos, ou seja, a execução do plano motor é 
responsabilidade fundamentalmente da medula espinal e de núcleos do tronco 
cerebral. 
O cerebelo então ajusta os movimentos a diferentes situações e é 
responsável pela automatização dos movimentos. O cerebelo repete modelos, 
e quanto mais modelos, mais recursos terão no momento em que precisar 
de uma ação. Regula também o ritmo, força, coordenação motora fina dos 
movimentos, a velocidade, a consistência e adequação dos processos mentais 
ou cognitivos, além de corrigir erros motores, e prevenir e detectar erros de 
pensamento. O cerebelo também faz sequenciamento de respostas ou 
contrações. 
 
Todos os comportamentos motores regulados pelo cerebelo podem ser 
aprimorados por meio de treino. É o que acontece com os praticantes de 
esportes. Quanto mais treino, melhor a qualidade do movimento. A 
automatização ocorre então, quando há a clareza quanto ao movimento a ser 
realizado – o objetivo final. A partir daí é necessária muita repetição, erros e 
correções destes para que essa automatização se efetive e seja internalizada. 
 Movimento automático 
 O movimento automático depende da aprendizagem, da história de vida e 
de experiências próprias de cada um. Depende, portanto, do treino, da prática 
e da repetição. A aquisição de automatismos é importante porque propicia 
formas de adaptação ao meio em que vivemos com uma economia de 
tempo e esforço, pois não se exige muito trabalho mental. Campos define 
muito bem este movimento: 
 Os automatismos tanto podem ser mentais quanto motores e até sociais 
como, por exemplo, a cortesia, o cavalheirismo, a cooperação, etc. A 
observação, a retenção mnemônica, a leitura rápida, a indução etc., 
constituem exemplos de hábitos mentais. A eficiente realização de atividades 
dessa natureza depende de um bom desenvolvimento dos hábitos, das 
habilidades mentais e motoras; através da experiência e do treino, o homem 
torna-se capaz de realizar esses atos com o mínimo de rendimento, em 
tempo e em qualidade, sem mesmo necessitar concentrar a sua atenção 
para executá-los. (CAMPOS, 1973 apud OLIVEIRA, 2001, p. 25). 
 Normalmente o movimento se inicia de forma voluntária e, uma vez 
iniciado, pode-se interrompê-lo a qualquer momento, de acordo com a 
vontade. Exemplo: quando se anda, não se pensa no balançar dos braços. 
Tem-se a intenção de andar - voluntário, mas a execução desse movimento 
torna-se automática. Este movimento nem sempre é iniciado pela vontade. 
Alguns são iniciados sem que se tenha conhecimento, como a manutenção 
do equilíbrio e da postura. Existem automatismos que são desenvolvidos 
através do processo ensino-aprendizagem, passam do plano voluntário para o 
plano automático (OLIVEIRA, 2001). Nos esportes em geral como na capoeira 
observa-se claramente isto, quando o praticante domina plenamente os 
movimentos, seus conceitos e fundamentos. 
 Oliveira (2001) afirma que a vontade do educando é essencial para se 
educar ou reeducar, sem esta não se consegue este objetivo. O movimento 
“pelo movimento” não leva a nenhuma aprendizagem. É necessário e 
fundamental que o aluno deseje, reflita e analise seus movimentos, 
interiorizando-os. Só assim conseguirá atingir uma aprendizagem mais 
significativa de si mesmo e de suas potencialidades. Não se pode deixar de dar 
valor aos movimentos automáticos,que são indispensáveis para uma melhor 
adaptação ao meio, mas não se deve esquecer que eles tiveram sua origem 
na participação voluntária do sujeito. 
 Nicola (2004) reproduz uma definição clássica do movimento, quando 
afirma que este é o deslocamento do corpo no espaço. De acordo com a 
autora, o movimento é um termo genérico que abrange indistintamente os 
reflexos os atos motores conscientes ou não, normais ou patológicos, 
significantes ou desprovidos de significado. Os movimentos corporais como 
gestos, podem ser definidos como um movimento determinado por uma 
intenção. O gesto tem finalidades conscientes ou inconscientes, chegando às 
vezes a ser uma redundância da comunicação. Para Nicola, assim como o 
movimento corporal pode estar diretamente ligado a comunicação em 
algumas situações, o deslocamento do corpo no espaço assumirá significados 
internos e externos, sem apoio de nenhum outro recurso que não seja o 
próprio corpo em estado de comunicação. Nicola coloca que os movimentos 
apresentam algumas características que são independentes entre si, como: 
 Movimentos reflexos: sustos. 
 Movimentos adquiridos: andar. 
 Movimentos com reações condicionadas: queimadura. 
 Gestos conscientes: redundância. 
 Atos falhos: sincinesias [grifo da autora]. (ibidem, 2004). 
Os movimentos estão sempre impregnados de um saber corporal e cultural, 
e são portadores de significados, portanto, devem ser entendidos como uma 
forma de linguagem corporal permeada de voluntariedade ou de 
subjetividades. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. Rio de Janeiro: 
Wak, 2003. 
FONSECA, Vítor da. Psicomotricidade: filogênese, ontogênese e 
retrogênese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 
LUSSAC, Ricardo Martins Porto (Mestre Teco). Desenvolvimento 
psicomotor fundamentado na prática da capoeira e baseado na experiência 
e vivência de um mestre da capoeiragem graduado em educação 
física. Universidade Cândido Mendes, Pós-Graduação “Lato Sensu”, Projeto 
A vez do Mestre. Rio de Janeiro: 2004. 
NICOLA, Mônica. Psicomotricidade – Manual Básico. Rio de Janeiro: Revinter, 
2004. 
OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: Educação e Reeducação 
num enfoque Psicopedagógico. 5ª edição. Petrópolis: Editora Vozes, 2001. 
Baldo, M. V. C. . Fisiologia do Movimento Humano. 2004. Disponível em: 
https://fundacionannavazquez.wordpress.com/2007/09/06/neuroanatomia-
nucleos-de-base/

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