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4 SEM ED MOV POP E TRANS UNID 3 Os Princípios Éticos e Políticos nos Movimentos Sociais

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4 SEM ED MOV POP E TRANS UNID 3 Os Princípios Éticos e Políticos nos Movimentos Sociais 
1. Os Princípios Éticos Antes de promovermos uma introdução ao tema desta unidade, vamos relembrar o que já foi visto 
nas unidades anteriores. Assim, Iniciamos nossa conversa acerca da educação, apontando seu papel fundamental na 
transformação social, depois discorremos sobre as lutas pela conquista da cidadania e expusemos os movimentos populares no 
Brasil. Também pontuaremos sobre a desigualdade e a injustiça social, ainda existentes em nosso país, mesmo frente todas as 
conquistas já ocorridas, e, por conseguinte, traçaremos uma linha do tempo dos movimentos mais “importantes”1 na luta pela 
igualdade, pela liberdade, e pela democracia, culminando no movimento que levou ao o impeachment do ex-presidente Collor, 
intitulado “Movimento pela Ética na Política”. Desta maneira, finalizaremos a Unidade II, mostrando que houve um deslocamento 
das questões econômicas para as questões relativas à ética, as quais adentraram os novos movimentos sociais, pensando na 
revalorização da vida humana. 
Destarte, a partir dos anos de 1990, passou a haver um novo olhar dos movimentos sociais transferindo as reivindicações de 
questões econômicas para as de questões de moral. Mas, o que são princípios éticos? Poderíamos afirmar que é a base para que 
haja uma convivência social dentro de um ambiente harmonioso pautado pelo respeito mútuo. É possível observar a existência 
de princípios éticos em diferentes circunstâncias e relacionados a diferentes atividades profissionais como: ética política, ética 
religiosa, ética médica, ética profissional, entre outras. Referindo-se, nesses casos, às normas de conduta de um determinado 
segmento, ou seja, aquilo que deve ser feito dentro da área em que está inserido. De qualquer forma, quando nos referimos à 
ética, estamos nos pautando em um conjunto de princípios pré-determinados, para reger as ações do “bom” comportamento 
humano. 
1.1 A Ética e a Moral Muitas vezes, os termos ética e moral parecem ser usados como sinônimos, por isso faremos um 
pequeno resgate da origem desses termos. Etimologicamente, os termos ética e moral possuem origens distintas. A palavra ética 
vem do grego “Ethos” que significa o “modo de ser” ou “caráter”. E a palavra moral vem do latim “Mores” que significa “relativo 
aos costumes” ou “lugar onde mora”. Alguns autores apontam a distinção entre ambas, atribuindo à ética a busca de valores 
universais, e a moral, como código de valores específicos. 
Segundo Cortella (2011), até o século VI a.C., a palavra “Ethos” em grego “significava ‘morada do humano’, no sentido de caráter 
ou modo de vida habitual, ou seja, nosso lugar.” Portanto, é aquilo que nos abriga e nos dá identidade. Para o autor, essa noção 
original da palavra “Ethos” não se perdeu com a tradução da expressão “more” para o latim, com o significado de “o lugar onde 
você morava, que era o teu habitus.” (CORTELLA, 2011, p. 138). 
Diante dessa interpretação, os dois termos: ética e moral assumem o mesmo significado, o de estar relacionado aos costumes e 
hábitos sociais. Onde a ética é o princípio, e a moral é a prática de uma ética. Dentro do campo filosófico, ética é diferente de 
moral, pois ela busca fundamentar teoricamente o modo de viver a fim de se encontrar o melhor estilo de vida, abrangendo, dessa 
forma, diversos campos do conhecimento, como: a antropologia, a psicologia, a sociologia, a pedagogia, etc.. Já a moral é 
fundamentada na obediência a normas e regras, costumes e mandamentos culturais. Segundo Boff (2003), ética é um conjunto 
de valores e princípios, de inspirações e indicações que nos orientam e valem para todos, pois estão ancorados na nossa própria 
humanidade. E moral é a concretização de como a ética é vivida dependendo da cultura de cada povo. Então, ética é uma só e 
moral são várias. Outros autores pontuam a questão da moral como um conjunto de regras e crenças que determinam o 
comportamento das pessoas e, a ética como sendo a reflexão crítica sobre a moral. 
Boff (2008) aponta algumas fontes que estimulam a existência da ética. Segundo o autor, as religiões são fontes permanentes, 
que dão significado à vida da humanidade a partir dos valores e comportamentos ditados. Mas, atenta para o fato de não se 
fundar em um consenso ético, visto que, devido às muitas e diferentes religiões, as normas éticas podem apresentar variações. 
Ainda para o autor, a razão, o desejo e o cuidado também são fontes de ética, e encontram-se presentes em todos os seres 
humanos. Essa inclusão do desejo e do cuidado como também sendo fontes de ética são fundamentadas no fato de que para Boff 
(2003), a essência da existência não reside na razão – como foi proposta pelos filósofos –, mas antes na paixão. 
“A ética, para ganhar o mínimo de consenso, deve nascer da base última da existência humana. Esta não reside na razão, como 
sempre se pretendeu no Ocidente. A razão não é o primeiro nem o último momento da existência. Por isso não explica tudo nem 
abarca tudo. Ela se abre para baixo de onde emerge, de algo mais elementar e ancestral: a afetividade. Abre-se para cima, para o 
espírito, que é o momento em que a consciência se sente parte de um todo e que culmina na contemplação. Portanto, a experiência 
de base não é “penso, logo existo”, mas “sinto, logo existo”. Na raiz de tudo não está a razão (“logos”), mas a paixão (“pathos”).” 
(BOFF, 2003). 
É fato que vivendo em sociedade, faz-se necessário elaborar certos consensos, restringir certas ações e desenvolver projetos que 
visem à coletividade a fim de dar sentido e rumo à história. Pois, não há sociedade seja no presente ou no passado que consiga 
coexistir sem uma ética. (BOFF, 2008). Mas, há de se concordar que ambas: ética e moral apresentam objetivos muito 
semelhantes, pois irão alicerçar a conduta dos seres humanos, definindo o caráter, favorecendo o sentimento de solidariedade e 
fraternidade dentro de uma vida em sociedade. 
1.2 A Ética e a Liberdade Como vimos, a ética está baseada em valores morais, que estão a serviço de “dirigir” o 
comportamento humano para a vida em sociedade. A respeito da ética, Cortella (2011) afirma que ela é uma questão 
incondicionalmente humana, visto que pressupõe a possibilidade da escolha, da decisão, da opção. Então, a partir da 
racionalidade, somos o único animal capaz de realizar esta ação conscientemente – por isso, somos considerados: animais 
racionais. Nessa perspectiva de sermos capazes, Cortella (2011) reforça a impossibilidade de se falar em ética sem falar em 
liberdade. Logo, o livre arbítrio é imprescindível para que o ser humano possa tomar para si o poder de decisão. Então, para 
Cortella (2011), todos nós – inicialmente – temos a ética. Assim, para o autor só pode ser considerado “aético”, ou seja, uma 
pessoa que não tem a ética, aquele que não é capaz de exercer a plena liberdade de escolha – “como crianças até certa idade e 
idosos a partir de determinada idade, ou ainda pessoas que tenham distúrbios mentais” – ou seja, não a possui, devido à sua 
incapacidade de decidir, julgar e avaliar. Portanto, se a ética está ligada aos princípios que regem a sociedade, aqueles que não 
seguem esses princípios, podem ser considerados antiéticos. (CORTELLA, 2011, p.135). Para o autor, ética é o modo como as 
pessoas compreendem as três grandes questões da vida: eu devo, eu posso, eu quero? 
“Tem coisa que eu devo, mas não quero, tem coisa que eu quero, mas não posso, tem coisa que eu posso, mas não devo. Aqui, 
nestas questões, vivem aquilo que a gente chama de dilemas éticos; todas e todos sem exceção temos dilemas éticos, sempre, o 
tempo todo: devo, posso, quero?” (CORTELLA, 2011, p. 136). 
Logo, a questão de liberdade de escolha está atrelada à ética, ou diretamente relacionada à ética. Mas, observe que essa liberdade 
está condicionada ao bem-estar coletivo, já que vivemos em sociedade. Como afirma Boff(2003): 
“Faz-se mister uma ética comum, um consenso mínimo no qual todos possam se encontrar. E, ao mesmo tempo, respeitar as 
maneiras diferentes como os povos organizam a ética. [...]. A ética e as morais devem servir à vida, à convivência humana...” 
(BOFF, 2003, p. 13,14). 
E, ainda, a ética e a moral estão relacionadas aos tempos históricos, por isso, algo que possa ser considerado antiético ou imoral 
em um determinado momento histórico, pode não o ser em outro. 
2. Os Regimes Políticos e a Questão da Ética Desde a colonização até os dias atuais, o Brasil passou por diferentes 
regimes políticos. Na época do Brasil Colônia, o regime político estava baseado na Monarquia, isto porque a forma de governar 
visava à realeza – um só para todos. No Brasil Império, a forma de governar passou a ser de alguns para todos – aristocracia. E no 
Brasil República, a forma de governo tornou-se constitucional – de todos para todos, portanto, regime democrático. 
Mas, será que podemos afirmar o Brasil passou a viver em plena democracia após a proclamação da República em 1889? A palavra 
democracia vem do grego: “demo = povo”, “kracia = governo”. Então, um sistema político do povo para o povo, ou seja, o povo 
tem soberania sobre o poder legislativo e executivo do país. 
Aristóteles já alertava para o fato de que muitos modos de governar não tinham em vista o bem comum. É fato que o regime 
democrático no Brasil passou por vários momentos históricos e em muitos deles ainda se via envolto das influências do poder 
econômico, apresentando inclusive fraudes eleitorais. Desde a proclamação da República até os dias de hoje, foi possível ver 
avanços e retrocessos no regime democrático. 
Atenção Não podemos esquecer que na época do Regime Militar, a democracia foi substituída pela autocracia instituída 
durante esse regime político 
Contudo, o movimento das “Diretas-Já” – apesar da derrota da emenda das “Diretas-Já” em 1984, na Câmara dos Deputados, 
fazendo com que as eleições para presidente fossem mais uma vez realizadas pelo colégio eleitoral – resgata o real sentido do 
regime democrático, com o início da “Nova República” e a promulgação da Carta Magna em 1988. Carta Magna: No texto 
representa a Constituição da República Federativa do Brasil. 
Como se deu a questão da ética nos diferentes regimes? Como já pontuamos anteriormente, os princípios éticos modificam-se 
com o passar do tempo, de acordo com as mudanças econômicas, sociais e tecnológicas. (VÁZQUEZ, 2000). Na Unidade I, 
ressaltamos a mudança da luta pela sobrevivência (Homem X Mundo) pela luta de interesses (Homem X Homem), ou seja, o 
“poder político”. 
Analisando o termo “política”, temos sua origem na Grécia Antiga com a organização das cidades-estados em “polis”, fazendo 
referência à organização da vida urbana. O dicionário Aurélio define “política” como: a arte e ciência de bem governar, de cu idar 
dos negócios públicos. Dessa maneira, podemos dizer que a busca pelo bem estar coletivo é algo que se encontra no princípio 
tanto ético, quanto político. Entretanto, há que se convir a contradição existente entre política e ética. Pois o que vemos na política 
– desde os tempos da colonização do Brasil – não é a prática do bem comum, mas o bem próprio dos detentores do poder. 
Inclusive, muitas vezes, daquele que elegemos como nossos representantes. Para Pensar Ora, se no regime monárquico a forma 
de governo era de um só para todos, onde se concentrava o principio ético? 
É fato que desde os tempos da colonização de nosso país, assistimos a política de privilégios, se nessa época esta se dava com a 
divisão das capitanias hereditárias aos nobres indicados pelo próprio Rei português aqui no Brasil. No período Imperial, o 
favorecimento continuou e a vontade da maioria da população não foi levada em conta. No período Republicano, desde o início, 
o que se viu foi a elite governando para a elite. Além do “coronelismo” que garantiu durante muito tempo a dominação social 
através da alienação, mantendo o poder econômico nas mãos de poucos. Foram anos da política “café com leite” até que se 
conseguiu colocar um civil para governar nosso país. E, infelizmente, ainda hoje, vemos essa política de apadrinhamento e de 
coronelismo acontecer em nosso país, garantindo um poder elitista e antiético. Coronelismo: Forma de poder político consiste na 
figura de uma liderança local – o Coronel - que define as escolhas dos eleitores em candidatos por ele indicados. 
Daí, há de se concluir que a marginalização e a divisão da sociedade em classes faz parte desse processo político que deixou à 
margem os princípios éticos e morais. E, onde, reside a mudança dessa realidade senão na educação? A escola tem como grande 
desafio, nos dias de hoje, resgatar valores morais e éticos na luta por uma sociedade igualitária e justa, recuperando, ou seria 
melhor dizer, inserindo a junção entre política e ética. Não será, nessa expectativa, a afirmação de Mario Sérgio Cortella? 
“...qualidade tem a ver com quantidade total, qualidade é uma noção social, qualidade social só é representada por quantidade 
total, qualidade sem quantidade não é qualidade, é privilégio.” (CORTELLA, 2011, p. 139). 
3. Os Movimentos Sociais Os movimentos sociais partem do princípio do compromisso ético e de propostas que tenham 
como base a participação social como parte integrante do desenvolvimento da sociedade. Antigamente, os movimentos 
contrapunham as opressões e a exploração dos governos, lutando por melhorias. Na atualidade, os movimentos apresentam-se 
como forma de denunciar as contradições existentes na sociedade capitalista. Os movimentos sociais “possuem identidade, têm 
opositor e articulam-se ou fundamentamse em um projeto de vida e de sociedade” (GOHN, 2011, p. 336), apresentam-se como 
formas de reivindicações sociopolíticas na busca por reformas que visem à qualidade das relações sociais. Essas são representadas 
por interesses comuns e projetos sociais. 
“A educação de um povo consiste no processo absorção, elaboração e transformação da cultura existente, gerando a cultura 
política de uma nação. [...]... vários elementos da cultura política brasileira do final do século XX foram gerados no período colonial 
e constituem, atualmente, obstáculos para a modernização das relações sociais no país.” (GOHN, 2012, p. 174). 
Os movimentos sociais podem ter uma organização formal ou informal. Muitos, inicialmente, ocorrem de maneira informal e à 
medida que vão se tornando mais consistente torna-se, também, necessária maior formalização das ações dentro desses 
movimentos. Nessa estruturação dos movimentos sociais, é possível observar que eles não se realizam no vácuo, ao contrário, 
são iniciados a partir de projetos, possuem ideologia e apresentam certa organização. Porém, não queremos com isso fazer uma 
generalização, visto que há singularidades na constituição de cada movimento social e como já estudamos nas unidades 
anteriores, muitos apresentavam problemas em sua organização. 
Gohn (1997) atenta para o fato de haver movimentos de diferentes classes e camadas sociais, sendo que o caráter do movimento 
será indicado pelo tipo de ação envolvida podendo-se assim, separá-los em categorias. Assim, a autora realiza a seguinte 
categorização: 
• Os movimentos sociais que são construídos a partir da origem social da instituição (a igreja, o partido, o sindicato, a escola, etc.). 
• Os movimentos sociais construídos a partir das características presentes na natureza humana: sexo, idade, raça e cor. 
• Os movimentos sociais construídos a partir de determinados problemas sociais (saúde, transportes, habitação, etc.). 
• Os movimentos sociais construídos em função de questões da conjuntura das políticas de uma nação sejam elas socioeconômica, 
cultural, etc. (insurreições, revoltas, motins, revoluções, etc.). 
• Os movimentos sociais construídos a partir de ideologias. (o anarquismo, o marxismo, o cristianismo, etc.).As formas de ação dos movimentos sociais podem variar de uma simples denuncia passando pela pressão direta com mobilizações, 
concentrações, passeatas e etc., e podem chegar até a pressão indireta. Na atualidade, as lutas estão relacionadas a um ideário 
civilizatório contra a exclusão e por novas culturas de política de inclusão. Eles possuem grande poder de controle social, pois 
tematizam e redefinem a esfera pública, além de realizar parcerias com outras entidades da sociedade civil e política, construindo 
modelos de inovação social. (GOHN, 2011). 
Surgem outras formas de organização popular, a partir dos anos de 1990, como os Fóruns – nos quais se definem metas e objetivos 
para solucionar problemas sociais, a partir dos grandes diagnósticos – com encontros nacionais em larga escala; outra forma de 
organização popular são as parcerias entre sociedade civil organizada e poder público – atuando nas questões relacionadas à 
gestão dos negócios públicos com a participação dos cidadãos. (GOHN, 2011). Essas mudanças organizacionais vêm crescendo nas 
ultimas décadas. Segundo Gohn (2012), na primeira década do século XXI a estrutura dos principais movimentos sociais apresenta-
se em três formatos organizativos: 
• os movimentos identitários; 
• os movimentos de luta por melhores condições de vida e de trabalho; 
• os movimentos globais ou globalizantes. Optamos por fazer uma sucinta exposição desses formatos – de acordo com os estudos 
da autora –, isto porque os mesmos serão revistos de forma mais intensa na próxima Unidade. 
Segundo a autora, nos movimentos identitários – chamados de “Novos Movimentos Sociais” (NMS) – a luta é por direitos sociais, 
econômicos, políticos e, mais recentemente, culturais. São compostos pelos segmentos sociais excluídos, os quais podem, ou não, 
pertencer às camadas populares. Incluem-se “nesse formato as lutas das mulheres, dos afrodescendentes, dos índios”, entre 
outros. (GOHN, 2012, p. 226). 
O segundo formato diz respeito à luta demanda do acesso às condições de moradia, por terra, alimentação, emprego, salário, 
educação, entre outros. Também se enquadram no movimento de luta por melhores condições de vida, os movimentos e 
organizações sociais contra a violência e em favor da paz. E, ainda, “os movimentos sociais, criados a partir da conjuntura atual, 
articulados com ONGs e voltados para as questões relativas à democratização do Estado ou das políticas públicas.” (GOHN, 2012, 
p. 230). 
Os movimentos globais ou globalizantes são pertencentes ao novo milênio e foram estruturados ao longo dos anos de 1990, com 
a internacionalização de muitas lutas sociais. Esses movimentos atuam virtualmente em “redes sociopolíticas e culturais por 
intermédio de fóruns, plenários, colegiados e conselhos”, extrapolando as fronteiras nacionais e apropriandose das 
transformações tecnológicas. (GOHN, 2012, p. 231). 
Portanto, os movimentos sociais abarcam uma série de questões sociais através das lutas, denotando o compromisso com que 
adentram na sociedade trazendo consigo um inalienável caráter ético e político. Isto porque, carrega em seu cerne o princípio do 
“bem comum”.

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