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METODOLOGIA E PROGRESSÃO DE ENSINO NA GINÁSTICA ARTÍSTICA • A maior questão da ginástica artística seja talvez como ensiná-la, de qual maneira devemos começar nesta modalidade esportiva, como devemos iniciar estes alunos, futuros ginastas, para que possam executar as habilidades exigidas, já que se sabe que um ginasta leva anos para chegar ao alto nível. • Para executar os elementos de complexidade que o esporte propõe, a princípio o futuro ginasta deve ter uma maneira correta de começar, atendendo aos seguintes itens: o nível das capacidades físicas, as capacidades coordenativas, condicionais, emocionais, psicológicas, entre outras. • À medida que vai elevando a sua capacidade, a complexidade dos exercícios também aumenta. Assim, os elementos devem ser introduzidos de forma gradativa, respeitando os limites de cada ginasta. • Desse modo, diversos fatores levam um ginasta a ter êxito; são várias combinações, condições favoráveis intrínsecas e extrínsecas que farão que o ginasta a consiga realizar os movimentos mais complexos da modalidade. Padrões Básicos de Movimento Segundo Nunomura (2000), os “Padrões Básicos de Movimento” (PBM) são um sistema de ensino da ginástica desenvolvido pelos pesquisadores canadenses Russel e Kinsman com o objetivo de orientar a formação de novos treinadores. O objetivo inicial do programa foi estabelecer uma padronização do conteúdo e da formação dos técnicos para as várias modalidades esportivas, desde a iniciação até o alto nível. Desta forma, pode se estabelecer uma qualificação para os profissionais. Na ginástica artística os resultados apresentados foram satisfatórios, elevando tanto o número de praticantes e de instituições que desenvolviam a modalidade como o de profissionaismais confiantes e preparados para orientar e acompanhar a evolução dos seus futuros ginastas. O programa de iniciação à ginástica artística dividiu o seu conteúdo em seis PBM (NUNOMURA, 2000). • Através da combinação dos PBM's, seria possível construir qualquer habilidade específica da Ginástica Artística. • Este programa desenvolvido por Russel, Kinsman (1986) é bastante apropriado para orientar programas de iniciação à Ginástica Artística, por abranger, segundo Nunomura (2000): [...]todas as habilidades possíveis desta modalidade, por simplificar o seu conteúdo, por ser o fundamento básico para várias formas da ginástica e por considerar as questões de segurança (uma vez que se trabalha em progressão). PROGRESSÕES PEDAGÓGICAS • As progressões pedagógicas têm por objetivo proporcionar a vivência dos movimentos característicos da GA por etapas. Assim, o praticante inicia do mais simples para o mais complexo, o que facilitaria o aprendizado e garantiria a sua segurança. • Ressalto que os fundamentos devem ser vivenciados em sua plenitude para que as habilidades específicas sejam construídas em alicerce sólido. Não se deve focar única e exclusivamente na execução técnica do elemento, mas na exploração das possibilidades de movimento a fim de somar ao acervo motor e cognitivo do praticante. • A falta de um bom fundamento pode dificultar ou até mesmo impedir o aprendizado de habilidades futuras, além de comprometer a segurança dos praticantes. É importante considerar que o sucesso na aprendizagem é fator de motivação e influencia no interesse e no grau de envolvimento dos aprendizes. METODOLOGIA DOS TRÊS MOMENTOS PRIMEIRO MOMENTO [...] é caracterizado pela exploração dos movimentos corporais de acordo com o tema proposto ou, ainda, pela descoberta do que se pode fazer com determinados materiais. Sem regras convencionais, sem modelos, de maneira individual, sem o auxilio direto de grupos, colegas ou professor, a criança baseia-se em seus conhecimentos anteriores, na bagagem que traz consigo, para iniciar sua própria exploração (PICCOLO, 1999, p.l20). Neste momento inicial, o aluno deve explorar os objetos, materiais, espaço e movimentos corporais (sendo todos adequados ao conteúdo proposto), enquanto o professor observa seus potenciais de execução, suas experiências anteriores em relação ao conteúdo proposto, observando e refletindo sobre quais informações ou intervenções serão mais adequadas aos alunos ou grupo (VELARDI, 1997). SEGUNDO MOMENTO [...] baseia-se nas pistas fornecidas pelo professor. Fundamentado no objetivo da aula e nas observações do momento anterior vivenciado por seus alunos, ele deve propor 'dicas' que possam sugerir diferentes formas de ação motora. Não é preciso detalhar a pista oferecida, pois o objetivo é que o aluno a execute sem medo do insucesso, conforme sua capacidade. A observação feita pelo professor é imprescindível, tanto para determinar as pistas que serão oferecidas como para um conhecimento mais aprofundado das reais condições de seus alunos (PICCOLO, 1999, p.120). Este segundo momento está reservado para a solução de problemas, para que os alunos promovam uma reflexão sobre o que é feito, como e porque pode ser executado e modificado. As pistas têm como função capacitar os alunos a pensarem (subsídios para a elaboração de ações mais complexas), sendo que o professor não deverá observar a execução dos alunos como ‘certa’ ou 'errada', nem fornecer mais informações do que necessário, evitando tomar simples a complexidade do problema; ele deve, sim, buscar avaliar qual auxílio ou pistas necessitam para a consecução da tarefa. Além disso, o professor deve promover e estimular a interação entre grupos de alunos, podendo esta relação ser mediadora de construções que promovam o desenvolvimento em relação à tarefa proposta (VELARDI, 1997). TERCEIRO MOMENTO [...] acontece quando os alunos esgotaram suas possibilidades de executar os movimentos dentro do que foi proposto. É o momento de interferência do professor como um dinamizador de aula. Sua intervenção se dá para que o objetivo seja atingido, ou seja, para que todas as formas pretendidas sejam alcançadas. Se os alunos não tiverem alcançado essas formas, o professor deve propô-las, ou ainda lhes dar meios para que consigam executa-las. Se, ao contrário, todas as metas já foram atingidas., então é o momento de ampliar esse conhecimento, aumentando a complexidade das ações (PICCOLO, 1999, p.l21). Piccolo (1999, p.121) afirma, ainda, que todos os movimentos devem, antes de tudo, passar pela imaginação do executante, formando conceitos subjetivos. • Neste momento, toma-se fundamental a observação e análise dos momentos anteriores para que o professor consiga acrescentar algo que esteja relacionado ao desenvolvimento potencial do aluno. O processo de imitação, agora, pode ser utilizado como referencial, não como um fim em si mesmo [imitação e repetição como instrumentos que auxiliam em uma maior reflexão e consequente ampliação das capacidades individuais (VELARDI, 1997)]. • Para Velardi (1997, p.157-158): É preciso que os alunos compreendam a lógica e a relação entre as atividades exploradas, propostas, demonstradas e discutidas para que o conteúdo faça sentido. A aula deve ser encerrada não como resposta única sobre o que foi feito (conceito cotidiano), mas como e porque foi executado (conceito científico). DESENVOLVIMENTO DA AULA • Desde o início, a aula deve despertar e estimular os sentidos. O aquecimento é o momento ótimo para atingir este objetivo, pois além de preparar o organismo para a atividade física, introduz o praticante no universo que será criado ao longo da aula. • Podem ser utilizados brincadeiras e jogos, além de corridas (de frente, de costas, de ambos os lados, em giro, em um pé só, e assim por diante) e exercícios de quadrupedia (explorando-se todas as posições e direções possíveis). Podemos trabalhar também exercícios de balé (saltos, giros e exercícios de coordenação) e saltos ginásticos. • A parte principal é composta de acordo com o planejamento do profissional, e deve ser precedido de um aquecimento adequado ao conteúdo da aula. • Por último, mas não menos importante, ocorre a volta à calma, quando poderão ser desenvolvidos exercíciospara alongamento e relaxamento. ORIENTATIVO DO IA2: • Para isso, vamos elaborar e apresentar uma metodologia de ensino voltado para o trabalho de iniciação na Ginástica Artística. Nessa atividade, é importante que seja apresentado uma proposta progressiva de aprendizagem. Para isso você irá: • -Escolher um dos aparelhos da GA • -Definir um movimento, uma ação a ser ensinada/desenvolvida no ginasta • -Este movimento deve dar base para o trabalho a ser desenvolvido no respectivo aparelho futuramente • -Você vai apresentar, tanto no modo expositivo quanto demonstrativo, uma sequência metodológica ao qual vai propor ao seu ginasta, definindo sua atividade em parte inicial, parte principal e parte final para que ele consiga executar corretamente o movimento definido pelo grupo. • -Utilizem os livros: Programas de Exercícios Obrigatórios – Feminino e Masculino para ajudá-los na escolha e sistematização da atividade. • -Este IA será apresentado na próxima quinta-feira (20/05), no salão de Ginástica em Aula Prática.
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