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FC, PA e duplo produto para o treino de força

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Tiago Costa Leite e Paulo de Tarso Veras Farinatti
Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Correspondência concernente ao processo de publicação deve ser
enviada a Paulo TV Farinatti.
Endereço: Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde, Instituto
de Educação Física e Desportos/UERJ. Rua São Francisco Xavier 524,
sala 8133 Bloco F, Maracanã, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 20550-013.
E-mail: FARINATT@UERJ.BR. Fax: (021) 2587-7862.
Resumo
PRESSUSPOSTOS: O duplo-produto (DP)
é considerado bom indicador da sobrecarga
cardíaca em exercícios de força. Informações
sobre seu perfil em diferentes situações de trei-
namento podem ser importantes para aumen-
tar a segurança dos programas. OBJETIVO:
Comparar os valores de freqüência cardíaca
(FC), pressão arterial sistólica (PAS) e duplo-
produto (DP) durante diferentes exercícios re-
sistidos em grupamentos musculares seme-
lhantes. METODOLOGIA: Realizaram-se tes-
tes de 12 repetições máximas (12RM) - Leg
Press, Extensão de Joelhos, Flexão de Joe-
lhos em Pé e Deitado, Tríceps no Pulley e Fran-
cês, Rosca Bíceps Direta e Alternada. A aferi-
Estudo da freqüência cardíaca,
pressão arterial e duplo-produto
em exercícios resistidos diversos para
grupamentos musculares semelhantes
Physical Activity and Health Promotion Laboratory
Rio de Janeiro State University
Correspondence concerning this publication should be addressed to:
Paulo TV Farinatti
Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde
Instituto de Educação Física e Desportos/UERJ
Rua São Francisco Xavier 524 Sala 8133 Bloco F - Maracanã
CEP: 20550-013 , Rio de Janeiro, RJ Brazil
E-mail: FARINATT@UERJ.BR. Fax: (021) 2587-7862.
Abstract
BACKGROUND: Rate-pressure product
(RPP) is considered a good indicator of
cardiac overload during strength exercises.
Information about RPP in the context of
different exercises can be useful to the
enhancement of training safety. PURPOSE:
To compare the values of heart rate (HR),
systolic blood pressure (SBP) and rate-
pressure product (RP) during different
resistive dynamic exercises. In similar
muscle group METHODOLOGY: Twelve
maximum repetitions (12 RM) tests were
performed for the following exercises: Leg
Press, Leg Extension, Standing Leg Curl, Leg
Curl, Cable Kneeling Triceps Extension,
Heart rate, systolic blood
pressure and rate pressure product
in different resistive exercises for similar
muscle groups
Tiago Costa Leite e Paulo de Tarso Veras Farinatti
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ção da FC e PA foi realizada entre a
antepenúltima e a última repetições de cada
série, com auxílio de cardiofreqüencímetro e
esfigmomanômetro aneróide. Os dados para
cada par de exercícios para um mesmo
grupamento muscular foram comparados atra-
vés do teste t-Student emparelhado, a fim de
definir tendências de comportamento para FC,
PAS e DP. RESULTADOS: Exercícios com 12
RM, na musculatura posterior de coxa, tríceps
e bíceps braquial, apresentaram DP, FC e PAS
semelhantes, ao contrário dos exercícios para
o quadríceps. Nestes, DP e FC foram 10% mai-
ores na Extensão de Joelhos que no Leg Press
(p<0,05). CONCLUSÕES E RECOMENDA-
ÇÕES: Em alguns grupamentos musculares,
exercícios diferentes podem ter repercussão
cardiovascular diversa, o que poderia ser con-
siderado na elaboração de programas de trei-
namento para indivíduos com risco de
intercorrência cardiovascular. Estudos adicio-
nais, envolvendo outros exercícios e números
diferentes de repetições máximas, bem como
controlando variáveis potencialmente
intervenientes (idade, massa muscular, sexo)
devem ser conduzidos para ratificação desta
possibilidade.
Palavras Chaves: duplo-produto, força
muscular, fisiologia cardiovascular, treinamen-
to, exercício.
1) Introdução
A aceitação do treinamento com pesos como
uma opção em programas de atividades físicas
vem aumentando progressivamente, devido ao
acúmulo de estudos demonstrando os benefícios
e segurança de sua aplicação em diversos con-
textos (Fiatarone et al., 1990; Verril, Ribisl, 1996;
Pollock et al., 2000). Apesar disso, é preciso cer-
car-se de precauções para incrementar tanto quan-
to possível a segurança desta prática – a
quantificação da sobrecarga cardiovascular as-
sociada ao exercício é uma das estratégias de que
se lança mão neste sentido. As variáveis mais
Unilateral Triceps Curl, Biceps Curl, and
Unilateral Biceps Curl. HR and SBP were
measured in between the two last repetitions
of each series, with a cardiotachometer and
an aneroid sphygmomanometer. Data
obtained for each pair of exercises involving
the same muscle groups were compared
using the Student t-Test, in order to deter-
mine trends in the behavior of HR, SBP, and
RPP. RESULTS: 12 RM exercises focused on
the posterior thigh muscle, brachial triceps
and brachial biceps have presented similar
HR, SBP, and RPP responses, contrarily
from the exercises focused on the
quadriceps. HR and RPP were 10% higher
for the leg extension than for the leg press
(p<0.05). CONCLUSIONS AND
RECOMMENDATIONS: Different exercises
focused on similar muscle groups can be
related to different cardiovascular
responses, and this should be taken into
account in the design of weight training
programs for at-risk populations. Further
studies, covering other exercises and loads,
as well controlling possible intervenient
variables (age, muscle mass, sex) should be
conducted in order to confirm this
possibility.
Keywords: rate-pressure product, muscle
strength, cardiovascular physiology,
exercise, training.
1) Introduction
Weight training as an option in physical
activity programs is increasingly accepted,
owing to a number of studies demonstrating
the benefits and safety of its use in various
situations (Fiatarone et al., 1990; Verril,
Ribisl, 1996; Pollock et al., 2000). Despite
this, some precautions must be taken in order
to improve weight-training safety as much
as possible. Quantifying the cardiovascular
overload associated with exercise is a
strategy to be adopted. The variables most
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freqüentemente utilizadas para controlar a inten-
sidade do exercício em termos cardiovasculares
são a freqüência cardíaca (FC) e a pressão arterial
(PA). Todavia, um terceiro parâmetro revela-se
igualmente útil, ainda que pouco utilizado no
âmbito do treinamento da força - o duplo-produ-
to (DP), definido pelo produto entre FC e pressão
arterial sistólica. Trata de um método não invasivo,
cuja correlação com o consumo de oxigênio
miocárdico (MVO
2
) faz com que seja tido como o
mais fidedigno indicador do trabalho do coração
durante esforços físicos contínuos de natureza
aeróbia (Gobel et al.,1999). A correlação com o
MVO
2
 perde força em atividades descontínuas e
localizadas, como é o caso do treinamento com
pesos. Isso não impede, porém, que o DP tenha
valor na apreciação da sobrecarga imposta ao
músculo cardíaco: seja qual for o prisma pelo
qual se examina o assunto, valores mais elevados
de DP no exercício indicam maiores freqüência
cardíaca, volume sistólico, débito cardíaco e, em
alguns casos, resistência sistêmica. Assim, não é
de estranhar que o DP seja considerado por agên-
cias como o American College of Sports Medicine
(ACSM, 2000) como um bom parâmetro para
balizar a sobrecarga cardíaca associada a progra-
mas de treinamento com pesos.
Há carência de informações sobre a relação entre
DP e exercícios resistidos de naturezas diversas.
Os estudos, em sua maioria, comparam respostas
frente a exercícios estáticos e aeróbios, em gru-
pos de atletas e coronariopatas (Wilke et al., 1985;
Blumenthal et al., 1988; Micheletti et al., 1990;
Polonetskii et al., 1991; Boutcher, Stocker, 1999).
São raros os estudos que se propõem a descrevê-
lo em situações reais de prescrição de exercício,
como encontradas em ambientes como clubes
ou academias, em populações não-atléticas. Por
outro lado, oconhecimento do perfil de sobrecar-
ga cardíaca, imposto por exercícios diferentes,
poderia auxiliar na escolha daqueles com menor
impacto, principalmente quando se lida com
populações de risco. Um dos aspectos que
poderia ser analisado, por exemplo, é a possi-
bilidade de exercícios diversos para
often used to control exercise cardiovascular
overload are heart rate (HR) and systolic
blood pressure (SBP). Nevertheless, a third
parameter has revealed itself equally useful,
but has not yet been widely used in strength
training – the rate-pressure product (RPP),
defined as the product of HR and systolic
blood pressure. RPP is a non-invasive
method whose correlation with myocardial
oxygen consumption (MVO
2
) transforms into
the trustworthiest indicator of effort
expended by the heart during sustained
efforts of aerobic nature (Gobel et al., 1999).
The correlation with MVO
2
 is less strong in
the case of discontinuous and localized
activities, such as weight training. However,
this does not prevent RPP from contributing
to the evaluation of the overload imposed
on the cardiac muscle. Regardless of the
approach, higher RPP values during
exercise indicate higher heart rate, stroke
volume, cardiac output and, in some cases,
systemic resistance. Thus, it is not surprising
that agencies such as the American College
of Sports Medicine (ACSM, 2000) consider
RPP a good parameter for inferring cardiac
overload associated with weight training
programs.
Information is lacking on the relationship
between RPP and resistive exercises of
various kinds. Most studies compare the
responses of athletes with responses of
patients with coronary heart diseases to
static and aerobic exercises (Wilke et al.,
1985; Blumenthal et al., 1988; Micheletti
et al., 1990; Polonetskii et al., 1991;
Boutcher, Stocker, 1999). It is rare to find
studies that aim at describing RPP in the
context of real exercise prescription such
as those found in clubs and gyms, involving
non-athlete populations. On the other hand,
knowledge of the cardiac overload profile
imposed by different exercises could assist
in the selection of those with less impact,
especially in the case of at-risk populations.
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grupamentos musculares semelhantes estarem
relacionados a respostas agudas
cardiovasculares discrepantes. Não foi possí-
vel localizar na literatura estudos com esta pre-
ocupação. Assim, o objetivo do presente estu-
do foi comparar, em grupamentos musculares
semelhantes submetidos a exercícios contra-
resistência diferentes e mesma carga relativa,
as respostas agudas de freqüência cardíaca
(FC), pressão arterial (PA) e duplo-produto
(DP).
2) Material e Métodos
A amostra foi constituída por 13 voluntá-
rios, homens, com idades entre 21 e 31 anos
(média=24±3 anos), com pouca experiência
no treinamento contra-resistência. Após exa-
me clínico, adotaram-se como critérios de
exclusão os seguintes aspectos: a) quadro
de problemas cardiovasculares, respiratóri-
os, metabólicos ou locomotores que pudes-
sem afetar a condução das atividades; b) uti-
lização de medicamentos que pudessem al-
terar as respostas fisiológicas durante os tes-
tes. Todos os participantes assinaram termo
de consentimento pós-informado, conforme
as recomendações da Resolução 196/96 do
Conselho Nacional da Saúde
A coleta de dados consistiu em testes de
força de quatro grupamentos musculares di-
ferentes, a saber: quadríceps femoral, poste-
rior de coxa, tríceps e bíceps braquial. Os
testes foram realizados em dois dias, confor-
me protocolo experimental descrito a seguir.
Os testes de força foram realizados com 12
RM (doze repetições máximas). Os testes de
força foram realizados em exercícios seleci-
onados em razão de não serem de execução
difícil, em termos motores e coordenativos.
Além disso, de certa forma, não constituem
movimentos estranhos à maioria das pesso-
as. O exercícios adotados foram os seguin-
tes:
One of the aspects that could be analyzed,
for instance, is the possibili ty that
different exercises focused on similar
muscle groups are related to discrepant
acute cardiac responses. It was not
possible to find studies that focused on
such concerns. Thus, the purpose of this
study was to compare acute heart rate
(HR), systolic blood pressure (SBP) and
rate-pressure product (RPP) responses to
different resistive exercises performed by
similar muscle groups and with the same
relative load.
2) Material and Methods
The sample consisted of 13 male
volunteers, with ages ranging from 21 to
31 years-old (mean=24±3 years), and
with little experience in resistive training.
After a clinical exam, the aspects adopted
as exclusion criteria were: a)
cardiovascular, respiratory, metabolic or
locomotion problems that could affect the
exercises execution, and b) use of drugs
that could alter physiological responses
during the tests. All participants signed a
post-informed term of consent, as
recommended by the Resolution 196/96 of
the National Council of Health.
Data collection consisted of strength
tests focused on four different muscle
groups: quadriceps, posterior thigh
muscle, brachial triceps and brachial
biceps. Tests were held during two days,
according to the following experimental
protocol: 12 RM (twelve maximum
repetitions) strength tests were performed
for exercises selected for their low level
of difficulty with respect to motor skills
and coordination. Furthermore, the
exercises selected involved movements
with which most people would be famili-
ar:
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Membros Inferiores:
1) Leg Press Horizontal Simultâneo (Banco 1)
Technogym (Itália)– LPr
2) Extensão de Joelhos (Leg Extension) Simul-
tânea Technogym (Itália) - LExt
3) Flexão de Joelhos em Pé (Standing Leg Curl)
Unilateral Technogym (Itália) - FJU
4) Flexão de Joelhos (Leg Curl) Simultânea
Technogym (Itália) - FJS
Membros Superiores:
1) Rosca Tríceps no Pulley Simultâneo
Technogym (Itália) - TrP
2) Rosca Tríceps ́ Francês´ Unilateral - TrF
3) Rosca Bíceps Direta Simultânea - BiRD
4) Rosca Bíceps Alternada Unilateral no Ban-
co - BiRA
2.1) Descrição dos exercícios
A) Leg Press Horizontal Simultâneo (LPr) –
com o banco em uma angulação em torno de 20
graus, o indivíduo assumia a posição sentada,
com os pés posicionados entre si a uma distância
aproximadamente igual àquela dos ombros. As
pernas formavam um ângulo de aproximadamen-
te 90 graus com as coxas. O indivíduo realizava
uma extensão da articulação coxofemoral e do
joelho, retornando à posição inicial para uma
nova repetição.
B) Extensão de Joelhos Simultânea (LExt) –
o indivíduo, sentado no aparelho (cadeira
extensora), executava uma extensão dos dois jo-
elhos, simultaneamente.
C) Flexão de Joelhos em Pé Unilateral (FJU)
– o indivíduo assumia a posição de pé, de frente
para o aparelho, com uma leve flexão anterior do
tronco. O rolo que foi mobilizado foi posicionado
próximo à parte distal posterior de uma das per-
nas. Durante a execução do movimento, foi reali-
zada uma flexão de joelho até que a perna for-
masse um ângulo em torno de 90 graus com a
coxa, retornado-a então à posição inicial. Após
execução de todas as repetições por uma das per-
Inferior Members :
1) Horizontal Simultaneous Leg Press
(leg press 1), Technogym (Italy) — LPr
2) Leg Extension, Technogym (Italy) —
LExt
3) Standing Unilateral Leg Curl,
Technogym (Italy) — FJU
4) Bilateral Leg Curl, Technogym (Italy)
— FJS
Superior Members:
1) Cable Kneeling Triceps Extension,
Technogym (Italy) - TrP
2) Unilateral Triceps Curl — TrF
3) Biceps Curl — BiRD
4) Unilateral Biceps Curl — BiRA
2.1) Exercise description
A) Leg Press (LPr) – Subjects sat on a
bench inclined at a 20o angle, keeping
their feet a shoulder’s width apart and
their legs flexed at a 90o angle. They
extended their thigh-femoral and knee
articulations and then returned to the
initial position for a new repetition.
B) Leg Extension (LExt) – Subjects sat
on the equipment(leg extension machine)
and simultaneously extended both legs.
C) Standing Leg Curl (FJU) – Subjects
stood before the equipment with their
bodies inclined slightly forward. They
positioned the lever pad against the pos-
terior distal part of one of their legs. They
executed the movement by flexing the leg
to a 90o angle and returning it to the
initial position. After all repetitions had
been performed with the first leg, the cycle
was repeated with the opposite leg.
D) Leg Curl (FJS) – Subjects were in
ventral decubitus position, with the lever
pad against the posterior distal part of
both legs, which they flexed to a 90o angle.
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nas, reiniciava-se o ciclo com a perna que estava
em repouso.
D) Flexão de Joelhos Simultânea (FJS) – em
decúbito ventral, com o rolo localizado na parte
distal posterior de ambas as pernas, o indivíduo
realizava uma flexão de joelho até atingir um
ângulo de cerca de 90 graus entre a perna e a
coxa.
E) Rosca Tríceps no Pulley (TrP) – o indiví-
duo, em pé, face ao aparelho, com os dois cotove-
los flexionados próximos ao corpo, realizava uma
extensão completa de ambos os cotovelos. O
posicionamento das mãos no aparelho feito com
o antebraço em pronação.
F) Rosca Tríceps ´Francês´ (TrF) – o
indivíduo, em pé, um dos braços estendido acima
da cabeça com o cotovelo flexionado, sustentava
o halter, de modo que este se situava atrás de sua
cabeça. Para uma menor sobrecarga na coluna, a
perna contra-lateral foi posicionada à frente do
corpo durante a execução do exercício, que
consistia na extensão completa do cotovelo. Após
a realização de todas as repetições com um dos
braços, passava-se a trabalhar o braço que estava
em repouso, com a inversão da posição das pernas.
G) Rosca Bíceps Direta (BiRD) – o indivíduo,
em pé, segurava uma barra longa (reta) na posi-
ção supinada, as mãos posicionadas a uma dis-
tância aproximadamente igual à distância entre
os ombros, inicialmente com os cotovelos esten-
didos. A partir daí, realizava uma flexão comple-
ta dos cotovelos, aproximando a barra do tronco.
H) Rosca Bíceps Alternada (BiRA) – o indiví-
duo sentava em um banco que permitia uma in-
clinação posterior do tronco em cerca de 15 graus,
os pés apoiados no chão ou em apoio, dependen-
do da altura do indivíduo. Os cotovelos eram
mantidos estendidos, segurando-se um halter de
barra curta em cada uma das mãos, com o ante-
braço em posição supinada. A seguir, realizava-se
uma flexão completa de cotovelos,
alternadamente em um dos lados. O antebraço
permanecia na posição supinada em toda a am-
plitude de movimento.
E) Cable Kneeling Triceps Extension
(TrP) – The subjects stood in front of the
equipment with both elbows flexed close
to the body, and then completely extended
both of them, grasping the cable bars with
forearms in prone position.
F) Unilateral Triceps Curl (TrF) –
Subjects stood with an arm extended
above their head and, with flexed elbow,
held a dumbbell behind their head. In
order to reduce the load on the vertebral
column, the opposite leg was positioned
ahead of the body during the execution of
the exercise, which consisted of a comple-
te elbow extension. After all repetitions
had been performed by one arm, the
resting arm resumed work, with the legs
exchanging positions.
G) Biceps Curl (BiRD) – Subjects stood
and held a long (straight) bar in supine
position, with hands a shoulder’s width
apart. Elbows were initially extended, and
then were completely flexed, bringing the
bar next to the body.
H) Unilateral Biceps Curl (BiRA) –
Subjects sat on the chair, which allowed
them a 15o backward body inclination,
keeping their feet on the floor or on a
support, depending on their height.
Elbows were kept extended, and each
hand held a short-bar dumbbell with
forearms in supine position. Then, com-
plete alternate elbow flexion was
executed. During the entire amplitude of
movement, the forearm was kept in supine
position.
For safety’s sake, all the tests were
monitored for proper technique. For the
same reason, the Valsalva maneuver was
not permitted. After arriving at the test
site, subjects remained seated, at rest, for
5 minutes, so that heart rate and blood
pressure values could stabilize. After that,
12 RM tests were performed for all
exercises. For the 12 RMs, a progression
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Todos os testes foram supervisionados quanto
à técnica de execução, para efeito de segurança.
Da mesma forma, não foi permitida manobra de
Valsalva. O indivíduo, ao chegar no local do tes-
te, ficava 5 minutos em repouso, na posição sen-
tada, a fim de permitir a estabilização dos valores
de freqüência cardíaca e pressão arterial. Em se-
guida realizavam–se os testes de 12 RM em to-
dos os exercícios. No teste de 12 RM foi utilizada
uma progressão de cargas, partindo-se de pesos
mais leves para os mais pesados. O teste necessi-
tava de contração muscular máxima, a fim de
delimitar o peso correto. Por isso, o aumento
gradativo foi adotado para minimizar o risco de
lesões. Após a determinação das cargas, o proto-
colo de teste foi aplicado em uma segunda visita.
Em todos os casos, foram feitas duas séries de
cada movimento, com intervalo de descanso de
10 minutos entre elas. Deve-se notar, enfim, que
um melhor desempenho na segunda série pode-
ria ocorrer em função de efeito de aprendizagem
do teste. Desse modo, foram analisados apenas os
dados obtidos na segunda tentativa de execução,
em todos os exercícios.
 Para aferição da freqüência cardíaca e da pres-
são arterial, levou–se em conta que as respostas
de pico provavelmente ocorrem durante as últi-
mas repetições de uma série, até a falha concêntri-
ca voluntária, sendo maiores durante as séries com
cargas submáximas do que durante séries de 1
RM (Mac Dougall et al., 1985; Sale et al., 1994).
Assim, os parâmetros foram medidos entre a
antepenúltima e a última repetições de cada
série.As medidas foram feitas com auxílio do
freqüencímetro da Polar modelo S510 (Finlân-
dia) e de um esfigmomanômetro aneróide (Tycos-
EUA), sempre no braço que executava o exercí-
cio. No caso dos membros superiores, o
esfigmomanômetro era desinflado entre a penúl-
tima e última repetição, a medida sendo anotada
o mais coincidentemente possível com o final do
exercício. Os resultados de cada teste foram ano-
tados em fichas individuais. As variáveis obser-
vadas foram: FC repouso, FC máxima, PA repou-
so, FC, PA e DP em 12RM (1ª e 2ª tentativas).
from lighter to heavier loads was
followed. The test required a maximum
muscular contraction in order to determi-
ne the correct weight. For this reason, a
gradual increase was adopted, in order
to minimize the risk of injuries. After load
determination, the test protocol was
applied during a second visit. In all ca-
ses, two series of each movement were
performed, with a 10-minute rest interval
between them. Therefore, a better
performance in the second series could
occur, due to the learning effect. For this
reason, only data obtained in the second
trials were analyzed.
For heart rate and blood pressure
assessment, i t was taken into
consideration that peak responses
probably occur during the last repetitions
of a series to the point of voluntary
concentric failure, and are stronger
during the series with sub-maximum loads
than during the 1 RM series (Mac Dougall
et al., 1985; Sale et al., 1994). Thus,
parameters were assessed in between the
two last repetitions of each series, using
a cardio-tachometer (Polar S510,
Finland) and an aneroid
sphygmomanometer (Tycos, USA) on the
arm executing the exercise. For the supe-
rior members, the sphygmomanometer was
deflated in between the two last
repetitions, and scores were recorded as
the exercise ended. Results of each test
were recorded in individual files. The
observed variables were the following:
HR at rest, maximum HR, SBP at rest, HR,
SBP and RPP at 12RMs (1st and 2nd trials).
Differences in the exercise situations
weretested through one-way variance
analysis techniques (ANOVA), followed by
Scheffé post-hoc verification. For type I
error (p<0.05), a significance level of 95%
was chosen.
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As diferenças entre as situações de exercício
foram testadas com auxílio de técnicas de Análi-
se de Variância (ANOVA) de uma entrada, segui-
das da verificação post-hoc de Scheffé. O nível
de significância escolhido foi de 95% para o erro
do tipo I (p<0,05).
3) Resultados
A estatística descritiva para as variáveis obser-
vadas encontra-se na Tabela 1. As Figuras 1, 2 e 3
exibem a evolução dos valores médios, desvio
padrão e erro padrão para a freqüência cardíaca,
pressão arterial sistólica e duplo-produto, nas si-
tuações de exercício observadas, além dos resul-
tados da ANOVA entre os pares de exercícios para
o mesmo grupamento muscular. Os resultados ob-
tidos para os valores absolutos e a evolução das
variáveis observadas nas situações de exercício
não se afastam do usualmente proposto na litera-
tura, o que parece confirmar a adequação da
metodologia adotada para a coleta de dados.
Levando-se em consideração a média de idade
dos participantes do estudo (24 anos), a FC máx
média esperada para o grupo seria de 196 bpm.
Durante os exercícios, então, as FC deveriam si-
tuar-se em torno de 137 bpm. Este valor foi infe-
rior à FC média obtida pelo grupo durante a con-
dução deste trabalho (151 bpm). Nos exercícios
que enfatizaram a musculatura anterior das coxas
– Leg Press (LPr) e extensão de joelhos (LExt) – o
valor médio ficou em 142 e 155 bpm, respectiva-
mente, enquanto nos exercícios para a muscula-
tura posterior de coxa – Standing Leg Curl (FJU)
e Leg Curl (FJS) – a FC média apresentou os valo-
res de 149 e 145 bpm. Nos exercícios para o tríceps
braquial – Tríceps no Pulley (TrP) e Tríceps Fran-
cês (TrF) – foram obtidos os valores médios de
148 e 153 bpm. Já nos exercícios para o bíceps
braquial – Rosca Direta (BiRD) e Rosca Alterna-
da (BiRA) – as respostas foram muito próximas,
de 157 e 158 bpm respectivamente (Tabela 1).
Diante desses valores, pode-se dizer que diferen-
tes exercícios contra-resistência, envolvendo os
mesmos grupamentos musculares, tendem a as-
3) Results
Statistics describing the variables
observed is found on Table 1. Figures 1, 2
and 3 show the evolution of average
values (mean), standard deviation, and
standard error for heart rate, systolic
blood pressure and rate-pressure product
in the situations observed, as well as the
ANOVA results for the pairs of exercises
focused on the same muscle group. Results
obtained for absolute values and the
evolution of the variables observed in
exercise situations do not range beyond
those normally reported in literature,
which seems to confirm the adequacy of
the methodology adopted for data
collection.
Given the mean age of the subjects (24
years), the maximum HR mean expected for
the group would be 196 bpm. During the
exercises, then, HR should be around 137
bpm. This value, however, is lower than
the mean HR achieved by the group during
this study (151 bpm). During the exercises
focused on the anterior thigh muscles —
Leg Press (LPr) and Leg Extension (LExt)
— the mean values were 142 and 155 bpm,
respectively, while during the exercises
focused on the posterior thigh muscles —
Standing Leg Curl (FJU) and Leg Curl
(FJS) — the mean HR values were 149 and
145 bpm. During the triceps exercises —
Cable Kneeling Triceps Extension (TrP)
and Unilateral Triceps Curl (TrF) — the
mean values were 148 and 153 bpm.
During the biceps exercises — Biceps Curl
(BiRD) and Unilateral Biceps Curl (BiRA)
— the responses were very similar: 157
and 158 bpm, respectively (Table 1). From
these values, it is possible to infer that
different resistive exercises involving the
same muscle groups tend to be associated
with similar heart rates. The exception
was the exercise focused on the anterior
thigh muscles, for there was significantly
higher HR response for Leg Extension
(LExt) than for Leg Press (LPr).
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0.65
0.011
0.027,6
0.47
0.041
0.008,9
7.4
2.8
6.897
/rPL-CF rPL-RH
/rPL-SAP rPL-PBS
/rPL-PD rPL-PPR
3.241
0.361
7.781,32
0.221
0.041
0.061,02
0.571
0.091
0.012,03
6.51
2.31
3.870,3
/txEL-CF txEL-RH
/txEL-SAP txEL-PBS
/txEL-PD txEL-PPR
5.551
9.661
2.909,52
0.621
0.041
0.024,12
0.681
0.081
0.026,13
8.81
8.11
9.453,3
/UJF-CF UJF-RH
/UJF-SAP UJF-PBS
/UJF-PD UJF-PPR
5.941
5.151
2.926,22
0.031
0.031
0.058,81
0.661
0.081
0.068,62
9.11
7.51
9.676,2
/SJF-CF SJF-RH
/SJF-SAP SJF-PBS
/SJF-PD SJF-PPR
6.541
7.741
0.044,12
0.521
0.021
0.009,81
0.861
0.071
0.088,62
0.41
3.21
9.091,2
/PrT-CF PrT-RH
/PrT-SAP PrT-PBS
/PrT-PD PrT-PPR
7.841
8.351
5.837,22
0.711
0.031
0.098,91
0.781
0.071
0.050,82
0.02
6.21
9.355,2
/FrT-CF FrT-RH
/FrT-SAP FrT-PBS
/FrT-PD FrT-PPR
1.351
5.841
5.117,22
0.231
0.031
0.088,91
0.081
0.061
0.086,72
7.71
9.9
3.438,2
/DRiB-CF DRiB-RH
/DRiB-SAP DRiB-PBS
/DRiB-PD DRiB-PPR
3.751
1.351
2.940,42
0.341
0.031
0.076,02
0.961
0.071
0.040,72
1.9
5.21
1.050,2
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/ARiB-SAP ARiB-PBS
/ARiB-PD ARiB-PPR
2.851
1.351
4.591,42
0.831
0.041
0.000,12
0.302
0.071
0.070,92
0.91
5.9
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39
Systolic blood pressure (SBP) increased
significantly in all exercises in
comparison to rest state. During the
exercises focused on the anterior thigh
muscles — Leg Press (LPr) and Leg
Extension (LExt) — mean SBP was 163.0
and 166.9 mmHg, respectively, while
during the exercises focused on the poste-
rior thigh muscles — Standing Leg Curl
(FJU) and Leg Curl (FJS) — the mean SBP
was 151.5 and 147.7 mmHg, respectively.
During the triceps exercises — Cable
Kneeling Triceps Extension (TrP) and Uni-
lateral Triceps Curl (TrF) — the mean
values were 153.8 and 148.5 mmHg,
respectively. During the biceps exercises
— Biceps Curl (BiRD) and Unilateral
Biceps Curl (BiRA) — responses were
identical at 153.1 mmHg. Thus, when
comparing data found during the
performance of exercises focused on the
same muscle groups (FJU vs FJS; TrP vs
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sociar-se a freqüências cardíacas semelhantes. A
exceção foi o exercício para a musculatura ante-
rior de coxa, uma vez que se obteve uma eleva-
ção significativamente maior na resposta da FC
para a Extensão de Joelhos (Lext) que para o Leg
Press (LPr).
Com respeito à pressão arterial sistólica (PAS),
observou-se sofreu aumento significativo em to-
dos os exercícios, em relação ao repouso. Nos
exercícios que enfatizaram a musculatura anteri-
or das coxas – Leg Press (LPr) e extensão de joe-
lhos (LExt) – o valor médio ficou em 163,0 e
166,9, mmHg respectivamente, enquanto nos
exercícios para a musculatura posterior de coxa –
Standing Leg Curl (FJU) e Leg Curl (FJS) – a PAS
média apresentou os valores de 151,5 e 147,7
mmHg respectivamente. Nos exercícios para o
tríceps braquial – Tríceps no Pulley (TrP) e Tríceps
Francês (TrF) – foram obtidos os valores médios
de 153,8 e 148,5 mmHg respectivamente. Já nos
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40
exercícios para o bíceps braquial – Rosca Direta
(BiRD) e Rosca Alternada (BiRA) – as respostas
foram iguais, 153,1 mmHg. Logo, comparando-
se os dados encontrados durante a execução de
exercícios que enfatizam os mesmos grupamentos
musculares (FJU x FJS; TrP x TrF; BiRD x BiRA;
LPr x LExt), pode-se dizer que a pressão arterial
sistólica tem seus valores aumentados, mas não
apresentam diferenças significativas entre si.
No repouso, o DP teve um valor médio de
8.142,3 enquanto nos exercícios que enfatizaram
a musculatura anterior das coxas, Leg Press (LPr)
e Leg Extension (LExt), seus valores médios situ-
aram-se, respectivamente, em 23.188 e 25.909.
Nas situações de exercício propostas, o compor-
tamento do DP pareceu ter sido mais influencia-
do pela FC. Assim, nos exercícios para a muscula-
tura posterior de coxa – FJU e FJS – o DP médio
apresentou valores de 22.629 e 21.440. Nos exer-
cícios para o tríceps braquial, Tríceps no Pulley
(TrP) e Tríceps Francês (TrF), obtiveram-se os
valores médios de 22.739 e 22.712. Enfim, nos
exercícios para o bíceps braquial - Rosca Direta
(BiRD) e Rosca Alternada (BiRA) – foram en-
contrados valores de 24.049 e 24.195.
4) Discussão
Antes de passar à discussão dos resultados,
deve-se tecer alguns comentários sobre as limita-
ções dos métodos adotados. A primeira observa-
ção que se poderia fazer diz respeito à medida da
PA através do método auscultatório. Uma das crí-
ticas óbvias que surge é a possibilidade de se ter
subestimado os valores de pressão, considerando
a precisão de métodos invasivos como o
cateterismo intra-arterial. É claro que os valores
absolutos de PA fornecidos por técnicas invasivas
são mais confiáveis e válidos. No entanto, deve-
se lembrar que o estudo foi realizado em indiví-
duos saudáveis – sendo o cateterismo um proce-
dimento invasivo (podendo mesmo ser conside-
rado cirúrgico), reveste-se de riscos consideráveis
para os voluntários (dor, espasmo arterial, trom-
bose, estenose, síncope vaso-vagal, hemorragia
TrF; BiRD vs BiRA; LPr vs LExt), it is
possible to say that values of systolic
blood pressure increase, but do not differ
significantly from each other.
At rest, RPP presented a mean value of
8,142.3, while during the exercises
focused on the anterior thigh muscles —
Leg Press (LPr) and Leg Extension (Lext)
— it was 23,188 and 25,909, respectively.
During the proposed exercise situations,
RPP behavior seems to have been
influenced mostly by the HR. Thus, during
the exercises focused on the posterior
thigh muscles – FJU and FJS – the mean
RPP values were 22,629 and 21,440.
During the triceps exercises — Cable
Kneeling Triceps Extension (TrP) and Uni-
lateral Triceps Curl (TrF) — the mean
values were 22,739 and 22,712. Finally,
during the biceps exercises — Biceps Curl
(BiRD) and Unilateral Biceps Curl (BiRA)
— the values were 24,049 and 24,195.
4) Discussion
Before passing on to the discussion of
results, some comments concerning the
limitations of the methods adopted must
be made. The first observation is related
to the SBP assessment using the
auscultation method. An obvious criticism
that might arise is that this method
underestimates blood pressure values, in
comparison to the precision of invasive
methods such as venous catheterization.
Of course, SBP absolute values obtained
by means of invasive techniques are more
trustworthy and valid. Nonetheless, this
study has been carried out with healthy
subjects and, considering that
catheterization is an invasive procedure
(which could even be considered surgical),
it would represent considerable risk for
the volunteers (pain, artery spasm,
thrombosis, stenosis, vasovagal syncope,
hemorrhage, etc.). For this reason, there
are those who argue that the application
of this type of procedure on healthy
subjects exceeds the ethical limits of
scientific investigation (Perloff et al.,
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41
1993). It should be noted, moreover, that
some studies question the applicability of
invasive methods to the quantification of
systemic pressure (used for RPP
determination), given that they are
extremely more sensitive to pressure pul-
ses during activity than to the detection
of flow (Murray, Gorven, 1991). On the
other hand, it is necessary to acknowledge
that assessment through the auscultation
method tends to underestimate the
absolute values of pressure during
exercise. However, in more intense
exercises, the comparison with values
obtained through the auscultation method
shows that the relationship tends to be
maintained, according to the results of
previous studies (Murray, Gorven, 1991;
Raffery, 1991; Jürimäe et al., 2000). That
is, considering that the tendency to
underestimate is systematic, the
association of a given activity with higher
or lower values for systemic blood
pressure can be detected. This seems
adequate for the present study.
Literature includes several studies on
acute cardiovascular responses during
physical exercise. Micheletti et al. (1990)
evaluated the cardiac effects (HR, SBP
and RPP) of isometric muscular
contraction up to exhaustion (60% of
maximum voluntary contraction) in
athletes trained in endurance and
weightli f t ing, and in sedentary and
hypertensive individuals, demonstrating
that resistive training may influence the
rate-pressure product itself, tending to
attenuate it for the same workload.
Results indicated that heart rate and
systolic blood pressure increase in static
and dynamic exercises in all groups, but
when compared to the absolute values, the
rate-pressure product of the poorly
conditioned was higher for the same load.
In the present study, heart rate behaved
slightly differently than reported by other
studies involving resistive exercises:
usually, values do not surpass 70% of
maximum heart rate (Effron, 1989).
etc.). Por isso, existem posicionamentos sugerin-
do que a aplicação desse tipo de procedimento
em indivíduos saudáveis extrapolaria os limites
éticos da investigação científica (Perloff et al.,
1993). Deve-se notar, ainda, que alguns estudos
questionam a aplicabilidade dos métodos
invasivos em quantificar a pressão sistêmica (usada
na determinação do DP), uma vez extremamente
sensíveis aos pulsos de pressão durante a ativida-
de, e menos à detecção do fluxo (Murray, Gorven,
1991). Por outro lado, deve-se reconhecer que a
medida pelo método auscultatório tende a subes-
timar os valores absolutos da pressão durante os
exercícios – contudo, em exercícios mais inten-
sos, comparando-se valores obtidos pelo método
auscultatório, a relação entre eles tende a ser
mantida, conforme apontado em alguns estudos
prévios (Murray, Gorven, 1991; Raffery, 1991;
Jürimäe et al., 2000). Ou seja, considerando que a
tendência de subestimação ocorre de forma siste-
mática, a associação de uma atividade com maio-
res ou menores valores de pressão pode ser detec-
tada. Para as finalidades deste estudoisso parece
ser suficiente.
A literatura é rica em estudos sobre as respostas
cardiovasculares agudas durante os exercícios
físicos. Micheletti et al. (1990), avaliando os efei-
tos cardíacos (FC, PA e DP) de uma contração
muscular isométrica até a exaustão (60% da con-
tração voluntária máxima) em atletas de
endurance e levantadores de peso treinados, se-
dentários e hipertensos, demonstraram que o trei-
namento contra-resistência pode ter repercussões
sobre o próprio duplo-produto, tendendo a atenuá-
lo para uma mesma carga de trabalho. Os resulta-
dos indicaram uma elevação da freqüência cardí-
aca e da pressão arterial sistólica em exercícios
estáticos e dinâmicos em todos os grupos mas,
quando comparados os valores absolutos, o du-
plo-produto dos menos condicionados foi maior
para uma mesma carga.
No presente estudo, a freqüência cardíaca teve
comportamento ligeiramente diferente do relata-
do em outros estudos envolvendo exercícios con-
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42
However, it should be noted that maximum
heart rate can induce errors of up to 20
bpm above or below (Monteiro, 1997).
Another important consideration is that
the subjects of this study were not trained
in resistive exercises. Thus, higher heart
rate responses could be expected, since,
according to Fleck and Dean (1987),
trained men present lower heart rate
responses during training than men who
are sedentary or have little experience in
strength training. On the other hand,
MacDougall et al. (1985) report that the
total heart rate increase during resistive
training can be very high, reaching 170
bpm in controlled situations. Despite the
reservations that could be expressed
concerning to the differences in load
between the present study (95% de 1RM)
and the study by Fleck and Dean (1987),
the authors suggest that similar values
could occur with lower loads, such as
those applied here.
The contribution of the present study
consists in its analysis of cardiac demand
in a population of non-athletic
individuals not presenting cardiovascular
ailments, in situations very similar to
those found in exercise prescription
centers, such as gyms and clinics.
Situations most commonly found in the
design of muscular strength development
programs were reproduced here as much
as possible. Strength training programs
were analyzed with respect to loads and
number of repetitions. Never were the
subjects submitted to artificial voluntary
fatigue situations, which themselves have
implications on heart rate and blood
pressure.
However, the methods used in the
present study are not free from limitations.
First, the sample was not randomized. We
can characterize i t as a convenient
sample, since the group was chosen
according to the exclusion criteria
mentioned above and according to
accessibility to the researcher. For this
reason, care must be taken in generalizing
tra-resistência – usualmente, os valores não ultra-
passam os 70% da freqüência cardíaca máxima
(Effron, 1989). Contudo, deve-se notar que a FC
máx estimada pode induzir a erros de até 20
batimentos, tanto para baixo como para cima
(Monteiro, 1997). Outro ponto que devemos des-
tacar é que o grupo que participou deste estudo
não era treinado em exercícios contra-resistência.
Assim, poder-se-iam esperar respostas de freqüên-
cia cardíaca mais altas pois, segundo Fleck e Dean
(1987), homens treinados possuem respostas da
freqüência cardíaca menores durante o treinamen-
to do que os sedentários ou com pouca experiên-
cia em treinamento de força. Por outro lado,
MacDougall et al. (1985) citam que o aumento
total da freqüência cardíaca pode ser grande du-
rante o treinamento contra-resistência, chegando
a níveis de 170 bpm em situações controladas.
Apesar das ressalvas que poderiam ser feitas em
relação às diferenças de carga entre este estudo
(95% de 1RM) e o de Fleck e Dean (1987), os
autores sugerem que resultados não longe destes
valores poderiam ocorrer com cargas menores,
como as aqui aplicadas.
A contribuição do presente estudo consiste em
analisar a solicitação cardíaca em uma popula-
ção de indivíduos não-atléticos, mas que tam-
bém não exibiam quadro de comprometimento
cardiovascular, em situações muito próximas das
encontradas em centros de prescrição de exercí-
cio, como academias e clínicas. Procurou-se re-
produzir as situações mais comumente
identificadas quando do planejamento de pro-
gramas de desenvolvimento da força muscular - o
treinamento da força foi analisado em cargas e
repetições iguais porém em exercícios diferentes.
Em nenhum dos casos, os indivíduos foram sub-
metidos a situações artificiais de fadiga voluntá-
ria, que por si sós têm implicações sobre a fre-
qüência cardíaca e a pressão arterial.
No entanto, o estudo não está livre de limita-
ções em seu método. Em primeiro lugar, deve-
mos lembrar que a amostra não foi randomizada
– podemos caracterizá-la como de conveniência,
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43
pois o grupo foi escolhido segundo os critérios
de exclusão já citados e pela facilidade de acesso
do pesquisador. Por isso, toda generalização de
nossos resultados deve ser vista com cuidado.
Outro risco concerne à possibilidade de erro sis-
temático da medida da pressão arterial, já que a
mesma foi sempre realizada por único avaliador.
Finalmente, não controlou-se o tempo de tensão
muscular durante o exercício. MacDougall et. al.
(1985), Fleck e Dean (1987) e Sale et. al. (1994)
citam que o DP tende a aumentar em função do
tempo total da atividade para uma mesma carga
de trabalho, de forma diretamente proporcional.
Assim, o seus valores seriam mais sensíveis ao
tempo de tensão do que à própria carga mobiliza-
da. De fato, cargas máximas ou próximas das
máximas, ao contrário das submáximas, são pro-
vavelmente insuficientes em duração para per-
mitir que todos os fatores contribuam para um
aumento do duplo-produto; por isso tendem a
apresentar um duplo-produto reduzido. Por ou-
tro lado, cargas muito leves também não se asso-
ciam a aumentos importantes do DP, apesar de
um tempo de duração do exercício maior. Ora,
quando se afirma que foram executadas 10 RM
de um exercício qualquer, o elemento que influ-
encia nas respostas agudas à atividade, assumin-
do-se cargas similares, é exatamente o tempo de
tensão (em outras palavras, o músculo ‘não sabe
contar...’). Aspectos como o padrão, amplitude de
movimento, a biomecânica do aparelho, entre
outros, poderiam afetar de forma significativa o
tempo total de tensão muscular. Logo, uma hipó-
tese para o menor DP observado durante a execu-
ção do Leg Press, poderia residir em um possível
menor tempo de execução durante o mesmo.
Como dito, apesar de reconhecer que esta variá-
vel está estreitamente associada com a elevação
do DP, o presente estudo não a controlou. A preo-
cupação foi, antes, analisar situações reais de exe-
cução dos exercícios selecionados. Desse modo,
se é verdade que o tempo de execução de um
exercício é diferente do outro para um mesmo
número de repetições, assumiu-se que isso seria
the results. Another risk has to do with
the possibility of systematic error in the
assessment of blood pressure, since a
single evaluator performed the
assessment. Finally, the duration of mus-
cular tension in exercise was not
controlled. MacDougall et. al. (1985),
Fleck and Dean (1987) and Sale et. al.
(1994) report that RPP tends to increase
in direct proportion to the total duration
of the activity for the same workload.
Thus, its values would be more sensitive
to time than to the load itself. In fact,
maximum or near maximum loads, in
contrast with below-maximum ones, are
probably too short to allow all factors to
contribute to the increase in rate-pressure
product. They, therefore, tend to produce
a reduced rate-pressure product. On the
other hand, loads that are too light are
not associated with important increases
in RPP either, despite a longer duration
of exercise. Whenever 10 RMs of any
exercise are performed, theelement that
influences acute responses to the activity
(assuming that loads are similar) is
precisely the duration of tension. In other
words, the muscle cannot count. Aspects
such as pattern, movement amplitude,
equipment biomechanics, and others, may
significantly affect the total duration of
muscular tension. Therefore, one
explanation for the lower RPP observed
during the leg press performance could
be the shorter duration of execution. As
mentioned above, although this variable
is recognized as being closely related to
the elevation of RPP, the present study did
not control it. The major concern of this
study was to analyze the execution of the
exercises selected in real situations. Thus,
if the duration of execution of an exercise
differs from that of another for the same
number of repetitions, it has been assumed
that this was a specific feature of that
exercise. Controlling the duration of
tension would not alter this fact.
Moreover, it could be precisely these
features that would justify the adoption
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44
uma característica específica daquele exercício.
Controlar o tempo de tensão não alteraria este
fato. Além disso, talvez sejam exatamente estas
as características que justificariam a adoção ou
abandono de determinado exercício, uma vez
estando na origem de uma maior sobrecarga car-
díaca.
Deve-se notar que os resultados obtidos para
os valores absolutos e a evolução das variáveis
observadas nas situações de exercício não se afas-
tam do usualmente proposto na literatura.
MacDougall et al. (1985) publicaram dados nos
quais as respostas de pico de freqüência cardíaca,
normalmente, ocorriam durante as últimas repe-
tições de uma série, até a falha concêntrica volun-
tária. Tais dados foram corroborados por outros
estudos (Sale et al., 1994). Nossos achados ten-
dem a confirmar tais observações. Observou-se
que, a partir das quatro últimas repetições em cada
exercício, a curva de FC tendeu a assumir valores
maiores do que nas oito primeiras repetições. Este
fato chama atenção para a possível influência do
tempo de tensão sobre a resposta de FC no treina-
mento de força, em qualquer tipo de exercício.
No que diz respeito à hipótese de trabalho, anali-
sando as respostas obtidas para o DP, pode-se afir-
mar que exercícios diversos com cargas de 12
RM, para a musculatura posterior de coxa, tríceps
e bíceps braquial, não se associaram a diferenças
significativas para o esforço cardíaco. O mesmo
não se deu no quadríceps femoral. Neste caso,
diferenças significativas manifestaram-se para a
extensão de joelhos feita no Leg Press e na cadei-
ra extensora. Os exercícios para a musculatura
anterior das coxas associaram-se a valores de du-
plo-produto cerca de 10,5% maiores no segundo
exercício.
Sabendo que o duplo-produto deriva do com-
portamento da PA e FC, acreditamos ser útil ana-
lisar em separado o comportamento destas variá-
veis. Em primeiro lugar, é interessante lembrar
que alguns estudos têm relatado que exercícios
envolvendo grandes massas musculares, tais como
o Leg Press, tendem a produzir uma resposta da
or abandonment of a certain exercise,
given that it generates a heavier cardiac
overload.
It should be noted that results obtained
for the absolute values and the evolution
of the variables observed in exercise
situations do not greatly differ from those
often presented in literature. MacDougall
et al. (1985) published data according to
which heart-rate peak responses normally
occurred during the final repetitions of a
series performed to muscle failure. Such
data are corroborated by other studies
(Sale et al., 1994). Our findings also tend
to confirm such observations. It has been
observed that, in the four final repetitions
of each exercise, the HR curve tended to
assume higher values than those observed
during the first eight repetitions. This fact
calls attention to a possible influence of
duration of tension duration on the HR
response to strength training, for any type
of exercise. As for the working hypothesis,
it is possible to infer from the analysis of
the RPP responses obtained that different
exercises focused on the posterior thigh
muscles, triceps and biceps using 12 RM
loads are not associated with significant
differences in cardiac effort. The same is
not true for quadriceps. In this case,
significant differences appeared for leg
extension performed in leg press and leg
extension machines. Exercises focused on
the anterior thigh muscles were
associated with RPP values about 10.5%
higher for the second exercise.
Since we know that rate-pressure
product derives from the behavior of SBP
and HR, we believe that a separate
analysis of both variables is useful. First,
it is interesting to remember that some
studies have reported that exercises
involving larger muscle groups, such as
the leg press, tend to produce a greater
blood pressure response than exercises
involving smaller muscle groups
(MacDougall et al, 1985). Blood pressure
response would increase directly
proportionally to the active muscular
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45
pressão sangüínea maior do que exercícios en-
volvendo grupos musculares menores
(MacDougall et al, 1985). A resposta da pressão
sangüínea aumentaria em razão diretamente pro-
porcional à massa muscular ativa, apesar desta
associação não ser linear, o que poderia ter im-
pacto no DP. Por outro lado, exercícios com me-
nor massa muscular poderiam também, ao menos
no plano teórico, estar associados a fatores que
tendem a forçar os valores de PA para cima. Senão
vejamos: a) vasoconstrição de uma maior quanti-
dade de massa muscular, inativa, durante o exer-
cício de extensão de joelhos b) menores massa
muscular e árvore vascular envolvidas durante a
extensão de joelhos, o que ofereceria uma maior
resistência ao fluxo sangüíneo em comparação
com o leg-press. Isso poderia acarretar uma maior
elevação da pressão arterial sistólica durante a
extensão de joelhos. Os presentes resultados não
puderam confirmar nenhuma destas possibilida-
des. Apesar dos valores absolutos de pressão
sistólica para a extensão de joelhos terem sido
maiores que no leg-press (167 e 163, respectiva-
mente), isso não pôde ser confirmado estatistica-
mente. Não foi possível determinar, porém, o quan-
to esse resultado poderia ter sido influenciado
por uma baixa potência estatística. Estudos adi-
cionais são necessários para uma resposta mais
conclusiva a essas indagações.
Uma das possíveis razões para o comportamen-
to diferente do DP nos dois exercícios poderia ser
o fato da extensão de joelhos concentrar-se mais
nos músculos do quadríceps que o Leg Press. Sabe-
se que a FC e a PAS são sensíveis às contrações
prolongadas, principalmente quando excessiva-
mente localizadas (White, 1999). Uma vez que
os valores de PAS não diferiram estatisticamente,
deduz-se que as diferenças de duplo-produto de-
veram-se aos valores de FC. De fato, a Tabela 1
evidencia que as respostas médias para a FC fo-
ram significativamente diferentes durante a exe-
cução dos exercícios para a musculatura anterior
das conxas (LPr: 142 bpm vs. LExt: 156 bpm).
Estes achados corroboram publicação de Farinatti
e Assis (2000), na qual se verificou que os valo-
mass, despite the fact that this association
is not linear, and could impact the RPP.
On the other hand, exercises focused on
smaller muscle mass could also, at least
theoretically, be associated with factors
that tend to force the value of SBP
upward. These factors are: a)
vasoconstriction of a larger inactive
amount of muscle mass during leg
extension b) a smaller muscle mass and
vascular tree involved during leg
extension, which would offer a greater
resistance to blood flow in comparison
with the leg press. This could cause a
greater increase in systolic blood
pressure during leg extension. The results
obtained could not confirm any of these
possibilities. Although absolute values of
systolic pressure for the leg extension were
higher duringthe leg press (167 and 163
mmHg, respectively), this could not be
confirmed statistically. It was not possible
to determine, moreover, the degree to
which this result may have been influenced
by low degree of statistical power.
Additional studies are necessary in order
to provide more conclusive answers to
these questions.
One of the possible reasons for the
different behavior of RPP in the two
exercises could be the fact that leg
extension is more focused on the
quadriceps muscles than leg press. It is
known that HR and SBP are sensitive to
prolonged contractions, particularly
when extremely localized (White, 1999).
Since the values of SBP did not differ
statistically, it has been inferred that
differences in rate-pressure product were
due to HR values. In fact, Table 1 shows
that mean HR responses were significantly
different during the performance of
exercises focused on the anterior thigh
muscles (LPr: 142 bpm vs. LExt: 156 bpm).
Such findings corroborate a paper by
Farinatti and Assis (2000), in which RPP
values were found to be more influenced
by HR than by SBP response. The authors
report that mean HR during leg extension
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46
res do DP eram mais influenciados pela resposta
da FC do que da PA. Os autores reportaram que a
FC média, durante a extensão de joelhos (cadeira
extensora), foi cerca de 36% maior com uma car-
ga de 20 RM (132 bpm) do que com uma carga
de 1RM (97 bpm). Em contraste, quando se ana-
lisaram as respostas da PAS com o mesmo núme-
ro de repetições máximas, as diferenças foram
menores: a PAS para 20 RM foi, em média, de
158 mmHg. Já para 1 RM, o valor médio ficou
em torno de 131 mmHg, ou seja, uma diferença
de aproximadamente 20%.
O fato de os exercícios resistidos poderem ser
considerados seguros, mesmo para pessoas ido-
sas e debilitadas, tem tido aceitação cada vez maior
(William, 1999). A segurança do trabalho de for-
ça no tocante à sobrecarga cardíaca foi objeto de
estudo de Gordon et al. (1995). Os autores não
observaram nenhuma intercorrência
cardiovascular digna de monta realizando testes
de carga máxima (1RM) (supino, Leg Press e ex-
tensão de joelhos) em 6653 indivíduos entre 20 e
69 anos de idade, normotensos e hipertensos ní-
vel I. O DP durante exercícios com pesos costu-
ma ser baixo, principalmente em virtude das res-
postas agudas de FC (Farinatti, Assis, 2000). De-
vido ao caráter intermitente do treinamento, a FC
tende a elevar-se em níveis mais discretos nos
exercícios resistidos, resultando em um DP de
baixo risco (White, 1999; Pollock et al., 2000).
Mesmo em treinamento intenso, a FC não costu-
ma ultrapassar 70% da FC máx. (Effron, 1989). O
percentual atingido neste estudo foi cerca de 77
% mas, ainda assim, o DP ficou distante do ponto
de corte de 30.000, usualmente associado à angi-
na de peito. Não foi possível localizar estudos
que tenham analisado as diferenças na resposta
do duplo-produto para diferentes exercícios
enfatizando o mesmo grupamento muscular.
5) Conclusão e Perspectivas de
Aplicação
Em suma, os diferentes exercícios dinâmi-
cos contra-resistência, com cargas de 12 RM
(leg extension machine) was
approximately 36% higher with a 20RM
load (132 bpm) than with a 1RM load (97
bpm). On the other hand, when SBP
responses were analyzed for the same
number of repetition maximums, the
differences were smaller. For 20RM, SBP
was 158 mmHg, on average. For 1RM, the
mean value was approximately 131 mmHg,
which yields a 20% difference.
The notion that resistive exercises can
be considered safe, even for elderly and
debilitated people, has been increasingly
accepted (William, 1999). Gordon et al.
(1995) studied strength-training safety in
relation to cardiac overload. The authors
did not observe any significant
cardiovascular irregularities during
maximum-load tests — 1RMs (supination,
leg press and leg extension) with 6,653
normotensive and level I-hypertensive
subjects with ages ranging from 20 to 69.
During weight-training exercises, RPP is
usually low, due mostly to acute HR
responses (Farinatti, Assis, 2000). Due to
the intermittent character of training, HR
tends to increase more discretely in
resistive exercises, which results in low-
risk RPP (White, 1999; Pollock et al.,
2000). Even during intense training, HR
does not usually surpass 70% of the
HRmax. (Effron, 1989). The value attained
in the present study was approximately
77%, but even so, RPP was far from the
30,000 cut-off point, which is usually
associated with angina pectoris. It was not
possible to locate studies that have
analyzed differences in rate-pressure
product responses to different exercises
focusing on the same muscle group.
5) Conclusion and Application
Perspectives
In summary, different resistive-dynamic
12 RM exercises focused on the posterior
thigh muscles, triceps and biceps tended
to present similar RPP responses.
However, a significant difference in RPP
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para os grupamentos musculares posterior de
coxa, tríceps e bíceps braquial, tenderam a
apresentar respostas de DP semelhantes. Por
outro lado, identicou-se diferença significati-
va de DP em exercícios para a musculatura
anterior das coxas (quadríceps femoral): com-
parando-se o Leg Press e a extensão de pernas,
o DP foi 10,5% maior no segundo exercício.
As diferenças para os valores de DP poderiam
ser atribuídas a uma resposta mais intensa em
termos de FC, não de PAS. Cabe ressaltar que
as limitações do método auscultatório como
estratégia de medida podem ter subestimado
os valores absolutos obtidos. Isso, em última
análise, subestimaria o DP calculado, mas as
relações entre os valores encontrados para mas-
sas musculares semelhantes devem ter, prova-
velmente, se mantido. Assim, em que pesem as
limitações quanto à medida da pressão arterial
nos exercícios, deve-se reconhecer que os re-
sultados presentemente apresentados podem
ter implicações na análise da segurança e ris-
cos de intercorrências cardiovasculares nestas
atividades, devendo ser aprofundados e con-
siderados quanto do planejamento de sessões
de treinamento contra-resistência.
Ao compreender-se as diferenças nas res-
postas fisiológicas entre diferentes exercí-
cios enfatizando grupos musculares seme-
lhantes, pode-se melhor formular programas
apropriados de exercícios. Informações des-
ta natureza ampliariam o leque de opções
no tocante às vantagens e desvantagens de
determinados exercícios. Por exemplo, no
caso de confirmação dos resultados aqui
obtidos poder-se-ia sugerir que, na necessi-
dade de trabalhar a força de pacientes com
risco de intercorrência cardiovascular, al-
guns exercícios poderiam ser preferíveis, uma
vez associados a respostas cardiovasculares
menos acentuadas. Estudos que invistam no
aprofundamento deste tipo de informação,
em relação a estes e outros grupamentos
musculares, multiplicando os exercícios
analisados são, então, desejáveis.
was identified in exercises focused on the
anterior thigh muscles (quadriceps).
Comparison between leg press and leg
extension presented RPP for leg extension
that was 10.5% higher. Differences in the
RPP values could be attributed to a more
intense response in terms of HR, but not
in terms of SBP. It is important to
emphasize that the limitations of the
auscultation method as an assessment
strategy may have underestimated the
absolute values obtained. This would
ultimately result in underestimation of the
RPP calculated, although the relationship
between the values found for similar mus-
cular groups would have probably been
maintained. Thus, despite the limitations
of the blood pressure assessment during
exercises, the results presented here may
have implications for the analysis of the
safety and risks of cardiovascular
irregularities during such activities, and
should be more thoroughly explored and
considered during the planning of
resistive training.
By understanding the differences in the
physiological responses to different
exercisesfocused on similar muscle
groups, it is possible to design appropriate
exercise programs. Information of this
nature would broaden the range of options
concerning the advantages and
disadvantages of certain exercises. For
instance, if the results obtained here are
confirmed, it would be possible to suggest
that when strength training is necessary
for patients at risk of cardiovascular
intercurrences, some exercises, associated
with less severe cardiovascular responses,
would be preferred. Studies that provide
more data on these and other muscle
groups are therefore desirable.
Some recommendations might derive
from the results obtained. It would be
interesting, for instance, to conduct
studies comparing RPP response during
resistive dynamic exercises involving
different execution speeds. This might be
useful because it is known that some
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Algumas recomendações poderiam ser
traçadas a partir dos resultados obtidos. Se-
ria interessante, por exemplo, que fossem
conduzidos estudos comparando a resposta
do DP durante exercícios dinâmicos contra-
resistência envolvendo diferentes velocida-
des de execução. Isso pode ser útil, já que se
sabe que certos indivíduos, como os idosos,
podem beneficiar-se de um treinamento com
maior velocidade de execução, com ênfase
na potência. Logo, poderia ser investigado
se o treinamento de potência é, ou não, as-
sociado a um maior estresse cardiovascular
que o treinamento conduzido em velocida-
des mais lentas. Deve-se, ainda, controlar a
variável idade nas respostas agudas
cardiovasculares, comparando-se o compor-
tamento do DP, FC e PA em indivíduos jo-
vens e idosos. Isso testaria se a evolução
destas variáveis difere em função da idade e
de peculiaridades da realização dos exercí-
cios resistidos em ambos os grupos (tempo
de contração concêntrica, tempo de contra-
ção excêntrica, tempo total de contração etc).
Enfim, recomenda-se que estudos com deli-
neamentos mais sofisticados sejam condu-
zidos. O método de medida é a principal li-
mitação: apesar do cateterismo intra-arteri-
al ser desaconselhado, uma opção viável é o
uso de técnicas fotopletismográficas, de boa
associação com os métodos invasivos. Além
disso, a observação de amostras maiores e o
controle de variáveis associadas à composi-
ção corporal, força relativa da musculatura
envolvida no trabalho, estado de treinamen-
to e condições patológicas, poderiam forne-
cer informações interessantes sobre o poten-
cial de segurança associado a diferentes ti-
pos de atividades de força.
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individuals, such as the elderly, can benefit
from training with executions at higher
speeds and focused on power. Thus, it
could be investigated whether or not
power training is associated with greater
cardiovascular stress than training
performed at lower speeds. It would be
necessary to control the age variable in
acute cardiovascular responses,
comparing RPP, HR and SBP behavior in
young and elderly individuals. This would
determine whether the evolution of these
variables differs according to age and
peculiarities of the resistive exercises
performance in both groups (concentric
contraction duration, eccentric
contraction duration, total contraction
duration, etc). Finally, it is recommended
that more sophisticated studies be
performed. The method of assessment is
the main limitation. Although intra-arte-
rial catheterization is inadvisable, a
viable option is the use of
photopletismography, which compares
well with invasive methods. Moreover,
observation of larger samples and control
over variables associated with body
composition, relative strength of the
muscle groups involved, training
condition, and pathological conditions
could provide interesting information on
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strength activities.
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