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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO AMBIENTE PRISIONAL (1)

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1 Nome dos acadêmicos: Suelen dos Santos 
2 Nome do Professor tutor externo: Adilson Costa 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (2289) – Educação de Jovens e Adultos – 14/11/2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO 
AMBIENTE PRISIONAL 
 
 
Acadêmico: Suelen dos Santos 
Tutor: Adilson Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
RESUMO 
 
 O estudo busca a importância de uma educação de qualidade e um suporte para a 
ressocialização de detentos, buscando fatores da atualidade que influenciam na educação. Com a 
falta da educação escolar não só afeta os detentos como toda sociedade, em geral, tendo em vista 
que a criminalidade afeta diretamente toda sociedade, faz se necessário esclarecer que a educação 
é o melhor caminho para ressocializar, para evitar a reincidência e diminuir a criminalidade. A 
discussão do tema proporciona enfatizar a relevância de levantarmos debates e reflexões 
constantes para que a questão possa ser reconhecida por toda sociedade, e que possamos 
evidenciar a análise de dados atualizados que acarretem a inclusão do assunto insuficientemente 
debatido e questionado por toda coletividade. 
 
 
 
Palavras-chave: Educação. Ressocialização. Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 Essa pesquisa terá como principal escopo discutir sobre a importância da educação no 
momento da saída do egresso do sistema prisional, bem como as vicissitudes deste, não houve 
abordagem nesta pesquisa. 
 A saída do egresso causa revolta, violência e a dor que na sociedade em geral, mas sim fazer 
a interlocução e diretrizes para trazer à tona o espírito da lei conferindo ao sujeito egresso do 
sistema prisional uma série de direitos e deveres, visando assim possibilitar não apenas o seu 
isolamento e a retribuição ao mal por ele causado, mas também a preservação de uma parcela 
mínima de sua dignidade e a manutenção de indispensáveis relações sociais com o mundo extra 
muros, colaborando para transformá-los em pessoas capazes de viver em harmonia com a 
sociedade. 
 A educação inserida nos centros penitenciários é de suma importância não só para àqueles 
que estão submetidos à pena restritiva de liberdade, mas também para toda a sociedade, uma vez 
que, inserindo conhecimento para as pessoas que tiveram um comportamento antissocial, reprovado 
por toda a sociedade, será mais eficaz a tentativa de se reeducar tais indivíduos, possibilitando 
melhor convivência quando em retorno à sociedade e permitindo maior chance para o mercado de 
trabalho. 
“A educação do detento é, por parte do poder público, ao mesmo tempo uma precaução 
indispensável no interesse da sociedade e uma obrigação para com o detento, ela é a 
grande força de pensar”. (Foucault 1987, p. 224). 
 
 A busca por essa pesquisa foi criar uma metodologia sobre Educação de Jovens e adultos 
no ambiente prisional pois, queremos buscar uma educação de qualidade e o pleno 
desenvolvimento para que os mesmos se tornem cidadãos de bem e explicar qual a importância da 
educação e como esta vem ocorrendo dentro do sistema penitenciário. Assim, verificamos as 
responsabilidades atribuídas aos professores nessa parceria e discutir a integração do detento no 
processo pedagógico. É de fundamental importância que se crie laços entre escola e a penitenciaria, 
para que juntos possam formar pessoas mais comprometidas com o bem comum e estejam 
preparados para viver em sociedade. 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 
 A Constituição de 1988 declara no Capítulo II os Direitos Sociais a Educação no artigo 205 
que: a Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com 
a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. A educação deve ser vista como um 
direito, não para a reintegração. Claro que isso é muito importante, mas se a reintegração for 
impossível, a educação continua a ser um direito. Não devemos instrumentalizar a educação 
unicamente para um papel social ou do tipo político-social pois, é uma solução ao longo da vida, 
não apenas do tipo profissional ou a reeducação. É para muitos presos a primeira oportunidade de 
compreender sua história e de tratar de desenvolver seu próprio projeto de vida. 
 No Brasil, o MEC e o Ministério da Justiça trabalham juntos desde 2005 para criar uma 
política pública de educação prisional, com diretrizes nacionais. A educação é importante na 
recuperação, muitos detentos têm baixos padrões de escolaridade e uma parcela significativa não 
domina as competências básicas de leitura e escrita, esse baixo nível de escolaridade afetou suas 
vidas e pode ter contribuído para que cometessem delitos, por isso os programas e projetos de 
educação nos presídios são importantes para desenvolver nos encarcerados seu senso de 
autovalorização. 
 A história do sistema penitenciário no Brasil revela que, desde o início, a prisão foi local de 
exclusão social e questão relegada a segundo plano pelas políticas públicas, importando, 
consequentemente, a falta de construção ou a edificação inadequada dos edifícios penitenciários, na 
maioria das vezes improvisados. Ao pensar no processo educativo no espaço da prisão, devemos ter 
clareza sobre os limites impostos pelo contexto singular, mas também não reduzir o processo 
educativo à escolarização. Como em qualquer processo educativo, há que se buscar entender os 
interesses e as necessidades de aprendizagem da população carcerária e quais os limites que a 
situação impõe sobre esse processo. 
 A criação da LDB foi estipulada para organizar a questão educacional implementando 
diretrizes e bases que constituíram a divisão do ensino regulamentando o sistema educacional 
público e privado do Brasil da educação básica ao ensino superior. Ela reafirma o direito à 
educação, garantido pela Constituição Federal, estabelece os princípios da educação e os deveres do 
Estado em relação à educação escolar pública, definindo as responsabilidades, em regime de 
colaboração, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Também determinam 
que os sistemas de ensino devam garantir cursos e exames que busquem oportunidades de acordo 
com os interesses, condições de vida e trabalho de jovens e adultos, e que o ingresso e a 
continuação devem ser viabilizados e estimulados por atuações integradas dos poderes públicos. 
5 
 
 
 
Além de confirma esse direito também considera que o acesso ao Ensino Fundamental “é direito 
público subjetivo”, ou seja, pode ser exigido ao poder público de forma jurídica para fazer valer o 
direito garantido conforme LDB que diz Dos Princípios e Fins da Educação Nacional Art. 2º. A 
educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de 
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional-Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL). 
 É necessário que os direitos sejam garantidos pelo Estado, com uma reforma do sistema 
penitenciário e investimento do Ministério da Educação e das instituições em projetos de 
ressocialização. Outro ponto importante é quebra dos paradigmas da sociedade sobre o detento, e 
que é possível ressocializar quem infringe a lei, ficando a cargo de recursos de mídias, congressos e 
palestras debaterem sobre o assunto transformando a cultura. É valido lembrar que o conhecimento 
e o trabalho dignificam o homem, e essa reeducação qualificada podeser uma alternativa para 
redução de crimes no país, e dar oportunidade para aquele que foi negado. 
 Landfredi (2016) afirma que “ fora do papel, a realidade é outra. Os presos terminam por viver 
em celas superlotadas, sujeitos a péssimas condições de higiene, a tortura e outras violações, o que 
coopera para frequentes rebeliões. A situação é de total abandono”. 
 
“Não é apenas necessário saber que é impossível haver neutralidade da educação, mas é 
preciso distinguir esses diferentes caminhos. A escola é uma instituição que existe num 
contexto histórico de uma determinada sociedade. Para que seja compreendida, é necessário 
que se entenda como o poder se constitui na sociedade e a serviço de quem está atuando”. 
(FREIRE 1983) 
 
 Segundo Paulo Freire (1983), o alargamento da visão de mundo do educando só é possível 
mediatizada pelo diálogo, já que a “atitude dialógica é, antes de tudo, uma atitude de amor, 
humildade e fé, é acreditar no poder de fazer e de refazer, de criar e de recriar”. De forma 
consciente e politizada para poder intervir na sociedade e construir um futuro melhor. Outro 
princípio essencial e inovador no Método Paulo Freire diz respeito à indissociação da aprendizagem 
no momento da leitura e da escrita do processo de politização, já que neste momento o educando é 
desafiado “a refletir sobre seu papel na sociedade enquanto aprende a escrever a palavra sociedade; 
é desafiado a repensar a sua história enquanto aprende a decodificar o valor sonoro de cada sílaba 
que compõe a palavra história”. Neste processo o educando aprende a ler as letras e 
consequentemente o mundo que o cerca. É o momento de reflexão no qual o educando busca 
superar a consciência ingênua e construir sua consciência crítica frente à realidade social 
contextualizada, para mudar sua própria história de vida. 
6 
 
 
 
 Dostoiévski (2006), ex-presidiário, relata no livro Recordações da casa dos mortos as 
experiências vivenciadas no cárcere. Para o escritor russo, os presos, na medida em que são 
despossuídos de esperança, distanciam-se da qualidade de seres vivos. O cárcere, tal como vem 
sendo pensado e praticado, esgota a capacidade humana, desfibra a alma, provoca o ódio e produz 
um submundo, muitas vezes, desconhecido por grande parte da sociedade. 
 Conhecer um pouco desse cenário e desses sujeitos implica muito mais que assistir a 
programas policiais televisivos. É necessário adentrar os presídios e submeter-se à companhia de 
seus hóspedes. É imprescindível, sobretudo, que estejamos livres de preconceitos e munidos de uma 
vontade solidária de acolher. Ainda assim, é importante que tenhamos em mente que nossa 
interpretação dos fatos será sempre parcial. 
 Em nosso juízo, que difere em parte do de Dostoiévski (2006), encontramos nesses espaços 
seres vivos que, apesar da angústia e desespero, na maioria das vezes, carregam consigo o sonho de 
uma mudança revolucionária. Concordamos com Oliveira (2013, p. 15) quando diz que “não há 
mortos nos presídios, mas sim indivíduos relegados a uma invisibilidade social produzida e 
cotidianamente alimentada pelos que se encontram dentro e além dos muros da prisão”. 
 O isolamento na prisão produz no indivíduo a sensação de perdas pessoais, como explicita 
Goffman (1974), quando observa que o encarcerado passa por um processo de descaracterização de 
sua identidade adquirida anteriormente nas relações com a família, amigos e instituições religiosas, 
educacionais, profissionais. 
 Nesse sentido, buscar a escola para ampliar conhecimentos é uma maneira de resistir ao 
processo de perdas a que a prisão submete o indivíduo, uma vez é a região mais sombria do 
aparelho de justiça que organiza silenciosamente um campo de subjetividade em que o castigo 
poderá funcionar em plena luz como terapêutica (FOUCAULT, 1987). 
 
 
2.1 DIREITOS ESTABELECIDOS 
 
 A primeira garantia a respeito da educação prisional foi à criação da Lei de Execuções Penais 
(LEP n o 7.210 de 11/07/1984) que traz a responsabilidade educacional do preso e determina como 
deve ser executada e cumprida a pena de privação de liberdade e restrição de direitos está ligada a 
diversos tipos de assistências como material, saúde, jurídica, educacional, social e religiosa. Esse 
sistema está dividido em tipos de regime que condicionam seu aprisionamento. Está explicitada na 
LEP o direito a frequência ao ensino fundamental, já os demais níveis dependeram de alguns 
requisitos como ter cumprido 1/6 da pena, autorização pelo juiz de execução e comportamento 
adequado constituem a saída temporária. A assistência educacional é colocada como dever do 
Estado, pois é prevista como assistência social. Entretanto houve algumas modificações ao longo do 
7 
 
 
 
tempo para que de fato obtivesse acesso à educação conforme colocação nas leis nº 12.245/2010 e 
lei nº 12.344/2011 que instauram salas de aulas com ensino básico e profissionalizante, e também a 
remição de pena por tempo de estudo. Essa assistência deverá ser concluída através de instrução 
escolar, formação profissional e oferta de educação fundamental obrigatória e integradas ao sistema 
educacional. 
 Também podemos avaliar a educação no contexto da Declaração Universal dos Direitos 
Humanos que é um documento marco na história dos direitos humanos que foi elaborado por 
representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do mundo, a declaração 
foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de Dezembro de 1948. 
Ela distingue a educação no seu artigo 26 como direito humano e tem em seus objetivos o 
desenvolvimento da pessoa humana e o fortalecimento do respeito aos direitos humanos 
identificados como universais, o que deixa claro a menção de que é para todos e todas e são 
exigíveis ao Estado tanto no alcance jurídico quanto político. 
 Esse artigo possui dimensão internacional e de obrigatoriedade para os Estados Nacionais 
através do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais estabelecido pela 
Resolução 2.200 - A (XXI) da Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de1966 e 
ratificado pelo Brasil em janeiro de 1992 e contou também com a criação em 1985 de um comitê 
para supervisionar a execução desses direitos humanos. 
 
2.2 CURRICULO DE ESCOLAS QUE ATENDEM AO SISTEMA PENITENCIARIO 
 
 No Brasil as escolas da Rede Pública de Ensino são responsáveis pela oferta da educação no 
Sistema Prisional Brasileiro, que se desenvolve em observância às legislações da área educacional, 
execução penal, política criminal e penitenciária, tais como Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (1948); Constituição Federal - CF (1988), Regras Mínimas para o Tratamento do Preso 
no Brasil (Resolução no 14/94), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/1996), Lei 
de Execução Penal (7.210/1984), Resolução do Conselho Nacional de Política Criminal e 
Penitenciária (no 3/2009); Resolução do Conselho Nacional de Educação (no 2/2010); Lei de 
Remição de Pena pelo Estudo e Trabalho (no 12.433/2011), Decreto (nº 7.626/2011) e outras 
legislações. 
 Pela história das prisões no Brasil, constata-se que a instalação de escolas em 
estabelecimentos penais no período imperial obedeceu às normas estabelecidas em regulamentos 
penitenciários, os quais determinavam o seu currículo oficial. Empregados, funcionamento da 
escola/biblioteca, horários e dias das aulas, penas disciplinares e outros princípios, delineavam o 
8 
 
 
 
tratamento à pessoa presa por meio das instruções moral e religiosa e, posteriormente, com o 
tratamento através da instrução primária. 
 Os empreendimentos teóricos do campo curricular têm se esforçado em ampliar a sua 
compreensão e não estreita lá. Recorrem -se a conceitos que possibilitem ampliar a compreensão do 
hiatoque liga a transmissão a distribuição de conhecimento e a produção de identidades. 
 
Nossa compreensão do currículo pode ser ampliada com a utilização de recursos e 
metáforas que têm sido colocadas à nossa disposição (...). A análise de um processo social 
complexo como o currículo não pode ficar presa a umas poucas categorias, que nos têm 
sido passadas pela tradição oficial, psicológica e pedagógica e que apenas estreitam nossa 
compreensão do que ocorre em seu interior (Silva, 1995, p. 206). 
 
 O que a “pedagogia do cárcere” recobre nos processos de constituição do indivíduo preso é 
uma (outra) dimensão da educação na prisão, que se desdobra nos diversos instrumentos e funções 
de que a disciplina se utiliza para a modificação, a reeducação dos detentos. 
 
2.3 A PRATICA DOCENTE PARA O SITEMA PRISIONAL 
 
 Nos últimos séculos, o mundo passou por transformações quem geraram possibilidades e 
riscos, além de níveis inéditos de exclusão. Diante dessa realidade e com a democratização do 
ensino, a escola vem sendo chamada a desempenhar novos papéis, mas, no entanto, sua estrutura, 
sua organização e seus profissionais não estão suficientemente preparados para os novos desafios e 
demandas. Quando a escola está inserida em um espaço repressivo, ela deve potencializar os 
processos educativos para além da educação escolar, e o professor é figura fundamental na 
construção de espaços em que o aprisionado tenha a oportunidade de significar o mundo como algo 
em constante transformação. Entretanto, para que a educação seja emancipadora, o educador 
necessita estar preparado para lidar com as particularidades de lecionar em uma prisão. 
 Ainda com base no estudo realizado pelas autoras, as disciplinas ofertadas nos cursos de 
Pedagogia e demais licenciaturas apresentam ementas preocupadas com a justificativa do “porque 
ensinar? ”. No entanto, as preocupações sobre “o quê ensinar” e “como ensinar” ainda ocorrem de 
maneira incipiente. 
Pode-se inferir que a parte curricular que propicia o desenvolvimento de habilidades 
profissionais específicas para a atuação nas escolas e nas salas de aula é bem reduzida. 
Assim, a relação teoria- -prática, como reiteradamente proposta nos documentos legais e 
nas discussões da área, também se mostra comprometida desde essa base formativa 
(GATTI; BARRETO, 2009, p. 152). 
 
9 
 
 
 
 Essa situação se agrava quando se trata de formação de competências na modalidade de 
Educação de Jovens e Adultos. Para Gatti e Barreto (2009), escassos cursos de Pedagogia e demais 
licenciaturas propõem em sua matriz curricular disciplinas voltadas para a reflexão e o 
aprofundamento sobre a EJA, sendo que na maioria dos casos são ofertadas como disciplinas 
optativas ou tópicos e projetos especiais. 
 O professor que atua na escola do sistema prisional necessita de formação específica em EJA, 
além de formação continuada que contribua na superação dos dilemas vivenciados na prisão, para 
realizar sua tarefa docente em prol de uma educação emancipadora, que se propõe a procurar a 
emersão das consciências, objetivando a inserção crítica do sujeito na realidade. A formação 
docente pode ser dividida em duas etapas: a inicial (curso de graduação em Pedagogia ou demais 
licenciaturas) e a continuada (cursos realizados ao longo da carreira profissional). 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 O presente trabalho foi desenvolvido através de pesquisas em sites, bibliografias, 
documentários e entrevistas de professores que atuam na rede pública de educação com vivencia em 
educação prisional. O tema do trabalho é sobre Educação de Jovens e adultos no ambiente prisional 
pois, o objetivo é entender como funciona a educação de quem está fora da liberdade, sendo o 
objetivo oportunizar a inserção dos detentos no contexto educacional dentro das Unidades 
Prisionais buscando na educação a construção de novos conhecimentos e a reconstrução de 
conhecimentos já elaborados. 
 A educação no ambiente prisional requer um olhar atento em função das questões 
pedagógicas elaboradas a fim de suprir a necessidade de informação. Entretanto, não devemos tratar 
a educação prisional de maneira diferenciada, evitando assim o estigma de uma segunda 
discriminação, haja vista que a educação deve ser igual em qualquer esfera educacional, divergindo 
apenas o ambiente em que estão inseridos. 
 O importante é oportunizar o ensino de qualidade dentro do espaço prisional, integrando os 
reeducando a formação escolar, capacitando-o para a prática da cidadania e a reintegração social, 
confucro o art. 5º da C.F- 88, nossa lei maior e seu direito a remição conforme, o art. 126 da lei de 
execução penal nº 7.210, de 11 julho de 1984. 
 Foi verificado, através de pesquisas, o currículo das escolas que atendem o sistema 
penitenciário e as mesmas tem o diferencial para atender a pratica de jovens e adultos e as 
características de ensino para explorar o conhecimento de cada detento. Foi analisado questões 
sociais, culturais e emocionais para envolve los nas atividades escolares. 
 
10 
 
 
 
FIGURA 1: EDUCAÇÃO PRIOSIONAL 
 
 
FONTE: https://images.app.goo.gl/WYK7LMbB1T67sPteA 
 
 A figura mostra perfeitamente o assunto tratado nessa pesquisa, através da observação é 
possível verificar e compreender a experiência de professores na educação prisional. 
 
FIGURA 2: FORMAÇÃO PROFISSIONAL 
 
 
FONTE: https://images.app.goo.gl/v9N78VuKMrmNdPTbA 
 
A figura mostra a formação de detentos no EJA, da penitenciaria de Teófilo Otoni /MG, os 
detentos estudaram na escola Estadual Rubem Tomich, que funciona na unidade desde 1989. 
11 
 
 
 
FIGURA 3: AULA DE CANTO 
 
 
FONTE: https://images.app.goo.gl/v9N78VuKMrmNdPTbA 
 
A figura mostra alunos da penitenciaria de Teófilo Otoni /MG, na aula de canto. Além disso, 
6.500 detentos estudam enquanto cumprem sua pena no sistema prisional mineiro. Eles representam 
29% dos presos condenados no sistema da SUAPI. 
 
3. 1 GESTÃO INSERIDA 
 
 A Educação dentro do Sistema Prisional obedece a regulamentação específica da EJA, 
conforme Resolução CNE/CEB nº 01/2000. No entanto, deve-se considerar que no interior das 
Unidades Penais todo o cenário da EJA é constituído de alunos privados de liberdade e nesse 
espaço, as práticas educacionais são realizadas por contato direto com os alunos. Esse cenário torna-
se bastante peculiar quanto ao envolvimento dos vários atores necessários para a constituição do 
espaço pedagógico. A eficácia dessa ação, não depende apenas do corpo funcional da escola, que será 
ingressada no sistema, e dos alunos. Envolve, também, o quadro funcional do órgão parceiro, da 
Penitenciaria, da presença dos Agentes Penitenciários/PM, do pedagogo da unidade, da chefia da 
segurança, do psicólogo, do assistente social e do diretor da Unidade Penal, os quais estão envolvidos 
diretamente neste processo que proporciona a educação no espaço prisional. 
 
3. 2 PERFIL DOS FUNCIONARIOS INSERIDOS NO PROJETO 
 
12 
 
 
 
 Foi verificado através das pesquisas que o profissional que atua nas unidades é aquele que 
garante e executa o que for necessário e suficiente para atender essa clientela. A equipe deve 
selecionada com a visão de que esses resultados produzidos sejam maiores do que a soma dos 
trabalhos produzidos individualmente ou separado. Os profissionais que desempenham suas funções 
nas Unidades Prisionais precisam pertencer ao quadro efetivo do Estado, mesmo que possuam outro 
vínculo. 
 Referente aos profissionais docentes, os mesmos passam por uma entrevista com a gestão 
administrativa e pedagógica da escola para conhecimento do processo do trabalho no ambiente e de 
suas especificidades. 
 Quanto aos profissionais, psicólogos, pedagogos e assistentes sociais são do quadro efetivo ou 
cargo comissionado e formaçãoespecifica. A seleção destes é realizada pela Secretaria de Justiça e 
Cidadania junto ao Departamento de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, por meio de análise 
curricular e entrevistas. Cabe ressaltar que o quadro de docentes, que atua nestes espaços, é composto 
por educadores especializados e dotados de perfil para atuação com a educação de pessoas jovens e 
adultas em privação de Liberdade. 
 
3. 3 CRONOGRAMA EM PRATICA 
 
 Através das parcerias entre o sistema jurídico, educacional e penitenciário podem criar 
software específico para a EJA no sistema prisional, aprimorando, assim, o cadastro junto ao Censo 
Escolar, com fins estatísticos e de captação de recursos financeiros para o desenvolvimento de 
programas e projetos no sistema prisional devem adequar as propostas pedagógicas curricular 
sempre que houver necessidades, criar temas criativos para cada aula, fazer reuniões rotineiras para 
buscar métodos e matérias para desenvolver a capacidade dos alunos, fazer uma anamnese sobre 
individual de cada aluno para possa trabalhar as atividades de forma que o mesmo se sinta à 
vontade com o educador e acima de tudo buscar dentro das atividades propostas a esperança que 
tudo pode mudar. 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
A temática do trabalho se refere à indicação do que será trabalhado, e deve estar de acordo com a 
necessidade a ser superada. No caso Educação de Jovens e adultos no ambiente prisional, que será 
através da educação que os detentos poderão ser inseridos na sociedade de forma menos agressiva e 
com busca de escrever uma nova história de vida. 
Os inseridos no sistema educacional prisional devem buscar estratégias para que os detentos 
se envolvam mais no processo de aprendizagem através de motivação, oportunidades e crescimento 
13 
 
 
 
seja para a vida pessoal como profissional e familiar. As penitenciarias devem promover a 
ressocialização por meio de estudo e trabalho, devem ter bibliotecas atualizadas e dentre de diversas 
atividades para aperfeiçoamento e qualificação dos detentos. Podem incentiva los com oficinas e 
cursos profissionalizantes. 
 A educação na prisão não é apenas ensino, mesmo que devamos ter certeza de que a 
aprendizagem de conhecimentos básicos esteja assegurada. Na penitenciaria existem pessoas que 
dentro de um contexto especial de prisão (e encarceramento), deve ser primordialmente uma 
oportunidade para que os internos decodifiquem sua realidade e entendam as causas e 
consequências dos atos que os levaram à prisão. 
 
5. CONCLUSÃO 
 
 Cedo ou tarde, os presos retornarão à sociedade. Como eles estarão? Por quais experiências 
terão passado? Quais serão seus sonhos e objetivos? Como atuarão no mundo? Esses 
questionamentos dizem muito mais a respeito de cada um de nós do que supõe a vã filosofia da 
punição (SOUSA, 2004). 
 Os dados encontrados através das pesquisas feitas no decorrer da produção do paper, 
revelaram que as ações educativas ocorridas no interior dos presídios enfatizam os conteúdos 
pragmáticos, também exercem uma influência edificante na vida do interno, criando condições para 
que ele se compreenda e se aceite como indivíduo social, sentindo-se motivado a construir seu 
projeto de vida, de forma a trilhar caminhos mais dignos. 
 Para finalizar, há que se realçar alguns aspectos que caracterizam o atual cenário prisional 
brasileiro, conforme ressaltaram Julião (2006), Santiago e Britto (2006), Graciano e Schilling 
(2008): população carcerária formada basicamente por jovens, pobres, homens, com baixo nível de 
escolaridade, com mais da metade dos presos com menos de trinta anos, com profissionais ansiosos 
por formação. Essa realidade deverá ser alvo de transformações substanciais, através da poderosa 
ação proporcionada pela Educação. Nesse âmbito, cabe acentuar sábia frase de um dos mais ilustres 
educadores brasileiros de todos os tempos: o pernambucano Paulo Reglus Neves Freire (1921-
1997): a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
ASSIS, Rafael Damaceno de. A realidade atual do sistema penitenciário Brasileiro. Disponível 
em: <http://br.monografias.com/trabalhos908/a-realidade-atual/a-realidade-atual.shtml>. Acesso 
em: 26 jun. 2010. 
JULIÃO, Elionaldo Fernandes. Educação para Jovens e Adultos em situação de restrição e privação de 
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