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eliminam 30 ovos por dia – para não haver competição → Filo: nematoda → Família: strongyloididae – helmintos de vida livre e parasitas (possibilidade de se manter em ambientes que não tenham hospedeiros). Pode parasitar cães, gatos e humanos, que compartilham e disseminam. → Espécie: strongyloides stercoralis → Doença: estrongiloidíase – intestino delgado M O R F O L O G I A 1) Fêmea partenogenética parasita: ela sozinha é capaz de dar origem a prole, sem necessidade de cópula (espermatozoides). A única forma parasitária do ciclo é essa fêmea, que vai viver completamente mergulhada na mucosa* do duodeno (região das criptas duodenais, nas proximidades das glândulas de Liberkuhn). Em um exame de imagens não é possível identificar a presença dos helmintos do indivíduo. ✓ O tamanho deve ser de 1,7 a 2,5 mm de comprimento – para que possam se esconder na mucosa não podem ser grandes. O corpo é fino e delgado, lembrando uma linha (corpo filariforme) ✓ São 3n cromossomas: da as fêmeas a capacidade de produzirem 3 tipos básicos de ovos que originam larvas rabditoides: - Haploide, que no interior está uma larva que pode originar no solo um macho de vida livre (não sobrevive no organismo do hospedeiro). - Diploides (2n) geram larvas que nos ambientes vão dar origem a fêmeas de vida livre de corpo afilado, incompatíveis com o hospedeiro e vão viver no ambiente se alimento de matéria orgânica. - Esses machos e fêmeas podem copular e gerar ovos triploides(3n), e essas larvas filarioides são obrigadas a procuras um hospedeiro para completarem seu desenvolvimento. Somente dessa forma podem originar novas fêmeas partenogenéticas que habitam a mucosa duodenal onde voltam a produzir ovos n, 2n e 3n. ✓ Em caso de alta carga parasitária elas podem se espalhar por todo o trato gastrointestinal, atinge até região pilórica do estômago e intestino grosso. 2) Fêmea de vida livre ou estercoral (2n) O tamanho máximo é de 0,8 a 1,2 mm de comprimento. 3) Macho de vida livre (n): 0,7 mm de comprimento. 4) Ovos: as larvas inicialmente são chamadas de rabditoides, mas se forem 3n tem que evoluir para larvas filarioides que em contato com o organismo do hospedeiro serão capazes de originas as fêmeas. Ovo: Fêmea de vida livre: Macho de vida livre: Larva rabditoide: Larva filarióide Fêmea parasita: * são tissulares, podem atingir até a submucosa C I C L O B I O L Ó G I C O → Indireto: larvas rabditoides produzem machos e fêmeas de vida livre que copulam, dão origem a ovos 3n, deles eclodem larvas rabditoides que evoluem para larvas filarioides 3n, essas penetram na pele ou mucosa oral do hospedeiro. (ciclo geohelmintico) → Direto: larvas rabditoides no solo ou região perianal se transformam em larvas infectantes (3n). Fomenta autoinfecção interna e externa. → Em ambos os casos: *Ciclo de Loss: síndrome de Loefller, com febre baixa, tosse produtiva e eosinofilia sanguínea, essa tríade clássica caracteriza uma passagem de larvas pelas vias aéreas do hospedeiro – como a ascaridíase, toxocara canis, ancilostomíase e necator americanos. → O ciclo direto 3n pode ocorrer ainda no lúmen do intestino, onde as larvas rabditoides 3n evoluem para larvas filarioides e essas invadem a mucosa intestinal determinando o ciclo pulmonar e passando pelas vias aéreas retornam como L4 e evoluem para L5 no intestino delgado. → Quando as larvas não penetram pela pele ou mucosas não haverá ciclo pulmonar (então não haverá síndrome de Loeffler). T r a n s m i s s ã o → Heteroinfecção e primo-infecção: quando as larvas oriundas do organismo de um indivíduo invade o organismo de outro. Além da penetração de pele e mucosas pode ocorrer um evento pouco comum, que é a ingestão das larvas filarioides por acidente, em verduras, frutas, objetos, mãos contaminadas etc. → Autoinfecção externa ou exógena: as larvas que estiverem presas na região perianal do individuo parasitado, se transformam em larvas infectantes e vão penetrar por essa região pela mucosa do ânus ou da mucosa da região perianal. Dessa maneira realizam o ciclo pulmonar e completado são capazes de invadir a mucosa duodenal produzindo novas fêmeas. (cuidados com roupas intimas que contenham restos de fezes, fraldas geriátricas ou infantis, pelos perianais – após defecar o indivíduo infectado deve fazer higienização com água e sabão) → Autoinfecção interna ou endógena: as larvas rabditoides ainda dentro do intestino dão origem as filarioides, invadem mucosa intestinam, fazem o ciclo pulmonar, retornam como L4 ao intestino delgado, originam L5 que invadem a mucosa e dão origem as novas fêmeas. Esse tipo chega a produzir cronificação da estrongiloidíase por muitos anos. Complicações: → Pode produzir ulcerações; a periculosidade é relativizada em relação ao funcionamento do sistema imunológico do individuo hospedeiro, se ele é imunossuprimido/imunodeprimido, esse parasito vai ser capaz de se multiplicar e realizar ciclos de autoinfecção interna com muito mais frequência, o que potencializa aumento exacerbado da carga parasitária. Esse aumento trará consequências muito severas. → Constipação intestinal: tem prisão de ventre constantemente promovem agravamento do quadro clínico, as larvas retidas podem ter tempo para evoluir para filarioides e reinfectarem o indivíduo. → Tratamento com corticoide: na presença dos parasitos deve ser avaliado, porque os resíduos metabólicos dos corticoides simulam um hormônio chamado ecdizona que acelera a transformação das rabditoides em filarioides (potencializa o aumento da carga parasitaria e estimula a autoinfecção interna). → Um indivíduo manifesta quadro clínico semelhar a alergia em que tem tosse produtiva, febre e eosinófilos aumentados, uma solução para isso é administração de L3 (filárioide) penetra na pele ou mucosa do hospedeiro cai na corrente circulatória venosa e linfática passará pelo coração direito e são levadas até os pulmões*: L3 muda para L4 que rompe alveolos pulmonares e por: movimentos migratórios proprios por arrastamento chega até a faringe L4 são deglutidas pelo individuo e chegam ao intestino delgado Então evoluem para L5, que penetra na mucosa Dará origem a uma fêmea paternogenética parasita 3n corticoides, é preciso fazer o diagnostico diferencial para saber se não é o strongyloides no seu ciclo pulmonar, está produzindo essa sintomatologia, se for ele antes de qualquer tratamento e fundamental fazer tratamento com anti-helmínticos. Se não for realizado vai potencializar crescimento da carga parasitária que poderá vitimar o hospedeiro. P A T O L O G I A As lesões causadas por esta infecção situam-se em diferentes níveis: → Pele: deixam sinais de porta de entrada, lesões puntiformes, vermelhas e urticariformes (pode haver coceira). No entorno do ânus quando ocorre infecção externa também haverá essas lesões. → Ciclo pulmonar: são produzidas pequenas hemorragias no parênquima quando as larvas invadem os alvéolos e fazem a mudança de L3 para L4. Elas chegam ao causas uma pneumonite difusa ou síndrome de Loeffler, e pode haver diagnostico da doença registrando a presença de larvas no escarro. → Duodeno e jejuno: lesões mecânicas, traumáticas, histolíticas e as inflamatórias. Como consequência gera processos inflamatórios, causando edema, esse edema reduz a capacidade de absorção das alças do intestino delgado, conduz a uma síndrome de má absorção intestinal, prejudica a saúde do indivíduo e potencializa problemas imunológicos que deflagarão aumento da carga parasitário. ✓ Pode haver pontos hemorrágicos na mucosa além de sangue misturado as fezes. As fêmeas consomem sangue, mas os sangramentos ocasionados pelos movimentos das larvas namucosa do intestino é o fator mais importante para esses pontos hemorrágicos. ✓ Pode haver duodeno-jejunite, que vai providenciar aumento do peristaltismo, levando a diarreias frequentes com fezes muco sanguinolentas. ✓ E fibrose e atrofia da mucosa, porque o entra e sai das larvas determina a formação de lesões que são preenchidas por tecido fibroso, tornando o duodeno e jejuno um tubo quase rígido, então as diarreias vão ser substituídas por crises de constipação intestinal, que favorecem o aumento da carga parasitária. ✓ Enterite catarral: secreção mucoide com carácter reversível; enterite edematosa (síndrome de má absorção) e enterite ulcerosa, sendo a mais grave, com alterações no peristaltismo, ulcerações da mucosa e pode conduzir a morte. → Disseminada: nos rins (além de intestino e pulmões), fígado, vesícula biliar, cérebro, pâncreas, tireoide, adrenais, próstata, glândulas mamárias e linfonodo. Pode conduzir a óbito, pois os anti- helmínticos não atuam bem sobre as larvas, as larvas em outros locais complicam a doença. → Sintomatologia: ✓ No início a penetração larvária pode ser assintomática ou, em pacientes sensibilizados, pode haver eritema de prurido ou manifestações urticariformes; ✓ Relacionados a síndrome de Loeffler: febre baixa, tosse, eosinofilia sanguínea, expectoração frequente; ✓ Digestivos: cólicas, dores imitando úlcera péptica (o protozoário giárdia lamblia também causa), surto diarreico, náuseas, anorexia e vômitos. ✓ Na fase aguda há leucocitose que pode apresentar 15 a 45% de eosinófilos. ✓ Casos graves: anemia, emagrecimento, desidratação, astenia, irritabilidade nervosa ou depressão (ligados a ação tóxica do parasito). ✓ Autoinfecção cronifica a doença pode até 30 anos. ✓ Pode haver forma grave ou fatal pelas ulcerações extensas pelo entra e sai das larvas, pode potencializar rupturas de alças intestinais. → Pequeno n° de parasitos: assintomáticos. → Formas graves: na dependência de carga parasitária (fator extrínseco) e de fatores intrínsecos, como subalimentação, ocorrência de diarreias (desidratação) e vômitos (ocasionados por movimentos retro peristálticos), infecções bacterianas e parasitárias associadas, além de intervenções cirúrgicas. → Principais alterações: traumática (larvas e adultos), irritativa (larvas se arrastando pelo parênquima), tóxica (toxinas liberadas pela fêmea alteram peristaltismo, diarreias e quadro depressivo) e antigênica (sistema imunológico). → Como tem uma parte do ciclo como geohelminto (indireto), e por isso é comum em climas tropicais. D I A G N O S T I C O → Deve ser suspeitado sempre que houver eosinofilia não explicada por outras causas, ou deve ser procurado em pacientes que vão tomar ou estão tomando corticoides. → Mas, devido ao caráter inespecífico do quadro clínico, ele deve ser confirmado pelos exames de laboratório. → Em um exame de fezes frescas, busca-se larvas (rabditoides - L1) de helmintos, e a presença delas da 90% de probabilidade de ser strongyloides stercolaris. → Os métodos mais utilizados para diagnostico são: ✓ Rugai ✓ Baerman ✓ Coprocultura de Harada-Mori (eles enriquecem o meio para aumentar a proliferação e facilitar a identificação das larvas na amostra) → Laboratorial: demonstração dos parasitos: EPF – pesquisa de larvas. → Clínico: tríade clássica: diarreia, dor abdominal e urticária (presença constante das larvas circulando e na região perianal). Profilaxia: ✓ Medidas de higiene em geral; ✓ Presença de cães; ✓ Andar calçado; ✓ Lavar bem os alimentos; Tratamento: ✓ Ivermectina: por via oral, 2 vezes de 200 mg/kg, contraindicada em gestantes e no aleitamento. ✓ Albendazol: oralmente, 400 mg ao dia, por 3 dias. ✓ Tiabendazol: oralmente, 25 mg/kg, duas vezes ao dia, durante 7 a 10 dias, recomendado nos casos de hiperinfecção. Nos casos normais são 50 mg/kg 9até um máximo de 3 gramas em um dia, divididos em 2 e 4 tomadas após as refeições. → A taxa de cura é de 70 a 90% e como os medicamentos não matam as larvas, convém repetir o tratamento para evitar reinfecções externas ou internas. Repetir o tratamento em 30 dias. → O cambendazol, via oral, 5 mg/kg, dose única. Referências: REY (cap 25), NEVES (cap 32) e FERREIRA (cap 10).
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