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FACULDADE ASSIS GURGACZ CLAUDIA CRISTIANA ORBEN PROPOSTA PARA UTILIZAÇÃO DE UMA ESCALA COM DESENHOS ADAPTADA À ESCALA DE BORG PARA O ESFORÇO PERCEBIDO CASCAVEL 2006 1 FACULDADE ASSIS GURGACZ CLAUDIA CRISTIANA ORBEN PROPOSTA PARA UTILIZAÇÃO DE UMA ESCALA COM DESENHOS ADAPTADA À ESCALA DE BORG PARA O ESFORÇO PERCEBIDO Trabalho apresentado na disciplina de TCC II, do curso de Fisioterapia da Faculdade Assis Gurgacz, como requisito parcial para obtenção do título Bacharel em Fisioterapia. Orientadora: Profª. Ms. Alessandra Monaco Rigatto. CASCAVEL 2006 2 FACULDADE ASSIS GURGACZ CLAUDIA CRISTIANA ORBEN PROPOSTA PARA UTILIZAÇÃO DE UMA ESCALA COM DESENHOS ADAPTADA À ESCALA DE BORG PARA O ESFORÇO PERCEBIDO Trabalho apresentado no Curso de Fisioterapia da Faculdade Assis Gurgacz, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia, sob a orientação da Professora Mestra Alessandra Monaco Rigatto. BANCA EXAMINADORA ______________________________ Orientadora: Prof ª. Alessandra Monaco Rigatto Faculdade Assis Gurgacz Mestre ______________________________ Avaliadora: Prof ª. Marinés Toigo Faculdade Assis Gurgacz Especialista ______________________________ Avaliador: Prof. Rodrigo Luiz Lima Jucá Faculdade Assis Gurgacz Especialista Cascavel,18 de outubro de 2006 3 DEDICATÓRIA Dedico aos que amo. 4 AGRADECIMENTOS A Deus por iluminar meu caminho. Aos meus pais João Valter e Lenir, pela preocupação e dedicação sem limites, em todos os momentos de minha vida, muito obrigado. Aos meus irmãos Michele e Willian, pelo apoio, companheirismo e compreensão nas horas difíceis. A minha querida avó Colastica, por seu amor que me fortalece a cada dia. A minha orientadora Alessandra, obrigado por acreditar em mim, por todo o auxílio, dedicação e conhecimento compartilhado. Ao professor Vilagra, agradeço pelo auxílio. Agradeço as minhas tias Marilda, Iliane, Cleocir e Cirlei por me ensinarem que tomar grandes decisões é fundamental para conquistar nossas metas. As minhas grandes amigas Juliana, Leila, Cíntia, Iara, Renata, Débora, Liliam, Nalva, Renatinha e Andy, agradeço pela amizade, conselhos e incentivo. As minhas colegas e amigas Anne Lise e Elione, pela paciência e compreensão que tiveram comigo durante uma etapa difícil de minha jornada acadêmica. Agradeço aos colegas que participaram da pesquisa, ao arquiteto Alessandro e a meu amigo Robson, pois foram de fundamental importância para concretização deste trabalho. 5 EPÍGRAFE “Palavras e imagem são como cadeira e mesa: se você quiser se sentar à mesa precisa de ambas”. Jean-Lu Godard 6 RESUMO A Escala de Borg para o esforço percebido permite ao indivíduo classificar subjetivamente suas sensações de cansaço, níveis de fadiga durante o Teste de Esforço físico. A classificação subjetiva do esforço tem se revelado um indicador valioso para a monitoração da resistência do indivíduo ao exercício físico. Este estudo tem como objetivo a elaboração de uma escala ilustrada com desenhos, adaptada à Escala de Borg para o esforço percebido, bem como, verificar se os símbolos correspondem ao texto para qual foi adaptado. A amostra para análise foi composta por oito indivíduos, sendo sete do sexo feminino e um do sexo masculino. A avaliação foi composta de um questionário elaborado pela autora contendo duas questões (sobre a facilidade da compreensão das escalas, e o porquê da preferência por uma delas), e realizado o teste de caminhada de seis minutos, sendo verificadas freqüência cardíaca, freqüência respiratória, pressão arterial sistólica e diastólica, saturação de oxigênio, distância percorrida, nível de esforço físico. Cada participante realizou dois testes de caminhada de seis minutos, sendo que no primeiro teste o nível de esforço foi classificado através da Escala de Borg e no segundo teste foi utilizado a Escala com Desenho. Quanto à distância percorrida e sinais vitais, o grupo não apresentou diferença estatisticamente significante entre os dois testes, utilizando-se o Teste T de Student para amostras pareadas, sendo considerado estatisticamente significativo valores de p ≤ 0,05. Quanto à comparação entre as escalas, 78 % dos indivíduos responderam a figura correspondente ao texto exposto na escala de Borg. Quando questionados sobre a compreensão das escalas, 49% dos participantes relataram maior facilidade em compreender a Escala com Desenho. Conclui-se que na comparação entre a Escala de Borg e a Escala com Desenho, o símbolo neste grupo foi correspondente ao texto para o qual foi adaptado, sendo a escala com desenho a melhor compreendida pela maioria dos participantes no presente estudo. Palavras-chave: Escala de Borg. Esforço percebido. Teste de Esforço. Escala com Desenho. 7 ABSTRACT The borg's scale of the noticed strength allows one to classify ones tiredness sensations subjectively, fatigue levels that take place during the Physical Strength Test. The subjective classification of the strength has been a valuable indicator of the individual resistance when one makes physical exercises. The objective of this study is developing an illustrated scale adapted to the Borg's Scale of the noticed strength as well as verifying whether the symbols correspond to the text which was previously adapted. The sample for the analyses consisted of 8 individuals, 7 females and 1 male. The classification was composed of a questionnaire elaborated for the author contends two questions (about the ease understanding scales, and the reason of the preference for a scale), and done the walked test in six minutes, being verified heart frequency, breath frequency, systolic and dyastolic blood pressure, oxygen saturation, covered distance, level of physical effort. Each participant done two walked test of six minutes, in the first one she has tested the effort level was classified through Borg’s Scale and in the second test was used Scale with Draw. About the distance and vital signals, the group didn’t show any difference statically significant between the two tests, using the student test T to sample in pairs, being considered statically significant values of the p ≤ 0,05. About the comparison between the scales, 78% of the individuals answered that picture correspond to the test in display in the Borg’s Scale. When questioned about the scale understanding, 49% of the participants reported a bigger ease to understand the scale with draw, the symbol in this group was correspond to the test to which was adapted, being the scale better with draw understood by the most of the participants in the present study. Key words: Borg’s Scale, realized strain, strain test, scale with draw 8 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Freqüência Cardíaca em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas............................. 39 TABELA 2 – Freqüência respiratória em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas............................. 41 TABELA 3 – Pressão arterial sistólica em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas............................. 43 TABELA 4 – Pressão arterial diastólica em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas............................. 44 TABELA 5 – Saturação de oxigênio (O2) em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas............................. 46 TABELA 6 – Distância percorrida do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas...................................................................................48 TABELA 7 – Percepção de esforço relatada pelos indivíduos nas duas escalas.. 49 TABELA 8 - Teste T: duas amostras em par para média da freqüência cardíaca. 66 TABELA 9 - Teste T: duas amostras em par para média da freqüência respiratória............................................................................................................. 66 TABELA 10 - Teste T: duas amostras em par para média da pressão arterial sistólica................................................................................................................... 67 TABELA 11 - Teste T: duas amostras em par para média da pressão arterial diastólica................................................................................................................ 68 TABELA 12 - Teste T: duas amostras em par para média da saturação de oxigênio.................................................................................................................. 68 9 TABELA 13 - Teste T: duas amostras em par para média da distância percorrida............................................................................................................... 69 10 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1: Processo de comunicação................................................................... 21 GRÁFICO 1: Médias e desvio padrão de freqüência cardíaca em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas................................................................................................................... 40 GRÁFICO 2: Média e desvio padrão de freqüência respiratória em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas................................................................................................................... 42 GRÁFICO 3: Média e desvio padrão de pressão arterial sistólica em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas................................................................................................................... 43 GRÁFICO 4: Média e desvio padrão de pressão arterial diastólica em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas................................................................................................................... 45 GRÁFICO 5: Média e desvio padrão da saturação de O2 em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas................................................................................................................... 47 GRÁFICO 6: Média e desvio padrão da distância percorrida do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas............................................... 48 GRÁFICO 7: Percentual de respostas correspondentes nas duas escalas do grupo estudado...................................................................................................... 50 GRÁFICO 8: Respostas obtidas no questionário quanto à facilidade de interpretar a escala de Borg e a escala percepção do esforço por desenhos....... 51 11 SUMÁRIO 1 INTRDUÇÃO....................................................................................................... 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................... 15 2.1 ESCALA DE BORG PARA O ESFORÇO PERCEBIDO.................................. 15 2.2 TRIAGEM DE SAÚDE PRÉ-TESTE................................................................ 16 2.3 TESTE DE ESFORÇO..................................................................................... 16 2.3.1 Teste de Esforço Máximo e Teste de Esforço Submáximo.......................... 18 2.3.2 Avaliação Clínica Pré-Teste.......................................................................... 19 2.3.3 Orientações e Instruções Pré-Teste.............................................................. 20 2.3.4 Critérios para interromper o Teste de Esforço.............................................. 21 2.4 MODALIDADES DO TESTE DE ESFORÇO................................................... 21 2.5 TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS....................................................... 22 2.6 PERCEPÇÃO VERSUS SENSAÇÃO.............................................................. 23 2.6.1 Teorias da Percepção................................................................................... 24 2.6.2 Percepção Subjetiva do Esforço................................................................... 24 2.7 A IMAGEM....................................................................................................... 25 2.7.1 O Desenho.................................................................................................... 26 2.8 LEIS DA GESTALT.......................................................................................... 27 2.9 COMUNICAÇÃO.............................................................................................. 28 2.9.1 Comunicação Visual...................................................................................... 30 3 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.......................................................... 32 3.1 TIPO DEPESQUISA......................................................................................... 32 3.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO.................................................... 32 12 3.3 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................... 33 3.4 RISCOS DA PESQUISA.................................................................................. 35 3.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................ 36 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 38 5 CONCLUSÃO..................................................................................................... 56 REFERÊNCIAS...................................................................................................... 57 APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO....... 62 APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PARTICIPANTES............... 64 APÊNDICE C – ESCALA COM DESENHO PARA O ESFORÇO PERCEBIDO.. 65 APÊNDICE D – TESTE T STUDENT: DUAS AMOSTRAS EM PAR PARA MÉDIA.................................................................................................................... 66 APÊNDICE E – ANAMNESE E EXAME FÍSICO................................................... 70 ANEXO A – ESCALA ORIGINAL PARA CLASSIFICAÇÃO DO ESFORÇO PERCEBIDO.......................................................................................................... 71 ANEXO B – PARECER 29/2006 – CEP/FAG....................................................... 72 13 1 INTRODUÇÃO O Teste de Esforço (TE) é um método não invasivo utilizado para avaliação funcional de pacientes cardíacos. No TE máximo o paciente é exercitado até a exaustão, atingindo sua capacidade aeróbia máxima. No TE submáximo o paciente atinge 85% da capacidade aeróbia máxima (ALFIERI et al., 1999). O Teste de caminhada de seis minutos é um teste submáximo que possui grande facilidade de aplicação e administração, é mais tolerado e o que reflete melhor o desempenho funcional do paciente em suas atividades diárias (ENRIGHT, 2003). A Escala de Borg para o esforço percebido permite ao indivíduo classificar subjetivamente suas sensações de cansaço e níveis de fadiga durante o Teste de Esforço físico, sendo um indicador valioso para a monitoração da resistência do indivíduo ao exercício físico. Para que se possa classificar o nível de fadiga durante um TE o indivíduo deve ler, interpretar e relacionar suas sensações com o item da escala que melhor se adequou à sua percepção de esforço. No entanto, para os indivíduos não escolarizados, a linguagem falada, a imageme o símbolo continuam sendo os principais meios de comunicação (DONDIS, 1997). Ainda, Pacheco e Pacheco (2001) referem-se à palavra e a imagem como sendo signos constituindo, portanto um auxiliar indispensável ao pensamento e à comunicação. Neste contexto, objetivou-se a elaboração de uma escala ilustrada com desenhos, adaptada à Escala de Borg para o esforço percebido, bem como, verificar se os símbolos correspondem ao texto para qual foi adaptado. 14 A pesquisa apresenta, também, uma abordagem sobre percepção, imagem, desenho, comunicação e comunicação visual. 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 ESCALA DE BORG PARA O ESFORÇO PERCEBIDO A Escala de Borg para o esforço percebido foi desenvolvida para permitir ao indivíduo classificar subjetivamente suas sensações durante o Teste de Esforço, levado em consideração nível de aptidão, condições ambientais, e níveis gerais de fadiga (MAHLER et al., 2000). Os índices de esforço físico também podem ser obtidos através da Escala de Relações de Categorias (category-ratio, CR10). A Escala CR10 de Borg foi elaborada com o objetivo de simplificar as mensurações para uso prático e melhorara as mensurações das extremidades mais intensas (BORG, 2000). A classificação do esforço percebido tem se revelado um indicador valioso e confiável no monitoramento da resistência do indivíduo ao exercício. A graduação do esforço percebido durante os Testes de Esforço (TE) está relaciona com a freqüência cardíaca máxima e valores de consumo de oxigênio registrados durante o exercício físico (MAHLER et al., 2000). 16 2.2 TRIAGEM DE SAÚDE PRÉ-TESTE A triagem inicial dos participantes em relação aos fatores de risco e/ ou aos sintomas de doenças crônicas é necessária para garantir a segurança durante o teste de esforço, bem como elaborar uma prescrição adequada e efetiva do exercício. Os propósitos da triagem incluem: identificação e exclusão de indivíduos contra-indicados para o exercício, identificação dos indivíduos com maior risco de doença, sintomas e fatores de risco e que precisam ser submetidos à avaliação médica e ao teste de esforço, identificação dos indivíduos com doença clinicamente significativa e que devem participar de um programa de exercícios com supervisão médica e identificação dos indivíduos com outras necessidades especiais (BALADY et al., 2003). Os recursos de triagem de saúde devem ser válidos, custo-efetivo e eficientes ao longo do tempo. Os procedimentos variam de questionários auto- administrativos a testes diagnósticos sofisticados (BALADY et al., 2003). 2.3 TESTE DE ESFORÇO O Teste de Esforço é utilizado para a avaliação do paciente com sintomas atípicos com padrão eletrocardiográfico (ECG) normal, paciente assintomático com ECG sugerindo isquemia em repouso, paciente indicado para revascularização miocárdica e a angioplastia transluminal coronária, avaliação da eficácia terapêutica 17 de drogas antianginosas, avaliação de populações com fins epidemiológicos e avaliação de pacientes com sintomas definidos, determinando grau da resposta isquêmica, sua localização, grau de comprometimento ventricular e grau do trabalho desenvolvido (ALFIERI et al., 1999). Segundo Silva e Catai (2000), as contra-indicações absolutas para os Testes de Esforço são: Paciente acamado; Infarto agudo do miocárdio instável; Angina instável ou prolongada; Arritmia atrial ou ventricular severa; Bloqueio de ramo cardíaco de segundo ou terceiro grau; Insuficiência cardíaca congestiva descompensada; Alteração significativa e recente do eletrocardiograma de repouso; Estenose aórtica grave; Aneurisma dissecante; Miocardite ou pericardite suspeita ou ativa; Tromboflebite ou trombose intracardíaca; Embolia pulmonar ou sistêmica recente; Infecções agudas; Aneurisma dissecante da aorta diagnosticada ou suspeita; Febre acima de 38°C; Resposta inapropriada da pressão arterial sistêmica: em mudanças ortostáticas ou em exercício físico e pacientes sintomáticos. Distúrbio emocional significativo. 18 Segundo Mahler et al. (2000), as contra-indicações relativas para os Testes de Esforço são: Pressão diastólica em repouso acima de 115mmHg ou pressão sistólica em repouso acima de 200mmHg; Cardiopatia valvular moderada; Anormalidades eletrolíticas conhecidas (hipocalemia, hipomagnesemia); Marcapasso de freqüência fixa; Ectopatia ventricular complexa ou freqüente; Aneurisma ventricular; Doença metabólica não controlada; Doença infecciosa crônica; Distúrbios neuromusculares, músculo-esqueléticos ou reumatológicos, exacerbados por exercício físico; Gravidez avançada ou complicada. 2.3.1 Teste de Esforço Máximo e Teste de Esforço Submáximo A escolha de se utilizar um teste de esforço máximo ou submáximo depende em grande parte das razões para a efetivação do teste, do perfil do indivíduo a ser testado e da disponibilidade de equipamentos e profissionais adequados. Os testes de esforço máximo são clinicamente mais úteis para o diagnóstico de doença coronariana em indivíduos assintomáticos. Porém, possuem a desvantagem de 19 exigir que os participantes se exercitem até o ponto de fadiga voluntária (BALADY et al., 2003). O teste de esforço submáximo tem como objetivo básico determinar a relação entre a resposta da freqüência cardíaca do indivíduo e seu consumo de oxigênio (VO2) durante um exercício progressivo e utilizar o resultado para predizer o consumo máximo de oxigênio (VO2máx). O teste de esforço submáximo proporciona uma reflexão razoavelmente precisa da aptidão com um baixo custo, risco reduzido, e necessita de menos tempo e esforço menor do participante (MAHLER et al., 2000). O Teste de Esforço (TE) é um método não invasivo utilizado para avaliação funcional de pacientes cardíacos. No TE máximo o paciente é exercitado até a exaustão, atingindo sua capacidade aeróbia máxima. No TE submáximo o paciente atinge 85% da capacidade aeróbia máxima (ALFIERI et al., 1999). 2.3.2 Avaliação Clínica Pré-Teste O objetivo da avaliação pré-teste é proporcionar ao sujeito maior garantia acerca da segurança do exercício através da identificação da isquemia miocárdica residual, de arritmias significativas e do efeito de certas terapias médicas. A avaliação pré-teste inclui uma anamnese (história médica), exame físico e exames laboratoriais (BALADY et al., 2003). São componentes da Anamnese: diagnóstico médico, história dos sintomas, doença recente, hospitalização, procedimentos cirúrgicos, problemas ortopédicos, uso de medicamentos, outros hábitos, história do exercício, história relacionada ao 20 trabalho, história familiar de doença cardíaca, pulmonar ou metabólica, apoplexia, morte súbita (BALADY et al., 2003). São componentes do Exame Físico: peso corporal, freqüência e ritmo do pulso apical, pressão arterial em repouso, nas posições sentada, bípede e supina, ausculta pulmonar, palpação do impulso apical cardíaco, ausculta cardíaca, palpação e ausculta das artérias carótidas, abdominais e femorais, avaliação do abdome quanto a ruídos intestinais, massas, visceromegalia, hipersensibilidade, palpação e inspeção das extremidades inferiores para edema e identificação dos pulsos arteriais, avaliação das condições ortopédicas, teste de função neurológica e inspeção da pele (BALADY et al., 2003). Os exames laboratoriais recomendados são: colesterol, glicose sangüínea, triglicerídeos e função da tireóide (BALADY et al., 2003). 2.3.3 Orientações e Instruções Pré-Teste O avaliador deve informar ao paciente os procedimentos do teste, as manifestações de intolerância ao exercício e os risco associados durante sua prática (SILVA; CATAI, 2000). O paciente deve ser instruído antes de iniciar o Teste de Esforço, a usar roupas confortáveis para realizar o teste, beber água 24 horas antes do teste, evitar comida, cigarro, álcool e cafeína 3 horas antes doteste, evitar atividades físicas no dia do teste e dormir de 6 a 8 horas na noite anterior ao teste (MAHLER et al., 2000). 21 2.3.4 Critérios para interromper o Teste de Esforço Segundo Alfieri et al. (1999) o Teste de Esforço deve ser interrompido quando ocorrer: freqüência cardíaca máxima teórica preconizada, angina moderada a severa, depressão do segmento ST de 3mm ou mais, elevação do segmento ST de 3mm ou mais, em ausência de zona inativa, sinais e sintomas de baixo fluxo cerebral, elevação da pressão arterial acima de 240mmHg / 140mmHg, cansaço físico importante desproporcional ao esforço. 2.4 MODALIDADES DO TESTE DE ESFORÇO Nos Testes de Esforço Clínicos, a esteira rolante e a bicicleta ergométrica são os meios mais utilizados. Na bicicleta ergométrica os registros ECG e determinações da pressão arterial são facilmente obtidos por haver menos movimento dos braços e do tórax. Porém, o consumo de oxigênio (VO2) e a freqüência cardíaca são mais baixos no teste na bicicleta ergométrica. Os valores mais baixos para o consumo de oxigênio (VO2máx) durante o teste na bicicleta ergométrica podem variar de 5 a 25% dependendo da força dos membros inferiores e do condicionamento físico do paciente (BALADY et al., 2003). A esteira rolante simula a maioria das atividades físicas. Ela permite que o Teste de Esforço seja condizente com a realidade da condição aeróbia e anaeróbia geral, devido ao maior envolvimento muscular (ALFIERI et al., 1999). 22 A ergometria para membros superiores é um método alternativo de Teste de Esforço para indivíduos que não conseguem realizar o exercício com os membros inferiores (BALADY et al., 2003). 2.5 TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS O Teste de caminhada de seis minutos (TC6) é um teste de esforço submáximo que pode ser utilizado para avaliação do desempenho funcional do paciente em suas atividades diárias. O teste envolve fatores variados: função pulmonar, função cardíaca, desempenho muscular, estado nutricional, circulação periférica, condições ortopédicas, função psíquica e cognitiva (SILVA et al., 2005). O TC6 é considerado um teste submáximo, pois o paciente é instruído a caminhar na velocidade máxima tolerada por ele durante seis minutos, mediante incentivos verbais. Depende, portanto, de ajuste individual da velocidade durante o teste, que é determinado pelo paciente, o qual pode interromper a caminhada se desejar (ATS STATEMENT, 2002 apud ROSA et al., 2006, p. 107). O TC6 é um teste simples, facilmente realizado e de baixo custo, útil para o estudo da capacidade funcional, avaliação dos resultados de programas de reabilitação pulmonar, identificação da evolução clínica dos pacientes com Hipertensão Pulmonar, redução dos volumes pulmonares, pós-transplante pulmonar e análise dos efeitos da terapia medicamentosa em paciente com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (OLIVEIRA et al., 1996, MOREIRA; MORAES; TANNUS, 2001, ENRIGHT, 2003). 23 O teste avalia a tolerância do paciente ao exercício durante a caminhada de seis minutos, em superfície plana, com trinta metros retilíneos, marcados pelo menos de três em três metros. Utiliza-se como sinalização para o retorno e a volta do paciente um come de trânsito. No inicio e ao final do teste é monitorado as freqüências cardíaca e respiratória, a saturação de oxigênio e o grau de dispnéia utilizando a Escala de Borg para o Esforço Percebido (SILVA et al., 2005). Segundo Enright (2003) alguns fatores que influenciam o TC6 são corredor estreito e/ou curto, paciente com idade avançada, gravidez, distúrbios osteoarticulares, déficit de cognição, angina cardíaca, asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), fibrose cística. 2.6 PERCEPÇÃO VERSUS SENSAÇÃO Para representarmos o mundo exterior em nossa mente, é preciso detectar através de nosso sistema sensorial (visão, audição, tato, paladar, olfato) a energia do ambiente e codificá-la como sinais nervosos, um processo tradicionalmente chamado de sensação. O processo de seleção, organização e interpretação de nossas sensações é denominado percepção (MYERS, 1999). Segundo Luria (1990), a percepção é um processo complexo que envolve complexas atividades de orientação, uma estrutura probabilística, uma análise e síntese dos aspectos percebidos e um processo de tomada de decisão. Em resumo percepção é um processo complexo estruturalmente similar aos processos subjacentes às atividades cognitivas mais complexas. 24 2.6.1 Teorias da Percepção Muitas explicações teóricas enfatizam que os estímulos influenciam a percepção. A Teoria da percepção Construtiva sustenta que o perceptor constrói o estímulo que é percebido, utilizando a informação sensorial como o fundamento para a estrutura, mas também considerando o conhecimento existente e os processos de pensamento da pessoa. A Teoria da percepção Direta enfatiza que o arranjo de informações nos receptores sensoriais é o necessário para uma pessoa perceber qualquer coisa; segundo essa teoria, o conhecimento anterior ou os processos de pensamento não são necessários para a percepção (STERNBERG, 2000). 2.6.2 Percepção Subjetiva do Esforço O esforço percebido é a sensação de quão intenso e extenuante é um exercício físico. Esta definição constitucional enfatiza a tensão física vivenciada no trabalho muscular. Experiências como esforço, falta de ar, fadiga, dor muscular e sensação de calor contribuem para formular o conceito de esforço percebido. Outros conceitos são a sensação subjetiva de peso e da gravidade, a força subjetiva, a vigília e a intensidade do exercício (BORG, 2000). 25 2.7 A IMAGEM O mundo das imagens divide-se em dois domínios. O primeiro é o domínio das imagens como representações visuais: pintura, desenho, gráficos, fotografia e imagens cinematográficas, televisivas e informática. Neste sentido, as imagens são signos, objetos materias que representam nosso meio ambiente visual. O segundo domínio é o imaterial, são imagens da nossa mente. Neste domínio, imagens aparecem, em geral, como representações mentais (SANTAELLA; NÖTH, 2001). Segundo Neiva Jr. (2002) a imagem é basicamente uma síntese que oferece traços, cores e outros elementos visuais simultaneamente. Aristóteles sugeriu que todo processo de pensamento requeria imagens. Sem dúvida, para o cego, outros meios de percepção, sobretudo através do som e do tato suprem a imagem mental a ser decifrada. Porém, para aqueles que podem ver, a existência se passa em uma seqüência de imagens capturadas pela visão e realçadas pelos sentimentos, configura uma linguagem composta por imagens traduzidas em palavras e por palavras traduzidas em imagens. Ao contrário das palavras, as imagens apresentam-se à nossa consciência instantaneamente (MANGUEL, 2001). 26 2.7.1 O Desenho O desenho é um processo de criação visual que possui propósito. Diferente da pintura e da escultura, que constituem a realização das visões e sonhos pessoais do artista, o desenho preenche necessidades práticas. Um trabalho de desenho gráfico, por exemplo, de ser colocado diante do olhar do público e transmitir uma mensagem predeterminada (WONG, 2001). O desenho como linguagem para a arte, para a ciência e para a técnica é um instrumento de conhecimento, possuindo grande capacidade de abrangência como meio de comunicação e de expressão (DERDYK, 2004). Para Wong (2001) o desenho deve ser estético e funcional, ao mesmo tempo em que reflete ou orienta o gosto de seu tempo. A função está presente quando o desenho serve a um propósito. Na abordagem construtiva, o desenho é uma das formas de representação, ou seja, produção dafunção semiótica, representativa de algo do mundo real, simbolismo de primeira ordem e que permite evocar diretamente o objeto (FERREIRA; MORO, 2001). Vygotsky (1998) enfatiza o papel do desenho na aprendizagem da escrita como um processo que evolui do simbolismo de primeira ordem para o simbolismo de segunda ordem, ou seja, a escrita. Ferreiro e Teberosky (1999) investigaram a diferenciação entre desenho e escrita, apontaram que, primeiramente, desenho e escrita estão indiferenciados, constituem uma unidade, e o texto relaciona-se diretamente com o desenho. Posteriormente, a escrita diferencia-se do desenho, atribuindo-se ao texto o enunciado verbal associado à imagem, independente da 27 fragmentação gráfica. Segundo as autoras, desenho e escrita possuem uma relação a ser investigada. 2.8 LEIS DA GESTALT Segundo Gomes Filho (2003) as leis da Gestalt, abaixo descritas, explicam por que vemos as coisas de uma determinada maneira e não de outra. Estas leis fornecem o embasamento científico ao sistema de leitura visual. Unidade: pode ser definida como o conjunto de elementos (como ponto, linha, cor, sombra, volume, brilho, textura e outros) que configuram o próprio objeto. Segregação: é a capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar ou destacar as unidades em um todo compositivo ou em partes deste todo. Unificação: é a coesão visual da forma em função do equilíbrio e harmonia da organização formal do objeto. Fechamento: este fator é importante para a formação de unidades. Através dele obtém-se a sensação de fechamento visual da forma, por meio do agrupamento de elementos de maneira a formar uma figura total mais completa. Continuidade: definida como impressão visual de como as partes se sucedem através da organização perceptiva da forma de modo coerente, sem interrupções na sua fluidez visual. 28 Proximidade: os elementos ópticos seja forma, cor, brilho ou outro tendem a ser visto juntos e a constituírem unidades. Semelhança: os estímulos mais semelhantes entre si e em maior proximidade terão maior tendência a constituírem unidades. Pregnância da Forma: é a lei básica da percepção visual da Gestalt. As forças de organização da forma tendem a se dirigirem tanto quanto o permitam as condições oferecidas, no sentido da harmonia, da ordem e do equilíbrio visual. Assim, quanto melhor for a organização visual do objeto, em termos de facilidade de compreensão e interpretação, melhor será a pregnância. 2.9 COMUNICAÇÃO Segundo Silva (1996) os elementos que compõem a comunicação são: a mensagem, o emissor, o receptor, o canal e a resposta. O emissor é quem envia a mensagem, iniciando o processo de comunicação. A mensagem é o pensamento, o sentimento ou idéia que o emissor deseja transmitir, a qual deve ter o mesmo significado para o receptor, sendo este quem recebe a mensagem, o qual deve emitir uma resposta ao emissor para que ocorra o processo comunicativo. O canal é a forma em que a mensagem é transmitida e a resposta é o efeito gerado. As mensagens são transmitidas ao receptor por intermédio de recursos físicos como a fala, audição e a visão (HOUAISS, 2001). Neste sentido Ferreira (1980) afirma que as mensagens podem ser emitidas através da linguagem falada 29 ou escrita, ou através de sinais, signos, símbolos, aparelho técnico especializado sonoro e/ou visual. A figura 1 apresenta um esquema básico da comunicação. FIGURA 1: Processo de comunicação Fonte: Fascioni (2001). Fascioni (2001) define repertório como o conjunto de significados possíveis de um determinado signo. Assim, quanto mais conhecimento, experiência ou vivência a respeito de determinado assunto, maior é o repertório que se tem sobre ele. Os repertórios estão diretamente relacionados com a cultura e convenções sociais, em geral, quanto mais simples for o repertório maior será o número de destinatários capazes de interpretar a mensagem, ou os signos que a compõem. Segundo Epstein (2001) signo é tudo que representa algo para algém, é um fato que acima e fora da impressão que causa nos sentidos faz algo diverso aparecer na mente, como conseqüência de si: como quando vemos uma pegada de 30 um animal concluímos que ele passou por este local; e quando vemos fumaça sabemos que há fogo abaixo dela. A comunicação é um instrumento através do qual as pessoas se compreendem e se aceitam, sendo o método que uma pessoa utiliza para transmitir seus pensamentos, sentimentos e suas idéias a outra (DU GAS, 1988). Para Bordenave (1982) a interpretação faz parte do processo da comunicação. A interpretação exige que se coloque a mensagem em um contexto, que a compare com outros elementos do repertório e com o com o conhecimento que se possui das intenções do emissor. O processo comunicativo é influenciado por múltiplos fatores como: as diversas formas que as pessoas sentem, interpretam e entendem o ambiente; os valores pessoais, os quais influenciam o modo como a pessoa se expressa e interpreta a mensagem; as emoções; os níveis de conhecimento; as posições assumidas e os relacionamentos estabelecidos entre as partes que se comunicam e o ambiente em que ocorre o intercambio de informações, sendo que este último quando agradável proporciona uma melhor comunicação (POTTER; PERRY, 2002). 2.9.1 Comunicação Visual Segundo Bacelar (1998) a pedagogia do design, partindo das teorias da percepção como instrumento de criação de imagens, pressupõe a faculdade de uma linguagem perceptiva universal, comum a todos os seres humanos, em todos os 31 tempos e em todos os lugares, linguagem essa capaz de ultrapassar qualquer barreira histórica ou cultual. Munari (1997) define sua idéia de comunicação visual como praticamente tudo o que nossos olhos vêem. Imagens, que como todas as outras, possuem um valor diferente segundo o contexto em que estão inseridas, fornecendo informações diferentes. No entanto, entre todas essas mensagens que passam através dos nossos olhos é possível fazer duas distinções: a comunicação visual pode ser causal ou intencional. A comunicação visual causal pode ser livremente interpretada por quem a recebe, seja ela uma mensagem cientifica, estética, ou de outro tipo. Ao contrário, a comunicação visual intencional transmite uma informação precisa pela intenção do emissor (MUNARI, 1997). Os elementos básicos visuais que constituem a substância básica daquilo que vemos são: o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala e o movimento (DONDIS, 1997). Os dados visuais podem transmitir informação: mensagens específicas ou sentimentos expressivos. No universo dos meios de comunicação visual, inclusive nas formas mais causais, a informação está presente. Toda forma visual concebível tem uma capacidade incompatível de informar o observador sobre si mesma e seu próprio mundo, ou ainda sobre outros tempos e lugares, distantes e desconhecidos. Essa é a característica mais exclusiva e inestimável de formatos visuais (DONDIS, 1997). A escrita e a leitura, e sua relação com a educação, constituem ainda um luxo das nações mais ricas e tecnologicamente mais desenvolvidas do mundo. Para 32 os indivíduos não escolarizados, a linguagem falada, a imagem e o símbolo continuam sendo os principais meios de comunicação (DONDIS, 1997). 33 3 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO 3.1 TIPO DE PESQUISA Esta pesquisa caracterizou-se por ser qualitativa de corte longitudinal. A população foi composta por 09 acadêmicos do curso de Fisioterapia da Faculdade Assis Gurgacz, selecionados de forma não probabilística intencional. 3.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO Os indivíduos exclusos da pesquisa foram aqueles que apresentam incapacidade visual, alterações do cognitivo, indivíduos que não pertenciam ao curso de Fisioterapia da Faculdade Assis Gurgacz e aqueles que se enquadraramnos critérios de contra-indicações absolutas e relativas para o teste de esforço físico. Os indivíduos inclusos na pesquisa foram os acadêmicos do curso de Fisioterapia da Faculdade Assis Gurgacz que aceitaram participar da pesquisa. 34 3.3 MATERIAIS E MÉTODOS O Teste de caminhada de seis minutos foi realizado no jardim interno do Centro de Reabilitação da Faculdade Assis Gurgacz, aplicado pela autora de segunda-feira a quinta-feira, nos horários 10:50 às 12:00h e das 17:40 as 19:00h. Cada participante realizou dois Testes de Caminhada de seis minutos, com um intervalo médio de três dias entre o primeiro e o segundo teste. Para buscar uma melhor adequação da utilização da Escala com desenho para o esforço percebido realizou-se uma simulação no dia 24/07/2006, com duas pacientes do setor de Fisioterapia em Cardiologia e Pneumologia do Centro de Reabilitação da Faculdade Assis Gurgacz. No dia anterior ao primeiro Teste de Caminhada de seis minutos os participantes receberam as orientações Pré-Teste e assinaram o Termo de Consentimento livre e esclarecido (Apêndice A). Antes da aplicação do primeiro Testes de Caminhada de seis minutos (TC6- 1) foi realizado a anamnese e exame físico dos participantes conforme sugerido por Balady et al., (2003), como consta no apêndice E. Antes de iniciar o teste os participantes receberam uma explicação simples e clara sobre a Escala Original para classificação do esforço percebido (Anexo A). Esta escala foi aplicada no repouso e ao sexto minuto do (TC6-1). Antes da aplicação do segundo Testes de Caminhada de seis minutos (TC6- 2) os participantes receberam uma explicação clara sobre a Escala com desenho para o esforço percebido (Apêndice C). A Escala com desenho para o esforço percebido foi aplicada no repouso e ao sexto minuto do TC6-2. 35 A amostra foi dividida em três grupos, contendo três participantes cada grupo, para facilitar a avaliação de cada indivíduo. O grupo 1 realizou o TC6-1 no dia 03/08/2006 e o TC6-2 no dia 07/08/2006. O grupo 2 realizou o TC6-1 no dia 08/08/2006 e o TC6-2 no dia 10/08/2006. O grupo 3 realizou o TC6-1 no dia 09/08/2006 e o TC6-2 no dia 14/08/2006. Uma participante do grupo 2 não realizou o TC6-2 por motivo de doença. Os desenhos que compuseram a Escala com desenhos para o esforço percebido foram adaptados a partir da Escala Original para o esforço percebido de Borg e desenvolvidos pelo arquiteto Alessandro Paggiarin Zanella (CREA/RS 91.465-D) conforme solicitado pela autora. Esta escala foi feita com adesivos colados em uma placa de PVC com 40cm de altura e 50cm de largura confeccionada pela empresa SITE STICKERS impressões digitais. A adaptação foi realizada da seguinte forma: símbolo número 1 da Escala com Desenhos adaptado a classificação muito, muito leve da Escala Original; o símbolo número 2 da Escala com Desenhos adaptado a classificação muito leve da Escala Original; símbolo número 3 da Escala com Desenhos adaptado a classificação ligeiramente leve da Escala Original; símbolo número 4 da Escala com Desenhos adaptado a classificação um pouco difícil da Escala Original; o símbolo número 5 da Escala com Desenhos adaptado a classificação difícil da Escala Original; o símbolo número 6 da Escala com Desenhos adaptado a classificação muito difícil da Escala Original; símbolo número 7 da Escala com Desenhos adaptado a classificação muito, muito difícil da Escala Original. Após o TC6-2 foi aplicado um questionário (Apêndice B) elaborado pela autora constituído por duas questões, com o objetivo de verificar a compreensão das Escalas. 36 Ainda foram utilizados para a realização pesquisa: Esfigmomanômetro marca BD: utilizado para aferir a pressão dos participantes antes e após o TC6-1 e TC6-2; Estetoscópio marca Missouri: utilizado para aferir a pressão dos participantes antes e após o TC6-1 e TC6-2; Oximetro de pulso marca Nonin: foi utilizado para mensuração da saturação de oxigênio, sendo esta realizada antes e após o TC6-1 e TC6-2; Frequêncimetro marca Polar modelo F5Tm: foi utilizado para a monitoração da freqüência cardíaca (FC) durante o TC6-1 e TC6-2. Os valores registrados foram freqüência cardíaca inicial e final de ambos os Testes de Caminhada de seis minutos. 3.4 RISCOS DA PESQUISA Os riscos associados aos Testes de Esforço pareceram relativamente baixos, a capacidade de manter um alto grau de segurança dependeu do conhecimento dos critérios de contra-indicações para os Testes de Esforço, quando o teste deve ser interrompido e de estar preparado para qualquer emergência (BALADY et al, 2003). O risco de morte durante ou imediatamente após um Teste de Esforço é inferior ou igual a 0,01%; o risco de ocorrer Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) durante ou imediatamente após um Teste de Esforço é inferior ou igual a 0,04%; o risco de 37 uma complicação que torna necessária a hospitalização (incluindo IAM e/ou arritmias graves) é menor ou igual a 0,2%. Existe a possibilidade de ocorres alteração da pressão arterial, desmaio e ritmo cardíaco irregular (BALADY et al, 2003). A pesquisa ofereceu risco de queda durante a realização do TC6. Caso isso ocorresse o pesquisador e orientadora prestariam os primeiros socorros e entrariam em contato com o serviço de ambulância pelo número telefônico 193 para que se tomasse as providencias cabíveis. 3.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS Para a análise dos resultados foram utilizados os programas Microlab Origin 6.0 e Microsoft Office Excel 2003, foram realizados médias e desvio padrão dos sinais vitais dos dois testes e a distância percorrida, sendo também realizado Teste T de Student para amostras pareadas ao nível de p≤ 0,05 de significância, para que evidenciasse se houve diferença ou não estatisticamente significante. Após esta etapa foram comparadas as respostas obtidas nas duas escalas a fim de verificar a reprodutilidade das mesmas e especificidade do teste. Foram consideradas respostas positivas quando a escala numérica e a de desenhos apresentaram mesmos valores como é citado abaixo. Na Escala Original para o esforço percebido o número 6 (muito, muito leve) corresponde ao símbolo número 1 da Escala com Desenhos; o número 9 (muito leve) da Escala Original corresponde ao símbolo número 2 da Escala com Desenhos; o número 11 (ligeiramente leve) da Escala Original corresponde ao 38 símbolo número 3 da Escala com Desenhos; na Escala Original o número 13 (um pouco difícil) corresponde ao símbolo número 4 da Escala com Desenhos; o número 15 (difícil) da Escala Original corresponde ao símbolo número 5 da Escala com Desenhos; na Escala Original o número 17 (muito difícil) corresponde ao símbolo número 6 da Escala com Desenhos; o número 19 (muito, muito difícil) da Escala Original corresponde ao símbolo número 7 da Escala com Desenhos. Na etapa seguinte, as duas questões tiveram análise, sendo a primeira apresentada de forma percentual direta e a segunda questão foi em forma de transcrição. 39 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A amostra inicial era composta de dez indivíduos, sendo nove do sexo feminino e uma do sexo masculino. Um indivíduo desistiu de participar e outro foi excluído por apresentar doença de origem neurológica na época da coleta de dados. Portanto a amostra para análise constou de oito indivíduos, sendo sete do sexo feminino e um do sexo masculino. A média de idade do grupo estudado foi de 27,63 ± 6,67 anos, e todos eram acadêmicos do décimo e oitavo período do curso de fisioterapia, portanto apresentavam compreensão necessária para interpretação das respostas e foram orientados previamente sobre as duas escalas, como foi proposto metodologicamente. Inicialmente foram comparadas as médias dos sinais vitais em repouso e no sexto minuto dos testes, também distância percorrida e a percepção do esforço obtidas na escala de Borg e na Escala de desenhos, sendo que os mesmos foram realizadosem dias alternados. Nesta comparação, objetivou-se avaliar se os testes foram semelhantes, para que fosse possível então comparar a escala tradicional à proposta. Foi realizado então o Teste T de Student para amostras pareadas, obtendo como índice de significância p ≤ 0,05, sendo que as análises realizadas mostraram que em todas as comparações p ≥ 0,05, o que evidenciou que os testes foram semelhantes, permitindo assim a comparação entre a percepção subjetiva dos mesmos (Apêndice D). Quanto a anamnese, quatro participantes relatarão história familiar de doença cardiovascular. Nos demais itens as respostas foram negativas. Os dados do exame físico dos participantes são apresentados nas tabelas abaixo. 40 TABELA 1 – Freqüência Cardíaca em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas Participante FC 0 B FC 0 D FC 6 B FC 6 D 1 86 75 134 125 2 85 80 138 143 3 95 105 153 131 4 93 136 160 178 5 86 97 165 122 6 116 96 138 138 7 80 71 99 82 8 106 96 154 140 Média 93,38 94,50 142,63 132,38 dp 12,14 20,65 20,91 26,69 Fonte: autora (2006) No gráfico 1 são apresentados os resultados das médias de freqüência cardíaca da amostra nos dois testes. A freqüência cardíaca é um dos métodos eficazes na monitoração da intensidade de exercício (RETECHUKI & SILVA, 2001), fornecendo importantes informações para estabelecermos a intensidade do esforço, desta maneira, ficou claro em nossas análises, que nas duas avaliações, a amostra atingiu a mesma intensidade, o que sugere que haja a mesma percepção do esforço. 41 GRÁFICO 1: Médias e desvio padrão de freqüência cardíaca em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas FC0B FC0D FC6B FC6D 0 20 40 60 80 100 120 140 160 fr eq uê n ci a c ar d ía ca e m b .p .m . Tempos de coleta dos sinais vitais Para o gráfico e tabela acima, FC0B (freqüência cardíaca em repouso para o teste usado para verificação da escala de Borg), FC0D (freqüência cardíaca em repouso para o teste usado para verificação da escala de desenhos), FC6B (freqüência cardíaca no sexto minuto do teste usado para verificação da escala de Borg) e FC6D (freqüência cardíaca no sexto minuto do teste usado para verificação da escala de desenhos). 42 TABELA 2 - Freqüência respiratória em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas Participante FR 0 B FR 0 D FR 6 B FR 6 D 1 24 20 24 24 2 20 20 28 22 3 20 14 22 18 4 20 14 24 28 5 20 20 22 20 6 21 20 24 27 7 20 20 22 22 8 16 20 26 24 Média 20,13 18,50 24,00 23,13 dp 2,17 2,78 2,14 3,36 Fonte: autora (2006) Abaixo são apresentadas as comparações entre as freqüências respiratórias médias do grupo nas duas análises, sendo que p ≥ 0,05. 43 GRÁFICO 2: Médias e desvio padrão de freqüência respiratória em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas FR0B FR0D FR6B FR6D 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 F re q u ê n ci a re sp ir a tó ri a e m i. p .m . Tempos de coleta dos sinais vitais Para o gráfico e tabela acima, FR0B (freqüência respiratória em repouso para o teste usado para verificação da escala de Borg), FR0D (freqüência respiratória em repouso para o teste usado para verificação da escala de desenhos), FR6B (freqüência respiratória no sexto minuto do teste usado para verificação da escala de Borg) e FR6D (freqüência respiratória no sexto minuto do teste usado para verificação da escala de desenhos). Segundo McArdle, Katch e Katch (2002) durante o exercício máximo a freqüência respiratória de adultos jovens e sadios aumenta habitualmente até 35 incursões por minuto. 44 TABELA 3 – Pressão arterial sistólica em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas Participante PAS 0 B PAS 0D PAS 6 B PAS 6 D 1 120 110 120 120 2 110 120 120 130 3 120 110 140 120 4 120 120 130 130 5 100 120 100 130 6 110 130 120 130 7 130 110 120 120 8 110 120 140 140 Média 115,00 117,50 123,75 127,50 dp 9,26 7,07 13,02 7,07 Fonte: autora (2006) GRÁFICO 3: : Médias e desvio padrão de pressão arterial sistólica em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas PAS0B PAS0D PAS6B PAS6D 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130 135 140 P re ss ã o a rt er ia l e m m m hg Tempos de coleta dos sinais vitais 45 Para o gráfico e tabela acima, PAS0B (pressão arterial sistólica em repouso para o teste usado para verificação da escala de Borg), PAS0D (pressão arterial sistólica em repouso para o teste usado para verificação da escala de desenhos), PAS6B (pressão arterial sistólica no sexto minuto do teste usado para verificação da escala de Borg) e PAS6D (pressão arterial sistólica no sexto minuto do teste usado para verificação da escala de desenhos). TABELA 4 – Pressão arterial diastólica em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas Participante PAD 0 B PAD 0 D PAD 6 B PAD 6 D 1 70 80 80 80 2 80 70 80 80 3 80 70 80 80 4 70 70 100 80 5 70 70 70 80 6 70 80 70 90 7 80 80 70 80 8 80 80 90 90 Média 75,00 75,00 80,00 82,50 dp 5,35 5,35 10,69 4,63 Fonte: autora (2006) 46 GRÁFICO 4: Médias e desvio padrão de pressão arterial diastólica em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas Para o gráfico e tabela acima, PAD0B (pressão arterial diastólica em repouso para o teste usado para verificação da escala de Borg), PAD0D (pressão arterial diastólica em repouso para o teste usado para verificação da escala de desenhos), PAD6B (pressão arterial diastólica no sexto minuto do teste usado para verificação da escala de Borg) e PAD6D (pressão arterial diastólica no sexto minuto do teste usado para verificação da escala de desenhos). Na atividade de endurance a pressão arterial sistólica aumenta proporcionalmente ao aumento da intensidade do exercício. A pressão arterial sistólica de 120mmHg em repouso pode ultrapassar 200mmHg no exercício PAD0B PAD0D PAD6B PAD6D 70 75 80 85 90 P re ss ã o ar te ri a l d ia st ó lic a e m m m hg Tempos de coleta dos sinais vitais 47 exaustivo. No entanto, a pressão arterial diastólica pouco se altera durante o exercício de endurance, independente da intensidade (WILMORE; COSTILL, 2001). TABELA 5 – Saturação de oxigênio (O2) em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas Participante SAT 0 B SAT 0 D SAT 6 B SAT 6 D 1 99 98 98 91 2 98 97 98 99 3 98 99 100 99 4 91 96 97 96 5 96 91 97 96 6 93 91 98 97 7 99 98 98 98 8 98 96 98 98 Média 96,50 95,75 98,00 96,75 dp 2,98 3,11 0,93 2,60 Fonte: autora (2006) 48 GRÁFICO 5: Médias e desvio padrão de saturação de O2 em repouso e no sexto minuto do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas SAT0B SAT0D SAT6B SAT6D 90 92 94 96 98 100 S a tu ra çã o d e O 2 em % Tempos de coleta dos sinais vitais Para o gráfico e tabela acima, SAT 0B (saturação de O2 em repouso para o teste usado para verificação da escala de Borg), SAT 0D (saturação de O2 em repouso para o teste usado para verificação da escala de desenhos), SAT 6B (saturação de O2 no sexto minuto do teste usado para verificação da escala de Borg) e SAT 6D (saturação de O2 no sexto minuto do teste usado para verificação da escala de desenhos). Pereira (2001) considera que os valores de saturação de oxigênio acima de 90% indicam um aporte satisfatório de oxigênio ao corpo. 49 TABELA 6 - Distância percorridaem metros (m) do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas Participante DP B DP D 1 548m 540m 2 570m 567m 3 619m 658m 4 600m 600m 5 500m 518m 6 539m 554m 7 518m 587m 8 560m 540m Média 556,75m 570,50m dp 39,72 44,24 Fonte: autora (2006) GRÁFICO 6: Médias e desvio padrão da distância percorrida do TC6 analisados no mesmo grupo para avaliação das duas escalas DPB DPD 0 100 200 300 400 500 600 D is tâ n ci a pe rc o rr id a em m e tr os Teste de caminhada de seis minutos 50 Para o gráfico e tabela acima, DP B (distância percorrida para verificação da escala de Borg) no TC6-1, sendo a média 556,75m, DPD (distância percorrida para verificação da escala de desenhos) no TC6-2 com média de 570,50m. TABELA 7 – Percepção do esforço relatada pelos indivíduos nas duas escalas Indivíduo IB 0 B PEED 0 IB 6 PEED 6 1 6 1* 11 3* 2 6 1* 11 3* 3 6 1* 6 1* 4 6 1* 11 3* 5 6 1* 11 2** 6 6 1* 15 6** 7 6 1* 9 2* 8 6 1* 9 2* Fonte: autora (2006) * = mesmo resultado entre as escalas. ** = resultado deferente entre as escalas. Para tabela acima IB 0B (índice de Borg em repouso), PEED 0 (Percepção de esforço na escala de desenhos), IB6 (índice de Borg no sexto minuto), PEED6 (percepção de esforço na escala de desenhos no sexto minuto). Pode ser verificado que a maior parte dos indivíduos apresentou a mesma resposta para as duas escalas. Segundo Couto (1996), as pessoas podem encontrar limites na linguagem verbal, e quanto mais símbolos forem apresentados, mais imagens mentais se tornam conscientes, tornando-se mais variada e rica a concepção do ser humano. As teorias estéticas baseadas na percepção favorecem o fator sensorial, negligenciando o intelecto, sobrepondo a visão à leitura, a 51 universalidade às diferenças culturais, favorecendo a construção de uma idéia imediata justaposta à construção de uma imagem (BACELAR, 1998). Talvez a fundamentação destes autores para comunicação visual justifique as respostas obtidas nesta pesquisa, corroborando com dados de seus trabalhos que inferem resultados positivos na apresentação e interpretação de desenhos. GRÁFICO 7: Percentual de respostas correspondentes nas duas escalas do grupo estudado 78% 22% SIM NÃO No gráfico acima, sim corresponde ao percentual onde houve o mesmo resultado quanto à classificação do esforço nas duas escalas, portanto, 78 % dos indivíduos responderam a figura correspondente ao texto exposto na escala de Borg. Munari (1997) afirma que a comunicação visual é um meio que permite ao emissor passar informações ao receptor, sendo condições fundamentais do seu funcionamento a exatidão das informações, a objetividade dos sinais, a codificação unitária e a ausência de falsas interpretações, que ficam evidenciados em nosso trabalho quando as respostas são correspondidas na maior parte da amostra. Ainda Bordenave (1982) evidencia que a interpretação faz parte do processo da 52 comunicação, sendo que a contextualização da informação é um parâmetro importante. Neste sentido, a amostra foi informada sobre as duas escalas, que proporcionou a contextualização das idéias, favorecendo a compreensão dos símbolos. Os indivíduos foram também submetidos a um questionário simples, contendo as seguintes perguntas sendo a primeira, qual escala é mais fácil de compreender?, e a segunda sobre o porquê. Abaixo, o gráfico 8 expressa os valores percentuais relacionados ao questionamento. GRÁFICO 8: Respostas obtidas no questionário quanto à facilidade em interpretar a escala de Borg e a escala de percepção de esforço por desenhos 49% 38% 13% Escala com desenhos Escala de Borg Indiferente Portanto, a maior parte da amostra, 49% referiu apresentar maior facilidade na compreensão da escala com desenhos, sendo que 13% da amostra apresentou- se indiferente. 53 Estes índices podem ser justificados quando se faz uma análise da linguagem empregada na escala proposta, sendo esta aplicada em forma de desenhos, ou seja, linguagem visual, que fora determinada conforme Dondis: Há milênios o homem vem funcionando como uma criatura que vê e, assim, abarcando vastidões. Só recentemente, porém (..) ele foi capaz de passar da rudeza da fala (..) enquanto meio de expressão, (..) para os poderes infinitos da expressão visual, capacitando-se assim a compartilhar, com todos os seus semelhantes e com enorme rapidez, imensos conjuntos dinâmicos [...] (1997. p.236) Com isto, fica o pressuposto que a linguagem visual ignora fatores culturais, sociais, nível de alfabetização e nacionalidade, o que não foi analisado em nosso estudo, porém, fica expresso a simplicidade dos desenhos, a facilidade na interpretação. Ainda neste contexto Pacheco e Pacheco (2001) referem-se à palavra e a imagem como sendo signos constituindo, portanto um auxiliar indispensável ao pensamento e à comunicação. Ao mesmo tempo, fica justificado pelo mesmo autor o fato de 38% da amostra apresentar maior percepção de facilidade na linguagem escrita se dá pela dificuldade figurativa, sendo que este afirma que a palavra da imagem é o aspecto figural desta. Para Dondis (1997) uma pessoa alfabetizada visualmente é alguém capaz de ver algo além do simples enxergar e compreender significados complexos. Como na alfabetização verbal, a visual também possui níveis de excelência e existem diferenças profundas entre alguém que apenas sabe ler e escrever e outra culta. Na alfabetização visual, a cultura é adquirida por meio de educação e aquisição de repertórios. Quando questionados sobre os motivos de sua resposta, os entrevistados escreveram sem interferência do entrevistador, segue abaixo a transcrição das mesmas. 54 Indivíduo número um: É mais fácil de visualizar a canseira. Indivíduo número dois: É mais fácil compreender palavras do que as expressões dos desenhos. Indivíduo número três: Esquema visual é mais simples. Indivíduo número quatro: Pois visualmente é mais fácil de você saber como você se encontra, ou seja, olhando o desenho é mais fácil de identificar como se encontra, uma vez que os desenhos estão bem definidos e diferenciados, e através da escala de Borg 55 para o esforço percebido é mais complicado você demonstrar como se sente somente através de números e escrito. Indivíduo número cinco: As carinhas não representam muito bem. A leitura diz melhor o que estou sentindo. Indivíduo número seis: Acho a escala de Borg confusa, pois não entendo que venha primeiro o muito, muito difícil, depois o difícil. Indivíduo número sete: Porque não senti dificuldade com nenhuma. 56 Indivíduo número oito: Porquê está escrito, a forma que a pessoa encontra-se é mais objetiva, sendo que o desenho é mais subjetivo. Segundo os princípios da Gestalt a pregnância da forma é a lei básica da percepção visual da Gestalt. Quanto melhor for a organização visual, em termos de facilidade de compreensão, rapidez de leitura ou interpretação, melhor será a pregnância (GOMES FILHO, 2003). Outra lei é a da unificação, que consiste na igualdade ou semelhança de estímulos visuais, verificando fatores de harmonia, equilíbrio, ordenação visual e coerência da linguagem ou estilo. Isto posto, fica a análise, segundo o relato dos indivíduos que a escala proposta apresenta boa pregnância e unificação. 57 5 CONCLUSÃO A elaboração da escala ilustrada com desenhos foi realizada no tempo proposto no cronograma sugerido pelo projeto. A mesma foi aplicada nos indivíduos da amostra e concluiu-se que houve correspondência entre os símbolos (desenhos) e o texto referido na escala original. 58 REFERÊNCIAS ALFIERI, R. G.; YOZBEK, P.; GUIMARÃES, J.I. Ergometria. In: GHORAYEB, N.; BARROS, T. L. O Exercício: Preparação Fisiológica, Avaliação Médica, Aspectos Especiais e Preventivos.São Paulo: Atheneu, 1999. cap16, p. 185-194. 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O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. 2. Identificação do Sujeito da Pesquisa Nome: Data de Nascimento: Profissão: Nacionalidade: Estado Civil: CPF: RG: Endereço: Telefone: E-mail: 3. Identificação do Pesquisador Responsável Nome: Alessandra Monaco Rigatto Profissão: Fisioterapeuta N. do Registro no Conselho: 195820-F Endereço: R: São Luiz n° 3012 Telefone: (45) 33268588 E-mail: lerigatto@hotmail.com Eu, voluntário na pesquisa acima identificado, aceito participar, como voluntário(a) no presente projeto de pesquisa. Discuti com o pesquisador responsável sobre a minha decisão em participar e estou ciente que: 1. O(s) objetivo(s) desta pesquisa é (são): verificação e análise da opinião do paciente sobre a Escala com Desenhos para o Esforço Percebido. 2. O procedimento para coleta de dados será através de um questionário. O paciente deverá realizar dois testes de caminhada com duração de seis minutos cada um. 3. O benefício esperado é verificar e registrar a qualidade da Escala com Desenho. 4. Os desconfortos e riscos esperados sãos falta de ar, cansaço, dor muscular, sensação de calor, queda, desmaio, alteração da pressão arterial, ritmo cardíaco irregular, infarto agudo do miocárdio e óbito. As medidas de proteção adotadas serão as orientações Pré-Teste, e a interrupção do teste quando houver freqüência cardíaca máxima, angina moderada a severa, sinais e sintomas de baixo fluxo cerebral, elevação da pressão arterial acima de 240mmHg/140mmHg, cansaço físico 63 importante desproporcional ao esforço. Os procedimentos para reduzir a ocorrência dos possíveis riscos e desconforto serão as orientações Pré-Teste, e a interrupção do teste quando houver freqüência cardíaca máxima, angina moderada a severa, sinais e sintomas de baixo fluxo cerebral, elevação da pressão arterial acima de 240mmHg/140mmHg, cansaço físico importante desproporcional ao esforço. 5. A minha participação neste projeto tem como objetivo fornecer os dados que o pesquisador necessita. 6. A minha participação é isenta de despesas e tenho direito à assistência, tratamento e indenizaçãopor eventuais danos, efeitos colaterais e reações adversas decorrentes de minha participação na presente pesquisa. 7. Declaro estar ciente de que não está prevista nenhuma forma de remuneração para a minha participação no presente estudo. 8. Tenho a liberdade de desistir nesta pesquisa no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação. 9. A desistência não causará nenhum prejuízo à saúde ou bem estar físico. 10. Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, mas concordo que sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; Poderei consultar o pesquisador responsável (acima identificado) ou o CEP-FAG, com endereço na Faculdade Assis Gurgacz, Av. das Torres, 500, Cep 85807-030, Fone: (45) 3321-3965, Site: www.comitedeetica@fag.edu.br, sempre que entender necessário obter informações ou esclarecimentos sobre o projeto de pesquisa e minha participação no mesmo. 11. Tenho a garantia de tomar conhecimento, pessoalmente, do(s) resultado(s) parcial(is) e final(is) desta pesquisa. Declaro que obtive todas as informações necessárias e esclarecimento quanto às dúvidas por mim apresentadas e, por estar de acordo, assino o presente documento em duas vias de igual teor (conteúdo) e forma, ficando uma em minha posse. _____________( ), _____ de ____________ de ______. ________________________________________ Sujeito da pesquisa _________________________________ Alessandra Monaco Rigatto Testemunhas: _______________________________________ ______________________________________ _____ Nome: Nome: RG: RG: CPF/MF: CPF/MF: Telefone: Telefone: 64 APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PARTICIPANTES. QUESTIONÁRIO 1. Qual Escala você achou mais fácil de compreender? ( ) Escala de Borg para o esforço percebido. ( ) Escala com desenhos. ( ) Indiferente. 2. Por quê? 65 APÊNDICE C - ESCALA COM DESENHO PARA O ESFORÇO PERCEBIDO. Autoras: Alessandra Monaco Rigatto, Claudia Cristiana Orben. 66 APÊNDICE D – TESTE T STUDENT: DUAS AMOSTRAS EM PAR PARA MÉDIA TABELA 8 - Teste T: duas amostras em par para média da freqüência cardíaca Sinal Vital Média ± dp Valor de p FC0 TC6-1 93,38 ± 12,14 0,88 FC0 TC6-2 94,5 ± 20,65 FC6 TC6-1 142,63 ± 20,91 0,16 FC6 TC6-2 132,38 ± 26,69 Fonte: autora (2006) Na tabela acima, a média e desvio padrão (dp) da freqüência cardíaca em repouso no TC6-1 (FC0 TC6-1) e da freqüência cardíaca em repouso no TC6-2 (FC0 TC6-2) com p=0,88; média e desvio padrão da freqüência cardíaca ao sexto minuto do TC6-1 (FC6 TC6-1) e freqüência cardíaca ao sexto minuto do TC6-2 (FC6 TC6-2) com p=0,16. A freqüência cardíaca de repouso e ao sexto minuto de ambos os testes de caminhada de seis minutos não apresentou diferença significativa ao nível de 5%. TABELA 9 - Teste T: duas amostras em par para média da freqüência respiratória Sinal Vital Média ± dp Valor de p FR0 TC6-1 20,13 ± 2,17 0,22 FR0 TC6-2 18,5 ± 2,78 FR6 TC6-1 24 ± 2,14 0,48 FR6 TC6-2 23,13 ± 3,36 Fonte: autora (2006) 67 Para a tabela acima: freqüência respiratória em repouso no TC6-1(FR0 TC6- 1), freqüência respiratória em repouso no TC6-2 (FR0 TC6-2), freqüência respiratória ao sexto minuto no TC6-1 (FR6 TC6-1), freqüência respiratória ao sexto minuto no TC6-2 (FR6 TC6-2). A freqüência respiratória não apresentou diferença estatisticamente significativa na comparação pelo teste t Student em ambos os testes de caminhada de seis minutos, sendo a freqüência respiratória em repouso com p=0,22 e freqüência respiratória ao sexto minuto com p=0,48. TABELA 10 - Teste T: duas amostras em par para média da pressão arterial sistólica Sinal Vital Média ± dp Valor de p PAS0 TC6-1 115 ± 9,26 0,64 PAS0 TC6-2 117,5 ± 7,07 PAS6 TC6-1 123,75 ± 13,02 0,47 PAS6 TC6-2 127,5 ± 7,07 Fonte: autora (2006) Na verificação da pressão sistólica em repouso e ao sexto minuto nos testes de caminhada de caminhada de seis minutos, a média da pressão arterial sistólica de repouso no TC6-1 (PAS0 TC6-1) foi 115mmHg (± 9,26) e média da pressão arterial sistólica de repouso no TC6-2 (PAS0 TC6-2) de 117,5mmHg (± 7,07), sendo p=0,64. A média da pressão arterial sistólica ao sexto minuto no TC6-1 (PAS6 TC6- 1) foi 123,75mmHg (± 13,02) e média pressão arterial sistólica ao sexto minuto no TC6-2 (PAS6 TC6-2) de 127,5mmHg (± 7,07), sendo p=0,47. 68 TABELA 11 - Teste T: duas amostras em par para média da pressão arterial diastólica Sinal Vital Média ± dp Valor de p PAD0 TC6-1 75 ± 5,35 1 PAD0 TC6-2 75 ± 5,35 PAD6 TC6-1 80 ± 10,69 0,56 PAD6 TC6-2 82,5 ± 4,63 Fonte: autora (2006) Para a tabela acima: pressão arterial diastólica em repouso no TC6-1 (PAD0 TC6-1), pressão arterial diastólica em repouso no TC6-2 (PAD0 TC6-2), pressão arterial diastólica ao sexto minuto no TC6-1 (PAD6 TC6-1), pressão arterial diastólica ao sexto minuto no TC6-2 (PAD6 TC6-2). Na avaliação da pressão arterial diastólica dos testes de caminhada, não apresentou diferença estatisticamente significativa, sendo a pressão arterial diastólica em repouso com p=1 e ao sexto minuto com p=0,56. TABELA 12 - Teste T: duas amostras em par para média da saturação de oxigênio Sinal Vital Média ± dp Valor de p SAT0 TC6-1 96,5 ± 2,98 0,48 SAT0 TC6-2 95,75 ± 3,11 SAT6 TC6-1 98 ± 0,93 0,18 SAT6 TC6-2 96,75 ± 2,6 Fonte: autora (2006) A saturação de oxigênio em repouso do TC6-1(SAT0 TC6-1) apresentou média de 96,5% e a saturação de oxigênio em repouso do TC6-2 (SAT0 TC6-2) com 69 média de 95,75%, sendo p=0,48. A média da saturação de oxigênio ao sexto minuto do TC6-1(SAT6 TC6-1) foi 98% e a média da saturação de oxigênio ao sexto minuto do TC6-2 (SAT6 TC6-2) foi 96,75%, sendo p=0,18. Assim, a saturação de oxigênio não apresentou diferença estatisticamente significativa na comparação pelo teste t Student em ambos os testes de caminhada de seis minutos. TABELA 13 - Teste T: duas amostras em par para média da distância percorrida Distancia Percorrida Média ± dp Valor de p DP TC6-1 556,75m ± 39,72 0,21 DP TC6-2 570,5m ± 44,24 Fonte: autora (2006) Na comparação realizada através do teste t Student da distância percorrida (DP) nos testes de caminhada de seis minutos, observou-se no TC6-1 uma média de 556,75m (±39,72) e no TC6-2 uma média de 570,5m (±44,24) com p=0,21, sem diferença estatisticamente significativa ao nível de 5. 70 APÊNDICE E – ANAMNESE E EXAME FÍSICO 1. Diagnóstico médico de: Doença Cardiovascular sim ( ) não ( ) qual? _________________ Doença Pulmonar sim ( ) não ( ) qual? _________________ Diabetes sim ( ) não ( ) Câncer sim ( ) não ( ) Problemas Ortopédicos sim ( ) não ( ) qual? _________________ Gravidez sim ( ) não ( ) 2. História de Sintomas: Desconforto, dor, formigamento, queimação no tórax, maxila, pescoço, costas ou braços sim ( ) não ( ) 3. Doença recente sim ( ) não ( ) qual? _________________ 4. História familiar: Doença Cardiovascular sim ( ) não ( ) qual? _________________ Doença Pulmonar sim ( ) não ( ) qual? _________________ Morte Súbita sim ( ) não ( ) 5. Exame físico (sinais vitais): Freqüência cardíaca em repouso: Freqüência respiratória em repouso: Pressão arterial em repouso: 71 ANEXO A – ESCALA ORIGINAL PARA CLASSIFICAÇÃO DO ESFORÇO PERCEBIDO. 6 7 Muito, muito leve 8 9 Muito leve 10 11 Ligeiramente leve 12 13 Um pouco difícil 14 15 Difícil 16 17 Muito difícil 18 19 Muito, muito difícil 20 Fonte: MAHLER et al, 2000. 72 ANEXO B – PARECER 29/2006 – CEP/FAG
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