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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO AMAZONAS ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS – ESO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PAULA ÉRIKA BORGES FERNANDES RELATÓRIO TÉCNICO SOBRE O FILME O PONTO DE MUTAÇÃO, 1990 Manaus - AM 2020 PAULA ÉRIKA BORGES FERNANDES RELATÓRIO TÉCNICO SOBRE O FILME O PONTO DE MUTAÇÃO, 1990 Relatório apresentado à Universidade do Estado do Amazonas como requisito para obtenção de nota parcial da AP1 em Filosofia e Ética na Administração. Professor: ADERLI VASCONCELOS SIMOES Manaus - AM 2020 Identificação da obra: Mindwalk is a 1990 feature film directed by Bernt Amadeus Capra, adapted from his short story based on The Turning Point, a non-fiction book by his brother Fritjof Capra, who also authored The Tao of Physics.. ORIENTAÇÕES GERAIS. 1. Elaborar um relatório de filme O Ponto de Mutação, destacando a relevância da discussão acerca do poder político e da perspectiva histórica da Ciência. Além da reflexão do poeta, que toca no ponto crucial. É aí que eu espero uma análise mais aprofundada; 2. Essa atividade valerá nota a ser computada na AP1; 3. O prazo de entrega da atividade é até a próxima aula 21/08/2020. Relatório: Baseado no livro de mesmo nome, o filme O Ponto de Mutação foi produzido no ano de 1990 e tem uma duração de 126 minutos o filme gira em torno detrês pessoas de camadas diferentes da sociedade, que apresentam diferentes pontos de vista sobre a vida baseados em suas experiências e áreas de atuação. E elas acabam entrando em uma discussão sobre suas visões e perspectivas do mundo, tudo se inicia em função http://2.bp.blogspot.com/__XxOAn2zrsk/RnbODKwV52I/AAAAAAAAACQ/yCS6WAozv7E/s1600-h/capa_a_meta.jpg de um relógio na igreja, o político e o poeta o observam e divagam sobre o mesmo, o poeta conclui que esta máquina foi o que influenciou o homem a se afastar da natureza, em uma ideia sobre o tempo, como se estivéssemos sempre procurando o tempo, querendo mais tempo quando na verdade é ele que nos tem. Durante essa divagação, eles perguntam a uma mulher que perceberam estar imersão no mesmo relógio sobre o que ela pensava do mesmo. Logo a trama começa a ganhar um caminho, afinal aquela desconhecida é uma cientista, que ao passar sua visão sobre o relógio, fala de mecanismos, Descartes e como o relógio pode ser comparado a política e os representantes do povo, todos funcionando como um mecanismo sem evolução. Os personagens são Sonia Hoffman, uma cientista especialista em Física que vive uma crise existencial ao ver a intenção do uso militar em sua pesquisa, Jack Edwards, um Senador que se sente desmotivado com a política, sem discurso próprio e se sentindo apenas um leitor dos discursos preparados por seus assessores, que redigem apenas o que o povo quer ouvir e por último Thomas Harriman, um poeta, professor de literatura e escritor, que atravessa uma crise de meia idade, e viajou para a França com o intuito de fugir da competitividade imposta pelas grandes cidades. Durante os 120 minutos ficamos imersos as investigações as implicações e impactos que tomavam a forma de uma mudança de padrões da sociedade, sendo o ponto de partida na observação de que os principais problemas visíveis do século XX, dentre eles a ameaça nuclear, destruição do meio ambiente, desigualdades, exploração gritante entre Norte e Sul, preconceitos políticos e raciais, entre outros, são todos sintomas ou aspectos diversos do que, no fundo, não passa de uma única crise fundamental, que é uma crise de percepção distorcida, baseada no individualismo das pessoas, coisas e eventos. Esta crise é promovida quando, pela educação, cultura e ideologia dominantes, nós e nossas instituições adotam conceitos obsoletos que nada mais que servem para justificar e racionalizar sentimentos menos nobres como a avareza, por exemplo. O filme é um grande dialogo entre o trio que nos faz como espectador deixar de ser um mero ouvinte e leva a questões tão atuais que acabamos nos perdendo na vida dos personagens e se tornando parte da história, pois muita vezes temos os mesmo questionamentos, mas não verbalizamos. Quem não se questiona mesmo que positivamente ou negativamente o processo de globalização que acelerou o desenvolvimento dos grandes centros urbanos e pequenas cidades, vemos isso ao estudar densidade populacional e sabemos que essa é a causa que tornou as cidades mais populosas, tudo em decorrência do desenvolvimento capitalista desenfreado, acarretando sérios riscos ao meio ambiente em toda sua totalidade, principalmente por conta dos processos industriais que se desenvolveram nas ultimas décadas. O Brasil é citado pela cientista, quando a mesma se desfaz a cada segundo de parte da floresta Amazônica para quitar dívidas externas, gerando sérios problemas ambientais. Desta forma, o Brasil teria um olhar mecanicista, o mesmo termo usado no relógio e sociedade. Para resolver a crise do mundo, a cientista acredita que deveríamos mudar a nossa percepção. Os sistemas não encorajam a prevenção, só a intervenção. Os mecanicistas,pessoas engessadas naquela posição de conforto que não busca mudança não se preocupam em prevenir, mas em intervir. Se surgir algum problema, descobre-se o que está causando e resolve-se, no entanto, esquecem-se do todo. Ou seja um resumo do que as sociedades atuais se tornaram, misturando a ciência, política, poesia e religião, e trazendo um caráter de denúncia e advertência, incentivando a sociedade à adotar comportamentos e ações racionais como forma de se criar uma nova idéia quanto aos paradigmas mencionados, propiciando um bem estar social entre todos. Tudo não passa de uma analogia à sociedade atual, é possível identificar três pontos de vistas diferentes da mesma: política, científica e artística. Embora cada um esteja passando por uma crise de existência pessoal, tentando encontrar o seu lugar em mundo completamente diferente do que eles tentaram criar, juntos tentam encontrar uma solução para os problemas sociais. Para chegar a tal ponto regressam ao passado, retomando ao início da sociedade, onde a vida acontecia em torno da Religião e seus dogmas, e o Tempo era visto como algo a ser vivido e não percorrido, como algo a ser gasto ou perdido. Sobre a Religião, também ficou explícito que a mesma continha certo mistério, pois retinha seus conhecimentos, mantinha se fechada para os que não pertenciam ao seu âmbito. Isso foi exposto metaforicamente no ponto em que Jack (política) e Tom (arte) chegam à porta da Igreja e a encontram fechada, até que a ciência (Sonia) chegue para questioná-la, desvendá-la e explicá-la, desmistificando-a. Para mim o filme é nada mais que uma crítica ao modo em que os governantes tratam a política, em especial a ambiental, trazendo à tona a ideia de que o único jeito de evitar que a natureza morra é uma mudança de postura por parte de todos, começando por eleitores, pois são eles que elegem os políticos que são os representantes escolhidos pelo povo para representar toda a sociedade. É uma argumentação sobre a existência humana e relação entre nossos pensamentos e ações, e como essas ações refletem no mundo e quais as conseqüências da mesma para o futuro da humanidade.
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